quinta-feira, novembro 30, 2006

hoje

hoje é feriado aqui em Brasília, um tal de "dia do evangélico". uma péssima idéia do governo atual, porque se fôssemos coerentes haveria o dia do budista, o do macumbeiro, o do rock industrial orgânico e o de cada religião organizada que tenha um devoto aqui no Distrito Federal. mas na verdade é o tipo da medida feita para agradar funcionário público, que já aproveita e emenda tudo e só volta na segunda, no caso do feriado desse ano.

se for pra que seja feriado hoje, prefiro que seja por outro motivo: foi no dia 30 de novembro de 1907 - noventa e nove anos atrás, portanto - que o patriarca da família da minha mãe, o Palandi que veio da Itália, contraiu núpcias com minha bisavó, a carioca da família. uma pena que, de lá para cá, esse casal ítalo-leblonense só tenha gerado um monte de paulistas. mas eu saí do estado justamente para corrigir isso.

bombando

puxa vida, essa correção da tabela do imposto de renda em 3% fará com que meu salário aumente em... estupendos cinco reais.

isso merece uma festa, mas o budget da celebração não pode superar esse valor. acho que só dá pra comemorar no Nonato, né? mesmo assim, se a gente comer pouco...

Astana

o Ricardo Henrique agora vem com o papo de a Asa Sul morreu. ainda não perguntei-lhe o motivo disso. e nem vou perguntar, pois já vai tarde.

setenta

e lá fomos nós para uma balada (???) em Taguatinga (!!!). é, também não sei como topei, mas ontem estava com vontade de encarar qualquer coisa no estilo.

*

ou qualquer falta de estilo também: em duas horas, o grupo de forró e sertanejo que tocava ao vivo deu lugar ao funk carioca e ao "trance muito irado".

*

havia algumas semi-gatas por lá. mas fui advertido para ser cuidadoso no trato com elas, já que seus cafetões namorados estavam na área. foi a senha pra não mexer com mulher, como sempre.

*

o Victor é sem-noção? demais. mas o Gustavo ontem se superou. cercava as moças, chamava pra dançar, pra festinhas na casa dele, coisas assim. não rendeu muito dessa vez e ele saiu na zorra, mas bem, o quê esperar de Southguatinga?

*

minha garganta, péssima, deu trabalho a noite toda, assim como a velha inflamação do nervo ciático. sim, eu sou um velho na balada, e completamente estragado.

quarta-feira, novembro 29, 2006

gospel

e só hoje, lendo uma entrevista do J. R. Duran, é que me dei conta de que fotografia significa "escrever com a luz".

musa

eu nunca assisti a um capítulo de novela sequer por causa de alguma menina bonita. eu também não assisto o "Oi mundo afora", nem sabendo que é a Mel Lisboa que apresenta.

mas meu deus, eu tenho visto o Disk MTV todo dia por causa da Luísa. ô menina linda: por ela eu agüento até clipe da Pitty. no dia em que aquelas chatinhas voltarem a apresentar o programa eu fico no Multishow pra sempre.

p.s.: segundo meu patrão, ela ao vivo é "bem boa". yummmmm...

terça-feira, novembro 28, 2006

razão

nove coisas que vão bombar na minha vida em 2007:

- apartamento duplex
- champanhe
- coordenação integrada
- iluminação
- MacBook (e isso já estava resolvido muito antes daquela miserável do 02 Neurônio dizer que é tendência)
- musculação com suplementos alimentares
- pós-graduação
- small talk (profissionalmente)
- vocal feminino em músicas esquisitinhas

decolagem

e quando vi aquela menina na fila do check-in, ontem à tarde, concluí de imediato que ela poderia me levar para onde quisesse.

mas provavelmente o vôo já estava todo ocupado.

chuva

não vi o final de "American psycho", o filme, e não li o livro. ou seja, não sei o que aconteceu ao Patrick Bateman e não gostaria que me contassem. provavelmente deve ter sido morto ou condenado à morte. no meu dia de Patrick Bateman, não matei ninguém e não fui morto até agora, faltando pouco mais de duas horas para que amanhã comece. mas fui pego pela chuva enquanto caminhava no meu bairro e voltei pra casa correndo em meio à torrente, sozinho, à la Hemingway.

considerei isso como um fim. exagerando um tanto no drama, o meu final é bem menos sangrento, mas igualmente trágico.

esperas

ela era uma garota de classe média
ela estava acima de sua cabeça
ela achou que pudesse
permanecer em pé à beira do abismo

ele tinha um sorriso à prova de balas
ele tinha dinheiro para queimar
ela achou que tinha a lua
em seu bolso

mas agora ela morreu
ela está tão morta
morta e adorável para sempre, agora

disseram para que eu sempre me
lembrasse disso...
não deixe uma idiota te beijar
nunca se case por amor

ele era difícil de se impressionar
ele sabia os segredos de todos
ele a colocou em seus braços
como se fosse joalheria

ele nunca cedeu mas conseguiu
ele a mantinha sob suas rédeas
ele não é o tipo de gente
com que você contaria

mas agora ela morreu
ela está tão morta
morta e adorável para sempre, agora

chegue mais perto, olhe com atenção
você caiu rápido
como um avião no mar
em meio a uma tempestade

ela inventou alguém para ser
ela inventou um lugar de onde viera
isso não é um problema
em lugar algum do mundo

tudo aquilo plantado lá atrás
será sempre germinado
logo todos que você conheceu
terão ido embora

mas agora ela morreu
ela está tão morta
morta e adorável para sempre, agora

disseram para que eu sempre me
lembrasse disso...
não deixe uma idiota te beijar
nunca se case por amor

tudo tem seu preço
o que é mais romântico
do que morrer ao luar?

agora todos olham para o mar
o que se perdeu não pode estar partido
ela tinha raízes tão doces
mas elas eram tão rasas

mas agora ela morreu
ela está tão morta
morta e adorável para sempre, agora


essa é a letra de "Dead and lovely", uma balada do Tom Waits gravada dois anos atrás e que só agora eu dei a devida atenção. a forma como a voz cavernosa dele vai contando a história, como se estivesse num bar mal iluminado na beira de alguma estrada no interior do Tennessee, é fantástica.

e é claro que não, ela não precisa estar fisicamente morta para estar morta. aliás, é o que menos acontece.

loucura

estou vivendo meu dia de Patrick Bateman. ou seja, melhor eu ficar de boa, senão vai dar m**** de novo.

fim

toda vez que eu entro num fórum e, especialmente, na Justiça Federal de Brasília ou no Tribunal Regional Federal, é como se tivesse morrido um pedaço de mim.

dos grandes.

eu odeio fórums, odeio trâmites burocráticos, odeio entrar em agências da Caixa, recolher DARFs e outras coisas. odeio qualquer coisa que não possa ser paga por cartão, tirando a Pizzaria Dom Bosco.

é constrangedor ver a choldra advocatícia tão mal-vestida, dando carteirada por aí com seu plastiquinho da Ordem. é ridículo ver que existe uma associação de advogados que atuam em tribunais superiores, bem como é ridículo ver que existe um sindicato da categoria.

a cada vez que pego um processo, é como se estivesse desperdiçando minha vida. a parte legal do direito é a negociação: a partir do momento em que aquilo é codificado, vira uma merda. sim, eu não gosto de palavrões, mas direito codificado é uma merda e é por isso que eu gosto tanto da Common Law anglo-saxã. o tal do direito codificado emburrece, distorce, destrói.

bem como toda aquela papelada. e como todo o ordenamento jurídico brasileiro.

tranca

às vezes seria bom se eu pudesse botar uma senha aqui e só distribui-la a quem quisesse. pena que não dê.

amor(as)

na vida real não existem mulheres como a Claire, personagem da Kirsten Dunst no "Elizabethtown".

e isso, eu descobri hoje, é a coisa mais triste do mundo. ganha até da morte.

segunda-feira, novembro 27, 2006

vitrola

disco do dia: "Cinema", do Rodrigo Leão. ele foi um dos fundadores do Madredeus mas saiu da banda quando ela despontou para o estrelato, ficando com a carreira solo. esse "Cinema" é o primeiro long play, de 2004, e tem participações da Rosa Passos e da Beth Gibbons. é, ela mesma, a Beth Gibbons.

parte das canções do disco são apenas instrumentais. legal que o disco me evoca lembranças de Portugal inteiro: o clima de "Deep blue" me lembra Fernando Pessoa e os cafés lisboetas da década de 1930; as instrumentais com guitarra portuguesa me lembram Portugal insular, aquelas paragens da Madeira que aparecem no "Atlântico", da RTPi; "Uma história simples" podia bem ser a trilha da minha chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e por aí vai.

ah, se no Brasil fizessem umas coisas assim...

846

a vontade de não escrever é grande, mas o impulso natural é bem outro.

*

ano passado eu peguei uma camiseta na Zara apenas pelo que estava escrito nela: "Regallo dell'amico riservato" ("presente de amigo secreto" em italiano). óbvio que eu não iria dar de presente pra ninguém e que não era uma mensagem cifrada - apenas gostei de achar uma estampa em italiano e sem palavrões ou coisas às quais me oponha. e a camiseta ficou um tanto justa, embora não a ponto de inviabilizar seu uso.

uns meses depois eu fui adicionando umas libras ao meu peso e ela ficou ridícula em mim, assim como aquela camisa social rosa que peguei lá também. fiquei um bom tempo sem vesti-las por causa disso, até que ontem vesti a camiseta e, surpresa, ela está um pouco folgada - e não foi por acostumar-se com a minha pança. coloquei-a e me vi no espelho: magro, afinal.

claro que ainda há um looooongo caminho a se percorrer, mas foi estranho me ver magro depois de quinze anos, haha. ou dois, depende do ponto de vista.

*

o tema do Manhattan Connection de ontem foi "pessimismo". um mês depois de o Brasil ter feito esta cagada decisão política, o panorama no assunto não é muito animador. mas a política teve pouco espaço na discussão otimismo / pessimismo que pautou o programa, e eu gostei de um negócio que o Diogo Mainardi levantou: a questão das expectativas.

