domingo, dezembro 31, 2006

andando

li trezentas e quarenta e cinco páginas hoje (e outras duzentas e quarenta ontem) e terminei, em quatro dias (dois sábados e dois domingos), a biografia do dr. Pio Corrêa. com isso, cheguei à marca de quatro livros lidos em um mês, perfazendo mil, novecentas e cinqüenta e oito páginas. acho que nunca li tanto em tão pouco tempo, nem mesmo em 1998, o ano vestibulando, em que li os dez livros da lista da PUC-SP e sete dos dez da UFPR.

*

uma leve pesada inveja do Alexandre e do Pedro Henrique, que foram passar o ano novo em Goiânia. tenho meu motivo, no singular, para estar lá. é um só e pode sair da cidade, mas enquanto não sai é lá que eu gostaria de estar. simples assim.

*

nec spe nec metu: antevejo que 2007 será o ano mais difícil da minha vida. não ao nível de necessidades, mas de coisas novas às quais terei de me acostumar. sem problemas, minha vida tem que ser assim até o fim dos meus dias, até a batalha final, all the way. a exemplo deste 2006 que se encerra, o próximo será um excelente ano, e eu farei tudo para que seja o melhor da minha vida. então é isso, valeu, feliz ano novo pra todos nós - a gente merece.

sábado, dezembro 30, 2006

ocean drive

acordar tarde, almoçar pouco-mas-bem, comprar revistas e ler um pouco sobre náutica, antes de malhar as pernas e correr várias vezes na esteira.

é, dá pra se ter um pouco de glamour na cidade que menos tem disposição a isso no mundo.

*

devidamente malhado, as pernas duras e os músculos do abdome dizendo "hello!", sem força nos dedos da mão esquerda, a vida sorrindo. volto devagar para casa, pensando que em cinco dias estarei bem longe daqui, mais perto de tudo o que quero. e ignorando todos os acidentes.

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à noite, a refeição do ano: gnocchi de molho vermelho com shiitake, champignons e alho não-tostado, mais um bife alto entre o mal-passado e o ponto, regados a uma farofa de pão.

comi em vários lugares legais durante o ano, desde a Forneria Fasano, no Rio, até o Porcão. e me arrisco a dizer que a slow food do restaurante da Luciana estava melhor que todos eles. disse à proprietária do lugar que sua farofa de pão deveria ser vendida na Daslu, a um preço altíssimo. eu pagaria.

é, dá pra se ter um pouco de glamour na cidade que menos tem disposição a isso no mundo. especialmente quando se sabe que estar aqui é transitório. é como quando nos machucávamos na escola e nossos pais diziam que a dor ia passar. mas que dor, exatamente?

*

ela podia estar à mesa comigo. na verdade, devia. mas o futuro do pretérito não cai bem quando falo nela, penso nela, etc - nem um pouco. um brinde à sua renitência, meu amor. ela merece ser bebida até a última gota, e um dia acaba. e então eu pago a conta e lhe tomo pelo braço, não sem antes degustarmos a sobremesa.

xau

foi tarde, Saddam. ninguém vai sentir sua falta.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

novecentos

desculpa aí, mas eu sou insistente. esse negócio de te deixar em paz e deixar de te esbarrar fica pra próxima encarnação... porque na atual eu tenho de ir atrás do que eu quero. não entendeu? então se segura.

*

cercado de barulho, calor combinando com asfalto, gente feia passeando pela rua, a mediocridade dando o ar da (des)graça na calçada. só tem um lugar nesse país onde quero estar agora: Fernando de Noronha. e não quero levar nada daqui para lá, exceto minhas sandálias verdes com hibiscos azuis. de resto, tudo diferente: bloqueador solar, roupas, chapéu da Kangol, saldo bancário... e você, claro. é, você mesma. e não adianta se trancar numa das celas do extinto presídio de Noronha, eu sei abri-las todas. agora vamos ao que interessa, mas isso não é assunto para tratarmos aqui.

*

se não quero estar em Brasília agora? não, só dia três. preciso olhar ao meu redor e só ver o mar, nada de mediocridade. e imaginar que estou mais perto de Portugal do que nunca. e quem sabe lançar-me num barco rumo à Madeira, para nela aportar no verão do hemisfério norte.

the tourist

tava ali na cozinha bebendo água, e de repente escutei um barulho de carro arrancando com tudo. logo depois disso ouvi o barulho de dois tiros. engoli a água e fui até a varanda, era uma perseguição policial que acabou no começo da rua, a uns 150 metros de casa.

é, preciso voltar logo para o DF...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Ceaucescu

ei, ei, ei, eu também quero!

Centenas se candidatam para ser carrasco de Saddam

Centenas de iraquianos se ofereceram para ser o carrasco do ex-presidente Saddam Hussein, segundo informações dadas nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Times. Saddam foi condenado à morte pela Justiça iraquiana. Sua sentença foi confirmada na terça-feira, quando se anunciou que o ex-líder iraquiano seria executado dentro de 30 dias.

