terça-feira, outubro 31, 2006

ciclone

ontem foi o dia em que deu tempo de tudo. estudar, pedalar, recarregar a despensa, trabalhar, sonhar um pouco. cansa. projeto meu futuro desse jeito e os finais de semana como um oásis... onde vou terminar o trabalho que comecei durante a semana. obstinação em busca do primeiro milhão. mas talvez role uma crise existencial quando eu chegar a ele: o que fazer, dali pra frente?

*

sou um cara de sorte. em que pese algum desafino social irreversível, tenho uma vida legal pela frente. ganhar dinheiro, acumular conhecimento e milhas de todos os frequent flyers imagináveis, irritar pessoas em ternos mal cortados durante debates políticos, surpreender a mim mesmo algumas vezes, tomar mais uns vinte mil banhos quentes.

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esse blógue virou um amontoado de notas que eu tomo durante o dia, como se colasse post-its na minha testa e viesse dirigindo pra casa, com eles me atrapalhando a vista, para chegar aqui e publicar tudo. minha vida tem sido mesmo assim, uma grande colcha de retalhos na qual não sei como entrei nem quando vou terminá-la - só espero que fique aconchegante.

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de repente comecei a ter a mesma velha impressão: ela não vai com a minha cara. talvez eu queira acreditar nisso para não ter que tomar alguma providência, para não me animar. para não ter vontade de sentir aqueles polegares que parecem chocolate língua-de-gato - finos no meio, grossos na base e na ponta - me segurando a nuca enquanto ela me beija. começar um texto com ponto final pode ser gramaticalmente correto, mas evita mágoas maiores do que repetir de ano.

*

minha cabeça parece um rádio fora de sintonia. em Marte? em Vênus? fora do espectro, fora do seu alcance, fora de órbita. fora de mim mesmo... apenas fora. eu pediria, com a voz embargada: leave me alone. mas acho que meu pedido foi atendido antes mesmo que eu o fizesse.

*

Jeremy Clarkson e um Lada Laika. quanta emoção, Brasil.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Joanna

Joanna
I can't forget the one they call Joanna
We owned the summer, hand in hand Joanna
And now she's always just a tear away
Goodbye you, you long lost summer
Leaving me behind you
Revealing things for lovers that may find you
I still hang on to every word that day, you passed my way
Joanna
You made the man a child again, so sweetly
He breathed your smile
Lived in your eyes completely
And on his heart there's still a trace of you
I love you but nothing in this world could make you mine
Yet still in time
Joanna
Joanna, you may remember me and change your mind


isso é "Joanna", que, na versão do Scott Walker, é uma das músicas mais tristes da história. como se "Big Louise" já não fosse de se cortar os pulsos...

o iogurte

minha boa ação do ano já está feita: viciei o Rogério no trote da Telerj.

reciclando o passado

essa entrada abaixo foi escrita para meu blógue secreto, que durou de junho a agosto. se alguém quiser ler o conteúdo, mande-me uma mensagem com uma boa razão para querer lê-los. se eu gostar da mensagem, mando os textos.

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sete e quinze e o céu já está azul, como a muitos quilômetros daqui existe um mar da mesma cor e lá no radio-que-o-parta do horizonte os dois se confluem, beijando-se e dando as costas para o sol. daqui a poucos minutos eu acordo, excitado e com vontade de jogar um par de meias em alguém, enquanto resmungo a caminho do meu primeiro copo d'água do dia. fosse você um oceano, eu mergulharia em você e fundaria uma Atlântida qualquer no coração; fosse um rio, eu desviaria seu curso para me abraçar e deixar o meu jardim mais verde; fosse uma piscina, eu te trataria com carinho e cloro, flutuando na esperança de que um dia tivéssemos crianças para nadar.

mas você é um copo d'água, então tudo o que posso fazer é me manter hidratado e me encher de você, pouco a pouco, até que o seu sorriso abra as comportas e inunde o mundo onde vivo. esse mesmo que, apesar da escassez de recursos, ainda tem um solo bem fértil.


*

engraçado é que eu não sinto tanta vergonha do que escrevi nele, como sinto com todas as outras coisas que já transformei em palavras. tirando, é claro, por aquele "acidente" do cursinho e o que foi escrito sobre ele na época...

tilt

desde a tarde de ontem eu não entro em nenhum portal de notícias brasileiro (UOL, Terra, etc). não quero ver nada sobre eleições na minha frente, com um resultado infeliz como o registrado. não quero. quanto ao segundo mandato, vier Jahre vergehen schnell - ou pelo menos assim espero.

domingo, outubro 29, 2006

quatro anos outra vez

- vergonha nacional
- Brasil, país de merda
- vitória dos ignorantes, quem disse que as elites dominam o Brasil?
- errar uma vez é humano, errar duas vezes só podia ser brasileiro: gosta de apanhar
- eu votei 99, não reclamem comigo!
- vai, Brasil! deixa a quadrilha do barbudo levar tudo!
- Brasil, país de povo burro!
- é Lula de novo com a culpa do povo!
- Brasil: República da cesta básica
- o lugar do Lula é na cadeia, não na Presidência


essas dez frases foram extraídas do MSN de alguns amigos, frente ao futuro político que se desfralda para os próximos quatro anos do país. acho que não preciso complementar nada...

go-go

o primeiro dígito do meu peso, quem diria, voltou a ser 7.

I am born again.

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agora o esforço é perder mais sete e ganhar músculos suficientes para disputar com Craudio, Guedes e Pipe o terceiro lugar no ranking dos mais bombados - que poderia ter o Marcelo também, mas sempre aparece uma carne-de-sol no caminho dele, já repararam? o primeiro lugar eterno é do Baiano, que tomou meio envelope de proteína de aveia dez anos atrás e está musculoso até hoje; a segunda posição, quase tão eterna quanto a primeira, é do Victor.

outra coisa importante é endireitar a coluna, já que eu sou um falso gordo por causa da minha péssima postura. ortopedista, colete, RPG: o que for preciso eu tô fazendo. ah, se eu soubesse que minha mochila da quinta série teria conseqüências até hoje...

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depois de aparecer ontem com um McNífico Bacon, Lelo apareceu hoje com duas marmitex caprichadas de carne-de-sol com feijão branco, arroz, macaxeira e paçoca de carne, sendo que ele já havia comido.

acho que ele tá pedindo pra ser espancado.

infernal

(...) A última oferta é este CLS 63, um carro que perpetua o legado da AMG em parecer, soar e acelerar como se fosse projetado pelo satã como presente de aniversário para Donald Rumsfeld (...)

adoro quando o Top Gear coloca esse tipo de metáfora na análise dos carros...

sábado, outubro 28, 2006

maravilha sueca



Cardigans, "Hanging around", 1998 (e não 1999, como aparece no final). não lembrava que o "Gran turismo" tinha uma terceira música boa - na verdade, ouvindo agora, ela é até melhor que "Erase / rewind"...

agagaga

você sabe que está velho quando começa a prestar atenção em anúncios de armários planejados.

negação

bem no dia em que comecei com a dieta de South Beach aparece uma situação desesperadora: o Lelo pediu comida no McDonald's e eles entregaram não um, mas dois McNífico Bacon para ele.

como ele tem o estômago de moça, disse-me que não agüentaria dois e ofereceu-me um. com força de vontade, rejeitei de plano e guardei-o no forno, avisando ele de que ali estaria - se ele jogasse fora, iria se ver comigo. e resisti bravamente. enquanto isso, ele não conseguiu nem comer o outro McNífico inteiro...

sinfônica de Londres

e a propósito de ser bon vivant, uma das coisas que eu tenho que me resignar e entender é que nunca vou ser como o Bryan Ferry. infelizmente.

filarmônica de Berlim

foi aniversário do meu tio Valmir, meu conselheiro para vida profissional, no domingo passado. não consegui localizá-lo por telefone, então escrevi um mail dando-lhe os parabéns. no outro dia consegui uns dedos de prosa. dei os parabéns de novo e começamos a conversar sobre a vida.

uma das coisas sobre as quais a gente sempre conversa é sobre meu pai, irmão dele. por dois motivos: primeiro, porque meu pai se cuida muito mal (colesterol alto, 17 anos sem tirar férias e outros fatores esparsos). segundo, porque meu tio é um bom interlocutor quando tenho impasses com meu pai.

é verdade que, num mundo perfeito, eu não precisaria de interlocutores com meu pai. mas já diminuí bastante a necessidade de ter alguém intermediando as coisas e, eventualmente, dou umas peitadas no meu pai - não com o sentido de chamar para a briga, mas no de manter minhas opiniões quando acho que estou certo. é algo com o que o Marcelo me ajudou muito, também.

mas bem, falamos da vida profissional. disse a ele dos meus planos na Telerj, voltei a dizer que não quero ser classe média para sempre, que meu objetivo era ser o Daniel Dantas - coisa que também vivo repetindo pra ele. e dessa vez ele disse que achava que eu poderia ser um bom Mário Garnero, mas não o Dantas, por umas diferenças de perfil.

gostei de ouvir isso, mas quem me dera ser o dono da Brasilinvest. de toda forma, aquilo mudou a minha idéia de vida mesmo, já que dificilmente tenho tantas indisposições públicas quanto o mestre do Opportunity - que foi objeto de um estudo de caso na aula de ontem à noite na Telerj - e que, a exemplo dos filhos do senhor Garnero (e do próprio), gostaria de exercitar meu lado bon vivant. é fácil? claro que não. mas, caso eu não consiga, não será por falta de esforço...

contos do capitalismo

a aquisição da Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, essa semana, foi uma das mais belas histórias do protocapitalismo brasileiro, além de ser a maior de todas. estou lendo tudo que me cai na mão sobre ela. espero, de coração, que outras negociações superem essa tanto em volume quanto em histórias. mas dessa eu vou me lembrar para sempre.

joguem-me pedras, por favor

publiquei hoje um editorial no Portal do Geólogo, defendendo apaixonadamente as privatizações. vão lá e me joguem pedras, s'il vous plait.

a praia do sul

graças aos meus nutricionistas, dr. Ruiz e dr. Kurth, estou entrando hoje na famigerada dieta de South Beach. não sei onde fica South Beach (Flórida?) nem quem foi a primeira cobaia dela, mas o que interessa é que, depois que o dr. Ruiz e seu irmão, o dr. Dead Feet, experimentaram a tal com resultados assaz positivos, falei "hora de ser cordeiro!", fui ao supermercado e abasteci minha dispensa com southbichices do tipo leite desnatado, achocolatado de baixos carboidratos, algumas verduras, queijo e carne. serão duas semanas onde a Isaura aqui vai encarar um outro tronco que não o da Telerj - ambos terão de viver em concomitância. paciência, ninguém mandou ter esse metabolismo podre que eu tenho...

Telerj, semana um

como os menos de seis leitores deste blógue sabem, essa semana eu comecei o curso de formação para trabalhar na Telerj (na verdade não é a Telerj: mas não vou falar o nome do órgão aqui, embora todos já saibam, porque vai que um dia um dos meus colegas dá Google em "curso de formação do órgão-tal" e me descobrem e começam a... ahn, ser competitivos). e eu não sei bem como começar a falar dessa semana de aulas, já que as impressões na minha cabeça se alternam: tem horas em que parece que eu vi muita coisa, tem horas em que parece que eu não vi nada.

aos fatos: serão quatro semanas de curso, eu achei que fossem três. mas não tem problema. uma média de oito horas de aula por dia, embora na quinta-feira tenham sido dez, intercaladas por pausas de 30 a 120 minutos e, no meio de cada aula, coffee breaks de quinze minutos. mesmo assim, os diferentes períodos de aula fizeram com que eu ainda não desenvolvesse uma rotina.

não vou precisar estudar muito para passar na prova porque a maioria das vagas da minha área é aqui em Brasília - terei, quando muito, de evitar ir para o Acre, embora uma vez estando lá, para voltar é só conseguir um atestado médico alegando depressão e minha urgente remoção, Acre is a lie, etc.

minha sala, impressionantemente, tem várias meninas bonitas. já sei o nome de todas elas, mas isso não me servirá de nada, uma vez que eu não mexo com mulher (nem com homem, antes que alguém levante essa dúvida). já até consegui a comodidade de uma paixão platônica que nunca vai se efetivar mas, por outro lado, não vai me trazer grandes dores - quando muito, uma pontada ao contrário. pontada é aquilo que as pessoas que respiram mal sentem quando se esforçam demais; por esse raciocínio, uma pontada invertida é aquilo que as pessoas que respiram bem sentem quando não se esforçam nada. uma dessas no meu coração eu agüento fácil, claro.

sobre as aulas: são bem repetitivas, de modo a firmar o conteúdo na sua cabeça. boa parte das coisas eu já conhecia por alto por conta de um vício adquirido quando eu morava na longínqua localidade de Deprelândia, interior de São Paulo. como não tinha nada pra fazer, eu lia o jornal inteirinho e tudo que é página de notícia na internet. isso, associado a uma assinatura da "Info Exame" e a um tio que é engenheiro eletrônico, fez com que eu acompanhasse boa parte do objeto de estudo do curso da Telerj, cujos highlights ocorreram quando eu estava terminando o colegial e começando a faculdade.

tudo isso pra chegar na conclusão de que não é nada de mais... sei lá...

banana republic

arrumar uma paixão platônica não tem sido um problema na minha vida.