é óbvio que 2006 tem sido o melhor ano da minha vida, mas não era tão óbvio que um ano tão bom assim fosse uma ratoeira armada para me pegar em 2007: acordei ontem para a verdade acaciana de que preciso zerar minhas expectativas pro ano. não só por algumas dificuldades que imagino que vão aparecer como porque um ano tão bom quanto o atual só faz crescer a pressão por um subseqüente tão bom ou ainda melhor.

felizmente eu trouxe o Tao Te King surrupiado do meu tio aqui para Brasília, e já vou tomar as medidas necessárias para me esvaziar das high hopes e viver um pouco melhor.

*

começou a temporada aeroportuária, e ontem descobri que os pontos meu cartão de crédito pode me dar muito mais do que um desconto de 50 reais numa máquina de panificação: com a conversão de seis mil deles para o frequent flyer da TAM e mais uns vôos que tinha feito, cheguei aos dez mil pontos ao comprar minha passagem para Deprelândia. ou seja, um trecho nacional a ser resgatado. como devo voltar de lá com os Chad, vou deixar a passagem à disposição. nunca se sabe quando é preciso voar daqui para Noronha, não é verdade?

*

o silêncio pode, sim, incomodar. e chegar a te dar vontade de estar num concerto de hardcore, só para que algo seja dito, escrito, lido. na real, não precisa nem ser o silêncio sonoro.

domingo, novembro 26, 2006

miríade

hoje o dia promete: não há nada pra fazer. minto: tenho umas deliberações e umas entregas a serem feitas.

*

provavelmente esse blógue será censurado durante a semana. não alimentem grandes esperanças e nem esperem grandes textos, se é que alguém aí um dia fez isso. vai rolar um contingenciamento forte.

*

estou ficando louco. ouvi meu celular tocando em duas ocasiões que ele não tocou. que medo...

quartzo

da coluna "Gente Boa", no Globo de hoje:

Gente Boa: O que o senhor acha do amor nas letras do funk?
Cauby Peixoto: Fancho?
Gente Boa: Funk.
Cauby Peixoto: Nunca ouvi.

vermelhidão

tenho muita coisa para escrever aqui, mas não posso, por ter que fazer outras coisas com essas coisas.

SMS

SMS é a sigla de "short message service", um serviço para você resumir sua vida em 151 caracteres e enviá-la de um celular a outro. de vez em quando não cabe tudo nesse espaço (que pode ser de até 160 caracteres às vezes). de vez em quando eu mando alguns para meus amigos, tipo hoje.

ainda estava no décimo sexto andar do Grand Bittar e mandei um SMS triplo. e é isso.

sábado, novembro 25, 2006

porco-espinho

oi, tudo bem? estou no último andar do Grand Bittar, um dos hotéis mais maneiros de Brasília, desfrutando da companhia de uma galera em um truco com vista para a Esplanada e para o lago Paranoá. Brasília é uma cidade linda, estou apaixonado por esse lugar. o plano original é ficar aqui jogando até duas da manhã, parar para ver Brasil no voleibol e... sei lá o que mais. enquanto isso, tome blefe e refrigerante dietético. cheers!

*

atualizações aqui? ah, passem amanhã...

*

almoço em família hoje em Assombradinho: os amigos são a nova família. cedo ou tarde isso rola, especialmente com quem vai morar sozinho. na real, tenho duas famílias diferentes, e amo as duas. com opcões da dieta de South Beach no menu, joselitei de tanto comer e estou estufado até agora. que beleza...

*

hoje nosso querido Victor L. Bicudo está colhendo a vigésima terceira couve na horta da vidahmmmmmmmmmm. levantem suas taças mais uma vez e brindem ao garoto, meus caros: ele merecehmmmmmmmm.

croissant

eu não bebi um gole de álcool ontem. aliás, eu não bebo um gole de álcool faz vários ontens. mesmo assim, a sensação é de ressaca moral - mesmo sem ter feito nenhuma besteira notória, por exemplo. será que tem cura?

sexta-feira, novembro 24, 2006

treis devaneio

quando a única publicação brasileira a falar alguma coisa do melhor disco do ano (o da Charlotte Gainsbourg, entenda-se) é a "Vogue", é sinal de que você não precisa de nenhuma outra revista. isto é, fora a "piauí".

dois devaneio

enquanto isso, não muito longe dali, outras coisas parecem ganhar forma.

um devaneio

eu até que gosto de coisas que começam de um jeito e, no final, terminam de outro. desde que eu mantenha a rédea das coisas durante e depois da mutação, claro.

quinta-feira, novembro 23, 2006

refrescância

chega de guitarras. certo mesmo, como sempre, está o doutor Marcos Porto: o negócio é ouvir um Buena Vista Social Club e tomar porres de mojitos, enquanto se espera o fim da ditadura cubana - e os milhões de dólares a se ganhar no país.

fala sério...

uma citação linda:

"O perfume é o invólucro invisível,
Que encerra as formas da mulher bonita."


isso é do Castro Alves e eu descobri pelo Migalhas de hoje, uma boa dica da Gabi.

oito da manhã, deitado na cama, olhando pra cima, uma pergunta a se fazer

será que foi precipitação da minha parte?

(para quem souber do que estou falando: mandem-me respostas)

disco 2006

esse "Different class" é gostoso do começo ao fim, hein? tô aqui ouvindo ele, feliz da vida por saber quem é o Jarvis Cocker.

não, não me sinto superior por isso não. só feliz mesmo :)

na nóia, eu?

bom, então eu fiquei dez dias como um prostituto da alimentação, traindo meu regime sem culpa, pra passar o aniversário enchendo a cara de apfelstrudel. tá, tá. aproveitei que o Juliano Anaconda, cunhado do Lelo que come tudo, em quantidades cavalares, e não engorda nem cem gramas, foi embora, e recomecei ontem a dieta.

uma hora de ergométrica pela manhã, almoço no STJ segurando a boca: atualmente estou numa espécie de "fase 1,5" da dieta de South Beach, comendo pequenas quantidades de arroz e pão integrais quando preciso, e sessenta gramas de chocolate por semana - e só. nada de batatas, milho, arroz branco, pão de farinha branca, açúcares em geral. só posso joselitar de proteínas, como sempre.

pouco depois do almoço passei nos Correios para deixar um envelope, e logo ao lado havia uma farmácia com balança. como quem não quer nada, subi nela e o resultado foi assustador: 82,2 quilos. tudo bem, eu tinha carteira, telemóvel, chaves e moedas no bolso; minhas vestes eram assaz pesadas... mas aquilo ali era um flagrante absurdo. imbuído do puro ódio, voltei pra casa e fiz mais uma hora de ergométrica, além de dar a volta no Sudoeste econômico à pé, o que leva mais uma meia hora.

parei numa farmácia logo depois de completar a volta e vi bem mais razoáveis 79,8 quilogramas. melhor assim: nunca confie numa balança petista.

leitura complementar

essa piauí número dois tá boa demais, hein? bem melhor que a primeira, que já era ótima...

quarta-feira, novembro 22, 2006

abstração de verão



uma passagem só de ida para as Seychelles, por favor.

congotronics

"- você sumiu."
"- eu é que digo isso de você."
"- nunca mais apareceu..."
"- ahn, sei lá."
"- nem mandou email no meu aniversário... esqueceu, foi?"
"- não."
"- tava sem tempo, então. tudo uma correria só..."
"- não, nem tava."
"- então o que houve?"
"- lembrei de te escrever. mas achei que não devia."
"- por quê?"
"- pra quê te escrever?"

ser sincero às vezes pode ser letal.

vai já passar

guarda alguns sonhos, meu bem
dos que não caem no chão
dos que não partem nas horas de solidão

guarda a criança, meu bem
nas linhas claras da mão
onde vozes cantem, espantem a escuridão

e enquanto é cedo, brincam os dias
pouco importa fora das fantasias
quando algum medo, estrela vazia
deixar sem segredos toda a poesia

não te aflijas que tudo vai, vai já passar,
vai já passar meu bem...
tudo vai, vai já passar,
vai já passar, eu sei

guarda-te bem meu bem
que o bem é pouco e já lá vem
o quem é quem, o tem não tem,
o mundo inteiro e o ninguém

não te aflijas que tudo vai, vai já passar,
vai já passar meu bem...
tudo vai, vai já passar,
vai já passar eu sei
vai, vai já passar meu bem...
vai, vai já passar meu bem...


("Vai já passar", Quinteto Tati, 2004)

pi

rubão diz:
então talvez você só não saiba
eple diz:
não exatamente
eple diz:
talvez as coisas só não existam

tchau

esse ano eu ouvi bastante gente se queixando de que é difícil deixar outras pessoas para trás. e ouvia isso de certas maneiras em que, na minha vida, era fácil demais pra mim: basta dizer "tchau". falta vontade aos outros? acho que não. provavelmente sobra disposição em mim pra esse tipo de coisa...

utilidade II

liguei no 0800 da Coca-Cola e - surpresa! - eles lançaram o Schweppes Citrus Light no Brasil, em outubro passado. ele está inicialmente disponível em quatro regiões: São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas e... Brasília. mas ainda não achei por aqui, que pena. assim que achar, levo vinte de uma vez...

aproveitei e pedi o relançamento do Schweppes Maçã e para que fosse produzido no país o Schweppes Ginger Ale, disponível ali em Buenos Aires. afinal de contas, tubaína is so passé...

roquenrrol

saiu, na atual edição da "Exame", uma matéria sobre os advogados e banqueiros de investimento por trás dos grandes negócios de fusão, incorporação e aquisição fechados no país - meu emprego dos sonhos, e que eu ainda boto fé de estar lá. leiam aqui (a senha das bancas é ZAGREB).

yummm

talvez alguém tenha percebido que no "Bom dia Brasil" de hoje, um executivo italiano (não sei se da Fiat ou da Magnetti Marelli) apareceu dirigindo um Lancia Ypsilon equipado com câmbio manual automatizado DFN e falando das vantagens do sistema, que será oferecido em carros compactos brasileiros em até dois anos.

