sábado, setembro 30, 2006

da Marambaia à Joatinga

amanhã tem "Manhattan Connection" ao vivo. quem perder é mulher do Tarso Genro.

microondas III

consegui um nariz de palhaço hoje cedo e, se fosse votar amanhã, o usaria para demonstrar com todas as letras: Lula é um idiota. mais do que isso, escreveria a carvão as letras XLV na minha camiseta. quem entendesse a piada certamente gostaria.

microondas II

graças ao grande Ricardo Rainha (sim, aquele mesmo do Fast Facts About Ricardo Rainha), os arquivos deste blógue agora estão funcionando, basta que se clique ali no mês desejado, na coluna à direita.

quanto ao primeiro "life in slow motion", aquele que atingiu o limite de cinco mil entradas e teve de ser "substituído", ainda não está publicado. estou tentando buscar uma solução para isso, mas há certas complexidades e diletantismos no caminho. fora que, convenhamos, eu leio tudo que escrevi até 2005 e acho uma m****...

microondas I

caminhada e atividades escusas pela manhã; almoço de aniversário da Erika e brigadeiro pela tarde; uma incógnita e outra incógnita pela noite.

é, o sábado está sendo legal.

sexta-feira, setembro 29, 2006

terrapin

reencontrei a Camila no MSN dia desses. ela ainda não sabia do resultado do concurso em que fui aprovado e, depois de sete dúzias de parabéns, fez a pergunta tradicional de todo concurso ("quanto é que você vai ganhar?"). falei o valor a ela, que disse que eu estava na fronteira entre "rico" e "milionário", e depois me disse os valores de cada faixa.

sim, é claro, ela tem benchmarks muito pequenos.

*

outro que não sabia era o Bruno, que fez a mesma pergunta. quando lhe respondi, ele disse que eu "tinha garantido a permanência na classe média para sempre".

mas eu não quero ser classe média para sempre, oras.

final

a dois dias de fechar o primeiro mês de nazi-fascismo dieta com exercícios, o saldo acumulado é de -7,5 kg. excelente. se eu conseguir perder mais quatro quilos até o dia 22, será perfeito. aí é só dar início à segunda fase do programa.

surrealismo

coluna do Nelson Motta, na Folha de hoje:

Sala, cozinha e banheiro

RIO DE JANEIRO - Em "O Discreto Charme da Burguesia", o grande mestre Luís Buñuel contrapunha duas cenas surrealistas: num salão elegante, em volta de uma grande mesa, uma dúzia de convidados bebem, conversam e discutem educada e animadamente, todos sentados em vasos sanitários, de calças arriadas e vestidos levantados, fazendo o que neles se faz com naturalidade. Depois, um a um, se levantam e se trancam nos banheiros, onde devoram voluptuosamente pratos cheios de carnes sangrentas e gordurosas, restos de comida lhes escorrem pelos cantos da boca, grunhem e rosnam como animais selvagens.

A metáfora bestial é um comentário irônico do mestre sobre a precariedade da condição humana e as hipocrisias da civilização moderna. É o que eles são em essência, o comportamento à mesa é apenas uma representação, onde cada um faz um papel.

Mas até o surrealista Buñuel se surpreenderia com o Brasil real, com tantos homens públicos que são metáforas ambulantes que comem e descomem à vista de todos, sem qualquer vergonha de uma coisa ou outra. A burguesia não tem mais o charme dos tempos de Buñuel, a elite sindical que se aboletou à mesa do poder não tem nada de discreta, muito pelo contrário. Há uma grande confusão entre a coisa pública e a privada.

Quando comecei a escrever na Folha, o diretor de Redação me deu boas-vindas e plena liberdade e fez uma única recomendação: manter a classe, nunca baixar o nível, criticar de "black tie".

Resisti sempre, mesmo navegando no mar de lama. Mas hoje, revendo a obra-prima de Buñuel, não pude deixar de me lembrar do Brasil e sucumbir às metáforas fisiológicas do mestre, que são apenas discretas e charmosas diante da escatologia e vulgaridade que dominam a vida pública brasileira.

nota zero

foi só falar da fase italiana que parece praga: uma das minhas músicas preferidas em italiano (se não a preferida), "L'appuntamento", da Ornella Vanoni, está sendo utilizada na novela das 9 como música... de um casal de veados.

era só o que faltava.

segunda volta

O Lula, com a sua ausência nesse debate, mandou um recado aos brasileiros e brasileiras: "Eu não estou interessado na sua opinião. Eu não preciso prestar contas pra ninguém". No domingo, mande um recado para ele: mude de presidente. Quero pedir o seu voto para mudar o Brasil. Não é possível nós acharmos que essas malas de dinheiro (...) são coisas normais. Não é normal. Nós não podemos perder a nossa capacidade de nos indignarmos frente ao que está errado.

só pela despedida do Geraldo Alckmin, no debate de ontem (foi o melhor momento dele), essa eleição já merece um segundo turno...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Itália

parece que na "Quatro Rodas" desse mês tem algo sobre a Fiat trazer o maravilhoso Croma para o Brasil, caso o carro tenha boa aceitação no Salão do Automóvel, mês que vem (Rogério, rola de você me passar tudo o que eles escreveram do Croma? quero saber de tudo).

se, no final das contas, o Croma for comercializado no Brasil e custar até uns cem mil reais, vai ser meu próximo automóvel.

dane-se, é só uma bomba-relógio

os brincos de diamante da Sophia Loren naquela foto.

(tic-tac-tic-tac)

os estranhos pensamentos que tenho tido de uma semana para cá.

(tic-tac-tic-tac)

meus sonhos: no de ontem eu pedia, em japonês, um Big Mac num McDonald's em Tóquio - lá onde o trio do Big Mac é o número seis. no de hoje, um sonho político e uma mensagem absurdamente improvável de alguém que nunca mais vai falar comigo na minha caixa de mensagens.

(tic-tac-tic-tac)

o uso político das palavras, o uso privado do que é público. estamos afundando? não: estamos boiando. up and down. uuuuuup.

(tic-tac-tic-tac)

eu não vou te ouvir. nada do que você vai me dizer eu quero ouvir, então fico surdo pro que vem do seu lado. te falei que comprei um iPod só pra me isolar melhor? então some daqui.

(tic-tac-tic-tac)

"- essa bomba não vai explodir não?"
"- vai sim."
"- então o que a gente tá fazendo aqui?"
"- você faz perguntas demais."