Der Tag wenn das schönste Mädchen der Klasse hat sich vor mir gesetzt

tem horas em que parece que dá pra consertar a própria vida. eu volto para casa pensando nisso, e, quando aqui chego, descubro que não dá.

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minha relação com carros é estranha. não gosto de trânsito, então deixaria o carro em casa e iria trabalhar de metrô, se houvesse. mas, quando as ruas estão vazias, tipo agora há pouco, é uma delícia dirigir. não precisa nem ter um carro topo de gama, o meu já basta.

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decidi repetir a pagação de gatinho hoje e fui lá todo arrumado, todo impecável. e à noite achei, por alguns momentos, que alguma coisa tivesse acontecido. quis provocar, mas falei muito baixo e deve ter passado despercebido. perdi o foco na aula em vários momentos, acompanhando outras coisas mais interessantes.

eu vejo coisas demais. penso coisas demais. vivo coisas que não existem, escrevo sobre outras que não conheço. chega. bem, era pra ter umas linhas falando sobre o que não aconteceu, mas é melhor ficar quieto - dá menos problemas.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Ricky Martiiiiiiiin

este blógue parabeniza nosso estimado Marcelo Freitas, que colhe hoje a vigésima sexta couve na horta de sua vida. feliz parabéns, Marcelo. muita grana e muito caldo verde pra você.

produção de dividendos

nove horas e meia de sono aparentemente foram insuficientes para compensar todo o sono atrasado durante essa semana. isso é meio louco. como ontem foi meio louco ter tanta aula ontem - dez horas.

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decidi fazer um exercício de produção de dividendos ontem: paguei de gatinho geral e fui vestido para matar. black on black, com o cabelo de outro jeito (não, não o deixei arrepiado) e aquela cara de "já vi de tudo, já sei de tudo, vamos ao que interessa".

pareceu funcionar no começo. mas foi rápido demais para dizer se funcionou mesmo - então provavelmente não aconteceu nada. depois, menos ainda. foi estranho... vamos ver hoje...

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vários amigos foram para o Rio de Janeiro assistir ao festival da TIM. eu queria estar no Rio de Janeiro também, mas não pra ouvir essas porcarias que vão tocar lá - dentre as atrações do pop, o único que me interessa, ma non troppo, é o Devendrão. o resto não rola, né? Beastie Boys? tenha santa paciência, detesto rap. alguém já chamou o rap de "miséria intelectual", eu assino embaixo. no dia em que algum rapper for poeta, saio vestido de Bocage e faço uma carnificina por aí.

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acho que nunca ansiei tanto por um final de semana.

quinta-feira, outubro 26, 2006

does it look familiar to you?

depois daquele texto primoroso onde explicam, com fulcro na sociologia e em outros fatores quem compra um Citroën C6, o Top Gear voltou a fazer um texto magnânimo - curiosamente, sobre um carro com o mesmo número, o BMW M6 descapotável. deveria ser um exemplo, para a Quatro Rodas, de como escrever sobre carros. seis estrelas para os dois.

Malibu

minha segunda opção pode estar garantida, mas eu quero a primeira. sempre. e vou atrás dela.

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as coisas pareciam um pouco mais longe hoje, embora fisicamente nunca estivessem tão perto. mas esse é apenas um aspecto dentre muitos, ou melhor, dentre todos. e certas distâncias não podem ser transpostas.

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ontem foi aniversário da Gabi (feliz parabéns a ela, once again) e fomos celebrá-lo na Quitinete, um restaurante supertrendy ali na Asa Sul. nota nove para a decoração, nove e meio para a oferta de bebidas... e quatro para a omeleta de bacon, cheddar, cebola roxa e whatever que comi. espero ter mais sorte com os mexidões orientais feitos no wok, quando voltar lá. mas como assim dezoito reais por um dry martini?

tecnocracia

desfalque importante no país: Bulhões Pedreira, advogado responsável pela lei das sociedades por ações, morreu ontem, aos 81 anos. ele era peixe do mestre Roberto Campos, e um dos que advogavam o pensamento liberal no país. meus pesares à família.

na Telerj

amanhã são dez horas de aula: duas pela manhã, quatro à tarde e quatro à noite. entro às oito, saio às vinte e duas e trinta. caso eu não resista, favor colocarem uma placa de metal por sobre minha urna crematória onde se leia "causa mortis: Telerj".

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estou com essa mania de dizer que o curso é a Telerj. não é. se fosse, eu ficaria vagabundando no serviço o dia todo, mas ao invés disso vou trabalhar e alavancar o progresso das telecomunicações no meu país.

ui.

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eu não a conheço, mas eu penso nela. mas não passo disso, porque no momento a única coisa que me interessa é a busca por um Ebitda maior. que pena para nós dois, meu amor.

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não há como ter personalidade e pedir um sanduíche que leve queijo branco ao mesmo tempo: uma coisa necessariamente exclui a outra. o mesmo vale para o número 3 do McDonald's brasileiro, o McChicken (que na Inglaterra, sabe-se lá porquê, é o 2). às vezes parece que a máxima "diga-me o que comes e dir-lhe-ei quem és" funciona mas, se fosse mesmo verdade, eu teria sido um lixo pela maior parte da minha vida, fácil fácil...

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acabei de ver, pela primeira vez na vida, uma foto do Mark Linkous, do Sparklehorse. tem cara de peão de estância, o que me surpreendeu: esperava um daqueles branquelos, magrelos, raquíticos. numa segunda olhada ele até parece uma versão angolana do Johnny Depp, aquele xarope de que todo mundo gosta, menos eu.

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desde que falei dela pela última vez, três parágrafos atrás, ela passou por mim - duas vezes, ainda por cima. não deixou muitas pistas sobre quem realmente é, além daquelas que já tenho e que me permitem concluir que não posso tirar conclusões por enquanto. nem alimentar coisas que não sejam a busca por um Ebitda maior no fim do ano, o que implica em um bônus maior, férias maiores. quem sabe até conhecer a roda de Falkirkque eu tanto tenho vontade de ver ao vivo.

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só vou falar da Telerj no final de semana. enquanto isso, terão de engolir parvoíces - e sem reclamar.

quarta-feira, outubro 25, 2006

íslenska

assinei, uns dias atrás, um abaixo-assinado contra a liberação da caça às baleias na costa da Islândia. surpreendentemente, hoje eu recebi uma resposta-padrão do embaixador islandês em Washington, procurando explicar a política baleeira do país, etc e tal.

fiquei comovido, mesmo sendo uma resposta standard e que foi enviada para dúzias de outras pessoas. é a segunda vez que um islandês, um representante desse povo superior (não pela genética ou por raça, mas pelo comportamento civilizado e irrepreensível, quando não estão bêbados) me manda um mail. pena que a primeira islandesa com quem me correspondi, uma nnnnngata, não parecia muito interessada em intercâmbio de fluidos com o brasileiro aqui...

herança sueca

toda vez que o imbecil do Tarso Genro criticar a oposição por algo que ela faça ou acredite, e disser que eles não estão sendo "republicanos", eu vou mandar, internamente, ele para aquele lugar. por um motivo simples: eu sou sueco e conservador, portanto sou monarquista.

aspirina

não é nada, não é nada, não é nada... mas passa.

terça-feira, outubro 24, 2006

flickering

meu carro está com um problema nas borrachas que vedam a porta dianteira direita: alguma delas não está cumprindo seu papel como devia, e assim sente-se o vento no habitáculo do veículo quando estou em movimento com ele.

minha vida é como o habitáculo do carro: eu me tranco nela quando quero acelerar rumo ao futuro e deixar para trás as pessoas que fizeram parte do meu passado e que não estão nos planos para o futuro.

mas há frestas, por onde é como se ela passasse.

segunda-feira, outubro 23, 2006

é aqui mesmo

disposto a ouvir boa música? então aponte seu navegador para a página da Nancy no MySpace: o septeto brasiliense é garantia de qualidade chegando aos seus ouvidos.

clube da insônia

alguns anos atrás houve uma entidade chamada Clube da Insônia. ainda há: fica em Deprelândia e é tocada por alguns amigos meus que, vítimas da insônia, reúnem-se em algum lugar para beber refrigerante, fumar, falar sobre a vida e, eventualmente, jogar snooker. sem conseguir dormir às vésperas do começo do curso de formação e sem ter como assistir ao "Madrugada Vanguarda", o clube da insônia brasiliense somos eu e meu blógue.

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this is Brasília: estou indo almoçar no restaurante mexicano e vejo um Gol branco com placa conhecida logo à minha frente. acelero. o Gol acelera mais. diminuo uma marcha e piso fundo, o Gol faz o mesmo. diminuo dois, ataco as curvas, o sinal se fecha lá na frente - bem na hora em que o alcançaria. berro: "VOCÊ CORRE, HEIN?"

o carona olha para trás e me reconhece. era o casal Rollo e Camila, ela no volante. trocamos uma idéia pelo tempo de um semáforo rubro. ele me pergunta, provavelmente por desencargo de consciência, se tenho desodorante no carro - o vacilão saíra de casa sem aplicar o próprio. jogo meu Rexona Teens no carro dele, numa cena absolutamente bizarra. sinal verde, é hora de cada um tomar seu rumo.

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a 116 sul é uma bela quadra, descobri hoje ao entrar nela e fazer uma rápida digressão por entre seus blocos. nada que eu já não imaginasse, é verdade, mas certas coisas ficam ainda mais belas quando observadas de mais perto. pouco depois, senti que a região da 214 sul seria um bom lugar para criar minhas filhas, caso um dia eu as fosse ter. fica para a próxima encarnação. quanto à parte imobiliária da coisa, é para se pensar, é para se pensar...

meu bloco preferido lá foi o "B", de apartamentos duplex. eis aqui um apartamento à venda nele. e olha como as coisas se encaixam: o nome do edifício é Cap Ferrat, aquele balneário no sudoeste da França onde a alta sociedade bate ponto e que foi até tema de uma entrada neste blógue, no começo do mês.

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eu fiz alguém comprar o "The great escape", do Blur, e fiz outro alguém comprar a primeira edição da "piauí". ambos gostaram das dicas. vou para o céu: fiz algo de bom na vida.