pena que o carro em que ele estava instalado, esse Lancia, nunca será vendido no Brasil - essa unidade foi trazida apenas para testar a transmissão por aqui. eu abriria mão de um carro grande pra ter um desses, fácil fácil. e, claro, equipado com o câmbio DFN, cuja sigla quer dizer "double function" nos carros da Fiat mas, nos da Lancia, significa "dolce far niente" - pior é que é verdade...

terça-feira, novembro 21, 2006

controlando o riso

aí o carioca chamou o protetor de cárter do carro dele de "peito de aço". dei um nó na minha boca pra não rir naquele momento, depois passou.

onde você estava em 2003?

juventude

li numa das últimas edições que Brasília é uma das cidades menos seguras para jovens de até 24 anos.

como eu fiz 25 uns dias atrás, só estou esperando meus caros Ivens, Guedes, Craudio e Vini completarem essa idade pra dizer "quero mais é que se f**** os jovens".

utilidade

uma versão light da Schweppes Citrus / Green cairia tão bem, não?

atualização: descobri que na Argentina tem. tô ligando no 0800 da Coca-Cola e pedindo para fabricarem aqui.

include me out

um futuro colega de trabalho me manda uma planilha com os valores atualizados de nossos rendimentos na Telerj, uma vez lá dentro. ele recebeu de alguém que já está no serviço, então a fonte é confiável.

porém, como dizia a Vera Verão, "EEEEEEEEEEEEEPAAAAAAAAAAAAA": na planilha já vem, em uma certa linha, um desconto para o sindicato local - não a "contribuição" compulsória que somos obrigados a pagar, mas um dinheiro aí pra um sindicato que o Marcelo já me alertou noventa e oito vezes para que ficasse longe.

que gentinha ardilosa, não? já querem incluir agora para que a gente passe o olho e se acostume. aqui não, escória: fui até o campo em questão e, com meus conhecimentos do Microsoft Excel, ZEREI o valor que vou dar a essa ralé. com isso, meu ordenado subiu fabulosos vinte reais mensais - duzentos e quarenta no ano, mil e duzentos em meia década.

Vincent Gallo costuma dizer que a maconha e o socialismo foram os dois grandes males do século XX. eu concordo com veemência - afinal de contas, foi das duas, sem dúvida, que surgiu esse grande mal que são os sindicatos. Reagan neles!

quem precisa dormir?

(respondendo à pergunta: eu preciso)

três da manhã, nenhuma nuvem no céu. faz tanto calor que rolo na cama em busca de um sonho, um traço a mais de cansaço que me permita apagar, uma qualquer coisa para abstrair do mundo e cair no sono: nada. e será assim pelos próximos meses, pelo visto.

até que não me importo tanto. menos pelo fato em si e mais porque não tenho do que reclamar da minha vida. não preciso de nuvens, não preciso ser feliz de olhos apagados e na horizontal, não preciso de muitas coisas e posso me dar ao luxo de fazer downsizing na minha vida. sabe quando não se sente necessidade de complicar tanto? é tipo isso.

*

ouço nos fones o "Melody A.M.", do Röyksopp, um dos meus discos preferidos. deve ter sido gerado num clima subpolar, e não é suficiente para que minha temperatura baixe a vinte graus negativos. sem problemas: é uma excelente trilha para os momentos em que o cérebro é uma televisão fora do ar, como agora, onde escrevo de fluxo - se eu parar para retificar alguma coisa, adeus.

*

incrível como uma foto pode animar alguém, às vezes. incrível o quanto de tempo podemos perder ao olhá-la. em alguns casos, não é incrível, mas previsível.

lembrança de Aparecida

estive no Blogger e lembrei-me de você

segunda-feira, novembro 20, 2006

sobremesa

esse McFlurry com sabor a amoras é delicioso, hein? num mundo ideal, seria incorporado em definitivo ao cardápio do McDonald's brasileiro...

domingo, novembro 19, 2006

meteorologia

acompanhados dos hotéis, aí vão cinco lugares para ir agora. tipo agora mesmo, saindo em cinco minutos:

1. Portofino, obrigatoriamente ficando no Splendido;
2. Nova Iorque, para tirar a limpo o Waldorf Astoria e dar uma banana para a) aqueles que acham que o hotel está decadente; e b) os terroristas invejosos, que acham que não é a cidade mais fera do mundo.
3. Rio de Janeiro, pra ficar no Hotel Fasano (deixemos o Copa para o inverno);
4. Buenos Aires, hospedando-me no Sofitel local;
5. Madeira, obviamente pra ficar na Estalagem Ponta do Sol, meu hotel preferido de todos os tempos.

gafieira bad vibe

seu sonho de criança era ter um Santana 1985, daqueles primeiros que saíram? seus problemas acabaram: a Volkswagen, dentre uma série de coisas esquisitíssimas, ainda produz esse modelo na China - e com o nome de Santana mesmo. agora, se você prefere o Santana "atual", esse que saiu de linha em 2006... também tem! é o Santana 3000, cujo nome provavelmente indica que ele vai ficar em linha por mais 994 anos.

esse fenômeno só é comparável com o que a Volkswagen chinesa faz com a versão sedã do Golf, que é comercializada em três (!!!) gerações diferentes: uma delas, com o nome de Jetta, é a segunda versão do modelo, que saiu de linha em 1992. outra, batizada de Bora, é o mesmo Bora que temos no Brasil - a quarta geração - e que saiu de linha no primeiro mundo ano passado (mas segue sendo trazido para cá). e tem ainda a quinta e mais recente geração do carro, que lá recebe o nome de Sagitar (e por aqui é Jetta mesmo).

ainda é pouco sedã? bom, por lá ainda fazem o Polo Sedan, o atual Passat alemão... e o Passat de geração anterior. oito três-volumes, no total. um absurdo. ou, pra dizer melhor, um lixo.

ânfora

e lá estava eu, sentado como nos velhos tempos, no velho chão da velha sala, com o velho refrigerante em lata que bebo desde aquela época.

a novidade, meu amor, era você.

rivotril / dilaudid

acho que já disse isso também, mas não custa repetir: a versão do Postal Service para "Against all odds", do Phil Collins, é coisa de psicopata. de gente que toma remédio tarja preta 2º dan, para dizer o mínimo. os dois momentos mais graves, por assim dizer, são a parte sussurrada do começo e o "but to wait for you is all I can do" que divide a música exatamente ao meio.

nessa última, a psicopatia é reforçada pelo fato de que, em certos casos, os psicopatas esperam pelos momentos certos para fazer alguma coisa errada. meu deus, que medo...

deus odeia covardes II

já disse uma vez, neste blógue, que sou ateu mas acredito na frase "deus odeia covardes". tanto acredito que fui lá agora e fiz o que era minha obrigação fazer.

walken

deu tudo certo na prova da Telerj, fui muito bem. talvez não entre na primeira leva de convocados (que é apenas dez dias antes da segunda), mas não tem problema: já estou lá dentro.

e é bom que se diga desde já algo que todos os leitores já sabem - que a Telerj não é o limite. isso é só o começo. dito isso, uma constatação importante: ainda não comi nada hoje e só tomei água e chá dietético. onde vou almoçar?

*

saí do local da prova com um sorriso ininterrupto no rosto. volto a ser um homem livre, capaz de acordar às seis da manhã pra correr no parque, a controlar a dieta. mais do que isso, agora tenho três anos de estabilidade no emprego (só não tenho mais se não quiser), tá um dia lindo lá fora e eu vou atrás de outras coisas que quero, a partir de hoje mesmo.

*

it's juuuuust a little cruuuuush, not like I faint eeeeeevery time we tooooouch...

é, voltou de novo. adoro ouvir essa música quando estou alegre e o dia está ensolarado. daqui a pouco pego meu "Utopia parkway" e vou pra... Asa Sul, não pro Parkway.

sábado, novembro 18, 2006

em cima do sofá

Felipe diz:
caralho, uma imbecil acabou de me perguntar como deve ser o Natal em Israel...
eple diz:
aí você disse "tem ovo de chocolate e as crianças se vestem de vampiro e saem por aí malhando o judas"

paralisia cerebral, margens de ebitda insuficiente, relógios de 30 mil reais e você nos braços de outra pessoa

liguei pro meu tio essa semana, pra jogar conversa fora. ele tá eufórico com o mercado de ações: renda fixa já era. e olha que ele, até pouco tempo atrás, era o cara mais conservador do mundo quando o assunto eram as economias próprias dele.

hoje não. hoje ele lê balanços, puxa informações sobre fusões, aquisições, incorporações e outras movimentações societárias das empresas listadas em bolsa, essas coisas. e disse que ano que vem, quando eu conseguir reter uma grana do salário da Telerj, vai me ensinar umas coisas sobre investir nesse pedaço.

botei fé: para mim, que não herdei nada do meu avô materno e que não tive educação para seguir os negócios da família, é um belo jeito de, com sorte e informação, tornar-me sócio capitalista de alguma coisa. é meu atual objetivo de vida, especialmente por depender primordialmente de mim.

*

meu tio, acho que já disse aqui, é meu orientador profissional: sempre que tenho alguma dúvida sobre carreira, lá vou eu ligar pra ele. é bom que ele me tranqüiliza, e eu espero que ele não esteja exagerando quando acha que eu posso ir longe. tudo bem que isso depende de mim, não dele, mas é bom ouvir.

conversamos sobre macroeconomia, teorias de regulamentação, perspectivas de se ganhar alguma coisa comprando ações da Gol depois do vôo 1907, coisas assim. o mais importante, no entanto, foi ele pedindo para que eu não me afobe e para que esqueça essa história de "ter tanto dinheiro com tantos anos". para o meu tio, as oportunidades surgem só quando não se pensa desse jeito.

mas como eu, que morro de antevéspera, posso engolir isso? com paciência, com "Time has told me" no repeat. e com certas condutas que, embora não sejam do meu feitio, podem ser uma boa... vamos ver...

imersão

oi, tudo bem? só passei para dar uma breve atualização: já estudei onze das catorze matérias que caem na prova de amanhã. só faltam duas, uma eu vou chutar tudo. ou melhor, quase tudo: consegui reter algumas coisas da última aula.

vai dar tudo certo? vai. pelo menos quase tudo: preciso de 60% para ser efetivado na Telerj e, pelas minhas contas, se eu fizer 85% da prova, serei chamado para compor a primeira turma. das cento e dezesseis questões de um simuladinho que já resolvi, acertei cento e duas - o que perfaz um rendimento de 87,93% - ou seja, pode ser, pode não ser.