(tic-tac-tic-tac)

"- aqueles dois ali não páram de falar."
"- pode crer."
"- do que será que eles estão falando?"
"- da bomba-relógio."
"- ah, mas não é possível que uma bombinha de m**** dessas dê tanto assunto."
"- não a subestime. você é um ser humano, ela é uma bomba. ela te liqüida sem remorso."
"- eu também posso liqüidar essa bomba."
"- ah é? então vai lá e desarma ela."
"- não, não vou."
"- viu? a bomba já deu bastante assunto."
"- ..."
"- termina seu suco."

(tic-tac-tic-tac)

o medo de estar vendo tudo acontecer de novo.

(tic-tac-tic-tac)

a ausência de Twinings no bar Monumental, e o Guaraná dietético bebido de forma quase compulsória. ao menos, sem a laranja de praxe.

(tic-tac-tic-tac)

as mulheres chinesas, que só beijam depois de um namoro sério.

(tic-tac-tic-tac)

eu não devia lembrar dos meus sonhos. não desses que tenho à noite, pelo menos.

coordenadas, mapas e todo o tipo de coisa que você nunca consultou

tá na letra de "Jamais", da Charlotte Gainsbourg: "nunca se apaixone por um(a) dublê de corpo". anotado.

*

uma das coisas que eu mais tento seguir na vida é a lei de nunca ir contra mim mesmo e contra aquilo que eu acredito. só que eu parei de acreditar nesse blógue e estou morrendo de vontade de apagá-lo. mas não vou apagar: vou contra mim dessa vez e agüentar essa imperfeição que isso aqui se tornou.

um dia ele foi perfeito? claro que não. mas já gostei mais dele.

*

fui com o JP ao lançamento do livro do Júlio Mosquéra, repórter da Globo aqui em Brasília. boa parte daqueles repórteres que aparecem todo dia no "Jornal Nacional" e nos outros noticiários da emissora estava lá: Giuliana Morrone, Délis Ortiz. e, no meio dessa galera, JP se mexia com desenvoltura tamanha que eu não estranhei o que o Mosquéra escreveu na dedicatória do livro dele: "um profissional talhado para o jornalismo". só que, na verdade, o real talento do JP não é esse - é apenas conexo. contei a ele ontem, en pasant, o que achava. ele levou no mau sentido, sem refletir sobre a parte boa - mas um dia ele se liga.

quarta-feira, setembro 27, 2006

radiocarbono

é só um palpite: o Brasil tem leis demais e política econômica de menos. sendo assim, chega de votar em advogados, juízes e, especialmente, membros do MP. e mais economistas responsáveis na Câmara, por favor.

*

todo mundo sabe, eu só não botei aqui ainda: este blógue apóia a candidatura Luciano Bivar e, se fosse até o município de Deprelândia votar, seria pra ele o meu voto. além de não mentir na declaração de bens - disse ter R$ 9 milhões, contra os R$ 700 mil do cachaça - Bivar é o mais liberal de todos e o que tem as melhores idéias para o país, apesar de algumas hipérboles.

*

como o mundo está longe de ser perfeito e dificilmente o Bivar passará ao segundo turno, a ordem é votar no chuchu. não porque goste dele - eu não gosto (para maiores informações, favor ler "Alckmin é uma besta", do Alexandre Soares Silva, e "Votem no chuchu", do Olavo de Carvalho) - mas, num segundo turno, eu taparia o nariz e votaria nele com gosto. só pra expulsar o atual inquilino do Palácio do Planalto.

plano piloto

que vontade de não voltar em Taguatinga. ô lugarzinho horroroso...

little monsters

eu estou calmo, já vai passar.

terça-feira, setembro 26, 2006

logo logo

eu começo a minha campanha pela beatificação da Chryssie Hynde.

e tome motivação

"Em nenhum momento consegui a grandeza. Em todos os momentos procurei escapar da mediocridade."

Roberto Campos (1917-2001), gênio humilde.

fora do mundo

então estava eu, na noite de domingo, a assistir em diferido ao Telejornal da Noite, da SIC Internacional. umas nove e pouco, e uma matéria curiosa apareceu na parte final do noticiário.

a reportagem era sobre João Paulo Diniz, um radialista português. dono de um vasto currículo nas maiores emissoras de rádio do país, e com um detalhe que eu gostaria que estivesse no meu currículo: ele era o locutor que estava no ar nos Emissores Associados de Lisboa quando anunciou a canção "E depois do adeus" - cuja execução era a senha para que a Revolução dos Cravos tomasse Portugal logo em seguida.

(parênteses rápido: a Revolução dos Cravos foi um levante militar que, a 25 de abril daquele ano, derrubou o regime político português, nas mãos de Marcello Caetano, depois de trinta e cinco anos de salazarismo. à época, Portugal era um país um tanto atrasado e predominantemente rural, apesar de bons indicadores sociais)

continuando: João Paulo, que atualmente deve estar na faixa dos sessenta anos, está desempregado. um problema que também assola Portugal, e que fica mais crônico quando se fala de gente sem experiência ou com bastante experiência, como é seu caso. e decidiu publicar um anúncio num jornal luso, oferecendo-se para trabalhar. lembro-me que o anúncio mencionava "alguns cabelos brancos de experiência", e dava o mail para contactá-lo.

na entrevista que se seguiu, João Paulo (que é homônimo do playboy brasileiro mas não tem nada a ver com ele) falou das dificuldades pelas quais se passa na busca de um emprego e que tem, a despeito de todas elas, muita esperança para o futuro. não se prendeu ao passado em nenhum momento, falou de como a vida da gente é cíclica, e que agora ele está por baixo mas logo logo estará por cima de novo. demonstrou, ali, uma vitalidade e uma juventude que eu, com vinte e cinco anos incompletos, nem sonho em ter.

se eu tivesse uma emissora de rádio aqui em Brasília, far-lhe-ia uma proposta na mesma hora. como (ainda) não tenho, decorei o mail e enviei-lhe ontem uma mensagem desejando-lhe boa sorte e dizendo o quanto aquilo tinha me sensibilizado.

recebi uma resposta dele algumas horas depois, um pouco surpreso por alguém no Brasil ter visto a reportagem e decidido escrever, agradecendo pelas palavras e me dizendo para "nunca desanimar, sempre ir em frente!". diante disso, o que é que me resta? desejar toda a sorte do mundo a ele, mais uma vez, e não desanimar, sempre ir em frente.

hooray!

olha a boa notícia:

Brasil poderá ter fábrica da Häagen Dazs

SÃO PAULO - Para a unidade brasileira da General Mills, dona da marca Häagen Dazs, a próxima temporada de verão será mais do que uma oportunidade de elevar as vendas. Dependendo dos resultados, o Brasil pode ser o escolhido pela matriz da empresa para a construção de uma fábrica na América Latina. A unidade será responsável pelo fornecimento em toda a região dos sorvetes Häagen Dazs, hoje importados da França.