Segundo fontes do governo citadas pelo jornal, vários pedidos, vindos de várias partes do mundo, de pessoas se oferecendo para executar Saddam foram enviados por email ao gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki. O Times diz que Maliki também foi procurado por oficiais do governo "que gostariam de colocar a corda no pescoço de Saddam".

Forca

Saddam vai ser enforcado. O local e a hora da execução só serão revelados depois que ela tiver ocorrido. O repórter do Times em Fallujah, Ned Parker, diz que vários funcionários do ministério da Justiça estão com medo de serem envolvidos na execução por temer represálias. Os voluntários para a execução seriam pessoas que tiveram parentes mortos pelo regime de Saddam.

Saddam Hussein foi condenado pela morte de 148 xiitas na cidade de Dujail depois de uma tentativa de assassinato contra o presidente iraquiano. Em uma carta escrita pouco depois de ter sua sentença de morte anunciada por um tribunal iraquiano, em novembro, Saddam disse que pretende se apresentar à execução como um "verdadeiro mártir". "Sacrifico-me. Se Deus assim desejar, Ele me colocará entre os homens verdadeiros e mártires".

mais Bond

revi ontem "Casino Royale", para fazer o que mais gosto num filme do James Bond: prestar atenção nos detalhes. vi a participação da Alessandra Ambrósio (ela é uma tenista que olha pro James com um olhar lascivo assim que ele sai do Mondeo e chega no hotel), o acabamento do Aston Martin DBS (que não é meu carro dos sonhos), as roupas. revi as cenas da Eva Green sem maquiagem e até pedi para o Pedro e o Ricardo, que estavam comigo na sessão, criarem a comunidade "Eva Green sem maquiagem" no orkut. ela merece.

damascos

tem coisa que não muda, mesmo que outras mudem ao redor. e até por causa disso mesmo.

domingo, dezembro 24, 2006

graviola

tem uma cena do "Alfie" em que o protagonista chega à casa da Susan Sarandon com flores e, a despeito de ela dizer-lhe que as flores fizeram com que seu dia valesse, ele resolve ficar na casa dela. mas há um outro homem na casa.

inconformado, Alfie começa a pressionar a amada, perguntando-lhe insistentemente o que é o novo amante tem e ele não. depois de insistir umas dez vezes, ela entrega: "é mais jovem do que você".

uma vez eu me senti tentado a fazer a mesma pergunta, num caso parecido. mas o medo de receber uma resposta tão cretina quanto, ou ainda pior (dado que a interlocutora era uma imbecil), fez com que eu me calasse. e desde então esse silêncio está insuportável.

um sábado proveitoso

o sábado que se encerrou há pouco mais de duas horas foi bem produtivo, não tenho meeeeesmo do que me queixar. segue abaixo um pouco do que rolou durante o dia:

- li dezoito capítulos (336 páginas) de "O mundo em que vivi", autobiografia do diplomata Manuel Pio Corrêa Júnior, que também foi militar e presidente da Siemens brasileira, dentre outras coisas. estou adorando o livro, que comecei hoje e já estou em cerca de um terço (a exemplo do "Lanterna na popa", esse também passa de mil páginas). é, talvez seja mal de diplomatas. prolixo sem ser chato, Pio Corrêa tem umas histórias deliciosas de serem lidas;

- assisti "Alfie", na versão com o Jude Law. o filme confirmou algumas de minhas piores expectativas, e reforçou a crença que tenho em certos problemas de relacionamentos amorosos - no caso, aqueles em que figuro num dos pólos. não é um filme memorável, mas serve como referência rápida para certas coisas. além do que, assisti ao filme na hora certa: ele tem cenas na véspera do Natal e o Jude Law enfrenta problemas com one-night stands - assim como eu e meu dilema moral aqui explicitado ontem;

- com vontade de algo gostoso, fui ao Grill comer uma picanha na tábua, no ponto que gosto (um quase mal-passado). muito boa, e a um preço sem semelhantes em Brasília, diga-se. com todo respeito a quem não come carne, eu já estava precisando comer uma boa picanha, com todas as guarnições possíveis;

- passei em revista o lado 1 do "Document", do REM. é tão ruim que parece que o Michael Stipe fez o disco enquanto enrabado por um crioulo da Ceilândia, enquanto os outros caras da banda participavam de um concurso para ver quem tomava mais Pepsi (para se ter uma idéia do nível de ruindade). é o fim do mundo como o conhecemos, e eu só não me sinto bem porque essa é a única música realmente boa do disco - nem "The one I love" presta.

agora com licença, vou dormir. boa noite a todos, e me desejem "boa sorte".

sábado, dezembro 23, 2006

cestinha

passei nas Lojas Americanas ontem e aproveitei uma promoção de discos da EMI por 13 reais e levei logo quatro, junto com o reprodutor de DVD:

- Nat King Cole, "The world of" (coletânea, 28 faixas, nota 8)
- Patricia Barber, "A fortnight in France" (disco ao vivo, não conhecia essa mulher, levei porque era da Blue Note, nota 5)
- Chemical Brothers, "Singles 93-03" (coletânea, nota 7 - cadê "Electrobank"?)
- REM, "Document" (com cinco faixas-bônus, nota 2 - REM bom é o "Murmur" ou é entre 1992 e 1996).

já falei que estou louco para que o dia 3 de janeiro chegue logo?

shiiiiiiiiiiiiiine

e se a resolução abaixo implicar em não me relacionar com mais ninguém, paciência, mas eu não vou passar por isso de novo.

mis-shapes

o Craudio escreveu no blógue dele que a gente não devia fazer resoluções para os anos vindouros, até porque 2006 ainda não acabou. procuro seguir isso, mas uma coisa me deixou incomodado nos últimos dias e virou a única resolução que eu pretendo seguir em 2007.