*

não lembro de cabeça de toda a série dos lantanídeos da tabela periódica, só até o gadolínio. pior de tudo, não lembro da dos actinídeos também.

meu deus, que vergonha.

hipismo

o dia todo estudando para a prova de amanhã, tentando saber de tecnicidades e detalhes jurídicos, gráficos econômicos e evoluções históricas.

sorte que é só uma vez.

useless generation

sinto vontade de parar de falar com algumas pessoas por aí. no íntimo, já me refiro a eles como "a escória". mas às vezes não é fácil deixar de falar com alguém.

atualização a meio de tarde: decidi tomar uma solução menos radical para lidar com essa gente. não cortei o papo oficialmente, mas na prática é como se fosse.

lantanídeo

dá pra falar do Leonard Cohen no Portal do Geólogo? claro que dá.

sexta-feira, novembro 17, 2006

o asilo

antes que ela me cobre da dívida, ela já estará paga. nesse final de semana pode sair o recibo. com o ICMS cobrado por dentro, é claro.

meu deus, eu não posso ser tão complicado assim. posso?

fosse o que não fosse...

"- ... e então atribuíram a frase a você."
"- mas eu nunca disse isso."
"- eu sei. mas não é o que entrou pra história."
"- como se muda a história?"
"- domine o mundo."
"- tá um pouco fora do alcance a curto prazo."
"- então aprenda a conviver com o que você não disse. depois que você morrer, é capaz que parem de te atribuir."

*

"- e aí, foi lá?"
"- não."
"- mas você não estava esperando isso faz tempo?"
"- tava, oras."
"- e agora?"
"- continuo esperando, só que já aconteceu."

161

mas eu ainda tenho alguns dias para me decidir melhor. e algumas questões de força maior a serem resolvidas até lá.

*

coloco um iceberg no fundo do copo e de repente o fundo vira a borda. derramo o refrigerante lentamente e vou acompanhando o líquido percorrer os meandros de espaço lá dentro. viver é tão legal.

*

I'm still living without me. valeu, Scissor Sisters: agora eu já posso filosofar enquanto danço.

*

(trecho censurado a posteriori pelo autor)

*

"porque bom mesmo é se sentir cobiçado". ainda estou com esse pedaço na cabeça, refletindo sobre a veracidade, sobre os efeitos, sobre o que fazer com os meus cabelos. e vendo até que ponto consigo agüentar sem dar um berro e sair correndo.

*

me chamaram para um samba computadorizado. não sabia o que era. quando cheguei lá, constatei que era um grupo de nerds bêbados dançando Radiohead. aí acordei, aliviado, e não tive maiores traumas.

da trabalheira que é

(esta entrada foi suprimida a posteriori pelo autor)

quinta-feira, novembro 16, 2006

sambódromo

como disseram o Bruno e o Otto, fazendo coro ao que disseram na matéria, isso aqui é pra chorar.

Chicago boy

dez minutos de silêncio pela morte do Milton Friedman, Chicago boy da turma original, prêmio Nobel, defensor do liberalismo econômico tão prezado por mim.

estilo de vida

todo ano tem uma época em que começo a passar mal com comida quente - ou muito quente. a julgar pelo calor que está fazendo hoje, 16 de novembro é o dia em que essa temporada começou - e deve ir até meados de fevereiro, excetuando-se pelos dias frios até lá.

nesse período, nada de feijão e empanados. como eu dificilmente como coisas com molhos pesados, nem preciso falar que estão banidas. e viva o almoço frio: saladas, prato verão do Habib's, sushi, sanduíches leves. olá verão, eu gosto de você.

taking classes

eu não agüento maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais

gente demais num lugar

victor diz:
eu achava que se sentir bem é comer um prato de mousse de chocolate... que nada, sentir bem é comer um blanquet sem gosto, chegar no aniversario, ser desejado pela gordinha da mesa, flertar com a ninfeta nota 6 com louvor, pegar a gata no cancun

quarta-feira, novembro 15, 2006

aeroporto 77

uma mudança no vôo, uma brecha no itinerário: será que agora o amor decola?

*

tentando oscilar o mínimo possível, subindo e descendo na média ponderada. decorando frases, medindo gestos, estudando apostilas e o comportamento humano.

mesmo assim o sangue ferve: é a parte italiana que se pronuncia. ainda bem, ou não agüentaria ver meus dias identificados com o paradigma da bundamolice. então estou lá, no meio do campo de batalha, pedras na mão. para cada uma que jogam na minha direção, devolvo três. para cada uma que me acertam, devolvo nove: todas certeiras. tem dias em que a pontaria está afiada, hoje é um deles.

"você está tenso". não, não estou. mas, como diz o Marcio, "adoro ter razão", adoro ganhar uma discussão. e assim me vejo fazendo alianças com quem, noutras circunstâncias, faria guerra. qual o verdadeiro interesse dele? faço uma idéia do que seja. mas procuro ignorar. falo algo inócuo, ele vem com belicismos: contesta minha inocuidade e contra-ataca. exponho minha posição e digo para acabarmos o assunto ali - é hora de nos unirmos contra o adversário comum, depois cada um que brigue por Roma.

Roma, aliás, é anagrama de amor. não poderia haver melhor motivo para uma briga, ainda que subsidiário e em clina de guerra fria.

*

procuro palavras em minha pasta. duzentos discos dentro dela e nenhum com alguma música com a qual me identifique no momento. às vezes é tão difícil sentir alguma coisa... mais ainda tentar estabelecer conexão com alguma imagem exteriorizada dela que não a velha tevê fora do ar. e assim deixo um disco qualquer enquanto lembro da última batalha e planejo a próxima.

*

sanduíche de atum do Subway: altamente recomendado. com pimenta calabresa, queijo prato e alface, nada além.

*

a cem metros, ela é bonita. a quinze, bem interessante. a cinco, muito gata.

mas nada se compara com ela a apenas oitenta centímetros: linda. mas quem chega muito perto, dizem, pode vir a ficar muito longe pouco tempo depois.

*

mando uma frase do Joãozinho Trinta no meio de uma discussão sobre direito econômico e da concorrência. sem citar o autor, ela mais parece coisa do meu ídolo Paulo Francis. e assim me chamam de "elitista", "reacionário", "alienado". é uma batalha onde gente muda enfileira predicados à minha pessoa. frente à cegueira que torna as palavras tão eficazes quanto as de um mudo, faço-me de surdo e saio de perto da turma das trevas, fitando os olhos dela e avançando rumo à vitória - que nem sempre toma a mesma direção.

terça-feira, novembro 14, 2006

voz do deserto

queria ter cinco horas de paz
ou cinco minutos iluminados
pra escrever um poema pra ela
passá-lo a limpo
e entregar a ela sem olhar nos olhos dela.

esses mesmos olhos que me inspiraram a escrever o poema
que me fizeram querer ter paz
e dispender papel e tinta para serem eternizados
mas não há o perigo de eu um dia esquecê-los,
e é pelo simples fato de que eles nunca estiveram comigo.

555

o Jonas está se mudando hoje da bela Florianópolis para a horrorosa São Paulo. eu não posso dizer nada além de desejar a ele boa sorte no que ele for fazer por lá. São Paulo é uma cidade feia? é. monstruosa, por sinal. mas é graças aos meus amigos que ainda dá vontade de ir até esse lugar tão feio.

peitinho

às vezes tudo aquilo que você precisa é de uns quibes do Habib's e de alguém como o Marcelo para ver vídeos de asneiras e conversar sobre... asneiras. se rolar um Gainsbourg no som do carro, durante a volta para casa, ainda melhor.

Borat



(não sabe quem é Borat? clique aqui e livre-se da vergonha)

segunda-feira, novembro 13, 2006

love is dead

ao som de "Falling in love again", na versão do Bryan Ferry, recomendo a leitura desse texto do Craudio, sobre o amor ter morrido. concordo com cada palavra dele: só acho, no entanto, que o amor morreu faz uns dez anos - enquanto ele crava o epitáfio para 2006.

foi engano

e então, parado no terceiro subsolo do prédio, percebi que as coisas tinham se esfarelado. e desde então o elevador nunca mais subiu.

*

"o que eu estou fazendo aqui?". estou fazendo essa pergunta a mim mesmo tem uns vários dias, e a coisa ficou mais freqüente a partir de sexta-feira. uma sensação perene de inadequação, por mais que eu não goste de usar essa palavra, já que posso ser confundido com um adolescente rebelde que foi colocado de castigo.

na verdade, não quero brigar com ninguém - esse princípio, aliás, vem sendo o meu mantra em 2006. sempre que a briga for inútil, eu saio fora. como tem me dado vontade agora - mas preciso continuar, pelo meu próprio bem.

Rússia

Um «ano instrutivo» escrevi. Um ano instrutivo sobre as amizades, como ficou dito, primeiro numa vaga de desilusão e amargura, depois com uma descoberta progressiva das pequenas nuances, dos pequenos gestos, dos que estão mais confortáveis ou desconfortáveis com a intimidade, dos que revelam quase secretamente a empatia, dos que são secos sendo calorosos (e o inverso), dos que são ausentes por não saberem fazer melhor, dos inesperados, dos distantes que nos são próximos e próximos que se tornaram distantes, dos que dizem apenas que estão onde sempre estiveram e que eu sei disso e que sempre que precise. E eu sei disso. E isso tem sido «instrutivo» de um modo quase comovente.