O gerente de marketing da General Mills, Marcos Scaldelai, diz que a meta no Brasil é crescer 40% no próximo verão. "Reposicionamos a marca com uma redução de preços e abrimos novos pontos-de-vendas". Os sorvetes e sobremesas geladas da Häagen Dazs, que tem os consumidores de maior poder aquisitivo como público alvo, custavam até o verão do ano passado, 100% acima das demais opções premium do mercado. Neste ano, diz ele, custam apenas 50% mais.

A distribuição da marca, antes concentrada nas lojas da locadora de vídeos Blockbuster e em algumas unidades dos supermercados Pão de Açúcar, agora estão em toda a rede de lojas da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD). "Saímos de 350 para 990 lojas e aumentamos nosso raio de atuação para as principais capitais do país", informou o gerente de marketing.

A empresa tem sete lojas próprias e há planos de abrir mais cinco até o final deste ano - no Rio de Janeiro, duas lojas, em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília - com investimentos de R$ 3 milhões.

Segundo Scaldelai, serão investidos R$ 2 milhões no marketing da Häagen Dazs até março. Além de promoções nos pontos de venda e campanha publicitária, a cargo da agência TBWA, a empresa aproveita o mote das eleições e propõe uma votação. Os consumidores escolherão qual sabor a empresa trará para o Brasil. Sucesso no verão europeu, o cliente poderá escolher entre o sorvete de coco com biscoito e o de baunilha com frutas vermelhas.

velocidade máxima

depois de vinte e cinco dias caminhando dez quilômetros toda manhã, meu organismo já se sente um pouco melhor. sete quilos a menos, uma aparência mais condizente e próxima de um ser humano decente, mais disposição. ainda falta muito, claro, mas já é um começo.

todos os meus amigos gostam de correr. vários deles participam de corridas organizadas aqui em Brasília, inclusive. fui chamado várias vezes por eles para correr, e algumas vezes aceitei o convite. durante minhas caminhadas, incluí até alguns piques de corrida pra ver no que dava.

não corro mal. tenho um fôlego razoável e consigo correr um quilômetro num ritmo razoável. mas descobri uma coisa importante: eu não gosto de correr. na verdade, eu detesto correr. nada contra quem o faz, óbvio, mas eu me sinto meio humilhado quando corro - é um pouco ridicularizante, não sei explicar. gosto daquele reclame da Peugeot, a pior marca de carros estabelecida no Brasil, que diz "avançar, não correr". é mais ou menos o meu slogan agora, com a diferença de que eu tenho mais resistência que qualquer veículo da marca.

tem um outro exercício que eu acho humilhante, mas esse já tem um bom tempo: flexão de braço. eu me recusava a fazer na educação física e cheguei a ter nota vermelha por causa disso. acho completamente degradante. mas de resto (abdominais, barra, aparelhagem), acho bem legal, mesmo não fazendo todos - barra, por exemplo, eu não sei fazer. mas flexão é de se perder a fé na humanidade.

quem viver, lerá

ainda hoje:

- "avançar, não correr"
- Roberto Campos e sua profissão de fé
- como estão as coisas em Portugal
- como estão as coisas no meu organismo
- Luciano Bivar

tudo isso e muito mais, neste blógue.

segunda-feira, setembro 25, 2006

lantânio

às vezes a gente quer umas coisas tão estranhas, não?

arquivo

então hoje é centenário de nascimento do Shostakovich?

ótimo. só falta eu descobrir a obra do cara, antes de sair dando parabéns...

just another corno collection

outra música que faz todo o sentido do mundo quando se está à beira do mar do Caribe é "Midnight", da Nikka Costa. tem quem prefira a fase atual da carreira dela; eu, ao contrário, gosto mais da fase bobinha. não sei de quando é essa música, mas, na melhor das hipóteses, já tem dezesseis anos.

a letra, que segue abaixo, é daquelas coisas beeeeeeem água-com-açúcar mesmo, o tipo de amor que, infelizmente, não existe. ceticismo é meu nome do meio. mas, apesar de já ter perdido minhas esperanças de um dia ter algo assim (oh, que drama), eu adoro essa música.

Midnight, under the moonlight
You're saying with your eyes
What I've always known
Sailor, wherever you wandered
The star that you followed
Was guiding you home

Always, now and forever
I promise to be there, you're never alone

Midnight, the feeling was so right
We kissed for the first time
That moment I knew
Magic, the sound of the music
It all was so perfect
A dream coming true

Two hearts
Are wishing on one star
Are waiting an answer
Then out of the blue

(There) came a bird flying at last
First time out of the nest
You're the sound of the wings
You're the song that she sings
Just a kiss, that was enough
To begin in this love
For the rest of my life
I'll remember that night

oceano

a única rádio que conseguia sintonizar no Ritz-Carlton Cayman era bastante esquisita.

ontem de manhã, tocou a nona do Mahler. na hora do almoço, "Dancing barefoot", da Patti Smith - mas na deliciosa versão do U2. no final da tarde, o "A ghost is born" todo.

e veja só, "A ghost is born" já é um disco nota 7. já aprendi que havia a necessidade de "Spiders (kidsmoke)", mas "Less than you think" ainda é um lixo. é a pior música que o Wilco já fez, e não cabe discussão. aquela uma em que se conta de um a nove também é podre. mas o que é essa "Theologians", hein? de fato, acho que nenhum teólogo sabe nada sobre minha alma. nem eu sei.

giovedi

até quinta à noite o Lelo está em uma missão militar, então tenho a casa toda para mim.

alguém aí falou em festinha?

mundana

bem, de volta ao Brasil, pilhas e pilhas de coisas me aguardam. minhas pilhas estão recarregadas, por acaso? acho que 70% e nada além disso. estou com sono, o sol das Cayman faz minha nuca arder. e aí, salada Caesar para o almoço?

rehab



oi, tudo bem? como todos os leitores deste blógue perceberam, fui diagnosticado com uma série de problemas de saúde, todos ao mesmo tempo, no final da semana passada. preocupado com o meu bem-estar e com o de todos ao meu redor, decidi me internar em um hotel-spa, o Ritz-Carlton Grand Cayman, e passei o final de semana por lá. essa foto acima é da vista que tinha a partir de minha cadeira de praia (à esquerda). vocês não podem me ver, mas estou no deck do barco, lá atrás, sentado, abrindo um mapa.