*

então o "Avalon", do Roxy Music, um raro caso de sinergia positiva entre crítica e público, voltou a ser meu disco de cabeceira. é uma lição de como se manter a classe por pior que as coisas estejam, um impulso passional contra alguma menina com o coração de pedra, um libelo contra o desânimo... é qualquer coisa assim.

domingo, outubro 22, 2006

solta o frango

bom, seguinte: nessa segunda, depois de amanhã, eu começo no curso de formação do órgão onde vou trabalhar a partir do ano que vem (quem quiser saber o lugar, me pergunte por email que eu respondo). como todo mundo que me conhece um pouco mais de perto sabe, esse emprego, para mim, é um emprego.

um bom emprego, na verdade. vou ganhar mais do que a maioria dos meus amigos de mesma idade por aí, mas menos do que eu gostaria de ganhar, haha. claro. não à toa, não planejo passar minha vida toda por lá, mas aprender o máximo possível e sair quando tiver a oportunidade de virar milionário - meu objetivo de vida não é ser cult, e sim ser o novo Daniel Dantas, aquele um do Opportunity.

por outro lado, para o meu pai é a realização de um sonho: como disse aqui no dia em que fui aprovado, o sonho dele era de que eu fosse funcionário público, para ter a estabilidade que o ridículo município de Deprelândia é incapaz de prover a todos aqueles que trabalham na iniciativa privada, por exemplo. talvez por esse trauma, meu pai hoje faça tanto gosto do que consegui - ele até conta vantagem pros amigos, vejam só. mas não censuro ele: só acho que ele faz muito alarde por muito pouca coisa.

ao que interessa, então: o curso será ministrado durante três semanas, em período integral. de imediato, isso significa que haverá menos entradas neste blógue durante o período, mas é claro que isso aqui não será dado como encerrado - para usar o velho chavão do Bukowski, que aliás eu nunca li, escrever me mantém protegido da loucura, dentre outras coisas.

sendo assim, não se impressionem com a queda de periodicidade e de qualidade que isso aqui terá: é por uma boa causa, a minha, hahahahahahaha. terei de conciliar o curso, o trabalho no Portal do Geólogo e na Popload, um curso de Planejamento Estratégico Político no qual eu me inscrevi, o blógue e, pior de tudo, eu mesmo (a vida pessoal - essa é a pior parte).

parece que minha vida está mudando, e que o período 2005/06 foi uma fase de transição do que aconteceu entre a segunda fase da minha vida (1999-2004) e a terceira, que começa em 2007. já disse isso, mas este ano que ainda não se findou é o melhor que já vivi: um pouco pelo que ele é, mas muito mais pelo que ele me proporcionou para o futuro. no jargão do economês, é como se a fase estruturativa, na qual amargou-se anos de recessão, começasse a produzir frutos e que estes, se ainda não dos níveis que se deseja colher, têm a função de dizer que as coisas estão indo bem - e que vão melhorar mais ainda, por supuesto.

então é isso. o curso acaba dia 17 de novembro, e terei uma prova pouco depois, em data ainda não estipulada. a partir de segunda e até dia 17 este blógue, atualmente no final de sua quarta temporada, passa a funcionar em modo standby. férias mesmo, antes do início da quinta temporada, só por volta do dia 10 de dezembro, quando encaro uma viagem para Deprelândia para resolver minha vida.

last but not least, este "solta o frango" é dedicado ao Fabiano, o noivo do ano.

para os ouvidos

sugestãozinha de cd ou playlist para tocadores de mp3:

1. Smiths - "Work is a four-letter word"
2. REM - "So. Central rain"
3. Josh Rouse - "Marvin Gaye"
4. U2 - "Dancing barefoot"
5. Smashing Pumpkins - "A girl named Sandoz"
6. Blur - "Fade away"
7. Primal Scream - "Star"
8. Hole - "Malibu"
9. Afghan Whigs - "What jail is like"
10. Slowdive - "Alison"
11. Pixies - "Alec Eiffel"
12. Depeche Mode - "A question of time"
13. Super Furry Animals - "Play it cool"
14. Cardigans - "Fine"
15. Wilco - "Candy floss"

rende 54 minutos de pura diversão.

headache

cortei meus cabelos nesse sábado. o resultado não é dos mais animadores. mas, em termos capilares, sempre há como piorar.

sábado, outubro 21, 2006

encrenca?

ontem eu acordei com necessidade de ter um Jaguar XK, desse modelo novo. não era vontade, era necessidade mesmo. para ter um veículo onde meu ego coubesse e, para além, pudesse ir ali no Lago Sul a 250 km/h, ainda que não haja nada por lá que justifique viajar a essa velocidade. azul, com bancos de couro em tom próximo ao cor de gelo, rodas de 18 polegadas, essas coisas.

mas se rolasse um Fiat Linea, o belíssimo substituto do Marea para o Brasil, com motor 2.4 e câmbio automático seqüencial eu já estava satisfeito.

*

passei quatro horas da minha vida, ininterruptas, dirigindo em tráfego intenso. o motivo? carreata política. fui mais por ter assumido o compromisso mesmo, e foi do paraíso (Eixo Monumental) até o inferno (centro de Ceilândia). isso porque estava num desânimo que só quanto a tudo: chances do candidato, propostas, minha vida. mas ficar em casa não iria resolver nada - quando muito, rolaria uma sessão de ergométrica. mas é bom ver outras pessoas, outras formas de vida, outros núcleos de caos, outras possibilidades móveis.

*

alguma coisa me indica o encontro com algo novo quando estiver na Grécia, daqui a dois ou três anos. só espero que não seja com uma nova encrenca.

Rolling Stone

então ontem eu deixei de comprar a Elle portuguesa e trouxe para casa a primeira edição da Rolling Stone brasileira, que já nasce clássica - mas por motivos errados.

é uma das piores revistas que já li. e não podia deixar de ser: o editor dela é o mesmo cara que editava a Revista da 89, uma publicação dirigida a mentecaptos - e, conforme se depreendia de uma análise de seu conteúdo, feita por alguns deles. tem ainda na redação um outro cara que foi de lá. fora isso, chamam gente sem importância e sem domínio de temas para escrever - o que é aquele texto falando mal dos congressistas eleitos no último dia 1º? - escrevem sobre o nada, tentam passar um pouco de sentimentalismo como nos relatos dos bastidores da sessão de fotos da Gisele Bündchen na capa, etc.

ainda tem outras coisas: o texto do Marcelo Rubens Paiva sobre a Mariana Ximenes é igual ao que ele fez sobre a Luciana Vendramini para a "Playboy", três anos atrás; a amiga da Lucia que deu cinco estrelas pro disco do Racounters provavelmente tem problemas em casa (ninguém em sã consciência faria uma coisa dessas); a revista não tem um mínimo de ousadia e, pior, nasce acomodada ao "passado glorioso" da matriz dos EUA. uma prova disso é o editorial, onde o mané editor diz logo uma daquelas coisas de perder a fé na humanidade: diz que a revista vai ser "sempre assim" como é no primeiro exemplar.

perceberam? eles não vão mudar. eles são os maiorais, eles já nasceram perfeitos e pronto. erros como os de pontuação e de informação na entrevista com o Peter Hook, do New Order, não serão mudados, afinal de contas a revista é assim mesmo.

falta um bom pedaço dela para ser lido, mas de saída eu já estou desanimado. e vou terminar a leitura da piauí antes de voltar à RS - dá até tristeza comparar as duas revistas, tão flagrante é a superioridade dessa cujo nome se escreve em minúsculas...

sexta-feira, outubro 20, 2006

lucidez

"Só leva desaforo para casa quem quer"

Barbara Gancia

No prefácio da edição brasileira do meu livro de cabeceira, o "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano", uma das mais brilhantes mentes tapuias, o economista, diplomata, senador e ministro Roberto Campos (1917-2001), diz que "a errônea identificação de inimigos consiste em atribuir-se a pobreza endêmica e os absurdos desníveis de renda na América Latina ao capitalismo e ao liberalismo, animais quase inexistentes em nossa paisagem e que apenas agora ensaiam uma tímida presença. Os reais inimigos são outros: o mercantilismo patrimonialista, o estatismo e o nacionalismo. Eles é que explicam os monopólios estatais dispendiosos e ineficientes; a inflação crônica, o empobrecimento e a extorsão imposta a poupadores e a usuários, vítimas de altas tarifas, impostos complexos e confiscos periódicos".

O livro, escrito pelo filho de Mario Vargas Llosa, Alvaro, em parceria com o colombiano Plinio Apuleyo Mendoza e o cubano Carlos Alberto Montaner, foi publicado em 1996.

Mas, cá estamos nós, em pleno ano domini de 2006, vendo os dois candidatos à Presidência voltar a discutir privatizações, processo que se mostrou bem-sucedido em todos os países em que foi aplicado, inclusive no Brasil. E o pior é que quem está levando vantagem no bate-boca é o candidato que as condena.

Alô, presidente Lula! Se as privatizações do governo Fernando Henrique foram assim tão maléficas, porque o senhor não reestatizou tudo ou, ao menos, colocou o mérito da questão em pauta antes da campanha eleitoral? Falou mais alto o apoio dos banqueiros do que a cartilha do Foro de São Paulo, organização que o senhor ajudou a fundar com Fidel Castro, em 1990, e que tem como objetivo fortalecer e exportar a Revolução Cubana ao resto do continente?

Discutir as privatizações de FHC a essa altura não passa de canalhice eleitoral. Mas, em vez de reagir à velhacaria contida na propaganda eleitoral de Lula, o candidato da oposição cai na armadilha feito pato. Não só se furta de defender o que é amplamente defensável como ainda dá uma de madalena arrependida, indo a público declarar que não irá privatizar mais nada caso seja eleito. Com essa atitude, o pesedebista repete a debilidade demonstrada no episódio do seqüestro da filha de Silvio Santos, em que atendeu prontamente à exigência do seqüestrador, indo ter com o bandido.

Como se isso não bastasse, Alckmin ainda abaixa a cabeça ante as acusações injuriosas do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que afirmou nesta semana que o candidato do PSDB está mais para Opus Dei do que para republicano e que tem "um lado" Pinochet.

Alô, Geraldo Alckmin! Até eu, que sou mais bobinha do que a média, soube reagir à altura ao ser acusada pela administração Marta Suplicy, no Painel do Leitor da Folha, de usar "o estilo e a linha política de Jean-Marie Le Pen". Expus os objetivos daqueles que me acusavam pelo que eram, sem deixar pedra sobre pedra.
No ataque, o PT é capaz de qualquer golpe baixo. Até de sugerir que um dossiê fajuto impregnado de digitais de dedos petistas foi um plano urdido pela oposição. Mas só leva desaforo para casa quem quer. Ou quem não está à altura do revide.

mambo italiano

uns anos atrás eu estava comprando uma promoção 3-em-1 do Bruce Springsteen no Submarino, por vinte reais, e havia lá 3-em-1 de vários outros artistas pelo mesmo preço. meu pai estava por perto, então perguntei a ele se não havia algum que lhe interessava. depois de conferir todos, ele falou pra que pegasse o 3-em-1 do Andy Williams.

na hora confundi ele com o John Williams, aquele compositor de trilhas sonoras, e me perguntei se papai gostava dessas coisas grandiloqüentes de trilhas instrumentais de cinema - era ruim demais para ser verdade. mas não contrariei e peguei os cds, afinal de contas a conta não viria para mim.

mas aí rolou aquela propaganda do celular D820, da Samsung, com uma versão de "Music to watch girls by" que eu não conhecia - e era justo a mais famosa, cantada pelo tal do Andy Williams. então baixei uma coletânea de coisas nesse estilo que leva o nome dessa faixa. bem interessante. esse tipo de música jamais deveria ter saído de moda, não? teríamos evitado tanta coisa ruim no caminho... Mariah Carey, James Blunt, Michael Jackson fase branquelo, todo o rap... agora você pega uma edição da "Billboard", vê o top 40 e pensa "meu deus, onde foi que a humanidade começou a dar errado?"

bom, na verdade isso aqui era só pra dizer o quanto "Music to watch girls by", com o Andy Williams, é viciante.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Trinny e Susannah

eu já sabia, de longa data, que calças com pregas têm efeito engordativo. só não sabia que era tanto assim.

razões para ficar em casa

a Carol me convidou hoje para uma passeata que vai rolar na sexta-feira, saindo da catedral de Brasília às 16h. o tema é "Mulheres unidas por um Brasil decente; Alckmin Presidente".

recusei de pronto: eu lá tenho ovários, por acaso?

(mas seria maneiro que as brasilienses que lêem esse blógue, como a Paula e a Gabi, participassem)

bastante

basta que o período escolar no hemisfério norte retorne para que o Pedro desapareça do MSN, do blógue, de qualquer forma de contacto. com tanto afinco, ainda vamos ouvir falar muito de suas teorias sociológicas...

porcelana

a explicação para o valor é antológica...