Pedro Mexia, cirúrgico.

domingo, novembro 12, 2006

sentimentos universais

tanto faz você se sentir sozinho numa guerra ou num escritório.

montanhas

eu tenho plena consciência de que, quando morrer, serei completamente esquecido em pouco tempo.

talvez por isso eu seja tão tranqüilo.

destaque

cansado, com uma micareta no estômago, uma leve cãibra no rosto, a cabeça noutro lugar. os olhos prontos para se fecharem, o medo fazendo as pernas tremularem, o Alasca tão longe, a cabeça noutro lugar.

estou feliz, de verdade. cansado, mas feliz. e com a cabeça noutro lugar que não aqui. tell me I'm not dreaming, but are we out of time?

twenty five

para quem se lembrou que hoje, domingo, é meu aniversário, um "muito obrigado" e um abraço. para quem não se lembrou, tudo bem: aniversário, no final das contas, é um dia de vinte e quatro horas como qualquer outro.

sábado, novembro 11, 2006

por nada

este blógue, hoje, completa quatro anos. ergam suas taças e façam o brinde.

a volta dos corno*

(para aquela que nunca abracei)

ela não foi a que mais amei na vida
nem a que me levou mais longe
ou a que me deixou apaixonado por mais tempo

bem longe disso. normalmente não seria nada, porque, afinal de contas, não foi mesmo nada.

mas a cada vez que me lembro dela
que penso nela
que suscito a possibilidade de encontrá-la
ou mesmo chegue a encontrá-la transversalmente
não há hesitação nem por um segundo:
é com ela, não com nenhuma outra no mundo,
que eu gostaria mesmo de estar.

não ouvi a voz dela
não ouvimos música juntos
fiz a minha parte e a terra não tremeu do lado de lá -
"paciência", é o que ouço, digo e repito para mim mesmo.

paciência, hoje em dia, não é o problema:
a situação externa está controlada como sempre,
mas ainda é impossível não sentir certas coisas
não querer estar noutro lugar
ter sido outra pessoa (por mais ridículo que isso pudesse ser - e é)
menos eu e mais alguma outra coisa
só pra ter sido o que não foi.

(e então os anos se passam e as cortinas são cerradas).

* por favor, não me peçam para interpretar o que escrevi nem para saber quem é a pessoa.

humanidade

hoje foi um dos dias mais esquisitos da minha vida, em termos de humor, de sentimentos, de coisas abstratas em geral. parece que retiraram algo de mim por osmose ou fervura, e colocaram confusão no lugar. vai saber...

*

levo o patrão no aeroporto. seguem-se conversas regadas a macadâmias glaceadas e coisas que ninguém lê. eu faço uma série de perguntas sobre a vida dele e sobre o que vamos fazer, a gente fala de terceiros e eu percebo que meu chefe tem aquela vontade louca de agitar tudo a todo momento. vejo uma funcionária da Kopenhagen ser vítima do mau-humor mordaz dele e nem se tocar. fico surpreso: um lado dele que não conhecia.

ele me pergunta da minha vida pessoal. falo tudo, não dou detalhes sobre coisas que perdi - "o que acabou, acabou, não volta e eu não pude fazer nada melhor". ele me diz para continuar em frente e para "jogar pra ganhar".

eu sempre jogo para ganhar. mas nem sempre tenho uma estratégia boa o suficiente.

então ele se abre e me fala que quer ter um filho ano que vem, que vai trocar de carro, que tem uma série de projetos sendo encaminhados. gosto disso. na real, o cara tira leite de pedra, extrai grana de onde não há como se tirar dinheiro. tomamos um café, ele me explica coisas sobre adoçantes sintéticos e naturais, confessa que passa mal quando toma refrigerante junto com comida, me passa uma pilha de recomendações de leitura complementar. e se antecipa à chamada do embarque. na frente da entrada para a sala de espera, ele se despede de mim dizendo, como sempre, "juízo, viu?", e me dá uma pulseira de acesso VIP a uma casa noturna aqui de Brasília.

pode deixar, chefe. talvez eu tenha juízo até demais e isso esteja prejudicando a minha vida, na verdade. vai saber...

*

ela estava tão bonita hoje que, quando for amanhã, só não sentirei vontade de que fosse ontem porque provavelmente ela estará ainda mais bonita no novo hoje. é uma questão de tempo.

em progresso

já estou escrevendo minha resenha do New Order (como se alguém se importasse), a ser publicada no "The sound of the streets" num futuro bem próximo.

*

alguém aqui já teve a fantástica experiência de serrar apfëlstrudels ao meio? eu já, e sobrevivi a ela.

Jack Palance

conheço pouco da obra dele, mas tinha uma grande simpatia pelo cara. afinal de contas, "Palance" é o que há de mais próximo a "Palandi" em Hollywood. acredite se quiser.

fora da nova ordem

e eu saí do show do New Order me sentindo a pior pessoa do mundo. um lixo sob forma de gente, um zero à esquerda, a escória da raça humana. e nem sei porquê.

sexta-feira, novembro 10, 2006

New Order

é, tô indo hoje. preço proibitivo, banda de cinqüentões, não ouvi o último disco até agora - e já vai um ano e meio desde que saiu. estou indo mais pelo valor histórico que a banda tem pra mim: era a minha preferida entre o segundo e o terceiro colegial, e "Regret" era a melhor música da história. tanto era que eu fiz exatamente o que a letra dizia: esqueci o nome, o endereço e a importância daquelas pessoas pra mim e comecei de novo as coisas, já que elas não voltariam mesmo. e Brasília se encaixa perfeitamente naquilo do "I would like a place I could call my own".

nesses anos todos, só senti inveja de quem estava em uma daquelas apresentações onde o Billy Corgan ficou na segunda guitarra, em 2001. eles não tocaram "1979", o que é um absurdo - não tem nada mais New Order do que ela - e a minha inveja era porque você tinha uma situação inusitada ali no palco, digna de se ver: os Smashing Pumpkins tiveram seu auge justamente no período de hiato do New Order e, com o fim das abóboras, voltaram os mancunianos. e aquilo ali parecia uma passagem de bastão.

como disse o Thiago Ney na coluna dele hoje, ninguém vai lá pra ouvir músicas do último disco - quando muito, vai pra ouvir "Crystal", que é uma canção maravilhosa. mas o que a galera quer, além dessa e de "Regret", acaba ali no "Technique", um disco que tem dezessete anos... o mesmo tempo sem apresentações no Brasil. então hora de esquecer tudo isso e fingir que estamos em 1989 de novo, apesar de tanta coisa. e sair de lá em 2006, sabendo contextualizar e tudo o mais.

o diabo dirige Maybach

ele veste Prada, mas dirige esse carro aqui:



sério. já falei desse Maybach Exelero algumas vezes aqui, mas é f***. isso é o carro do tinhoso. eu não consigo pensar em ninguém sendo bonzinho dentro de um desses. e olha a reação das pessoas em Dusseldorf, quando ele saiu às ruas. é EVIL demais.

la stampa

tenho gostado de pensar que as coisas estão sob controle, mesmo quando não estão.

curvatura

minha sala, por conta de barbeiragens na composição do horário, teve aulas de Economia da Regulação e de Teoria Econômica antes de ter as aulas de Introdução à Economia. e eu não entendi nada das duas primeiras. acho que boa parte da minha sala também não.

ontem à noite, contudo, tivemos a tão sonhada introdução. e entendemos tudo. fiquei até emocionado, era a primeira aula de economia em que eu entendia alguma coisa - que na verdade quer dizer "mais de noventa por cento". só não entendi um gráfico em particular, mas os gráficos não serão assunto da prova. e saí de lá me sentindo melhor comigo mesmo.

uma lição importante que tirei daí foi que um professor com doutorado não significa uma boa aula. mesmo que o salvador da pátria de ontem tenha um doutorado também - de fato ele tem.

*

conversei com ela ontem, aproveitando o gancho aí de cima. não durou muito, mas foi tão legal quanto apavorante. ainda tenho dificuldades para olhar nos olhos, para não tremer. mas estou sempre disposto a encarar meus medos e controlá-los. pode demorar um pouco, mas isso vai rolar. estou certo disso.

surpreendentemente, ela usa óculos à noite - e fica linda com eles. fumante e de óculos, nada podia ser melhor (sem ironia).

*

hoje cedo a aula é de um dos economistas cuja aula não entendi nada. isso, somado ao fato de que as quatro horas limitar-se-ão à resolução e correção de uns exercícios, fizeram com que eu decidisse ficar em casa. tiro no pé? comportamento kamikaze? não: apenas um leve temor de desaprender tudo que me foi passado ontem à noite. inclusive com ela.

quinta-feira, novembro 09, 2006

reprises

liguei pro meu pai no domingo, pra jogar conversa fora. e na conversa aproveitei pra fazer algo que eu já devia ter feito há muito tempo, mas não me lembrava: agradeci a ele por ter sempre disponibilizado todo tipo de leitura pra mim e pras minhas irmãs. e também por ter-me passado o hábito de ler sempre, sobre tudo, desde HQs do Tio Patinhas até bulas de remédio, passando por estudos econômicos, páginas da internet (que ele não lê) e a "Folha de São Paulo" todos os dias.

graças a esse estímulo, e ao fato de que não há nada para se fazer em deprelândia, acabei me tornando um leitor voraz, embora escritor medíocre - coisa da qual continuo tentando me afastar, seja neste blógue, seja noutros lugares. e vou lendo tudo que me vem à mão enquanto isso. se um dia eu tiver filhos (que sejam filhas, por favor), eles terão uma conta ilimitada na Livraria Cultura aqui de Brasília, além de algum sebo. e todo o estímulo que quiserem para ler.

última chamada

bom dia gente, tudo bem? como têm passado?

acordei hoje com a sensação de que vai ser um dia legal. e que vou tentar me lembrar de fazer tudo para que seja. algum motivo em particular? não, nenhum. só essa vontade mesmo.

passei por aqui para lamentar a ausência de entradas no blógue ontem, fruto de uma mistura entre falta de inspiração, pressa, tédio e pânico. não sei como explicar porque não tem explicação mesmo. mas eu realmente lamento quando isso acontece... faz parte daquela mania que tenho de me forçar a escrever todo dia, para aprender a fazer muito de pouco, ter idéias onde se tem vazios, etc.

não tenho aula hoje à tarde, então o lance vai ser dar uma sacudida nisso aqui durante o período, certo? see you soon.

terça-feira, novembro 07, 2006

brisa

overdose de remédios. pense nisso.