*

o que eu tinha? várias coisas. estafa mental depois de fritar o cérebro ao traduzir um texto técnico sobre geologia, estafa muscular depois de caminhar tanto para emagrecer. fora que, na quinta-feira, recebi uma mensagem de erro: meu intestino executara uma operação ilegal e teria de ser fechado. sim, uma disenteria braba, dores pelo corpo e problemas de compreensão de estímulos visuais. não conseguia ler nada, não conseguia usar o computador. em suma: deu tela azul e eu travei feio.

*



esse simpático casal também estava lá. cada um em sua suíte e com seu parceiro, embora o dela não parecesse o infame Michael Douglas. joguei paddle com ele e arrastei uma asa para ela. tomei toco, pra variar.

*

se eu ganhasse um dólar por cada momento que me senti sozinho de umas duas semanas para cá, já estaria na lista dos 400 mais ricos que a Forbes publicou na semana passada. sério. never felt quite so alone. viajar sozinho, assim como tomar champanha sozinho, não tem a mínima graça.


na varanda da minha suíte, desperdiçando sozinho o pôr-do-sol

*

bom, não queria falar de solidão. apenas dizer que fisicamente já estou melhor, e que agradeço pelos comentários e mensagens de melhoras recebidos. thank you.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Firefly Hill

diagnóstico da minha mãe: estafa. com licença, vou ali tirar uns dias de folga. deixem nos comentários seus recados e mensagens de "get well soon".

zona franca

estou passando mal e, pela primeira vez em três semanas, não fui caminhar. estou horrivelmente péssimo, meu organismo está uma droga. um desconcerto que chega até a constranger...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Nelson Motta

e por falar em farmácia geologia, hoje eu botei uma notícia assaz incomum no Portal do Geólogo: mineração de carvão inspira peça de teatro na Escócia - o que me valeu o comentário do Felipe de que eu sou "o Nelson Motta da geologia".

hahahahaha, fala sério.

rae

o trabalho a que me referi na entrada "limão", de ontem, era a tradução de um texto. não pode ser tão chato assim, pode? sim, pode. era um texto técnico sobre geologia. não que eu não goste do assunto, é que não entendo nada mesmo, e o prazo curto depunha contra. a pior parte é que a tradução era pra verter do português para o inglês, o que é bem mais trabalhoso do que o contrário. mas deu certo, no final. os termos coloquiais foram traduzidos com a ajuda de um bom dicionário, enquanto os termos técnicos foram traduzidos por googlismo: eu colocava no Google o nome que eu achava que as coisas tinham em inglês. se desse bastante resultados, era porque eu tinha acertado. se não desse, era pra tentar por aproximação até conseguir, haha.

confusão

eu não sei o que escrever aqui. isso pode ser bom: evita confusões.

quem dera

tentei ligar no atendimento da Air France e saber qual é o vôo AF 607105, que virou nome de uma canção da Charlotte Gainsbourg. no toll free deles, no entanto, você só pode falar se tiver uma reserva. nada de tira-dúvidas geral.

*

aliás, esse disco dela é tão lindo, hein? tem quatro candidatas a música do ano: "5:55", a já citada "AF 607105", "Tel que tu es" (a única em francês) e "Jamais" (pronuncia-se "jamé"). a outra candidata é "A lady of a certain age", do Divine Comedy. correndo por fora, "The other side", das Scissor Sisters.

quarta-feira, setembro 20, 2006

so what

quatro horas ininterruptas trabalhando na tradução para o inglês de um texto técnico sobre mineração. oito páginas, de um total de onze, concluídas. meu cérebro batendo pino.

é, "dinheiro fácil" é meu nome do meio.

*

segundo o Craudio, Coca Light e quaisquer alimentos com edulcorantes artificiais, como os iogurtes que eu tomo, fazem mal a quem está em dieta, porque esses adoçantes reduzem o metabolismo. não é uma tese de todo absurda.

mas eu não consigo ficar sem Coca Light. e você, sobreviveria se lhe drenassem o sangue?

*

devagar, muito devagar...

dicionário norueguês-português

eple s.f. 1. maçã 2. meu nickname no MSN 3. uma das músicas instrumentais mais bonitas da história, presente no "Melody AM", do Röyksopp (2001) 4. esse clipe maravilhoso reproduzido abaixo:

vassoura de piaçava

um pequeno desvio na dieta ontem: almocei com o Felipe no Marietta (o Quitinete estava lamentavelmente fechado por motivos elétricos). mesmo assim, o desvio foi pequeno mesmo: enchi a cara de salada. alface roxa, mussarela de búfala, tomate seco com o mínimo de azeite, abobrinha grelhada com aceto balsâmico, manga... e aquela coisa magnânima chamada mostarda com mel.

dois pratos, o segundo com quibe cru. é, aqui dá pra encaixar aquela frase dúbia que eu tanto amo, "adoro comer cru". e quando partimos para o buffet (lê-se "buféti") de pratos quentes, não dei chance pros carboidratos: um pedaço ridiculamente pequeno de uma torta qualquer, peixe e frango. nem sinal daquele filé minhão com ervas nem do purê de batatas - fui forte e não encarei nenhum dos dois. regado com suco de melão, foi obviamente meu almoço mais gostoso desde o começo da dieta. e é bom que eu me conforme que não terei outro tão cedo.

limão

seis horas ininterruptas de trabalho do mais chato? opa, tô nessa!

terça-feira, setembro 19, 2006

mais twinings

ontem foi o de manga com laranja, hoje foi o de baunilha. delicioso, com um aroma de partir qualquer um em mil pedaços. Twinings tem sido meu jantar. tem poucas calorias, é doce, é quente.

exatamente aquilo de que eu preciso.

it's good to be corno

Lately
I find myself out gazing at stars
hearing guitars
like someone in love

Sometimes the things I do astound me
mostly whenever you're around me

Lately
I seem to walk as though I have wings
bump into things
like someone in love

Each time I look at you, I'm limp as a glove
and feeling like someone in love


essa é a letra "Like someone in love", um standard que foi gravado desde o Frank Sinatra até a Björk. eu gosto da versão do Chet Baker, porque é corna até a medula - e eu tenho me sentido muito corno esses dias.

adega

não é nada. nunca foi nada.

mas vai passar.