(aviso: post confessional)

semana passada eu fiquei com uma menina numa casa noturna a cinqüenta quilômetros de Deprelândia. não a conhecia nem pessoalmente nem pela internet antes, e as coisas rolaram. na hora eu gostei bastante, afinal de contas ela é bem legal. mas eu não sentia nada por ela, e no outro dia comecei a me sentir mal por causa disso.

longe de atacar quem faz isso, eu não consigo ficar com alguém só por necessidade física ou porque na hora deu vontade. preciso sentir alguma coisa pela menina, preciso querer ter um relacionamento com ela depois, preciso saber que no outro dia não seremos completos estranhos, ou que cada um pode estar com outro, etc. e semana passada foi a primeira/última vez que fiz algo assim, no feelings.

eu sei que ela não quer nada comigo, eu sei que não quero nada com ela também. mas o incômodo de ter feito algo descartável está me perseguindo desde então, deixando mais difícil a convivência comigo mesmo. sendo assim, a única resolução que quero fazer para 2007 é essa de não ficar com uma mulher sem sentir nada por ela, e vale não só para o próximo ano como para o resto da minha vida. estou pouco me lixando para o fato de alguma mulher com quem já tive algo ou já quis ter algo possa ler isso: precisava fazer alguma coisa pra demonstrar minha indignação comigo mesmo e tentar me sentir mais leve.

acupuntura

comprei ontem um aparelho de DVD para a casa aqui em Deprelândia; é o primeiro reprodutor de DVD que essa casa tem, e agora que os preços baixaram assustadoramente e que todo mundo tem um, resolvi que essa casa teria um.

na hora de testar, surpresa: os únicos DVDs dessa casa eram meus dois singles do Suede. coloquei o de "Obsessions", e fiquei maravilhado com o que vi.

já tinha visto o clipe, mas não prestei atenção. enquanto a banda toca para o fã-clube, algumas coisas aparecem escritas na tela: são as obsessões deles, pessoas normais como a gente. desde chocolate até o número três, por exemplo. e duas obsessões me chamaram a atenção.

uma delas foi de um menino que disse "Adriana Lima... ela tem os olhos mais bonitos do mundo. num sonho ela me escreveu um poema... e eu esqueci as palavras". a outra foi de uma menina que disse "casamento... com o príncipe Harry. sonho com isso. preciso me tornar uma princesa"; enquanto dizia isso, cabisbaixa, ela segurava uma coroa de brilhantes. de alguma forma esses dois depoimentos me afetaram, mas ainda não sei como.

vamos lá

feliz natal, gente. ainda que, pra mim, o natal seja igual a qualquer dia - eu não sei a diferença de um feriado pra um dia comum, pra mim todos têm vinte e quatro horas.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

# 888

não há problema, se você olhar com calma. vamos, olhe mais fundo: o problema não está lá; olhe mais fundo ainda e veja que ele também não está em você. levante-se e saia, você precisa fazer o mundo saber disso.

*

longe de ser uma questão de segurança, era outra coisa. dúvidas - cheio delas - que pouco importa serem respondidas. é possível dar as costas ao problema, dar adeus ao que se passou. já passei por coisas mais difíceis.

mas essa, meu deus, ah, essa doeu.

Martini

faltou esclarecer, na entrada sobre o James Bond, que a cena da Eva Green na frente do espelho é a única em que ela está sem maquiagem - e linda como nunca. maravilhosa, perfeita. como disse o Gabriel, que chegou na noite de ontem à República Tcheca, é de se comprar o DVD e deixar essa cena no "pause" o dia todo.

nossa língua portuguesa

tem gente que gosta de enrolar mesmo. nessa notícia aqui, por exemplo, fala-se de dinheiro destinado a um "Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para a Gestão em Regulação".

puta que pariu, não dá pra falar "reajuste nas agências reguladoras"?

previsão do tempo

acho que vou ficar doente esse final de semana. é só um palpite, não tem base alguma, mas é muito sério.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

hell

comprei ontem "Adeus, Columbus", do Philip Roth, e li sete dos oito capítulos durante a madrugada. tentei ler o oitavo mas já eram quatro da manhã e meu corpo pediu arrego. então fui dormir e li o último capítulo logo depois do almoço. é um bom livro, mas não é excepcional. acho que vou ter de encarar "O complexo de Portnoy" para saber qual é a real do senhor Roth. antes, no entanto, tem os cinco contos de bônus da edição do "Adeus, Columbus", a serem digeridos em doses homeopáticas.