*

mês passado me ligaram da administradora do meu cartão de crédito, oferecendo-me um cartão adicional Mastercard de graça, por já ter o Visa. recusei e solicitei que meu nome fosse excluído do sistema de chamadas deles.

não é que me ligaram de novo? xinguei, esperneei e mandei para aquele lugar, e a mulher só me disse que "a oferta é feita para todos que estão no sistema". sendo assim, liguei para a administradora e removi todos os números de telefone para contato.

sou ou não sou um djênio?

*

meu humor está oscilando demais dentro do mesmo dia. isso ainda causar-me-á inúmeros problemas.

da inépcia

- por que é que uma música como "Almost blue", de 1982, diz mais sobre mim do que qualquer música lançada esse ano?

- alguém sabe de discos na linha do "As time goes by", do Bryan Ferry? quero só regravações de standards, só coisa até 1949. Rod Stewart não vale.

- o que é que eu tenho que me trava toda vez em que percebo que o olhar dela pode se cruzar com o meu?

- como é que tem gente que entendeu essa aula técnica de STFC agora à tarde?

- por que é que a primeira semana da dieta de South Beach passou num estalo e essa agora parece que se arrasta há seis meses?

- acho que estou perdendo a batalha.

segunda-feira, novembro 06, 2006

a nova possibilidade

quatro dias até ter um pouco de açúcar na minha vida. enquanto isso, toda e qualquer abobrinha refogada está sendo bem-vinda.

*

na impossibilidade de fazer uma grande revolução, dois pares novos de meia já fazem uma bela diferença. não serei hipócrita de invocar aquela história de que "deus está nos detalhes", até mesmo por ser ateu. mas é bom estar atento a eles.

*

eple diz:
eu vi o celso amorim ontem no festival
eple diz:
ele e a esposa
eple diz:
quase que cheguei nele e disse "e aí, chanceler, bora ver um filme boliviano?"
Jonas diz:
se eu visse o celso amorim, escreveria "vosso guia" na minha bunda e abaixava as calças pra ele
eple diz:
com licença, esse trecho vai pro blógue

tesourinhas

hoje descobri que ela fuma. eu não fumo, mas adoro mulheres fumantes - elas beijam muito melhor que as não-fumantes, de forma geral. mais do que isso, o fato de ela portar uma carteira de Marlboro Lights é um forte indício de que ela é patricinha.

por um lado, isso é bom: é meu tipo preferido de mulher. não é complicada como uma indie, não é vulgar como uma periguete qualquer, não é tosca como uma hippie, não relativiza tudo como uma intelectual.

mas por outro, é uma desgraça: não dou a mínima sorte com patricinhas. alguém aí falou em "só para olhar"?

domingo, novembro 05, 2006

então...

dirigir em Brasília quando se há gasolina e não se há horário a cumprir, trânsito e "flanelinhas" para te perturbar é uma dádiva. deve ser a coisa que eu mais gosto na vida. daqui a pouco eu volto ao assunto.

*

Marcio e Lia me chamam para assistir um filme, com mais um casal de amigos dela. lá na Academia de Tênis, onde tá rolando mais uma edição do Festival Internacional de Cinema de Brasília. vou com eles, sem saber que filme assistir. dirijam o carro por mim, o banco do carona está de bom tamanho.

depois de muito deliberar, escolhem um polonês: "O colecionador". falado na língua local, legendado tanto em inglês quanto em português. escolho acompanhar pelas legendas em inglês, once I'm very prego, e as coisas transcorrem numa boa.

logo dá pra se apontar um erro: a palavra inglesa "collector" pode designar "cobrador" ou "coletor". como o protagonista do filme trabalha na Procuradoria da Fazenda local, o filme deveria ter o título "O cobrador" ou "O coletor de impostos", se quisessem dar um clima medieval à história, que é contemporânea.

é um filme nota 7, mistura de "Amelie Poulain", "Pegadinha do Faustão" e humor negro. não tem personalidade, mas no mundo perfeito seria uma bela sessão da tarde.
terminado o filme, um café no começo da Asa Norte, o "Gold", do Ryan Adams tocando no carro até lá. aí é olhar a quiche de carne seca de um, o petit gateau de outra... e esperar que os dias passem até o sábado (e mesmo assim, não se empanturrar).

*

minhas calças caem: sinal de que estou com saúde. pesei-me hoje, mais uma vez, e constatei que a perda de peso nos nove dias de dieta de South Beach chegou a um quilo e meio. não pesava tão pouco desde abril de 2005, quando, recém-chegado a Brasília uma desilusão amorosa que até hoje eu tenho dúvidas se consegui ou não superar me tirou todo o apetite. mas, sem os fatores de depressão, é meu menor peso desde 1998.

estou há nove dias sem comer açúcar e amido, e isso tem feito meu humor variar fortemente. como tudo aquilo que a dieta me permite, mas ainda arrumo tempo para repetir para mim mesmo "você não está com fome, você está com sede", enquanto busco na geladeira mais guaraná dietético. um brinde, meu amor. porque o nome completo dessa bebida é Guaraná Antarctica Champagne Diet. você fica com a champanha, eu com o dietético... e a gente não se acerta.

*

dirigindo praticamente sozinho no Eixão, firmo o carro na pista do meio e miro os blocos passando dos dois lados. eu sempre quis estar aqui, fazer parte daqui. amo Brasília como o Ryan Adams ama Nova Iorque e diz isso na música. e isento a cidade de tudo de ruim que me aconteceu nesse ano e meio no Distrito Federal. tudo, sem exceções. nem mesmo a falta de açúcar, que tem feito de mim uma pessoa tão amarga nesses últimos dias, nem mesmo aquela sensação de vazio que sinto dentro de mim e que não está ligada à fome. porque esse vazio na alma (???) vai me acompanhar até a morte, por menos que consiga me acostumar a ele.

samba do crioulo doido

tem uma página na internet, o 419 Eater, que se dedica a uma importante missão: ela tira sarro dos golpistas nigerianos que nos mandam aquelas propostas tentadoras para receber 20% de somas milionárias mediante "um breve adiantamento de taxas e custos operacionais".

a ação do dono do 419 Eater se dá em duas frentes: ele tenta inverter o ônus da parada e fazer os nigerianos mandarem uma grana pra ele primeiro (teve um, eu vi, que mandou 50 dólares... hahahaha) ou então faz os caras passarem vexame e se manterem ocupados, e enquanto isso eles não fazem o "serviço" de arrumar outras vítimas.

teve um caso que me fez rir demais aqui: o webmaster recebeu um pedido de doação de um suposto pastor que queria fundar seu próprio ministério da fé. e ele respondeu, como reverendo da Igreja da Vaca Sagrada, disposto a ajudar. só que pediu uma série de documentos e outras coisas para o nigeriano, pra certificar-se de que não era uma fraude. coisas tipo isso aqui:

1. sente-se numa cadeira.
2. segure uma garrafa de leite em sua mão DIREITA.
3. segure uma garrafa de leite em sua mão ESQUERDA.
4. coloque uma das garrafas perto da sua orelha DIREITA, como se você fosse derramar o leite na sua orelha DIREITA.
5. coloque a outra garrafa perto da sua orelha ESQUERDA, como se você fosse derramar o leite na sua orelha ESQUERDA.

tire uma foto sua nessa posição.


e não é que o cara tirou mesmo a foto e mandou? tá lá no site, podem ver. a propósito, o representante da Igreja da Vaca Sagrada que entrou em contato se chama... Padre Cosmo Naut. HAHAHAHAHAHAHA.

posto 11

ah, mas uma praia agora iria tãããããão beeeeeeeeeem...

how to become a Cuban



legenda original da Lonely Planet: Every Cuban family has a libreta, or ration book. não preciso dizer nada, preciso?

Havana

só estou esperando o Fidelzão tombar para dar um rolê em Cuba e dirigir Cadillacs, tomar mojitos e curtir as delícias de ser tropical sem ter que encontrar brasileiros - os poucos que vão para lá hoje certamente deixarão de ir quando o "turismo ideológico" parar de fazer sentido.

então me armei de um binóculo, para espreitar o comandante em seu leito de morte, e fui à caça de informações turísticas sobre o país, para quando ele finalmente for devolvido ao inferno (Castro, não o país). no meio delas, um dado fornecido pela Lonely Planet me chamou a atenção: eles dizem, em sua página sobre Cuba, que 60% da população local descende de espanhóis, 22% são mestiços, 11% são afrodescendentes e 1% tem origem chinesa. fazendo as contas, chega-se ao total de 94%. mas onde estariam, então, os outros 6% da população?

fuzilados, é claro. quem pegou o bote pra Miami já foi incluído no censo dos EUA.