urânio 235

eu e a Carol concordamos hoje: o dia em Brasília tá com cara de bomba atômica. o clima meteorológico, não o político. típica paisagem de fim de mundo, com a baixa umidade e aquele sol que, a despeito de parecer inofensivo, arde o triplo do que um sol mais "explícito".

de tal forma que, tivéssemos umas pistas urbanas mais estreitas e um número maior de Ford Landaus rodando, isso aqui pareceria aquelas estradas desertas do interior dos EUA, com bolas de feno passeando por aí. e todo mundo olhando pro céu, querendo saber se vem chuva ou o Enola Gay por aí.

twinings

então a tarde foi péssima e eu peguei meu carro, abasteci o tanque e fui queimar gasolina. dirigir, going nowhere and fast, era um dos meus exercícios de relaxamento preferidos quando morava em deprelândia; não o faço muito por aqui graças a duas coisas: primeira, a vigilância eletrônica que me impede de andar a mais de 60 km/h no Lago Norte, por exemplo; segunda, não tenho subsídio para a gasolina - se quero andar mais de carro, preciso comer menos.

mas ontem, pela primeira vez em um ano e meio de Brasília, vi-me compelido a fazer aquilo. sentindo-me corno, botei um Whiskeytown e fui pro final do Lago Norte, até o Clube do Congresso - o lugar mais isolado em que penso ir, por enquanto. e não era o bastante, então depois de ir até o fim do bairro, voltei e cortei a cidade novamente, indo parar no Casa Park. minha intenção lá era de abstrair, ver alguns móveis, algumas coisas bonitas. quando me sinto mal, tenho de ver coisas bonitas. mas, mal entrei lá, subi à Livraria Cultura e me senti num bunker, protegido contra tudo de ruim que pudesse me acontecer, no meio daquele ar-condicionado fortíssimo, das mulheres com roupas cor de pêssego, de cadeias montanhosas de livros.

parei na seção de música clássica e jazz. ela fica no primeiro andar, enquanto todas as outras seções de música ficam no térreo. para mim, isso é uma forma velada de dizer que são formas superiores de arte - e são mesmo, por menos que concordasse com isso cinco anos atrás e por mais que inclua o Suede no grupo superior. procurei uma dica do JP: a nona do Mahler, regida pelo Leonard Bernstein. com o preço pouco convidativo, o cara da seção me recomendou uma outra versão, com sir John Barbirolli na batuta. perguntei ao vendedor:

"- o que você tem de corno aqui?"
"- o Chet Baker fica na segunda fila, ao meio."

não, ele não disse exatamente isso. apenas coçou a cabeça antes de responder, hesitante: "de corno... de corno... acho que o Chet Baker, né?". ótimo. levei uma coletâneazinha dele, "My funny valentine", de umas gravações na Pacific Jazz, entre 1952 e 1955 - quando ele ainda tinha alguma voz. e peguei uma Elle portuguesa, pra ficar vendo coisas bonitas enquanto tomava um chá Twinings.

dentre as várias opções de chá disponíveis, havia um chamado passion tea: manga com laranja. na hora, veio-me à cabeça que estou com algum problema com a paixão. não sei bem ao certo, mas ou ela está me faltando ou ela está me sobrando. e decidi tomar esse chá - sem sequer me lembrar que tinha dito que manga era tendência. sensacional. e assim, aos poucos, vou me recuperando...

segunda-feira, setembro 18, 2006

oscilatória

comprei um par de tênis no mês passado e só fui estreá-los hoje. são bons, mas confesso que estou tendo dificuldades para manter o equilíbrio, por enquanto. adaptar-se a um tênis ou sapato novo é algo que demora uma semana, pelo menos. e esse aqui é cheio de "preguinhos" de borracha na sola, mesmo não sendo um calçado desportivo. ou talvez eu esteja mesmo avoado.

*

existe algo que pode acabar com o seu relacionamento com uma pessoa: associá-la a um evento negativo. aconteceu algo assim na minha vida. tem uma pessoa de quem eu gosto muito mas que, sempre que nos falamos, eu associo ela a uma derrota minha (sempre a mesma, no caso), e me sinto mal quando a gente se fala. culpa dela? em parte. a outra, claro, é minha. era uma guerra perdida, mas eu entrei - e perdi. por quê fiz isso? porque não havia escapatória. não era contra mim mesmo, não era algo facultado, não era possível contornar. mesmo assim, às vezes se acredita nessa possibilidade impossível de se mudar as coisas e dá-se a mão à essa filha da puta chamada esperança. fiz tudo que podia, e mesmo assim não consegui.

toda vez que lembro, fico pensando que poderia ter feito diferente, melhor, etc - com um detalhe importante: eu não podia. e não há muito o que fazer para mudar isso, nem mesmo esperar passar. pouca gente se lembra do que se foi conquistado, o que fica na memória, na garganta, no coração, é apenas o que se foi perdido. mesmo que sem mágoa, como é meu caso.

*

não adianta reclamar de má sorte ou de esforços em vão, certo? vamos em frente.

código Morse

si je fais quelque chose, je suis erroné; si je pas, suis omissive.

Punk'd

do The Superficial:

The billionaire founder of Virgin, Richard Branson, threw a Mad Hatter-themed birthday party for his son on Saturday and invited Paris Hilton to attend. According to the Daily Mail she agreed and wanted to dress as Alice in Wonderland so she'd be the center of attention, but when Branson found out he secretly ordered all 60 of his waitresses to dress as Alice, even pushing the prank further by deliberately mistaking her for one of the staff and asking her to get him a drink.

HAHAHAHAHAHA, SOMEONE GOT PUNK'D HERE.

golpe de mestre

saiu o concurso a ser prestado. maiores informações, me escrevam.

spread the word

o doutor Marcos, pai do ilustre Marcio Porto, deu-me no sábado uma sugestão muito boa do que fazer da minha vida. já vou começar a trabalhar nisso...

domingo, setembro 17, 2006

degraus

a palavra do dia é "estafa". é só o que se pode sentir, diante desse calor que já me obrigou a uns dez copos de água, por exemplo. ou de dezessete dias de regime nazi-fascista (que, no entanto, continuará).

é só o que se pode sentir... mas amanhã é outro dia. e, como diz meu pai, "com uma noite no meio". boa semana pra todo mundo.

IX

tô só esperando pra ler no blógue do Rodrigo (a quem dedico as entradas matinais deste aqui) algumas considerações sobre o vultuoso hat trick do Obina nesse jogo contra o Fortaleza.

tudo pelo social

da "Gente boa", do Globo de hoje:

Kate Lyra, a atriz americana que ficou famosa pelo bordão "brasileiro é tão bonzinho" num humorístico de TV, acabou de escrever "O guia da mulher bela que quer jantar fora". Ainda está sem editora. Trechos:

(...)

