quarta-feira, outubro 18, 2006

é assim. e ponto.

junto minhas mãos e as deixo em frente ao corpo, como se fosse rezar.

mas não o faço. na verdade, não sei porque juntei as mãos.

*

digito uma mensagem dupla no celular, para alguém que não vai responder. mas só de saber que essa pessoa vai ler, já é uma pedra a menos no coração.

se as pedras estivessem no meu bolso, com ou sem o trocadilho financeiro, eu estaria morto.

*

não sou bom de matemática. na verdade, eu não sei nem o que fazer da minha vida. e fico com medo de que a porta que se abriu para mim seja, na verdade, uma grande limitação. mas, como não tenho outras portas escancaradas à minha frente, só posso adentrá-la... e torcer para que as coisas mudem, no decurso das horas, semanas, décadas.

o mesmo se faz em outro tipo de porta. só pode passar um indivíduo de cada vez. e assim, sem maiores referências, cruzo-a sem imaginar onde vou parar.

com isso tudo, pode-se achar que virei passageiro da minha própria vida. será?

qualquer resposta agora será imprecisa. o medo é de me acomodar ou, tão ruim quanto, não ter discricionariedade no futuro para mudar a minha vida e moldá-la como eu quero. porque eu não quero pouco para a minha vida.

*

pode ser que, mesmo em meio à grana, ao esforço físico e a todas as boas notícias que se possa ter, os tempos de choradeira abraçada ao travesseiro estejam voltando. mais do que um pressentimento, é um recado que a solidão quer me dar.

*

fiz uma limpeza na minha caixa de mensagens, coisa que não fazia há dois meses. apaguei sessenta e seis mensagens que não tinham mais valor. queria que fazer uma coisa dessas na minha vida, ou pelo menos no meu coração, fosse tão fácil assim.