*

comecei com essa história de querer ver Cuba lançar quando vi a primeira foto do Bentley Havana, o substituto do meu preferido, o Continental, que será lançado em quatro meses mas desde já é um dos meus objetos de desejo. todos nós, capitalistas civilizados, sabemos que a Bentley só batizou o carro de Havana em homenagem aos good old times, aquela Cuba ditatorial e romântica que durou até 1959. bons tempos...

letras, palavras, frases, cartas e outros tipos de material

entrei no orkut com um perfil falso, emprestado da minha irmã, para buscar a senha da edição da Veja publicada algumas entradas abaixo. detesto fazer isso, mas faço tudo para ler o Diogo Mainardi.

já estava de saída quando me ocorreu a idéia de colocar o nome da minha musa lá. sem nenhuma surpresa, descobri que ela tem um perfil cadastrado. com pouquíssimas informações, mas pude saber idade, cidade de origem, onde se graduou... e ver algumas fotos, ainda que nenhuma interessante (assim como eu, ela não é nada fotogênica... é muito mais bonita ao vivo).

não vai mudar em nada a situação, mas e daí?

fama

estou torcendo muito pela Ana Paula na prova pra Defensoria Pública de São Paulo, cujos exames transcorrer-se-ão daqui a pouco. boa sorte, Ana, você merece.

sábado, novembro 04, 2006

cinco onze seis

fiquei vendo uns vídeos do Ayrton Senna no Youtube até agora há pouco, e foi como ver a parte boa da minha infância voltar toda. são as únicas lembranças especiais de quando eu tinha entre cinco e dez anos, acho. eu era fanático pelo Senna e, ao constatarmos os atuais representantes brasileiros na Fórmula 1, só dá pra dizer "com muita razão" a isso.

um dos vídeos me trouxe lembranças ainda mais especiais: o da última volta do Grande Prêmio do Japão de 1988. isso porque eu tinha seis anos e, já acompanhando toda a Fórmula 1, consegui permissão da minha mãe para acordar de madrugada (ela mesma veio me acordar na hora da corrida) e ver aquilo. ela foi dormir e eu fiquei na sala, assistindo na nossa Mitsubishi de vinte polegadas, sem controle remoto.

logo na largada, fiquei desesperado quando o motor do carro do Senna morreu e ele caiu para décimo sexto, o que fez com que ele corresse para se recuperar; ao final da quarta volta, se não me engano, ele já era o quarto colocado, e depois foi superando os três da frente... e ganhou a corrida.

aquilo me marcou de tal forma que eu guardei, de dezoito anos atrás, o grito "campeão mundial de mil novecentos e oitenta e oito" que o Galvão Bueno soltou. com todas as letras. talvez seja isso que faça com que eu não tenha ódio do Galvão: é uma das memórias mais afetivas e mais antigas que eu tenho.

o vídeo, com a narração dele, segue abaixo:



*

pode ser clichê, pode ser completamente off-topic, mas existe um ponto bom em rever esses vídeos do Ayrton Senna: eu me animo a ir atrás do que quero. vejo ele dirigindo só com a sexta marcha em Interlagos 91, chasing away all the hungry years em Mônaco 84 (ele tinha a minha idade - *suspiro de inveja*), passando todo mundo na primeira volta em Donington Park 93, como que dizendo ao Alain Prost: você tem mais recursos, eu tenho mais talento.

então, mesmo que eu ainda não saiba exatamente o que eu quero da minha vida, sei que quero o melhor, sempre. que vou dar tudo de mim, ficar cada vez melhor. e não vou me contentar com pouca coisa nem ser humilde coisa nenhuma.

meio-oeste

tô sem idéias. vou ali ler o Craudio e já volto.

due parole

a senha da Veja dessa semana é BREU BRANCO. queria saber o que eles quiseram dizer com isso...

lista nova?

1. Smashing Pumpkins, "Adore"
2. Wilco, "Summerteeth"
3. Suede, "Coming up"
4. Suede, "Dog man star"
5. REM, "New adventures in hi-fi"
6. Radiohead, "OK Computer"
7. Pulp, "Different class"
8. Nirvana, "In utero"
9. U2, "Zooropa"
10. Oasis, "(What's the story) Morning glory?"

peraí, minha lista dos dez melhores dos anos 1990 agora ficou desse jeito?

verão de 2008

os cursos da Summer School de Harvard são, by far, os melhores que já vi entre as universidades norte-americanas, dentre as que pesquisei. tanto na área de governamentais como na área de cursos para pretensos escritores - as duas que me interessam por enquanto.

quem se anima a ir para lá comigo no verão de 2008?

nada

eple diz:
Lucio
eple diz:
viciei em "bem que se quis"
eple diz:
marisa monte já foi boa um dia
eple diz:
a culpa é do nelson motta
eple diz:
toda dele
eple diz:
grrrrrrrr
lucio diz:
bota o shortinho footing e dá outra corrida, pala. vc precisa espairecer

à vontade

aqui tem um texto do Félix Maier sobre privatizações, que fala umas boas verdades para quem quer deixar tudo estatal. recomendo.

deliberadamente

acordei hoje me sentindo meio psicopata. mas acho que depois que eu tomar meu achocolatado passa...

Trieste

não cheguei nem a sonhar
tudo aquilo que ouvi sobre você
apenas me cansei de retrucar cada palavra sua
bati em retirada,
morrendo de frio,
desejando nunca ter-lhe conhecido
e pensando em quanto tempo perdi com você.
não foi pouco
mas cada segundo em que pensar em você daqui pra frente
será um prejuízo a mais no balanço
uma desculpa indesculpável pra esquecer
um erro crasso que se não pode reparar
uma pedra a mais no coração.
quando disse-lhe que não queria brigar eu estava sendo sincero
apenas queria que nos afastássemos
para bem longe um do outro
para bem longe de qualquer coisa que te lembre
para outra pessoa, talvez
não adianta sair sem fechar as portas atrás de nós mesmos
então entenda: as minhas estão fechadas.

(e tome a única decisão que você pode tomar)

Pacífico norte

He feels lucky to have you here
In his kitchen, in your chair
Sometimes he forgets that you're even there

It's just a dream he keeps having
And it doesn't seem to mean anything


isso é um pedaço da letra de "Summer teeth", a música, que o Wilco gravou em 1999. e eu sinto vontade de chorar quando ouço esse pedaço. nessa canção (e em "Candy floss") o Wilco definiu o que acredito que seja o pop perfeito.

sexta-feira, novembro 03, 2006

yumster

dica da Lisa: a Wired compilou umas histórias contadas em seis palavras, do Hemingway ao Frank Miller, do Kevin Smith ao William Shatner. bem aqui.

sacarose

não há açúcares no meu organismo. não há chocolate para rebater a auto-estima baixíssima. "Step on me" rolando no Windows Media Player. a mensagem da Ana Paula me pedindo um pouco de cicuta jaz na caixa de entrada.

às vezes não é fácil conviver consigo mesmo.

chips & salsa

coisas inacreditáveis que eu me vi fazendo esse ano:

- explicando economia para economistas (ao menos o interlocutor alegava ser economista, mas não chequei);
- correndo 3,5 km em um dia, a humilhação mais suada da minha vida;
- passando duas semanas sem comer alimentos ricos em açúcar ou carboidratos (a primeira acabou hoje);
- mexendo com mulheres e, eventualmente, indo um pouco mais longe com elas (mas chega);
- lançando um livro;
- tornando-me funcionário público;
- aprendendo coisas sobre áreas que eu (erroneamente) desprezava.

ai ai, que venha 2007.

fenol

então o professor de Ética foi dar aula hoje na sala. minha ética é não ter ética, e por isso me senti contrariado de estar naquele lugar. mas enfim, na pior das hipóteses eu ficaria olhando para ela e abstraindo.

a uma certa hora, no entanto, o professor precisou de quatro alunos para uma demonstração lá na frente da sala. tímido e com pouca penetração entre os colegas de classe, fui logo me oferecendo, inspirado num amigo que foi o burguês fidalgo quatro anos atrás. na pior das hipóteses, ela poderia saber meu nome, depois daquilo.

os quatro papéis foram distribuídos assim: chefe, aspone do bem, aspone do mal e cliente. eu, mais uma vez no esquema dressed for success, fui escolhido pela classe... o aspone do mal, claro. minha função era persuadir a chefe a ficar com uma mala de dinheiro que a cliente havia esquecido na repartição pública onde os três trabalhávamos.

modéstia à parte, roubei a cena: me destravei totalmente, fui irônico ao sacanear a cliente, usei aquela ginga finlandesa-bêbada que habitualmente tenho, detive um comentário da platéia, rebati os argumentos do aspone do bem. pelo papel, a chefe recusava a minha ajuda e fazia a coisa certa, devolvendo o dinheiro quando a cliente voltasse.

a cena dela voltando para buscar a mala foi legal: ela chegou até a mesa, a mala bem na frente, e exclamou: "alguém viu minha mala por aí?". dissimulado, olhei para o teto e mandei um "la la laaaaaa...", provocando risos dos colegas. parecia o Humphrey Bogart em "Casablanca"... uma atuação memorável.

tão memorável que algumas meninas - minha musa não incluída - vieram puxar papo depois. uma amiga dela estava no meio, mas é óbvio que não pedi o msn da outra moça. pena. agora estão me chamando lá na sala de "diabo", uma vez que o meu papel ali era ser a parte ruim da consciência, como nos desenhos animados em que um anjinho aparece ao lado de um dos ombros e, no outro, está o tinhoso. geez...

encontros

não é de se admirar que a gente se ferre tanto em relacionamentos...

arrumei uma paixão platônica na semana passada e, quando as aulas ficam modorrentas, passo as horas a olhá-la, a rabiscar versos alheios no papel que estiver à minha frente, a fazer planos para quando completar meu plano de emagrecimento. e apostei, na noite de ontem, contra minha decisão de não mexer mais com mulher: se, em oito dias, ela vier três vezes vestida em preto (da cabeça aos pés), eu revejo a decisão e procuro ir atrás.

nem a alma mais otimista poderia imaginar que o primeiro black on black seria já hoje...

1 de 3

ontem, em silêncio, fiz uma aposta comigo mesmo.

e hoje comecei a perdê-la.

azul Adriático

um punhado de estrelas

obrigado, insônia, por ter aparecido agora. eu precisando dormir e você chega pra me detonar.

uma hora e meia rolando na cama, pra não ir a lugar nenhum.

um punhado de estrelas lá fora e eu aqui, só querendo apagar. pois bem, eu vou ganhar de você.

quinta-feira, novembro 02, 2006

reflexos amplificados

parece estranho ler algo sobre não ter inspiração e, poucas horas depois, algumas entradas de tamanho médio aparecerem por cá.

só parece. na verdade, eu me forço a escrever, todos os dias. nem que seja só para repassar algum texto que ache interessante, mas para que eu tenha alguma lembrança do que se passou. não vivo de lembranças e me forço também a não sentir saudade de nada nem de ninguém - mas escrever ajuda a deixar as coisas organizadas.

mas não me obrigo a sentir nada, ao menos isso...

Lisboa

não conheço Lisboa, o que é um crime que prometo reparar num futuro próximo (e conhecer o Porto e outras cidades portuguesas, claro).

nunca estive lá, mas hoje olhei para o céu e senti-me a oito mil quilômetros daqui, como se visitasse uma Lisboa modernista com céu berlinense. eu nunca estive em Berlim. e vivo tendo essa sensação incomum de já ter estado por lá, mesmo sabendo que é puro exercício mentiroso da minha cabeça.