*

tem uma moça daqui que toca um jornalzinho de celebridades locais e anúncios de estabelecimentos comerciais, na ordem do menos para o mais presente em cada edição. vez ou outra ela compra coisas na loja da minha mãe, e numa delas parece que a moça perguntou de mim. aí minha mãe disse que eu estava morando na civilização, que estava em vias de me tornar um burocrata... e que tinha escrito um livro.

pronto, foi a senha para a moça do jornal querer me entrevistar. mesmo eu não sendo nem "celebridade" nem "local". não gostava do jornal dela, e continuo não gostando - bem como abomino a região. mesmo assim, decidi que vou me vender e tentar falar algo elogioso daqui e dar essa entrevista, só pra vender livro. sou um vendido, um prostituto do dinheiro. compra meu livro, vai, hahahaha.

*

boa notícia do dia: o Saparmurat Niyazov morreu. bem que o colega brasileiro dele podia morrer também...

eno do Flamengo

Se um vizinho safado vai jogar baralho na sua casa com a intenção de ficar passando a mão na perna da sua esposa por baixo da mesa, não é vantagem nenhuma você vencê-lo no jogo. O que importa é virar a mesa e encher o sujeito de porrada.

Olavo de Carvalho, pedindo truco.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Bâle

arrumei uma nova paixão platônica: dessa vez a "escolhida" é a Plum Sykes, uma escritora britânica. conheci-a quando ela foi entrevistada pela Men's Vogue, e havia uma foto dela no artigo - belíssima, por sinal. quando fui ver quem era a dona daquele sorriso lindo, ela era descrita como novelista.

vivia esquecendo de procurar mais sobre a moça, até que hoje recorri ao deus Google e descobri que ela se chama Victoria Sykes, sendo "Plum" seu apelido. mais que isso, ela foi uma "it girl" durante a década passada, e só não é até hoje porque virou socialite em Nova Iorque, onde mora atualmente (com o marido).

o primeiro livro dela, "Bergdorf Blondes", foi traduzido e lançado no Brasil com o mesmo nome, e não precisa nem dizer que vou atrás dele mesmo sendo chick lit. ela é (ou foi) colunista da Vogue, tendo trabalhado na revista durante a época em que a Lauren Weisberger também estava por lá, retratada com humor em "O diabo veste Prada". e teve sua primeira filha há dois meses.

será que ela não tem uma prima mais nova (ela tem 37 anos) igualmente gata e que também escreva livros?

terça-feira, dezembro 19, 2006

giocando con il fuoco

poderia olhar para ela até que a vista me doesse. certamente, no entanto, outra parte do corpo sentiria dor primeiro.

metafísica

Enquanto esperava, sentei-me num café em Leicester Square, agarrado a uma chávena grande de café que me devolveu a sensibilidade na ponta dos dedos adormecidos pelo frio. Em frente, adolescentes gritavam numa roda giganta que se despenhava controladamente na praça. Numa cidade estrangeira, no momento em que ficamos sozinhos, podemos simplesmente desaparecer. Meter por uma rua, virar uma esquina, ir embora sem dizer nada a ninguém. Pensei em escolher uma das ruas em que desembocavam em Leicester Square e ir andando sempre, até que a cidade me engolisse. Como se a vida, imaginei, não continuasse, pesada como sempre, noutro lado qualquer, longe do mundo e da gente conhecida.

pela segunda vez eu votei no Estado Civil como melhor blógue do ano, na eleição do Scream & Yell (ainda por ser publicada). e foi antes de ter lido essa entrada sobre a última ida dele a Londres, na semana passada - convertida, dentre outras coisas, nessa imagem telegráfica que eu tive quando por lá passei, alguns anos atrás.

frente a isso, já tenho meu voto para 2007.

férias

diante de duas decisões importantes tomadas nesta semana, uma coisa se faz mister: vou ter que ter férias de sonho em 2008, não importa exatamente aonde.

€ 3.000

faltam só catorze dias e meio para voltar a Brasília, que mais parecem catorze anos e meio. eu agüento, eu agüento. já esperei muito mais tempo para estar lá, uma vez.

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e mesmo com tanta progressividade e medidas práticas bem efetivas, ainda há coisas que me prendem ao passado. é triste constatar isso, ainda mais quando se lembra que esse tipo de coisa não leva a nada. a não ser, é claro, a um pouco muito de tristeza, de vez em quando.

sorte que meu auto-controle está bombando desde 1981 e minhas fraquezas nesse ponto são poucas e pequenas. tivesse eu um pouco menos de frieza, minha vida seria um grande inferno, com forma semelhante a um disco riscado.

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não reconheci uma pessoa ontem, péssimo fisionomista que sou, e me saí muito bem com respostas vagas e enrolativas. chequei quem era, depois que ela se foi, e o resultado das coisas que disse foi surpreendente: afastei as más vibrações sem saber!

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enquanto isso, na academia, sigo bombando (não no sentido de tomar "bomba" de anabolizantes). senti hoje minhas pernas trincando, ganhando uma dureza jamais imaginada. logo logo elas serão dois postes a me sustentar e me blindar de rasteiras e tostões na coxa. prepare-se, Brasília. porque Deprelândia, como não vai me matar, vai me alimentar. e sem nada empanado. até porque nem acho que vá conseguir passar pelo litoral tão cedo, pra rolar na areia e me empanar tal qual um camarão. que vai bem com um Guará Viton, ô delícia.