Banheiro público é vendido por US$ 46,5 mil

Um banheiro público localizado no sudoeste da Inglaterra foi vendido por US$ 46,5 mil devido à sua vista para a costa do país, considerada "magnífica".

O banheiro está situado em um local declarado patrimônio da natureza. A compra foi feita por um investidor anônimo durante um leilão realizado em Londres.

O toalete feito de granito fica localizado em uma área rural ao lado de um estacionamento, em 809 metros quadrados de terra.

No oeste britânico, banheiros públicos em locais em desenvolvimento estão tendo uma procura crescente, pois têm os preços mais caros nas suas propriedades.

o samba do alemão

passando pela "Rodovia Transmaconheira" (L4 Norte), vi umas faixas anunciando a edição 2006 da Casa Cor Brasília, que eu juro que tinha sido no primeiro semestre.

que bom que não foi, vou poder visitar essa. vinte reais de ingresso? sem problema. se eles sorteassem os ambientes expostos, eu pagava até cem. já imaginou eu com uma lareira como as que têm lá? já imaginou eu com uma lareira em Brasília? seria caso pra internação compulsória numa casa que cuide de débeis mentais.

voltando à Casa Cor, eu acho que seria um belo lugar para que eu e o Craudio levássemos o Ubianou. não sei porquê, mas acho que seria maneiro. e vai ser bom também para que eu tenha algumas idéias de como vou decorar meu novo apartamento, ano que vem - embora, nesse caso, eu vá sofrer a influência de algumas mulheres ao meu redor, a começar pela minha mãe. apesar de a palavra final caber a mim, é uma forma de compensar pelo fato de que ela não decide mais as roupas que vou usar, haha.

up in flames

"vai chegar um envelope aí pra você, leva pra protocolar no TST até amanhã, por favor."

opa, claro. e assim a minha renda aumenta aos pouquinhos...

*

duas horas de ergométrica por dia matam qualquer brasileiro. semana que vem, por conta do início do curso de formação, vai ser só uma hora por dia. "só". mas sem reclamações - afinal de contas, é por uma boa causa, a minha.

e nem foi tão ruim assim hoje cedo: pedalei enquanto assistia ao jogo do Marat Safin contra um belga perneta. descobri que o tênis é o segundo esporte que mais gosto de assistir na tevê: ganha da Fórmula 1 e só perde para o futebol quando meu Santos está ganhando.

quando perde, como é o caso das últimas rodadas, eu fico uns cinco dias sem ver nenhum programa esportivo.

*

Ricardo e Ruan também estão malhando forte, pra que todos cheguemos no fim do ano, em Deprelândia, fortes e definidos. faz parte do plano de dominação mundial que estamos implementando no subterrâneo.

*

quem acede ao rollingstone.com.br cai em algo regist(r)ado por um oportunista, que redireciona a uma página de comparação de preços dos discos do Rolling Stones. fosse eu o advogado da nova revista brasileira, cairia de anel em cima do paiaço oportunista.

*

com licença, deu quatro horas e isso significa que eu tenho direito ao consumo de 1 (uma) maçã. vou ali desfrutar desse raro prazer.

homem do dia



Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central, atualmente na diretoria do Banco Itaú. ele foi o convidado do "Conta Corrente", ontem à noite, na Globo News. ao final de cada programa, o convidado é intimado pelo apresentador a dizer "um tema e uma palavra". com uma objetividade que falta a seus pares no governo, o senhor Werlang mandou: "corte de gastos estatais, privatização".

quero ser como ele quando eu crescer.

150

a Gabriela merece um beijo na testa por causa disso que ela escreveu.

um não: quatro.

quarta-feira, outubro 18, 2006

unidade

Homem encontra US$ 19 mil em hambúrguer do McDonald's

Um homem foi surpreendido ao achar 15 mil euros (cerca de US$ 19 mil) dentro de um lanche do McDonald's, em Waterloo, na Bélgica.

Marco Parra-Martinez, 27 anos, encontrou um envelope com o dinheiro dentro da embalagem de seu hambúrguer.

"Eu hesitei por um momento, me perguntando se devia ficar com o dinheiro. Mas meus pais me ensinaram a ser honesto o tempo todo", disse. Martinez decidiu voltar ao restaurante e devolver o envelope.

Um porta-voz do McDonald's disse que os US$ 19 mil eram os lucros da lanchonete e foram colocados acidentalmente dentro da refeição de Martinez. Eles prometeram uma indenização a ele por sua honestidade.

curto e grosso

if I had
if I had more
more would be laid at your feet


Sparklehorse, "Happy man", 1999.

amor, ódio, crítica

bastou uma crítica favorável ao disco novo do trio Peter, Björn e John para que, uma hora e meia depois de ela ser publicada, já tivesse duas pessoas esperando para baixá-lo de mim.

*

por motivos profissionais (leia-se "o chefe pediu"), baixei umas músicas de um tal Klaxons, que ele tem espalhado por aí que é a melhor coisa desde o pão fatiado. a que eu mais agüentei ouvir durou 15 segundos até eu trocar por uma do Elvis Costello e me desintoxicar.

*

há como ficar indiferente a uma revolução? acho que estou indiferente às várias que estão acontecendo por aí, e não é só em relação a música. na real, tenho me apresentado indiferente a tudo.

é assim. e ponto.

junto minhas mãos e as deixo em frente ao corpo, como se fosse rezar.

mas não o faço. na verdade, não sei porque juntei as mãos.

*

digito uma mensagem dupla no celular, para alguém que não vai responder. mas só de saber que essa pessoa vai ler, já é uma pedra a menos no coração.

se as pedras estivessem no meu bolso, com ou sem o trocadilho financeiro, eu estaria morto.

*

não sou bom de matemática. na verdade, eu não sei nem o que fazer da minha vida. e fico com medo de que a porta que se abriu para mim seja, na verdade, uma grande limitação. mas, como não tenho outras portas escancaradas à minha frente, só posso adentrá-la... e torcer para que as coisas mudem, no decurso das horas, semanas, décadas.

o mesmo se faz em outro tipo de porta. só pode passar um indivíduo de cada vez. e assim, sem maiores referências, cruzo-a sem imaginar onde vou parar.

com isso tudo, pode-se achar que virei passageiro da minha própria vida. será?

qualquer resposta agora será imprecisa. o medo é de me acomodar ou, tão ruim quanto, não ter discricionariedade no futuro para mudar a minha vida e moldá-la como eu quero. porque eu não quero pouco para a minha vida.

*

pode ser que, mesmo em meio à grana, ao esforço físico e a todas as boas notícias que se possa ter, os tempos de choradeira abraçada ao travesseiro estejam voltando. mais do que um pressentimento, é um recado que a solidão quer me dar.

*

fiz uma limpeza na minha caixa de mensagens, coisa que não fazia há dois meses. apaguei sessenta e seis mensagens que não tinham mais valor. queria que fazer uma coisa dessas na minha vida, ou pelo menos no meu coração, fosse tão fácil assim.

terça-feira, outubro 17, 2006

fazer o quê?

preciso te dizer: temos que terminar agora
antes que tudo piore, porque nós já sabemos que isso está errado
eu poderia aceitar, às vezes acho até que vou
apesar da tentação, tento ser muito forte
em minha relutância parece haver surpresa
não é porque eu não te queira

mas eu apenas
sei que preciso... hesitar

porque eu ainda tenho aquela outra menina
na minha cabeça
eu ainda tenho aquela outra menina na minha cabeça

podem haver uns boatos horríveis de
que eu menti
podem haver lágrimas furiosas, mas
elas nunca valeram o choro

é por isso
que às vezes eu... hesito

porque eu ainda tenho aquela outra menina
na minha cabeça
eu ainda tenho aquela outra menina na minha cabeça
eu ainda tenho aquela outra menina na minha cabeça


essa é uma tradução, um pouco adaptada ao português, de "I still have that other girl", do disco do Elvis Costello com o Burt Bacharach. hoje cedo, dentro do carro, eu percebi o quanto ela é bonita. e, no meu caso, assustadoramente verídica e atual.

minha ergométrica chegou

... e eu estou feliz pra caramba. tão feliz que, se soubesse que ia ficar tão entusiasmado assim, a teria comprado há um ano.

mal chegou ontem, montei nela e pedalei durante uma hora, sem parar. 20,16km e -907 calorias depois, dei-me por satisfeito. hoje cedo já foram mais dezenove quilômetros e 867 calorias perdidas - e à noite tem mais.

pedalar nela é uma tranqüilidade. apesar de não ser magnética, como eu queria, ela não dá trancos como a que tenho em Deprelândia, tem todas as funções que eu preciso (e não tem as que não preciso, como medidor de batimentos cardíacos). é só ligar na "Globo News, o seu canal de jornalismo, vinte e quatro horas no ar" e seguir em frente até o final do "Em cima da hora". aí muda-se para a Bloomberg, a novela das sete ou qualquer outra coisa de interesse.

aproveitei e estreei minha garrafinha squeeze da Gol, um presentinho que recebi da última vez em que peguei um pau-de-arara deles. eu me sinto um bóia-fria quando viajo de Gol, tão apertados são os espaços para cada frang... ops, passageiro. mas agora tudo é alegria, vou emagrecer violentamente e chegar ao peso que tinha no segundo colegial, no longínquo ano de 1997. e depois, ganhar músculos como nunca tive, hahaha.

roteirizado

a insônia me dirige. ri das minhas tentativas de evitá-la, marca por zonas, faz com que esqueça metade do que queria lembrar amanhã, força-me à ingestão de si própria, enquanto a hora certa não vem. só que ela é quem decide a hora, e não eu, o que configura um flagrante autoritarismo. obedece quem tem juízo, transgride quem tem calmantes.

*

ainda vale aquela velha frase ressentida: "parta, antes que te partam". e assim, por medo, por ódio à saudade e por completa inutilidade do passado, dou as costas a este e vou embora, disposto a navegar por mares ainda mais calmos, evitando ao máximo a doce traição que atende pelo nome de "surpresa". icem velas, levantem a âncora: aproveitemos a madrugada para ir e nunca mais voltar - nem a você, nem a ninguém.

nada de mais

minha irmã fez aniversário ontem e me disse, mais uma vez, que não se sente com a idade que tem, não sente que cresceu, etc.

não sei como isso afeta os meus amigos, mas crescer é algo bem estranho, não? eu me senti adulto pela primeira vez há três anos e meio. estava no quarto ano da faculdade e tinha de fazer um atendimento jurídico no estágio, em dupla com o Rogério. por (justificada) exigência, tive de comprar meu primeiro terno para fazer o atendimento. e enquanto o vestia, no meu quarto, ouvindo "Dry the rain", da Beta Band, eu me senti adulto - exatamente quando calçava as meias.

mas por quê isso aconteceu? eu pensei em algumas razões:

1. "Dry the rain" é o tipo da música que gente de catorze anos, por mais evoluída que seja, não aprecia;

2. meias finas com sapato social;

3. porque eu já tinha vinte e um anos e já estava mais do que na hora.

sem saber o porquê, aquela sensação de "bem-vindo à vida adulta" não me acompanhou full-time desde então. haveria de acontecer? ou eu estava condenado a ser um moleque assustado pelo resto da minha vida, pensando tudo com a lógica adolescente? noto que meus amigos e eu ainda nos referimos às mulheres com quem saímos e que desejamos como "meninas". será que um dia isso muda?

atualmente, a expectativa é saber se, como funcionário público, com um nove-às-seis a cumprir e coisas do tipo, vou me sentir mais adulto ou plenamente isso. é uma dúvida sobre a certeza de estarmos envelhecendo - ainda que se procure minimizar, de um jeito ou de outro, os efeitos psicológicos do tempo.

eu gostaria de pensar que envelhecer não é nada de mais, mas a lógica atéia reserva o desespero para o final. então o jeito é não pensar no fim, nem mesmo em como chegarei até ele. e sobre descobrir que se é adulto, o jeito é fazer com que isso aconteça gradativamente: antes que a crise da meia-idade nos torne ridículos, antes que se caia em depressão porque, aos sessenta anos, a vida passou e não tem mais volta.