5. Embora ocorra um constante entra-e-sai de moda em relação a vestuário, arte e regras de etiqueta, as facas, os garfos e as colheres vieram para ficar. Aprenda a usá-los. Nietzsche achava que a civilização era nada mais que um treinamento repressivo para um encolhimento do indivíduo. Se você concordar com ele, por favor, não jante fora!


HAHAHAHAHAHAHA, SENSACIONAL.

nem em sonho

apesar do nome, "This land is mine", da Dido, não é uma canção sobre reforma agrária. uma pena. adoraria que os defensores dos sem-terra parassem de ouvir Zé Ramalho.

meio que assustei



uma exposição virtual sobre os edifícios jamais construídos em Moscou (Moscovo, se você for conterrâneo do Pedro) durante as décadas de 1930 a 1950. achei no blógue do Alexandre Soares Silva.

forró do Palandi

então o silêncio da manhã de domingo é pouco para mim e, com sede, vou até a cozinha atrás de um copo d'água. aproveito para, em júbilo, contemplar a paisagem suburbana que é este lado do setor Sudoeste: não há viv'alma na rua, os veículos estão todos parados e só lá ao fundo se escuta um barulho, que não é nada além de um carro de som que veicula um jingle de candidato a deputado distrital. em ritmo de forró, diz que o candidato é uma pessoa querida, correta, "o melhor pra nossa vida". já tem meu não-voto. aô, vida suburbana!

carros imaginários

(ou "minha tentativa de escrever igual ao Aran")

imaginem só: a Mitsubishi Motors, entusiasmada com o sucesso de seu modelo Lancer Evo nos campeonatos de rali, decide lançar uma variação: Mitsubishi Lancer Evo Morales. homenageando o grande cocainômano cocaleiro boliviano, essa edição especial do veículo é disponibilizada na cor verde-coca, com forração interna em lã de alpaca e couro de lhama. mecanicamente, a grande inovação do Lancer Evo Morales é que se trata do primeiro veículo esportivo a gás natural em todo o mundo. a vantagem é que nenhum consome tão pouco quanto ele; a desvantagem, sentir o cilindro de gás batendo a cada curva fechada que você faz.

mas você também pode retirar o cilindro de gás e aproveitar seu Mitsubishi Lancer Evo Morales: ele também funciona com a gasolina Podium de 98 octanas, exclusividade Petrobras YPFB em território boliviano. além disso, o carro tem um inovador sistema de partida, que substitui a chave pelo... Hugo Chávez. você insere um cartão com a cara do líder revolucionário bolivariano no painel e aperta um botão vermelho, semelhante ao que ele gostaria de ter para lançar um míssil rumo aos EUA. e, para não esquecer as raízes, a buzina desta série limitada reproduz o grito de Fidel Castro quando este tomou um capote numa daquelas enfadonhas emocionantes cerimônias que contam com sua presença e, claro, seu fulgor oratório. outras inovações do Lancer Evo Morales estão espalhadas pelo carro, mas só serão divulgadas mediante a renegociação do contrato de publicidade.

brisa

minha camiseta está com cheiro de mulher. não, o abraço que ela me deu não foi o responsável - a culpa é do meu desodorante. e depois ainda tem gente que acha ruim de se usar desodorante feminino...

verdade tropical

Acho bonita a maneira como, lingüisticamente, os portugueses resolveram a questão do orgasmo. No Brasil, usamos o verbo gozar, como na França. Mas é como se estivesse acabando alguma coisa. "Estou-me a vir" é reflexivo, ou seja, fala de si próprio. E ainda dá uma idéia de continuidade.

Caetano Veloso, o Noel Gallagher brasileiro. ou não.

para hoje

- fazer umas compras frugais no supermercado;
- dormir à tarde para ficar acordado na hora do "Manhattan connection";
- avançar na leitura da "Lanterna na popa" (dá pra chegar, fácil, à página 600);
- tomar vitamina C
- buscar o segundo melhor motorista do mundo no aeroporto, caso ele solicite;
- fazer alguma coisa estilosa. o quê, exatamente, eu não sei.

sábado, setembro 16, 2006

once in Germany someone said "nein"

... e isso teve implicações na história que perduram até hoje.

entrada

meus horários continuam uma bagunça. não são a única coisa no mesmo estado na minha vida. mas é bom que se toque uma zona de vez em quando, pra que percebamos que não somos perfeitos e que sempre temos algo a consertar.

*

estou com sono. não estou com vontade de escrever. então o quê estou fazendo aqui? tentando mostrar a mim mesmo que nem sempre a vida é como queremos? pode ser. é uma bela resposta, embora tenha sido totalmente artificial. mas ninguém vai morrer por causa disso, nem ao menos sofrer. basta fechar uma janela e esse texto vai embora.

*

a palavra do dia é "manga". manga de camisa, chutney de manga, cavalos mangalarga, coisas que dão pano pra manga. vai bem na salada e na mangueira, com minúsculas. então bora arregaçar as mangas e correr atrás.

sexta-feira, setembro 15, 2006

singalong

You see this guy,
This guy's in love with you
Yes I'm in love,
I love you the way I do
When you smile I can tell
We know each other very well,
How can I show you?
I plan, I got to know you 'cause

I heard some talk,
They say you think I'm fine
Yes, I'm in love,
And what I do to make you mine

Tell me now, is it so,
Don't let me be the last to know

My hands are shaking,
Don't let my heart keep breaking 'cause
I need your love, I want your love
Say you're in love, in love, with this guy
If not I'll just die

Tell me now, is it so,
Don't let me be the last to know,

My hands are shaking,
Don't let my heart keep breaking 'cause
I need your love, I want your love
Say you're in love, in love, with this guy
If not I'll just die


essa é a letra de "This guy's in love with you". acho que já disse isso, mas não custa lembrar: procurem a versão dessa música onde o Noel Gallagher a canta, numa apresentação do Burt Bacharach em 1996. no Soulseek e em todos os outros programas de transferência de arquivo, ela quase sempre aparece como sendo do Oasis - mesmo a banda nunca a tendo gravado. sendo assim, procurem como se fosse Oasis... e se apaixonem.