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Lucia não está, enlouqueceu.

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deram uma facada no ACM Neto ontem. no Tarso Genro, que é bom, nada?

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arrumei duas explicações para o modo como ela se comportava do meu lado. uma delas era uma possível alergia a meios sardônicos, a outra era uma desinformação facilmente remediável. no outro caso, não tinha mesmo remédio. de toda forma, vou morrer sem saber qual das duas coisas era, mas não acho que vá me torturar por causa disso. life goes on, certo?

o outro caso, pena, é mais embaixo.

domingo, dezembro 17, 2006

shaken not stirred

assisti hoje o "Casino Royale", vigésimo-primeiro filme do James Bond. lá vão umas considerações sobre ele:

- Daniel Craig é o primeiro Bond feio, ou seja, ainda tenho chances de estrelar um filme da franquia. ou melhor, não tenho: não nasci num país do antigo império britânico. mas ele tem savoir faire, yeah yeah.
- aposto cinco libras que as cenas à beira-mar em Montenegro foram na verdade gravadas no litoral da Croácia, e que Montenegro não tem e nunca terá tantos carros luxuosos quanto o filme mostra;
- a Eva Green, na cena em que está em frente ao espelho na sala de banho da suíte do hotel, é a mulher mais linda do mundo. se você não se apaixonar por ela ali (ou então em uma blusa listrada em preto e branco, velejando nos canais venezianos, mais pro final do filme), você não merece viver;
- dizem que o filme mostra o Bond errando. de fato isso acontece, mas é preciso atentar para um detalhe: na cena do maior erro dele, em que ele mata um fabricante de bombas em Madagascar, ele está usando uma roupa horrorosa - um deslize imperdoável de estilo, provavelmente proposital. depois disso ele se veste bem o tempo todo;
- "You know my name", música-tema do filme, é interpretada pelo Chris Cornell, um grande cantor à frente de um lixo de banda (que felizmente não está na canção). é a melhor coisa a contar com o gogó dele desde pelo menos "Black hole sun";
- a outra moça do filme, a Katerina Murano, também é linda. se a Penélope Cruz fosse bonita, seria ela; os traços de ambas são até parecidos, mas o rosto da bond girl, italiana, é muito mais expressivo. e, ao contrário da espanhola insossa, ela é muito gostosa;
- "Casino Royale" é uma espécie de "Programa do Ratinho" para artigos de luxo: ele anuncia relógios Omega, celulares Sony Ericsson, o novo Ford Mondeo e uma série de veículos do Premier Automotive Group. felizmente e ao contrário do que foi divulgado, o 007 não dirige um Fiat Panda.

trigo integral

"Gracias por pensar en mi", que o Ricky Martin gravou em seu "Acustico MTV", é uma versão em castelhano, com arranjos de corda e tudo mais, de... "A via láctea", da Legião Urbana. não sei se é um payback da versão de "Hoy me voy para Mexico", dos Menudos, que eles registraram em 1992... mas ficou bonita, de verdade.

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fui a uma balada de rock and roll ontem em Taubaté, arrastado pela Ana Paula e seu noivo. um lugar tão bem arrumado e com bebidas tão acessíveis merecia uma trilha sonora (tanto banda quanto disc-jockeys) muito melhor que o de ontem. mas foi legal por outros motivos...

quinta-feira, dezembro 14, 2006

united

continuo assistindo a MTV só por causa da Luísa. ver o programa dela que passa à meia-noite já é sagrado.

e fico me perguntando se ela existe de verdade.

lendas

tem uma música instrumental no final do "V", da Legião Urbana, chamada "Come share my life". é bem bonita, parece que é tradicional do cancioneiro estadunidense. como eu disse, não tem letra. e ela explica mais ou menos como eu tenho me sentido agora.

é um certo constrangimento, talvez um medo de não conseguir ser entendido. não no sentido de que sou incompreendido, não, de jeito nenhum, mas um erro de comunicação - talvez na transmissão dos dados. é isso e mais a vontade de ir logo embora, não quero mais ficar aqui. posso ainda ter que melhorar muita coisa em Brasília, mas é lá que eu gostaria de estar agora, de preferência sozinho e sem ver ninguém até o ano novo.

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and will time never pass, will time never pass for us? isso é de uma letra do Morrissey, que já foi meu cantor preferido, que já foi líder da banda que foi minha preferida, e que hoje em dia eu acho um chato de galocha. lembrei desse verso sem motivo, mas já arranjei-lhe uma função: a de querer mesmo que o tempo passe... não só para sair logo daqui mas também para ver se certas coisas, que dizem que a idade traz, realmente vêm com ela.