*

essa entrada ficou meio desconexa, admito. mas é que, ao contrário da nossa idade cronológica, nem sempre as minhas idéias vêm organizadas. prometo retornar ao tema de um jeito melhor...

temporal

nós estamos nos vendo
desde o fim de setembro
é pouco tempo, eu entendo
mas todo dia eu me lembro
você prometeu de cara
algo no aniversário
é hoje, e o horário
é agora, eu não agüento

eu não quero morrer virgem

vi outro dia, então
uma revista do meu irmão
li-a sob as cobertas
e as vontades, tão certas!
quando você está presente
a roupa vira transparente
você não sabe como eu quero
chega de punheta, eu espero

eu não quero morrer virgem

(os pinhos e os cedros se juntam no outono
como você pode ter caído do céu?
oh Hellel, estrela da manhã)

bombas e aves com febre
nós vamos morrer em breve
mas chegamos ao seu quarto
o meu amor é de fato, de fato, de fato
seu coração a pulsar
e você a ofegar
seus pais estão viajando
espero não estar sonhando

eu não quero morrer virgem


isso é uma tradução feita em dez minutos, tentando preservar métrica e rimas, de "To die a virgin", do Divine Comedy.

back with the killer

este blógue, que é movido basicamente a vingança, volta agora à programação autoral.

segunda-feira, outubro 16, 2006

viva

Inspirado no Brasil, museu luso combinará idioma e história

Lisboa, 16 Out (Lusa) - Inspirado no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Museu O Mar da Língua, com inauguração prevista para 2008, em Lisboa, terá um acervo virtual interativo e um centro de ensino de idiomas e sobre a época dos Descobrimentos, segundo a ministra lusa da Cultura, Isabel Pires de Lima. Em declarações à Agência Lusa, a ministra afirmou que o objetivo do museu é "articular o estudo e a divulgação da língua portuguesa por meio da história dos Descobrimentos".

No sábado, o jornal Expresso antecipou que as obras do museu deverão ter início em 2007, com investimentos de 2,5 milhões de euros (R$ 6,6 milhões) por parte do Ministério da Cultura luso. Segundo Isabel Lima, a região de Belém foi escolhida para receber este novo espaço por reunir na capital diversos monumentos e museus relacionados com as navegações portuguesas do passado, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerônimos e o Museu de Marinha.

"Esta zona privilegiada de Lisboa, com diversos ícones da época dos Descobrimentos, foi considerada ideal para instalar O Mar da Língua", comentou a ministra, acrescentando que o projeto está sendo concebido com um acervo "virtual e interativo". "Foi com as navegações iniciadas neste período que a língua portuguesa começou a ser levada a todo o mundo e a ser conhecida", completou a ministra, que afirmou ainda que o museu servirá para "promover uma reflexão sobre o português" entre a população.

O projeto também tem como propósito atrair turistas nacionais e estrangeiros que visitam a região.

going to the supermarket

compra Lux chocolate. é f***

Lúcio Ribeiro, no MSN, 2006 (a censura ao palavrão é minha).

São Paulo

Solução mais ou menos autoritária para tornar São Paulo uma cidade novamente habitável: impedir o retorno dos milhões de felizes desnaturados que a largam nos feriadões. Bom para quem ficou, ótimo para quem partiu. Quem ficou terá, finalmente, uma cidade cujos automóveis andarão mais rápidos do que os tílburis do século XIX (hoje há um empate técnico, o que indica uma velocidade média de 15km/h), além de um vasto cardápio de gentilezas servido no trânsito ou nas calçadas, o que inclui bons tratos e, pasmem!, até cumprimentos de bons dias e boas noites, como tivéssemos voltado a usar imaginários cartolas e fraques.

Xico Sá, "Modesta proposta para salvar São Paulo", 2006.

the freshmaker

as mulheres brasileiras fizeram mais por Portugal do que séculos e séculos de permutas académicas, literárias, culturais.

João Pereira Coutinho (de volta das férias), "Essas mulheres", 2006.

coisas

o chefe de Estado me chamou pelo nome
mas eu não tenho tempo para ele


Radiohead, "Lucky", 1997

eu nunca sossegarei
enquanto meu coração ainda estiver batendo


Roxy Music, "While my heart is still beating", 1982

uma estranha teoria

Ocorreu-me, em 1969, uma experiência pitoresca ao ser convidado pelo governo francês, por proposta do Hudson Institute, então dirigido por Herman Kahn, para participar de um grupo de trabalho sobre o desenvolvimento da Córsega.

(...)

Logo na primeira reunião do grupo em Ajaccio, pedi dados sobre a renda por habitante da ilha. Os dados disponíveis se referiam à França, em seu conjunto, e aos departamentos mais importantes. Dados desagregados teriam que ser telegrafados de Paris.

- Não tem importância - ponderei. - Amanhã trarei minha própria estimativa.

Gastei o fim da tarde e noitinha visitando bares e entrando em restaurantes e albergues, sempre com o cuidado de pedir acesso ao banheiro. No dia seguinte voltei com minha estimativa: 600 dólares per caput. Acertara na mosca. Quando, dois dias depois, chegaram as estimativas de Paris - 606 dólares - Robert Panero, surpreso, perguntou-me o segredo de minha intuição econômica.

- Nada reflete mais de perto a renda média das comunidades - disse eu aos perplexos membros do grupo - do que a higiene ou falta de higiene e a acridade do odor nos mictórios. E os indicadores de Ajaccio sinalizam-me um nível de 600 dólares por habitante.


Roberto Campos, "A lanterna na popa", 2ª edição, 1994. páginas 918 e 919.

domingo, outubro 15, 2006

em tempo

antes de qualquer outra coisa, um aviso: não temos tempo.

*

assisti, ao lado do casal Otto e Carol, a "O diabo veste Prada". não pretendia assistir, porque queria ler o livro antes. de qualquer forma, vou ler, pra ver se o final é diferente - foi a única coisa que não gostei no filme.

eu costumava dizer que não existe coisa no mundo melhor que mulher bem-vestida, até que vários amigos me disseram que existe sim: mulher pelada. de fato, eles estão meio certos. porque, na verdade, a melhor coisa do mundo é a mulher que estava bem-vestida antes de ficar nua.

depois de alguns acontecimentos no passado (o próximo e o nem tanto), decidi que não mexeria mais com mulher e aprenderia a viver sozinho. mas não resistiria à Anne Hathaway vestida como na segunda parte do filme. como esse tipo de coisa não existe, fica mais fácil.

*

na saída do cinema, o papo fluiu numa direção que eu não gosto. fiquei bastante incomodado. cocei a língua pra fazer uma pergunta à Carol, mas acabei não fazendo. na hora, isso foi ruim. agora, cento e vinte minutos depois, foi a melhor coisa que eu podia ter feito.

*

este blógue não terá conteúdo próprio amanhã, apenas citações e trechos de trabalhos de outrem. por quê isso? because I said so.

*

victor - 9682-**** (cel provisorio) diz:
foi linda a festa neh cara

eple diz:
ó

eple diz:
foi linda

eple diz:
Festa é o nome daquela prima da Paula?

indo às compras

- uma bicicleta ergométrica
- um aparelho de DVD
- um exemplar da "piauí"
- três cds: "Painted from memory", da dupla Elvis Costello & Burt Bacharach; "Educação sentimental", do Kid Abelha & os Abóboras Selvagens; "Psicoacústica", do IRA!
- uma salada Caesar do Marietta, acompanhada por um suco de melão

*

os discos não estavam previstos, o DVD só seria comprado no mês que vem. mas que foi bom, foi.

literatura básica

acha que o mercado editorial brasileiro foi tomado por publicações frívolas, revistinha de fofoca e coisas do tipo?

não tem saco para a "Superinteressante" porque acha os textos dela incrivelmente mal escritos?

sente preguiça de ler um livro porque "afinal de contas, nesses tempos modernos, não se consegue prender a atenção por muito tempo?"

gostaria que houvesse uma versão em português da "New Yorker" ou algo do tipo?

*

é, seus problemas acabaram. a piauí é muito boa. tem suas falhas, mas boto fé que serão consertadas com o tempo.

sábado, outubro 14, 2006

disparate

de ressaca, eu? jamé. fisicamente, sou como o filho do Superman.

por outro lado, a ressaca moral não passa. não é nem preciso beber para senti-la, aliás.

o mito Victor

Cláudio Chad diz:
o victor e aquele gustavo, primo do antonio, estavam alucinando na porta da festa com a joselitagem
Cláudio Chad diz:
passou 2 magras e uma gorda e o victor gritava: "UMA, DUAS, OITOHMMMMMMMM"

alla sinistra

cinco e pouco da manhã. bêbado, cansado e inconsistente, recém-chegado da formatura do Vini. meu corpo pede arrego, minha alma (alma? eu tenho uma?) já pediu há muito tempo.

um monte de imagens se formando na minha cabeça: o Vini se formando, a água sueca descendo goela abaixo, os efeitos estroboscópicos na pista de dança, o falso gerador de Van der Graaf no bar, os erros de interpretação, "eu quero ser seu primo".

eu fico feliz pelo que acontece ao meu redor, eu fico indiferente ao que acontece aqui dentro. e me seguro enquanto posso, busco abrigo dos meus medos dirigindo devagar pela EPTG vazia, canto junto, baixinho, e nada de ruim me acontece. é só uma noite, mas em algumas horas nem isso será. e quando a manhã chega, meu amor, não sei o que dizer. mesmo que soubesse, não teria como: não sei quem você é, onde está, se já nos vimos. não sei nem se você existe.

*

o uísque não me apraz. não dou a mínima para energéticos. mas quando os dois estão juntos, hmmm, que delícia... tornam-se, ao lado da amizade, o único motivo para eu pisar numa cidade-satélite - ou então no Parkway.

*

queria fazer um comentário acerca dos mil beijos que presenciei. mas, nessas horas, ainda é melhor parafrasear o Right Said Fred e, diante de tudo, ficar quieto.

sexta-feira, outubro 13, 2006

pode esquecer

não adianta vir brigar comigo
eu baixei minhas armas
dissolvi os esquadrões
apliquei o dinheiro guardado
saí da rota de colisão
deixei de misturar coisas
descalcei as luvas
obedeci ao toque de recolhida
não preciso de coalizão para ter maioria
lavei os pratos
recolhi a roupa do varal
coloquei o lixo para fora
enxuguei a sala de banho
desencanei do jornalismo
e não acredito mais em certas ficções. então não adianta vir brigar comigo.