*

eu sei a previsão do tempo para os próximos trinta e nove dias de Finados: chuva, onde quer que eu esteja. é uma tradição que se repete há uns vinte anos, pelo que sei. antes que alguma alma mais brega queira dizer que é o céu se debulhando em lágrimas, um pedido: cale a boca - é chuva e nada mais.

*

assim que puder comer pão outra vez, dia onze, já tenho uma receita para se fazer: wraps de cenoura, pepino, rúcula, pasta de grão-de-bico e atum. vi isso na televisão hoje e pirei. absolutamente yumster. dois desses e mais um suco de melão serão meu almoço nesses novos tempos.

quem sabe trocar a pasta por creme azedo e o atum por roast-beef, quem sabe. se eu aprender a fazer falafel, então...

vou falar com o Craudio de, se fizermos uma festinha do meu aniversário, encomendarmos outra coisa que estou morrendo de vontade de comer: apfelstrudel com sorvete de creme. olha meus quilos voltando todos...

before sunset

inaugurei meu aparelho de DVD assistindo "Antes do por-do-sol". lembro que vi "Antes do amanhecer" num Intercine da vida, acho que em 1999, aquele que foi o pior ano da minha vida. e lembro também que o filme me deu esperanças de um dia aquilo acontecer comigo também - esperava eu que por mais de uma noite.

o tempo passou e deu pra ver que as coisas não são bem assim. tudo bem. então quando saiu "Antes do por-do-sol" e eu soube do roteiro e de como as coisas tinham chegado ao filme, gostei de uns detalhes, mas não corri desesperado para assistir. Ethan Hawke é, até onde sei, um dos cânones da Oscaraémalaco, fraternidade à qual tenho a honra de participar (ao menos acho que participo, in fact). então, tirando pelos cornos que ele deu na Uma Thurman, qualquer coisa que ele faz é de se aplaudir.

bom, "Antes do por-do-sol" é um filme legal, que começa péssimo, com as besteiras que o Jesse, personagem do Ethan, fala na livraria onde está lançando seu livro sobre aquela noite. é de constranger qualquer brasileiro, assim como a camisa social que ele está usando. e depois vai melhorando até chegar à melhor cena, onde a Céline, interpretada pela Julie Delpy, começa a ser sincera, dentro de um Peugeot 807 - se o filme fosse apenas esta cena, seria nota dez.

no final, apesar do jeito como as coisas acabam, eu saí meio desanimado e não sei explicar porquê. talvez pelo tempo perdido. é só um palpite, mas receio que se um dia eu tiver a resposta, será tarde demais.

vergonha nacional

bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
o que é que a vida fez na nossa vida?
o que é que a gente não faz por amor?

mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais
a minha estrada corre pro seu mar

agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer.


*

eu detesto a Marisa Monte. já ouvi todos os discos dela e acho tudo que ela fez nos últimos dez anos abominável. terrível. não é nem pela pretensão, é pela chatice mesmo. quando ela enfiou um spyware nos discos, então, senti vontade de sair fazendo apologia do cd pirata. e quando ela batizou o filho dela, então?

só não acho ela uma criatura cem por cento abominável porque, dezessete anos atrás, ela gravou "Bem que se quis" e eu amo essa música. morro de vergonha disso, sinto até vontade de renomeá-la no meu disco rígido. triste.

gripe espanhola

a inspiração para escrever acabou.

quarta-feira, novembro 01, 2006

gardening

Legião Urbana - "O passeio da Boa Vista"

ela olhou para mim. não nos meus olhos, porque eu não estava ali na hora. não para mim. e tanto faria se eu estivesse: não sei reagir a esse tipo de coisa nem precisaria - foi só para saber quem eu sou, quando muito. e eu parei com isso de mexer com mulher faz uns meses, tentando ser nesse ponto o novo David Souter.

não sei se o meritíssimo Souter tem de conviver com esse tipo de tentação; isolado num gabinete ou num mosteiro, qualquer um consegue.

fato é que, depois do almoço, eu passei uns minutos a contemplá-la, de longe. a uma certa hora, pareceu-me que ela olhou na minha direção com um sorriso mais largo. meu olhar, como sempre acontece, desviou-se: impossível ganhar uma batalha assim dos olhos dela.

no começo da aula da tarde, um pequeno gesto daqueles que a transformação do país em República condenou: fui até o cara que distribuía apostilas e peguei uma para mim. ao me virar para retornar, vi ela de braço estendido, querendo uma também - e na mesma hora entreguei-lhe a minha (meu coração foi junto). ela abriu um sorriso largo e não disse uma única palavra, e assim continuamos sem trocar um único "a" desde sempre. sentei-me e olhei-a, mudo, quieto, tipo uma paisagem. e percebi, sem que ela envergasse um sorriso, que os lábios dela são lindos. a aula apenas começara, mas eu já havia aprendido tudo.

escórpio

Brett Anderson - "Scorpio rising"

tem pessoas que você ama incondicionalmente. seus pais, seus amigos, seus parentes, sua alma gêmea. que você admira, que foram influentes na sua vida a ponto de você pensar "caramba, o que seria da minha vida sem (insira um nome aqui)?".

faz sete anos que fui apresentado ao Suede, a banda da minha vida. quando comecei a acompanhá-los, já estavam com a popularidade em queda, vindos de um disco instável mas com muito charme. em seguida, fizeram um que não gostei a princípio mas que, um ano depois, passou a ser daqueles discos da minha vida, o "A new morning".

pra muita gente parece heresia, mas ele é tão bom ou melhor quanto "Dog man star" e "Coming up", e melhor que os outros dois. pela sinceridade que transpira, principalmente. por apresentar um Brett Anderson diferente daquele que conhecemos e aprendemos a amar: ali ele era um cara que havia mudado de ares, provavelmente por ter se ferrado demais. no disco é só ele, tentando se reerguer. falando pra quem quiser ouvir, pra quem ainda acreditava nele. e, se não acreditei na primeira audição, depois as coisas falaram por si e a banda acabou por cima - pelo menos para mim, e é o que interessa.

enfim, o Suede mudou minha vida, tanto que ganhou espaço nos agradecimentos da minha monografia de graduação e, dando tudo certo, estará também na minha especialização em Direito Econômico. e se o "Here come the tears" é um bom disco, o trabalho solo do Brett tem tudo para ser ainda melhor.

graças ao Pedro (que precisa ouvir um pouco de "Lazy" e dar mais notícias), soube que já rola um teaser do disco, que sai em 2007. chama-se "Scorpio rising" e o vídeo está aqui embaixo:



daqui a pouco os jornalistas vão começar a falar mal da voz dele, que está por um fio. da falta de novidades do tema, da letra, quem sabe até dos cabelos e das roupas que o Brett usa. mas, como eu disse lá em cima, eu amo o Brett Anderson. e se eu um dia tiver dez por cento do talento que ele tem, me dou por satisfeito. e eu acredito nele contra quem for preciso, por pior que a música venha a ser. depois de sete anos e umas (poucas) derrapadas, já deu pra ver que ele é um ser humano de verdade - ao contrário de qualquer bípede da redação do "New Musical Express", por exemplo.

dentro do conceito de elasticidade

Blink 182 - "What's my age again"

hoje, durante uma aula de Economia da Regulação, fiz uma pergunta ao professor, achando que tinha redescoberto a roda ao apontar uma possível conseqüência de um modelo econômico que não constava na lista de prós e contras por ele elencada num slide de sua apresentação. como poucas vezes na vida, fui claro ao explicá-la, não gaguejei em nenhum momento e vi, com o canto do olho direito, que ela olhou para mim - embora isso não queira dizer nada.

o professor, que leciona na UnB e é doutorando, começou a resposta com uma pergunta: "quantos anos você tem?".

pronto. na hora pensei que ali estava configurada uma situação cuja resposta só é conhecida por maiores de trinta e sete anos. hesitante, cheguei ao cúmulo de errar a minha idade e falei "vinte e cinco", talvez pela angústia e pela vontade de enfiar a cabeça por entre as pernas, escorrendo para debaixo da carteira escolar.

mas não era isso: ele apenas utilizou um exemplo típico da adolescência - dizem os boatos que esse professor já foi adolescente, ages ago. ao final, explicou que a minha constatação faz sentido sim, mas é tolhida pelos limites do conceito da elasticidade e pelo fato de que dificilmente um aumento de liquidez por corte de tarifas será aplicado dentro do mesmo setor.

não entendeu? relaxa, um dia eu arrumo palavras para explicar melhor. quem sabe quando tiver a idade dele...

*

em tempo: ele perguntou a minha idade de novo no final, e eu respondi "vinte e quatro". ao contrário do que se pode pensar, não escondi a idade por temer piadinhas sobre "rá rá, a idade do veado!". é que minha classe é composta, praticamente fifty / fifty, por advogados e engenheiros. sou um dos caras mais novos da turma - ou até mesmo o mais novo, não sei. e enquanto o pessoal da Engenharia tem uma idade de trinta e tantos a quarenta e poucos, o pessoal do Direito mal tem trinta.

e o pessoal da Engenharia está ali para amarrar o burro na sombra, de olho na estabilidade do funcionalismo público e da remuneração interessante (atenção: é "interessante", não "ótima": é mais do que preciso e menos do que quero). os adevogados, por sua vez, pensam nesse emprego como meio, antes do que fim. daí fiquei com medo de revelar minha idade, já que algum engenheiro ali presente poderia ter uma visão Cockeriana da vida e pensar "tenho quinze anos de experiência e vou ganhar o mesmo tanto que esse fedelho. pqp...". tinha medo de deprimir alguém com isso, sem sacanagem.

eu, pessoalmente, não penso nem como meio, mas como começo. afinal de contas, quero ser o novo Mário Garnero, certo?

nova geração

(as entradas de hoje são precedidas de sugestões de trilha sonora)

New Order - "Age of consent"

e foi só agora, às vésperas de completar vinte e cinco anos, que apareceu a minha primeira espinha numa bochecha. sério. tive espinhas no queixo, nas costas (inúmeras), no nariz e embaixo dele, mas nunca tinha tido uma na bochecha.