Dubai

~ victory!

alguma vez eu já manifestei-me sobre o quanto gosto da palavra "vanquish"?

pois é, eu a adoro. acho linda, deliciosa. "vanquish" traduz-se como "vitória", e é uma palavra especial. não só pelo Aston Martin Vanquish. sintam a sonoridade dela. começa com a força do "vén" e termina com o "sh" sussurrado, fazendo bico, como se filtrasse tudo o que é derrota. é maravilhosa.

acabando com a série "vamos contar em italiano"

... mas não pensem vocês que eu só sei contar até 16, haha. até sei. só não sei escrever coisas legais sem tê-las na cabeça. vamos ao que tem passado por aqui, então:

- arroz com sardinhas portuguesas em molho de tomate. yumster. sério, bom demais. dá pra comer numa tigela de sopa, usando apenas uma colher. e com um balde de Coca Light por perto. perdi seiscentos gramas de ontem para hoje e agora contabilizo -5,4 quilos em quinze dias;
- meu carro renasceu. funilaria resolvida, pneus calibrados, um Bach no som. ai, que delícia. só falta eu acelerar um pouco mais, tô lento que só. vou falar com o segundo melhor motorista que conheço, quando ele voltar do Rio, e pegar umas aulas;
- chá verde, chá preto, água natural, água com gás, Gatorade, Coca Light, leite desnatado. lembre-se: você não está com fome, você está com sede;
- eu deveria ter feito um semestre de medicina psiquiátrica, para aprender a detectar sintomas. ou então assistido todos os episódios de "Veronica Mars", desde o começo. qualquer uma das duas coisas seria uma mão na roda por agora;
- it's juuuuust a little cruuuush, not like I faint eeeeverytime we tooouch...
- alguém pede pra Fiat brasileira importar o Alfa Romeo Spider, desse modelo novo? preciso de um; é o carro mais sexy em produção, ao lado do Citroën C6 e daqueles que nem compensa falar - Aston Martin Vanquish, Maserati Quattroporte, Jaguar XK. preciso de um carro bonito, para ontem;
- movimento do mês: chacoalhar a cabeça. mas não back and forth, como os metaleiros sem classe (um pleonasmo). a mexida de cabeça que vale a pena é para os lados ou em movimento circular, sincronizado com os ombros - parecido com aquelas modelos de editoriais de moda que, a despeito de serem macérrimas, você quer para si;
- será que acrescento ervilhas ao próximo arroz com sardinha? opiniões nos comentários, por favor;
- não foi por chacoalhar a cabeça como citado logo acima, mas estou tendo um bad hair day hoje: meu cabelo não assenta nem por decreto-lei do Geisel. como pior não pode ficar, vou exercitar meu new headbanger sem medo de desmanchar o que já veio pré-desmanchado. como era mesmo o lema dos poetas árcades, citado no "Dead poets society"? :)

sedici

segundo o Rogério, o nome correto daquilo que o Celso Alves quer fazer comigo é "moção de aplauso". então tá...

quindici

a seguinte frase encontra-se no MSN do Roberto: "arriscar é viver". e hoje, especialmente hoje, eu concordo com essa frase, que sempre foi verdadeira. digo mais: nunca estive tão vivo.

quinta-feira, setembro 14, 2006

quattordici

um minuto de silêncio pelo falecimento do doutor Luiz Pareto, protagonista do sensacional trote da Telerj e, pelo critério de data de nascimento, a primeira personalidade da internet brasileira.

(informado pelo Marcão)

tredici

tem vários dias que eu quero colocar uma entrada neste blógue que seja no estilo "this is Brasília". enquanto isso, vai uma "this is Deprelândia".

meu pai me ligou agora cedo, dizendo que o Celso Alves, vereador da cidade, havia proposto uma moção de parabenização à minha pessoa... porque eu passei no concurso.

sim, é isso mesmo: o Legislativo deprelandense me dando, solenemente, parabéns por eu ter virado funcionário público. inacreditável. segurei-me pra não rir: nunca falei com o Celso, embora ele soubesse quem eu sou - quando as pessoas vivem em Deprelândia, há apenas dois graus de separação, que podem cair pra um quando se usa a clássica pergunta interiorana "você é filho de quem?".

achei a coisa mais bizarra do mundo, e um leve despropósito. fosse pelo livro, acho que entenderia. mas por ter virado funcionário público?

bom, existe uma regra de ouro com o meu pai, a de não contrariá-lo em público. agradeci, disse que não achava para tanto, mas que preferia que a tal fosse dada depois que eu fosse empossado, o que só acontecerá em 2007. ele passou o telefone para o edil, que me cumprimentou cerca de 596 vezes, disse que estava contente de ver "mais um filho de Deprelândia, que nasceu e cresceu aqui, conquistando o sucesso, onde quer que seja". disse que acompanha quem faz sucesso e perguntou o nome formal do meu cargo, para constar da moção. meio contrariado, falei o nome do cargo e disse a ele que agradecia a iniciativa, mas preferia que ela só fosse oficializada quando eu fosse empossado. ele concordou.

e é isso. não estou querendo fazer pouco caso da homenagem, de maneira alguma. só achei-a bizarra e um pouco exagerada. mas, se querem, eu é que não vou me opôr, certo?

quarta-feira, setembro 13, 2006

dodici

tava conversando com o Otto, agora há pouco, e parece que posso advogar enquanto for funcionário público, desde que não seja contra a Fazenda que me remunera.

isso é excelente. e o melhor incentivo que eu poderia ter para continuar a tentar a OAB - que eu não cheguei nem perto de desistir. alguém pode levantar e dizer "e tempo pras duas coisas, por acaso você tem?".

só posso responder, nesse caso, que eu arrumo. atualmente, tenho três prioridades na vida, e a única que posso tornar pública é a de ganhar muito dinheiro.

undici

mas o destino é mesmo uma coisa de louco, hein?

dieci

segunda semana encerrada com -4,6 quilos, ou seja, dez libras a menos. só faltam vinte. eu consigo, vai.

*

terminei o capítulo da "Lanterna na popa" onde o Roberto Campos fala da negociação da dívida externa durante o governo Jânio Quadros. confesso que não acredito quando ele fala que o país poderia ter sido um "tigre asiático" já na década de 1950, especialmente pelo modelo de infra-estrutura e logística que escolheu. lendo o livro percebe-se, em inúmeras passagens, que o JK não foi essa Coca-Cola toda e que, a despeito de ter modernizado o parque industrial e criado Brasília, a ausência de reformas cambiais meio que matou o Brasil por uns dez anos.

o próximo capítulo é bem atraente: os anos do mestre como embaixador brasileiro em Washington. logo depois, vem ele no governo Castello Branco, que parece ter sido o melhor presidente da história do país. tudo bem, não precisa muito pra conseguir o posto, mas assim vai-se desconstruindo a história e mostrando que Getúlio Vargas era um déspota, e JK, um aventureiro.