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unhas crescendo, barbas, cabelos. tudo ali, à espera da devida manutenção. arrasto tudo para a sexta-feira, esperando acordar sem nenhuma obrigação no sábado - apenas a de acordar, claro. e de que alguma coisa me espere no final dessa entrada, quando as linhas secarem e tudo for salvo.

o medo é grande, mas eu sou maior.

definições e atropelos

meu controle interno e eu não falamos a mesma língua. às vezes parece que é controle demais, às vezes parece que é controle de menos, mas nunca é na medida certa. agora, por exemplo, não sei. tá tudo confuso, tudo desbotado, tudo caminhando para a sensação de tevê fora do ar. eu não sei o que fazer.

*

"o bom senso indica que no final não há só uma pessoa para cada um". o Universal Channel está reprisando "Simplesmente amor", e surpreendentemente estou gostando de rever o filme. se isso acontece, é porque tenho de ter o DVD. pior de tudo, estou chorando sem parar, exatamente como da primeira vez (e olha que ainda não chegou a cena do corno da Keira Knightley e os cartazes na neve nem a do Colin Firth falando português). mas, como bem apontou o Fabiano, botar a Lucia Moniz como espanhola, nessa versão dublada, é simplesmente inaceitável.

*

enquanto isso, uma verdade contra a qual nada posso fazer transparece de vez em quando. é tão ruim essa sensação de impotência... é tão... deprimente, né? pois é isso. as coisas chegaram a esse desfecho onde não se dá pra fazer nada, mas não consigo me acostumar a isso. e vou repetindo a palavra encontrada e me enganando, time after time.

*

parabéns de novo, Gabriel: a gente merece isso também.

domingo, dezembro 10, 2006

cinema

acho que encontrei a palavra.

e tenho a vida toda para repeti-la para mim mesmo.

soluções

se a passagem do tempo pudesse ser medida em páginas lidas, dava pra dizer que nesse sábado o tempo passou voando. quatro matérias da Men's Vogue, metade da última Exame, 125 páginas de "Fama e anonimato" e a edição de hoje da Folha de São Paulo: tudo isso em pouco mais de sete horas, intercalando a vida social, o almoço e o banho por entre cada leitura.

já senti falta da academia, e minha coluna agradece pela melhor postura conseguida nesses dias por lá. dificilmente fecharei o mês como se fosse o filho do Superman, mas algum avanço já será notado. força, Palandi. você precisa de mais força de vontade e menos reclamações.

*

resolvi não ser um homem comum... tenho o direito de ser incomum - se conseguir... eu procuro uma oportunidade, não segurança... quero assumir um risco calculado; sonhar e construir, falhar e vencer... recuso-me a trocar o estímulo por uma esmola... prefiro os desafios da vida a uma existência pacata, a emoção da conquista à pasmaceira da utopia...

quando o Peter O'Toole tinha dezoito anos ele escreveu isso num caderno de anotações, e desde então isso virou a profissão de fé dele. que periga ser a minha também.

*

o começo do desânimo, o tempo perdido batendo o Zeitgeist, o fim batendo à porta no começo. talvez seja cedo para falar de água fria, talvez seja tarde para bater na mesma tecla. mas as coisas nunca foram certas, foram? tenho algumas certezas sim, mas nenhuma diz respeito a isso. aliás, tenho uma sim, mas não compensa repeti-la, já que não há espaço para a sensação de fracasso por aqui. a saída, então, é minimizar o problema e seguir em frente, puxando ferro e lendo bastante.

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acho que preciso de um abraço. alguém aí?

*

atualização: logo depois de ter escrito essa entrada, li as 75 páginas que ainda faltavam de "Fama e anonimato", terminando o livro. que venha agora a biografia do Pio Corrêa.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

a estrada perdida

existe algo indescritível em quando se anda por aqui durante a madrugada. alguma coisa que não se perdeu no tempo porque jamais existiu, algum porre que não bebi, alguma dança que não guardei. e que jamais surgirão, porque são coisas com as quais minha imaginação brincam e que, na prática, não fazem sentido algum.

*

ah, mas como é gostoso. vem pra cá, vem.

*

de repente tudo passou a fazer sentido: o dinheiro deixado no caixa, o asfalto em condições precárias, o pretérito mais-que-perfeito, a programação de tevê na madrugada... tudo, menos uma coisa.

e é justo essa coisa o que mais me tem fascinado e o que mais me desperta curiosidade. não é um mero desassossego, mas eu quero saber para onde isso vai.

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não escrevi certas palavras quando devia. se escrevesse, provavelmente a interpretação seria diferente daquilo que queria dizer - não estou justificando, mas isso era líquido e certo. hoje em dia constato que nada teria mudado se tivesse escrito, e é como se todas as luzes tivessem sido apagadas na noite em que as coisas não aconteceram.

*

no médico procurei explicar a ele que as coisas não eram como ele imaginava. ele fez a solicitação dos exames, falamos de coisas burocráticas, de estresse. mas não quis falar-lhe da estrada perdida, ele não deve saber onde fica. uma pena.

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deve ser a milionésima vez em que penso na estrada perdida. a insistência é tamanha porque nunca a encontrei. e às vezes parece que não existe uma estrada perdida, mas várias.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

gás mostarda

não sei onde estava com a cabeça quando decidi que o lance era ficar um mês em Deprelândia. minto: sabia sim, a cabeça está na família. só que agora passo o tempo entediado... coisa de louco.

