terça-feira, outubro 03, 2006

Lorosa'e

estava na faculdade quando acabou a ocupação indonésia no Timor-Leste. com a proclamação da independência do país e a infra-estrutura local toda sucateada, eu senti muita vontade de ir pra lá ajudar na reconstrução. não fui mais atrás disso porque não sabia em que poderia ser útil - até hoje, por exemplo, não sei o que poderia fazer por lá.

lembrei do país ao ver que o Público, jornal português, mantém um blógue de correspondentes no país. não me animei a ler porque a fonte é muito pequena e as entradas são todas num parágrafo só - é a senha para se cansar só de bater os olhos.

do que li, ainda parece ser uma terra cheia de problemas e que, por mais que existam protestos contra o governo (que depuseram o primeiro-ministro Alkotiri faz uns dois meses), o Timor-Leste, que tem hífen em alguns lugares e não o tem noutros, continua a me atrair. porque é encantador saber que tem gente, do outro lado do planeta, que fala português - ainda que o tétum, dialeto local, seja a língua predominante e que apenas um quarto dos timorenses domine a minha língua.

talvez eu pudesse ensinar português a eles, não sei. a população timorense ainda não foi mensurada, as estatísticas dizem qualquer coisa entre 800 mil e 1,1 milhão de pessoas. empreiteiras já edificam grandes construções por lá, inclusive várias brasileiras. quem sabe o Timor tenha bons negócios para mim. quem sabe ir pra lá não fosse uma bela duma simbiose, e eu pudesse fazer alguma coisa de útil pelo país ao mesmo tempo em que ele me enriquece, sem que um se beneficie mais que o outro.

bom, eu só tenho vinte e quatro anos, ainda terei tempo de conferir tudo isso in loco. nem que seja para tirar umas férias por lá daqui a algumas décadas...

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em tempo: nem sempre a destruição é algo ruim - é preciso destruir para reconstruir.