Vênus

passou "Lost in translation" no TNT, e aproveitei a oportunidade para assisti-lo pela segunda vez. o filme, chamado aqui de "Encontros e desencontros" e em Portugal de "O amor é um lugar estranho", já foi objeto de comentários quando pintou nesse país, em janeiro de 2004. assisti-o com a Lucia, em São Paulo, no dia da estréia.

na época, ele me pareceu perturbador. hoje, apesar de algumas (poucas) mudanças na minha vida nesses três anos, ele continua perturbador... só um pouco menos. não sinto, aqui em Brasília, a mesma asfixia urbana que sinto em São Paulo até hoje e que é parecida com a dos protagonistas em Tóquio - diminuída, no entanto, porque não estou diante de um idioma que não entendo, escrito num alfabeto que não é o "meu".

hoje em dia, a coisa que mais me chama a atenção no filme é a solidão. provavelmente, porque nunca me senti tão sozinho na minha vida quanto agora. não é muito bonito admitir isso, nem quer dizer que se sentir assim tenha efeito terapêutico - quando muito, é um anestésico. mas é engraçado como há quem esteja com zero, uma, duas, três, seicentas mil pessoas e se sinta sozinho em todas as ocasiões.

não sei se é meu caso: faz quase vinte e cinco anos que convivo diariamente comigo e ainda não aprendi esse ponto a meu respeito, mas deve ser verdade. ou, pelo menos, uma tendência. conheço quem me diga que atraio as pessoas erradas, o que é uma mera meia-verdade (ou meia-mentira, depende de quem analisa).

voltando ao filme: quem vê a Scarlett Johansson hoje não encontra quase nenhuma conexão com a Scarlett do filme. que ela continua linda, é fato. só que houve, nesse ínterim, a sexualização da moça. hoje ela é aquela mulher fatal, a loira da moda, a mulher altamente glamourosa que enverga vestidos de sete mil dólares na capa da Vogue, onde aparenta mais que os 21/22 anos que tem. no filme não: ali, com aquele olhar curioso, ela é apenas a mulher com quem você gostaria de ficar abraçado pelo resto da vida, sem dizer nada, reservando os lábios de ambos a outro tipo de coisa.

no "Lost in translation" ela oferece, mais do que as cenas em que está de calcinha, a oportunidade de ser igual a você, com seus medos, seus problemas e seus complexos, durante aquele período. você acredita nela quando, na cena do videoquê, ela dubla "Brass in pocket", dos Pretenders, e repete que é especial. mas está sozinha, não se esqueça.

hmmmm

sexta-feira 13. prenúncio do quê mesmo?

nos tempos do prosecco

tem sido recorrente, nos últimos dias, a sensação de que tenho muita coisa acumulada dentro de mim, e que tais coisas precisam ser expurgadas ou, do contrário, eu explodo. então vamos lá:

1. tive um relacionamento conturbado com uma menina de uns dois anos pra cá. não foi o mais recente da minha vida amorosa. ela pisou em mim o quanto pôde nesse período, fez com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo. provavelmente em nome do próprio ego, que em condições normais é do tamanho da auto-estima que tem - ou seja, um quarto de uma jabuticaba madura. felizmente, esse ano eu tratei de afastar essa pessoa. mas esqueci de providenciar a enfiação, pela goela dela abaixo, de todo o aterro sanitário em que ela me transformou.

sempre acreditei em saídas diplomáticas, por isso não levantei nenhuma poeira quando me afastei dessa pessoa - só fiz de tudo para brigar com ela lá pela terceira vez, quando vi que, caso não fosse grosso, ela ficaria na minha vida como se fosse um câncer em metástase. e agora que estamos brigados (torço que para sempre), descobri que não joguei na cara dela o que devia. na época, não parecia nada, mas hoje é um grande erro. paciência, agora não tem como ser consertado: preciso é descobrir como minimizar a questão, porque parece que eu não chorei nem dez por cento do que deveria com isso.

2. meu pai sempre foi um cara de direita. nunca se abalou ou teve sentimentos pela esquerda; ao contrário, sempre duvidou da capacidade dessa escória que está no poder hoje. mas, por razões pessoais, tem uma raiva descontrolada do candidato da oposição à Presidência: tão grande que, nessas eleições do começo do mês, votou em peso no atual governo, deixando de votar até nos que indiretamente estão ligados a ele e que, até um passado próximo, ele era um grande entusiasta.

e ainda saiu se vangloriando disso, ou seja: em nome de umas coisas pessoais, ele quis condenar o país a esse lixo que aí está. não é nem por uma mudança ideológica não. e eu fiquei decepcionado com isso e queria dizer a ele, mas ainda não consegui. no final do ano, quando o vir ao vivo, espero falar tudo.

3. continuo recebendo cumprimentos pela aprovação no concurso. hoje foi a vez da namorada de um peixe me parabenizar, e ainda emendou um "salarião, hein?".

eu não estou insatisfeito com um salário que ainda nem comecei a receber, mas fico incomodado com pessoas sem ambição, que ficam nessa de serviço público só para terem o maior rendimento possível, ao invés de servir o país. tudo bem que dinheiro é legal em todo lugar, mas não era o caso de se ter uma mentalidade mais avançada, tipo a dos EUA? o Pedro comentou comigo aquele jargão do "não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país". é difícil olhar para o atual governo brasileiro e pensar assim, mas não é desse jeito que os funcionários públicos deveriam pensar?

quinta-feira, outubro 12, 2006

quase tudo

pensei em sete mil assuntos para colocar aqui, condensando todos eles numa única entrada, gigantesca, suficiente para desbancar a torre de Babel. e esqueci todos pelo caminho.

*

cheguei à página 1000 da "Lanterna na popa". longe de parecer encargo, chegar tão longe é sinal de que a leitura está sendo bem prazerosa, embora eu continue tendo restrições de compreensão à lógica macroeconômica do Roberto Campos - coisa que, com mais uns anos de prática, eu supero.

*

tô pensando seriamente em gastar uns 500 reais em livros no final do ano. ou então, de guardar esse dinheiro pra gastar o dobro, no meio do ano que vem, com a mesma finalidade - porque até lá já terei uma estante :)

corte suprema

First, his departure as Attorney General allowed him to begin dating a female lawyer in the office, Ann Cagwin. His romantic interest in Cagwin, his closest friends attest, was the most serious attachment of his life. No American is more discreet about his private life than David Souter, but when his relationship ended with Cagwin, who is now married and living in Maine, its demise left Souter emotionally crushed.

isso é um trecho de uma reportagem feita pelo "New York Times" em 1994 sobre o David Souter, juiz da Suprema Corte dos EUA. um cara que teve essa paixão há um quarto de século, não deu muito certo... e preferiu ficar sozinho.

sobre ele, escreveu o Elio Gaspari, dois meses atrás:

É um personagem que vale a pena conhecer. Tem 66 anos, está na Corte desde 1990 e era uma barbada para os conservadores. Raramente ligava sua TV preto e branco, só assinava a edição dominical do "The New York Times" e podia-se acertar o relógio pela hora em que chegava ao trabalho. Um dia uma secretária disse um palavrão light e ele presenteou-a com um sabonete. Almoça maçã com iogurte, vive num apartamento monástico e dirige um calhambeque. Foi para Washington sem saber quanto ganharia (US$ 118.690 anuais, um pouco menos que seus similares nacionais). Durante um jantar na Casa Branca, conversou em latim com com uma senhora húngara que não falava inglês. Sua declaração para os jornalistas ao ser indicado para a Corte: "Duas palavras: Oi, tchau".

parece ser alguém em quem me espelhar, tirando pelo calhambeque.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Merquior: reflexões sobre a sova

qualquer pessoa que comparar a formação acadêmica do grande José Guilherme Merquior à sua própria se sentirá um lixo.

caramba, o cara tinha duas graduações e três doutorados aos trinta e oito anos.

respeito

hoje já faz dez anos que morreu RENATO, o deus candango. para quem não se ligou, é ele mesmo, Renato Manfredini Júnior. acendam uma vela, infiéis.

terça-feira, outubro 10, 2006

Bryan Ferry, Marlene Dietrich e os cornos do meu Brasil

dias cinzas me fazem lembrar de tempos que não vivi. com a água beijando o pára-brisa e eu experimentando aí umas dores de corno, decidi manter o "As time goes by", do Bryan Ferry. ao ler os créditos de "Where or when" no encarte, vi que havia alguém lá que tocava... ondes martenot.

o que é "ondes martenot", alguém aí sabe?

eu descobri agora na volta. "ondes Martenot" é um instrumento de oscilatória, primo do theremin. na Wikipedia ele é descrito como sendo algo pré-eletrônico, o que eu acho que não é. até desconfiava que fosse de oscilatória porque consegui reconhecer todos os outros instrumentos de "Where or when", desde a viola clássica até a harpa - mas não sabia o que era aquele "sopro" esquisito. pena que não tenha achado uma foto bonita do instrumento, inventado em 1928 pelo senhor Maurice Martenot.

*

Bryan Ferry e cornice nos levam até a faixa onze do mesmo disco, "Falling in love again" - uma das minhas pequenas obsessões. eu já sabia que a versão eternizada é a da Marlene Dietrich; tem um sotaque de dominatrix alemã tentando ser doce com a presa, ops, o cara. a versão do senhor Ferry, para além de trocar "men" por "girls", é mais suave e tem um violoncelo mixado num volume bem alto, sobrepondo-se aos outros instrumentos - isso pode ser pra compensar o menor autoritarismo de seu vocal. porque é uma música com letra forte:

falling in love again
never wanted to
what am I to do?
can't help it

love's always been my game
play it how I may
I was made that way
can't help it

men / girls cluster to me
like moths around a flame
and if their wings burn
I know I'm not to blame

falling in love again
never wanted to
what am I to do?
can't help it


só não sabia que essa música era logo do primeiro filme falado de Frau Dietrich, "The blue angel", de 1930. fiquei curioso para assisti-lo. talvez eu me desse melhor naqueles tempos...

lunch logbook

não estava com paciência para cozinhar as vagens nem de comprar outra coisa para preparar em casa, então liguei no 0800 do Habib's e tomei nota das informações nutricionais de alguns dos pratos deles. anotem aí:

- esfiha de carne: 160 calorias
- esfiha de queijo: 190 calorias
- esfiha de frango: 140 calorias
- porção de homus: 360 calorias
- porção de quibe cru: 300 calorias
- porção de abobrinha recheada: 280 calorias
- tabule: 240 calorias

(nota: as informações sobre porções e sobre o tabule não incluem as calorias do pão sírio, que eu me esqueci de perguntar).

com os dados em mãos e o leve frio desta terça-feira chuvosa, desci até o Habib's do Sudoeste e encarei uma porção de abobrinha recheada. não é uma obra-prima nem da culinária árabe nem do fast food, mas serviu pra que eu ficasse com aquela sensação de quentinho.

sacarose

quer coisa mais revolucionária, hoje em dia, do que ser conservador?

poucas palavras

Colaborador e executor do Plano de Metas do governo JK, criador do BNDES e do Estatuto da Terra, inventor do plano de reestruturação econômica que possibilitou tirar da faixa de pobreza mais de 30 por cento da nossa população, Roberto Campos fez mais por este país do que qualquer outro intelectual brasileiro da sua geração. Mesmo que sua lição tivesse vindo somente pelo exemplo e não por milhares e milhares de páginas de luminosa graça e potente erudição, ele já teria sido um autêntico instrutor e guia da sua pátria: Magister patriae.

Em retribuição, foi também o mais caluniado, desprezado e aviltado personagem em meio século de História do Brasil. E não são coisas de jornais velhos. Ainda circulam livros didáticos que o mostram às crianças com as feições de um Drácula da economia. Mas, com todos esses quilômetros de papel sujo, seus detratores jamais conseguiram intimidá-lo, perturbá-lo ou extinguir seu bom humor. Conseguiram apenas fazer de si mesmos, coletivamente, um monumento à impotência da calúnia e à glória do caluniado.

O dr. Roberto não estava somente fora do alcance das palavras dessa gente: estava além do seu círculo de visão. Ele foi, num ambiente de crianças perversas, um dos raros exemplares brasileiros do spoudaios - o ‘homem maduro’ da ética de Aristóteles - que, tendo feito da objetividade o seu estado de ânimo natural, encarna a autoridade da razão e por isto está apto a fazer o bem ao seu país. O nome disso é humildade. Pois a humildade, dizia Frithjof Schuon, no fundo é apenas senso do real.


Olavo de Carvalho sobre Roberto Campos, no "Globo" de 13/10/2001. tirado daqui.

segunda-feira, outubro 09, 2006

... e a gente ainda não aprendeu nada

hoje fez cinco anos que o maior político e diplomata brasileiro - e uma das mais brilhantes crias do país - faleceu: no dia 9 de outubro de 2001, nosso querido Roberto Campos nos deixava, aos oitenta e quatro anos, depois de longo problema de saúde e um interminável rol de serviços prestados ao Brasil.

estou lendo "A lanterna na popa", a enorme autobiografia dele, escrita em 1993-94. ele teve uma série de grandes idéias para o país e conseguiu colocar algumas na prática durante o governo Castello Branco, mas a maior parte delas foi ignorada por esse país ignorante, rico em patriotismo e ufanismo deslavados, pobre em aceitar que não fazemos mais parte do medievo. será que elas adiantariam para o Brasil, se implantadas? nunca vamos saber. mas ele previu diversas catástrofes para o país e foi uma ilha de lucidez em meio aos Brizolas da época.

como se não bastasse, foi testemunha presencial dos grandes momentos do século vinte: participou da conferência de Bretton Woods, da criação do BNDES (à época, sem o "S"), foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos quando Kennedy morreu, participou do gabinete do melhor governo da história brasileira e esteve junto à corte de Saint James, como embaixador no Reino Unido. elegeu-se senador na década de 1980 e, como deputado, já combalido pela doença, viajou do Rio de Janeiro a Brasília para, numa cadeira de rodas, proferir seu voto a favor do impeachment do presidente Collor.

eu só não digo que morro de inveja de um currículo assim porque antes morreria de orgulho. como já disse aqui, Roberto Campos costumava dizer que não fora brilhante, apenas passara a vida a fugir da mediocridade. um gênio humilde. ontem foi anunciado o prêmio Nobel de Economia deste ano. fico me perguntando se nosso caro Bob Fields (apelido cunhado pelos que o julgavam um entreguista do patrimônio público brasileiro) não merecia um, pelo que fez e pelo que deixou pensado mas ninguém teve coragem de fazer. e me dou a resposta, afirmativa, logo depois.

gente assim devia ser eterna. mas, mais do que isso, devia ser mais ouvida e mais presente naquilo que a gente faz...

ontem já não existe mais

vi esse título numa entrada de outro blógue e gostei. precisava lembrar de algo assim pra encerrar bem o dia.