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estou completamente desacostumado com algumas coisas daqui. uma delas é o sotaque: tudo bem, eu continuo puxando o "r", mas já rolou uma suavizada e tanto. quando venho para cá e ouço o "porrrta" característico é como se eu estivesse em Caronte, aquele satélite de Júpiter que tem gente que defende que seja classificado como planeta. até porque tem gente que defende que Deprelândia seja classificada como cidade, apesar de isso aqui ser um enorme pasto.

*

outro motivo de grande estranheza é o trânsito: asfalto precário, carros rebaixados a tocar funk a cerca de cento e dez decibéis e, pior de tudo, a questão da faixa de pedestres. quase fui atropelado ao lembrar que aqui não dá pra atravessar na faixa, ou você vira um alvo vivo. como da outra vez, parei na faixa para que atravessassem e frearam em cima de mim, atrás, no que tomei buzinas. esse tipo de comportamento é como se me servissem um disco com frango com catupiry em cima, aquele prato que as pizzarias servem por aí e que tem gente que defende que seja classificado como pizza, apesar de frango com catupiry ser uma aberração tão grande quanto uma pessoa com sete dedos - e não uma pizza.

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entrei ontem na academia e não me sinto dolorido. ao contrário, minha postura já melhorou um pouco e sinto que esse mês de puxação de ferro será super produtivo e salutar. continuo segurando a boca o quanto posso, embora tenha liberado um aumento de carboidratos - ordens da moça que fez meu exame médico - e ainda por cima role a fatídica comida materna, the best way to reach 200 pounds.

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cheguei à página 202 do "Fama e anonimato", um livro que farei questão de emprestar para todos os meus amigos que quiserem. estou na metade da parte sobre os boomers, construtores de pontes que se caracterizavam pelo nomadismo e por alguns ouros hábitos peculiares. quando cheguei aqui revi meu grande amigo Jece Valadão, que me sugeriu fazermos, a quatro mãos, algo como "The dark side of Deprelândia". com a inspiração desse livraço do Gay Talese, é bem capaz que saia mesmo.

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"- o que você tá fazendo aqui?"
"- vim de férias."
"- mas a sua irmã me disse ontem que você disse que só viria dia 14!"
"- eu menti."

é tão gostoso fazer isso...

domingo, dezembro 03, 2006

run with me, baby

oi, tudo bem? quando você passar os olhos por essa entrada eu provavelmente estarei a mais de mil quilômetros de casa, indo de surpresa para o Vale do Paraíba visitar minha família. dessa vez a visita vai se alongar por mais ou menos um mês (sim, só volto em 2007), já que em breve eu viro funcionário público, homem sério, envergando um terno bem cortado entre segunda e quinta (e na sexta, caso eu não consiga emplacar o casual friday). com esse nove-às-seis por cumprir, não posso cumprir a rotina selvagem de três visitas a Deprelândia num único ano.

assim sendo, essa entrada encerra a quarta temporada do blógue. neste mês de férias por lá, todas as entradas que eventualmente forem escritas serão feitas em regime de plantão, sem compromisso de atualizações diárias. o computador de minha casa por lá é um tanto lento, sem contar que férias não foram feitas para atualizar blógues, com todo respeito a quem faz isso (pensando bem, respeito porra nenhuma).

pensei em bastante coisa para escrever aqui, mas sabe quando tudo faz sentido sem precisar ser dito? é isso: tem coisas que não preciso dos lábios e das cordas vocais para exprimir. esse tem sido o melhor ano da minha vida, eu só tenho a agradecer a todo mundo que fez parte dele. 2007 será melhor? não sei, mas tudo que eu puder fazer para que sim eu farei. tudo. como disse uma outra vez, o primeiro passo é me esvaziar de toda e qualquer expectativa, o que vem sendo bastante difícil. se não é fácil chegar à felicidade, mantê-la é ainda mais complicado. eu estou feliz? depende.

então na manhã de hoje (domingo), foi gravada a cena do aeroporto, com os devidos créditos sendo rolados na tela assim que o reverso foi recolhido e o vôo tomou o rumo de São Paulo. obrigado a todos que se mantiveram aqui, eu amo vocês. e aí abaixo segue um vídeo de "Europe is our playground" com o Brett Anderson sozinho na guitarra, fazendo uma versão completamente diferente da que entrou pra história no "Sci-fi lullabies" - disco que por coincidência tem um avião na capa.

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até janeiro, e tudo de bom pra gente no final de 2006 e em 2007.

sábado, dezembro 02, 2006

espíritos

caramba, ainda tem gente que cai no golpe do licor com metanol! impressionante!

(mais impressionante ainda é ler "uma pequena cidade do departamento uruguaios de Cordillera, perto de Assunção": um erro de concordância e outro de geografia, ambos gritantes, no mesmo período)

Pelé

dois comprimidos de Resfenol me deixaram numa leseira que só. escrever? só se for enquanto desabo, ou melhor, durmo.