*

sensações de limpeza não duram pra sempre. esfregue a superfície quantas vezes quiser, e um dia ela estará novamente coberta de pó. assim é a sua vida, sabia? a revolução precisa ser feita todo dia, as porradas têm de ser sentidas todo dia, os medos encarados todo dia. eu repito isso para mim com a intenção de não perder tempo: gasto um minuto para não perder vinte e quatro horas. pode chamar de manutenção preventiva, pode chamar de terrorismo psicológico, mas é a minha defesa contra a tendência natural de se acomodar. ontem já não existe mais, então o jeito é se concentrar em todos os hojes que tivermos.

*

conservadorismo em excesso assusta. high hopes também. tenho acompanhado essa disputa pela Presidência como uma boa fonte de metáforas para a vida, anotando estratégias a serem seguidas, comportamentos a serem desmascarados, etc. e vejo como se comportam os assessores dos dois candidatos. não nasci para ser político: tenho nojo do assistencialismo que a parcela indolente dos pobres espera. só mudaria de idéia se o voto fosse facultativo e eu pudesse ser vice de alguém que não advogasse o populismo que reina abaixo do Rio Grande (aquele que separa os Estados Unidos do México, bem entendido).

dizia-se, na Guerra Fria, que a bipolarização era um trabalho de conquista de corações e mentes. quando eu era moleque, morria de medo da União Soviética. tremia só de pensar naquele país que pouca gente sabia. então eu fiz dez anos e eles se desmantelaram. cá estou, quinze anos depois disso, vendo que pouca coisa mudou. cada coisa que foi dita desde então passou a ter quatro ou cinco significados, às vezes até vinte e sete: os anos 1990 foram a década do cinismo e não há sinal de uma tendência de reversão desse processo. assim sendo, resta-nos aprender a viver nos tempos do cinismo, mas sem deixar que o medo da interpretação nos impeça de viver. é aprender a morrer para que tudo fique bem, como disse o Wilco.

pode ser que eu fosse muito jovem, na década de 1980, e ignorasse o cinismo então presente. mas ainda acho que isso é algo bastante recente e que, com a ascensão da minha geração ao poder, só vai piorar. conversando esses dias sobre imediatismo e relacionamentos, a Carol falou que a nossa geração vai morrer sozinha porque queremos tudo-perfeito-agora: não se há paciência, tolerância, progressividade. concordo. agora passe isso para o campo da política, por exemplo: não é difícil enxergar uma nova corrida armamentista, umas dúzias de destemperos a gerar problemas internos e externos, um engessamento da história. se um pessimista nunca está desapontado, é meu dever anunciar com orgulho: vai ser gente da minha geração, e não a do meu pai ou as próximas, que vai destruir o mundo - e a partir do cinismo.

apesar disso, eu não sou um cara saudosista. e não acho que seja a minha geração a que vai destruir o mundo: ela vai "apenas magoá-lo". porque não terá competência suficiente para destruir nada; apenas reduzirá tudo a pouco, tropeçando nas próprias pernas. magoar é pouco? não, de jeito algum*. mas a incapacidade de destruição será o atestado de que tentou-se fazer algo pior e não se conseguiu.

(* no original, "de jeito algum" era "nem a pau". por uma questão de modos, a expressão foi trocada. mas fazia mais sentido).

*

post pesado, não? vamos falar de outras coisas...

faca na mão

quem ganhou o debate? não sei. mas gostei de ver o Geraldo mostrando os dentes e o cachaça todo embananado. curioso é que a máxima petista de que "se você quer esconder um defeito que tem, acuse seu adversário de tê-lo" apareceu no meio do debate, quando o cachaça disse que o Geraldo estava nervoso - quando a raivinha ali era do próprio.

infelizmente, debates não ganham eleição. não sei se o Geraldo ganhou algum voto ontem - mas sei que o cachaça perdeu vários.

*

fim de semana com horários pouco ortodoxos, e agora estou caminhando no período da tarde. dormir bastante faz bem, regenera e dá disposição. em compensação, parece que eu, sem nada pra fazer, não tenho tempo pra nada. dá pra entender? de toda forma, sinto-me mais disposto; pelo menos isso...

*

perdi o "Manhattan connection" ontem à noite, de modo que minha tarde vai ser assisti-lo e andar. à noite, um pouco de trabalho e um Bob Fields. eu amo a minha vida.

domingo, outubro 08, 2006

nota de rodapé

não posso falar sobre morte nesse espaço. é algo que não conheço.

antônimo

então tem gente dizendo que a "piauí", em minúsculas, será a "New Yorker" brasileira. será? gosto da pretensão, vou comprar pra ver se gosto de como ela fica no papel brasileiro.

*

atualmente na página 863 da "Lanterna na popa", descobri o problema que me fez ler apenas dois livros esse ano: estou sem saco para ficção. espero que seja passageiro, mas por enquanto eu não consigo me interessar por vidas inventadas, só tendo gosto por saber de vidas de gente que existiu de verdade. não à toa, meu próximo livro será a biografia da Danuza Leão. alguém aí a fim de me presentear com ela no aniversário?

*

tenho ainda duas semanas de caminhada-e-corrida pela frente. não posso dar sinais de cansaço, embora isso não me falte. não cheguei de tão longe para desistir agora, não, não, não. diminuir o ritmo está fora de cogitação. pouco mais de 50% da missão já está cumprida, uma desistência agora não ficaria nada bem.

sábado, outubro 07, 2006

glasses

faltou dizer que, além dos quatro copos dos bêbados do início da noite de ontem, havia um quinto copo, posto lá por mim em homenagem ao Pedro, que está no Porto e não pôde comparecer à bebedeira. expliquei aos demais a situação que ele atravessa e propus um brinde, sendo prontamente atendido. saúde. porque a gente merece.

outubro vermelho

então ontem saí com Victor, Vini e Marcinho, depois que esses fizeram o pumping, para enchermos a cara. atracamos ali no Bexiga, na 405 sul, onde nos pusemos a secar garrafas de Skol. lá pelas 10:30 a Carol me ligou, falando que ia dar um rolê com a irmã. bêbado que só, mas fazendo esforço para parecer sóbrio, combinei de sair em uma hora ou algo assim. e continuei bebendo até atingir dizzy heights.

quando a Carol me ligou, dizendo que estava no Beirute, eu levantei, destrancei as pernas, paguei a conta e desci até o carro sem conseguir fazer uma linha reta. vi que o Marcelo tinha me ligado minutos antes (e eu não tinha sentido o telefone vibrar) e liguei de volta... mas ele não atendeu. entrei no carro e pensei "não vou conseguir dirigir". munido de toda paciência do mundo, saí com o carro sem esbarrar no Peugeot parado pouco atrás, contornei o estacionamento do McDonald's e ganhei a L2 só pensando "meu deus, eu não tô em condições de dirigir". e como a raça humana adora fazer besteiras, não parei o carro, não disse a ninguém que estava na pior e cheguei à 109.

curiosamente, minha baliza para estacionar o carro, quando bêbado, foi melhor do que as que faço quando sóbrio. espero que tenha sido algo isolado, eu não gostaria de ter de tomar uns três shots de vodca toda vez que tivesse de manobrar. senti um enorme alívio quando estacionei o carro e vi que não havia tocado em nada nem matado ninguém no caminho - eu realmente achei que não escaparia vivo. e, alegando que estava com fome, comi um cachorro-quente no antigo Nonato. na verdade, foi um mero subterfúgio para ficar menos embriagado... que só adiantou trinta por cento.

de lá fomos para a 303 norte, onde o casal Marcio e Lia nos esperava num lugar que eu não conhecia e cujo nome eu não me lembro. ficamos pouco tempo por lá, voltei pra casa e hoje estou surpreso por ainda estar vivo.

sexta-feira, outubro 06, 2006

vorsprung durch Technik

não é por isso que eu gosto dos Volvo...

7390



telefone celular (ou telemóvel, se você morar do outro lado do Atlântico), pra mim, só tem que fazer três coisas: ligações, mensagens SMS e ser bonito. como todos fazem as duas primeiras, a única coisa que levo em conta ao comprar um é a beleza. câmara fotográfica, mp3 player, filmadora, mensagens MMS, toques polifônicos... tudo isso não me atrai - até porque o meu telefone não tem toque algum, ficando o tempo todo na função vibratória.

só que é difícil de se achar um celular bonito. tirando pelo Nokia 7280, pelo Motorola V3i Dolce & Gabbana e pelo Siemens SK65, não tem nenhum. como o primeiro não tem teclado, o segundo é Motorola (pouco confiável) e o terceiro não é em formato clamshell, não havia uma opção sequer para que eu tivesse um novo aparelho. até que eu descobri o Nokia 7390, essa belezinha que orna o início dessa entrada.

o lançamento dele, na Europa, está previsto para esse trimestre - ou seja, podemos contar seis meses até que chegue ao Brasil, ou nove para que chegue até Brasília. até lá eu já tenho a grana suficiente para ele - que deve ser lançado por uns mil e quinhentos reais, creio. até lá, fico babando nele.

*

engraçado é que esse celular faz parte da "L'amour collection", e logo eu, mal-amado assumido, quero um.

payback

ontem eu disse que era difícil quando se quer dizer algo a uma pessoa mas não consegue. aconteceu isso agora há pouco, em duas situações distintas.

numa, eu precisava dizer, mas não queria acreditar no resultado. acabei dizendo e obtive o resultado (negativo) que já esperava em segredo. na outra, eu já sabia do resultado e fui pro meu canto, querendo partir. fui segurado por um tempo e comecei a me sentir mal por não ter coragem pra dizer que estava de partida. e hoje acabei dizendo. o tempo fechou e agora eu tenho o que queria: o mar em fúria todinho pra mim, pra afundar e nunca mais partir.

o pior é que as duas coisas foram ao mesmo tempo, sem que um processo interferisse no outro. mas aqui, dentro de mim, foram duas tragédias pontuais, daquelas que não têm recuperação.

minha mãe, uma otimista, diria que pra tudo tem solução enquanto estamos vivos. mas estou com a impressão de que morri.

inércia

tem gente que não gosta de partir, como é meu caso. tem gente que não gosta de deixar os outros partirem. mas a despedida ainda é preferível em certas ocasiões, para que não fique aquela dicotomia entre o que as coisas são e o que se quer que elas sejam. se as duas não batem, é triste, mas é melhor partir. só assim cada um dos lados vai ter a certeza de não estar sendo enganado pelo outro - e, subsidiariamente, a de que não está enganando.

sem relações conhecidas

às vezes, nem dormir as dez horas de sono que seu corpo tanto quer e precisa te livram de certas tristezas na hora de acordar.

aí você se pergunta, com um travo de esperança: "e se fossem doze?", mas sabe, no fundo do seu coração, que a situação seria a mesma.

quinta-feira, outubro 05, 2006

é a língua inglesa, estúpido

tem umas coisas no inglês que passam tão despercebidas de nós, mandiocas... só hoje eu me dei conta de que a palavra "rainbow", ou arco-íris, é a junção de "rain" (chuva) e "bow" (arco). ou seja, um arco que aparece na chuva.

não sei se acho isso sensacional ou ridículo. acho que as duas coisas ao mesmo tempo...

vamos brincar perto da usina

ontem à noite, na Globo News, passou um "Arquivo N", bem curtinho, sobre o Renato Russo - semana que vem são dez anos sem ele. e eu vendo ali a ingenuidade que era a Legião Urbana, a maior banda da história desse país, no começo, senti que faltava alguma coisa na minha vida. que de repente pareceu incompleta, triste, vazia mesmo.

essa alguma coisa eu não sei o que é, preciso descobrir. mas já sei que não posso viver sem.

diário da humilhação (ou "how to discover you are becoming paia")

eu disse na terça-feira que não correria 3,5 quilômetros por dia, não disse? é, mas agora estou mordendo a língua. corri isso ontem e hoje, mesmo achando que nunca mais conseguiria. pior de tudo: hoje, por duas vezes, consegui correr um quilômetro de uma só vez, sem um trecho de caminhada no meio.

tinha medo de que hoje não conseguisse porque sinto uma dor nas pernas. mas deve ser normal: elas nunca tinham sido submetidas a esse tipo de esforço. por outro lado, elas estão ficando duras e firmes, tal qual (insira aqui sua metáfora preferida para isso).

assim sendo, continua a marcha rumo à humilhação de encarar uma corrida. lamentável.

não pira, vacilão

é difícil quando você quer dizer algo a uma pessoa mas não consegue, né?

resposta

em complemento à piada abaixo, nosso estimado Pedro Barbosa manda a versão portuguesa da história:

piada do dia

da Popbitch de hoje:

Bono is at a U2 concert in Glasgow when he asks the audience for some quiet. Then in the silence, he starts to slowly clap his hands. He says into the microphone...
"Every time I clap my hands, a child in Africa dies."