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susto ontem na livraria. enquanto flano pelas estantes de literatura estrangeira e disfarço a gripe, vejo uma menina passando. os mesmos cabelos, os mesmos coturnos. a mesma blusa listrada em branco e preto.

num instante sou tomado pelo pânico e começo a suar frio. engulo seco e dou meia-volta. perdido, subo para o primeiro andar em busca de oxigênio. começo a olhar do mezanino para baixo, enquanto minha cabeça prepara um plano de fuga.

depois de constatar que não há nenhum Chet Baker a preço razoável na seção de jazz, decido encarar as coisas e desço ao térreo. vejo-a atrás do balcão dos atendentes. epa, pera aí: ela é burra demais para ser contratada por uma livraria. olho de novo, e a altura não confere. ela pega o telefone e liga para alguém. ouço uma voz que não é a de quem estou pensando e tomo coragem para ver-lhe o rosto: ufa, não é ela.

com essa certeza, decido que posso retomar a vida. e saio de lá com uma "Men's Vogue" dos EUA e meu "Fama e anonimato", do Gay Talese, além de um grande alívio.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Fraulein

passar o dia gripado, recusar-se a sentar num restaurante para comer porque jantar sozinho é triste, esquecer de colocar o cinto e sentir a barra das calças raspando no chão molhado, brigar com o motor do carro para que ele reaja de forma adequada quando pedido.

quem se importa com tudo isso quando certas coisas aportam em sua caixa de mensagens?

Warschau

Saudades do Presidente Figueiredo diz:
mas ta bonita essa foto
eple diz:
hahahahaha
eple diz:
a sua é a capa de um disco do felt?
Saudades do Presidente Figueiredo diz:
nao, eh um borrado de tinta mesmo
eple diz:
é, então eu fiz o teste de Rorschach sem querer
Saudades do Presidente Figueiredo diz:
deu psicotico
Saudades do Presidente Figueiredo diz:
vai tomar haloperidol

Mexikostadt

saí do Subway ontem e, ao invés de voltar pra casa, fui me despedir de Brasília esse ano, apesar de ainda ficar mais uns dias na cidade. não consegui evitar de pensar que 2006 tem sido, de longe, o melhor ano da minha vida, e não foi só porque o comecei morando aqui pela primeira vez. não, é muito mais que isso.

faz mais ou menos um mês que estou com a palavra "kinetics" na cabeça. traduzindo para o português, é a boa e velha cinética, a ciência do movimento. comparada ao meu antigo referencial, Brasília é a cidade mais cinética do mundo. mas mesmo em relação às outras cidades desse paísinho atrasado e marginalizado chamado Brasil, Brasília tem seu movimento rápido e constante, que poderia ser representado num gráfico por uma progressão geométrica a um ângulo de trinta e tantos graus com o eixo X, haha.

voltando à despedida, ficava emparelhando o meu carro com os das faixas ao lado e procurava imitar a velocidade deles, ao mesmo tempo em que dirigia olhando para o lado. era gostoso ver três carros, lado a lado, andando na mesma velocidade, com o ministério da Justiça lá ao fundo, do outro lado do Eixo Monumental. e acelerar com força na ponte JK, como se ela fosse um portal para algum lugar. Brasília sem trânsito e sem pressa é uma delícia cinética.

não sei bem relacionar isso com a minha vida, mas imagino que em algum lugar no gráfico, um pouco ali atrás, a minha vida, representada pelo ponto P, foi interceptada pela progressão geométrica da cinética brasiliense. melhor parar por aqui, estou abstraindo demais.

Russland

um bom programa para 2007 seria tomar parte na viagem Paris - Pequim empreendida pela Mercedes-Benz. mas parece que terei de ficar num escritório, ganhando dinheiro. sem problemas, sem problemas...

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certos diálogos nunca serão travados, mas isso não me impede de imaginar como eles seriam, caso acontecessem. o grande problema é quando passo tempo demais da minha vida pensando nisso e deixo de fazer o que se precisa.

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dois amigos meus compraram Ford Focus no final da semana passada. em ambos os casos empreendi um lobby a favor do modelo, que apesar de não estar atualizado com a versão vendida no continente europeu é o melhor carro médio à venda no Brasil (o Golf IV, Rogério, é para os párias). tem consumo equilibrado, espaço de primeira, um belo desenho tanto interno quanto externo, qualidade de encaixe e textura de plásticos e, o que mais gosto, um câmbio bem acertado - a segunda é curta o suficiente para que se saia de qualquer lugar nessa marcha, enquanto a quinta é longa o suficiente para que se viaje numa velocidade de cruzeiro alta sem grande nível de ruído.

e os dois agora já fazem um lobby para que, desembarcando na Telerj, eu me junte à máfia do Focus e tenha o meu próprio. gosto da idéia, do carro e dessa leve pressão... mas será mesmo?

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placar do Subway até agora: dois sanduíches deliciosos (frango teriyaki e atum), dois desastrosos (vegetariano e frutos do mar). o de atum é tipo uma obra-prima se comido sem molho e com uma dose equilibrada de pimenta calabresa; ele deve ser servido com a maior Coca Light que se puder comprar. yummmm...