A voice from near the front pierces the silence...
"Well, stop fucking clapping then."


HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, MANDEM ESSA PRO BOB GELDOF.

Cap Ferrat



ai, meu deus, olha eu lá embaixo!

(Cap Ferrat, sudoeste francês)

pensamento do dia

diretamente do The Chico Xavier Institute, o think tank que estou montando:

Brasília é tipo a ilha de "Lost". só que, ao invés de mar, é cercada de Goiás por todos os lados.

quarta-feira, outubro 04, 2006

uma data

música do crepúsculo: Smashing Pumpkins, "1979". feita onze anos atrás sobre coisas que poderiam ter sido feitas há vinte e sete. eternamente imbatível no quesito "encaixe melódico". e feita com o coração, claro. valeu, Billy Corgan. a gente te ama de verdade.

mythbusters da filosofia

a "sabedoria popular" (ou "o imbecil coletivo", nalguns casos) nos ensina que a pena / caneta é mais forte que a espada, e a gente não discute isso. parei pra pensar nessa história, agora há pouco, e acho que só concordo com o postulado em uma possibilidade: se a caneta / pena está sendo usada para assinar um cheque. do contrário, espada neles.

cerâmica

meu cérebro quer dançar "Stoned", da Dido, que nem é tão dançante. mas meu corpo está stoned, então fica difícil. então meu cérebro dança.

*

eu não sei que diabos deu no Alckmin para aceitar apoio do Garotinho. juro. ele não iria apoiar o cachaça de todo jeito. essa foi de perder a fé na humanidade.

*

fui almoçar no Véia's com o Felipe hoje. incrivelmente, meu prato de comida, na balança, valeu R$ 8,50 - com mais o refrigerante dietético, dez reais em cima. e o restaurante não cobra dez por cento.

num restaurante a peso, quais são as chances de um número redondo desses sair naturalmente?

*

eu devia falar de coisas mais importante do que o peso do meu almoço, mas hoje eu aparentemente não tenho nada a dizer.

haute couture

P: Vai soltar a franga em Brasília?
R: Querido, não tenho mais franga há muito tempo, agora tenho mesmo é uma galinha velha empoleirada.

(...)

P: Já votou em Lula?
R: Eu? Nunca, jamais, tenho horror. Pobreza não é uma vergonha, pobreza de espírito é um crime.

(...)

P: Se encontrar com Marta Suplicy em Brasília, como vai reagir?
R: Ela estaria em Brasília fazendo o quê? Passando roupa para fora?


a Carol me mandou uma entrevista muito boa do gênio (a sério) Clodovil Hernandez. Clô para os amigos, vil para os inimigos e dô para todo mundo, como um amigo meu o definia. esses três momentos destacados são, no mínimo, fantásticos. mal posso esperar para ver as brigas dele com o Jair Bolsonaro, meu outro herói legislativo, no ano que vem.

terça-feira, outubro 03, 2006

Lorosa'e

estava na faculdade quando acabou a ocupação indonésia no Timor-Leste. com a proclamação da independência do país e a infra-estrutura local toda sucateada, eu senti muita vontade de ir pra lá ajudar na reconstrução. não fui mais atrás disso porque não sabia em que poderia ser útil - até hoje, por exemplo, não sei o que poderia fazer por lá.

lembrei do país ao ver que o Público, jornal português, mantém um blógue de correspondentes no país. não me animei a ler porque a fonte é muito pequena e as entradas são todas num parágrafo só - é a senha para se cansar só de bater os olhos.

do que li, ainda parece ser uma terra cheia de problemas e que, por mais que existam protestos contra o governo (que depuseram o primeiro-ministro Alkotiri faz uns dois meses), o Timor-Leste, que tem hífen em alguns lugares e não o tem noutros, continua a me atrair. porque é encantador saber que tem gente, do outro lado do planeta, que fala português - ainda que o tétum, dialeto local, seja a língua predominante e que apenas um quarto dos timorenses domine a minha língua.

talvez eu pudesse ensinar português a eles, não sei. a população timorense ainda não foi mensurada, as estatísticas dizem qualquer coisa entre 800 mil e 1,1 milhão de pessoas. empreiteiras já edificam grandes construções por lá, inclusive várias brasileiras. quem sabe o Timor tenha bons negócios para mim. quem sabe ir pra lá não fosse uma bela duma simbiose, e eu pudesse fazer alguma coisa de útil pelo país ao mesmo tempo em que ele me enriquece, sem que um se beneficie mais que o outro.

bom, eu só tenho vinte e quatro anos, ainda terei tempo de conferir tudo isso in loco. nem que seja para tirar umas férias por lá daqui a algumas décadas...

*

em tempo: nem sempre a destruição é algo ruim - é preciso destruir para reconstruir.

miau

minha irmã disse que a Anita tá cinza. desde quando um gato pode mudar de cor?

o vício

buh, deu vontade de tomar dry martini no Churchill. alguma moça se habilita?

dei dettagli

tive uma vontade incomum agora há pouco: prestar vestibular pra cinema na UnB. não, nem tanto. só de fazer uns filmezinhos bestas, só para aproveitar alguns roteiros. dois deles o Craudio já publicou no blógue dele: o longa-metragem sobre o conflito Brasil / EUA por causa de uma multa de trânsito e o longa sobre os maconheiros da UnB (pleonasmo?) que se filiam ao PSOL e decidem armar-se e dar um golpe de Estado no país.

outras idéias que já tive:

- um clipe em desenho animado para "Astrogirl", do Suede: nele, o Brett Anderson seria abduzido por um disco voador, depois de receber um dardo tranqüilizante do Alex Lee e, no espaço, seria estudado pelos cientistas Mat Osman e Simon Gilbert, que lhe instalariam uma sonda para moldar, à altura dele, uma astrogirl - onde o operador das máquinas seria o Richard Oakes.

- um clipe para "Venus", do Air, ambientado num congestionamento em Paris, às sete da noite. um casal de uns vinte anos cada - ele num Fiat 500, ela numa BMW série 5 - cujas faixas de trânsito vão andando ao mesmo tempo e eles vão se encarando, sem dizer nada. destaque para o desespero dela quando a faixa dele começa a andar mais rápido e ela fica com medo de perdê-lo; mais tarde, ele vê que ela vai virar à direita num lugar onde ele teria de ir reto, mas dá seta e vira atrás e dá sinal pra que ela pare, em frente a um bistrô. os dois saem do carro, começam a conversar... e o vídeo acaba.

- um outro para "A lady of a certain age", do Divine Comedy, estrelado pela Lauren Bacall - que não é inglesa mas seria a protagonista perfeita para aquilo. claro que precisaríamos de um Noël Coward impersonator e de externas em Cap Ferrat e na Côte d'Azur, além de figurinos Givenchy, um Alfa Romeo Giulietta Spider, uns cigarros Yves Saint-Laurent e dúzias de dry martinis.

- a primeira temporada da sitcom do Rollo, com ele, Camila, Buff e as neuroses da 212 norte;

mas ahn, eu não conheço nada de cinema, preciso correr atrás.

naaaaaada?

uma das línguas mais legais que descobri ultimamente é o occitano. ele é falado por um sexto da população da Occitânia, no sudoeste da França. assemelha-se ao catalão, mas tem uma estrutura bem menos pedante, além de guardar um parentesco com dialetos do Vale d'Aosta, no norte da Itália. não é difícil para quem compreende o português do Brasil (tente ler isso e comprove).

mas o idioma que eu mais gostei é um artificial: o interlíngua. é um idioma criado em 1951 e que agrega os protótipos das palavras - o radical latino ou germânico que a originou, levemente declinado. a Lucia deve conhecer o interlíngua, depois vou trocar idéinha com ela a respeito. é uma outra língua perfeitamente compreensível, e que poderia servir como introdução às línguas ocidentais aos nativos da África e da Ásia, como a página aí sugere.

são duas boas alternativas, ao lado do grego e do sueco, para me servirem de quinta língua, depois que eu terminar de estudar o italiano como devo e que começar meus estudos de francês. espanhol? pra quê?

tente isso

cansou de me ouvir falando aqui do disco da Charlotte Gainsbourg, baixou o referido e gostou?

ótimo. aproveita e baixa "L'étreinte", de um tal Miossec. o cruzamento improvável do Elvis Costello com o Divine Comedy... em francês.

República

lembram que ontem eu escrevi que esperava correr dois quilômetros a partir da semana que vem?

pois é, preciso de uma nova meta. hoje já corri três quilômetros e meio. esse número não será mantido, devo correr entre dois e três por dia. até agüento correr uns quatro, mas não é o caso de forçar tanto - ao menos não agora. assim sendo, preciso pensar em algo pra me melhorar e que possa ser feito semana que vem... ô dilema...

comunicado irrelevante

a partir de quinta-feira, 5 de oitubro, este blógue não aceitará comentários em suas novas entradas. nas velhas, que não podem ter os comentários suprimidos, quem fizer comentário deverá fazê-lo sabendo que eles sequer serão lidos / moderados.

o motivo disso é que, a meu ver, o sistema de comentários aqui não deu certo. simplesmente isso: não deu certo. e eu é que não vou insistir no erro.

segunda-feira, outubro 02, 2006

up

hoje é dia de ser cara-de-pau.

boa noite

o McChicken não é exatamente o sanduíche mais saboroso do mundo; não o é nem mesmo na gama do McDonald's. a única pessoa que uma vez me deu um argumento válido para comê-lo foi o Ricardo: "vem com um nuggetão dentro".

mas almoçar isso não foi de todo ruim.

*

já mencionei a minha cara de satisfação quando me vejo mais magro no espelho?

pranzo

o almoço de hoje, para comemorar o segundo turno e o desempenho na corrida, é no McDonald's. a dieta não será prejudicada: um McChicken (número três), mais uma McSaladShaker com molho vinagrete no lugar das fritas, mais meio litro de chá gelado, somam apenas 465 calorias, de acordo com as informações deles.

um bom índice para um almoço, não?

radar

aí, Fabiano: a Poliana Abritta estava no lançamento do livro, semana passada. quem a viu foi o JP - felizmente, eu não a vi, o que fatalmente me levaria a babar nela. mas ela é, ao que saquei, bem casada com um playboy local, tem umas lojas de bolsas em uns shopping centres daqui e é chegada num tchose. a fonte é mais ou menos confiável.

e ela não saiu da Globo não, continua lá. talvez esteja em férias...