*

eu tenho alguns outros planos para o futuro sim. mas o cansaço físico é tão grande que não estou conseguindo estruturá-los da maneira certa. parece que preciso descansar.

terça-feira, setembro 12, 2006

nuove

ah, claro: à lista da entrada abaixo, some-se "ela". apenas "ela". porque eu só penso nela. e não se precisa de maiores explicações.

otto

coisas que não me saem da cabeça:

- Nova Iorque;
- a vontade de fazer um texto declarando meu amor à Coca Light, infinitamente superior à Coca-Cola tradicional;
- o disco inteiro da Charlotte Gainsbourg;
- "We've only just begun", com o Grant-Lee Buffalo, um resquício da fase da minha vida onde o que reinou foi essa porcaria chamada rock alternativo;
- o fato de que 2007 terá o verão da mostarda com mel nas saladas: dia desses, encarei uma que contava com manga na formação e mostarda com mel no molho. não menos que soberba;
- Volvo S80. tanto o antigo quanto o novo;
- a decepção com o esquerdismo latente da "Folha de São Paulo". se o Alckmin ganhar, eu assino "O globo". ou então o "Estado de São Paulo", sei lá;
- passei filtro solar fator 30 na minha nuca e fui caminhar hoje. ainda assim, ela arde. ó castigo implacável...
- it's juuuuust a little cruuuush, not like I faint eeeeverytime we tooouch...

sette

a Volvo brasileira colocou no ar a página do novo S80, possivelmente o melhor carro do mundo no momento. é de doer. e ressuscitou em mim aquela vontade de ter um Volvo wide-body (S60, V70 ou S80).

porque, meu deus, isso não é carro: é um desafio.

sei

Gas diz:
cacete....Helio Jaguaribe ta vivo...
Gas diz:
disse q ia votar no Cristoba
eple diz:
então é como se não estivesse

cinque

obrigado, Hilary Duff, por me fazer tirar a Jennifer Paige do som por alguns minutos. alguém aí com recomendações de silly hillbilly teen pop pra mim, por favor? serve qualquer coisa que apenas adolescentes americanos e da Escola Americana de Brasília escutem, sem guitarras, com pelo menos três repetições do refrão e que fale sobre beijo na boca.

quattro

outra coisa que eu não entendi ainda foi, numa matéria do Estadão, citada pelo Reinaldo Azevedo, o repórter dizer que, entre maio e agosto, o grupo terrorista chamado de MST realizou apenas quarenta e seis invasões.

"apenas"? como assim "apenas"? meu deus, uma invasão dessas já é demais. cadê o Estado Democrático de Direito, em maiúsculas? se o cara quer dizer que esses baderneiros invadiram menos, que usasse um termo mais correto. chamar de "apenas" é sacanagem, pra dizer o mínimo.

tre

eu estava com vontade de ir até a embaixada dos Estados Unidos, ontem, e deixar umas flores por lá. não deu. mas vou começar a fazer isso. um amigo meu acredita piamente que o 9/11 foi todinho armado pelo governo dos Estados Unidos. tudo bem, mas e daí? meu deus, três mil pessoas morreram. qual a diferença disso pro que aquele merda daquele ex-ministro da Saúde disse, de que é normal que crianças índias morram subnutridas?

isso não é normal, é só o que dá pra dizer.

segunda-feira, setembro 11, 2006

due

levar o carro pro conserto, buscar a certidão pro escritório do Pedro, pagar a tevê a cabo, comer vegetais.

é, vai ser um dia agitado.

uno

primeiro de tudo: bom dia e boa semana pra todos.

domingo, setembro 10, 2006

não-evolução

intervalo de jogo em Fortaleza, e eu troco do meu Santos para o US Open masculino, também em intervalo. quando chego no canal 42, vejo um clipe do Jack Johnson.

oba. adoro Jack Johnson. assisto inteiro e, quando estou prestes a sair do canal, outro clipe começa. peraí, eu conheço esse clipe. shopping centre, gente com visual "alternativo", um careca contando "one, two, three, four".

pesadelo: "You get what you give", dos New Radicals, um lixo safra 98/99 que eu julgava banido da face da Terra. assisto e confirmo: se era ruim na época, hoje em dia é ainda pior. e a mesma emissora põe, em seguida, um clipe do disco novo do Richard Ashcroft, acho que o nome é "Break the night with colour".

imagino-me no extinto "Programa Livre", do Serginho Groisman, com o microfone na mão, prestes a entrevistar o Richard Ashcroft:

"- Richard, em 1997 você compôs uma música chamada 'One day' que, poucas pessoas sabem disso, é a música que mais me faz chorar, exatamente como na letra. não importa em que situação eu a escute, é bom que eu tenha um Kleenex do lado. diante disso e da qualidade do 'Urban hymns' e do 'Northern soul', pergunto: como você conseguiu ficar dez anos sem escrever uma única música boa, nadando em auto-comiseração e chamados apáticos?"

ele me olha, segurando o microfone com as duas mãos, e baixa a cabeça. eu estou certo, ele não tem resposta. faz nove anos que Richard Ashcroft não escreve uma música boa, e aparentemente não há explicação.

bocejos

primeiro nós tomamos Manhattan. depois, sem dormir, vamos caminhar e, na volta, descobrir que foram embora seiscentos gramas de ontem para hoje e, em onze dias, já lá vão 3,9 quilogramas. aí é só voltar pra casa, bocejando muito e feliz. boa noite.

*

"uns anos que você fique lá e você sai como um consultor de 15k mensais", ele me disse ontem. é verdade, e eu ainda não tinha pensado nisso. se ele não fosse tão medroso, talvez fosse trabalhar comigo e virar um consultor de 15k mensais daqui uns anos.

*

it's juuuuust a little cruuuush, not like I faint eeeeverytime we tooouch...

*

o crônico problema da falta de assunto. sei lá, vamos por retrospectiva então:

- cheguei a um quarto da "Lanterna na popa", umas 350 páginas;
- torço pelo empate no clássico paulista de hoje;
- dei uma choradinha básica na despedida do Schumacher, hoje cedo (Robert Kubica é um djenio, como já antecipei aqui);
- a vida está com gosto de sorvete de creme. mas eu estou de regime e tomo leite com aveia Quaker e gotas de chocolate;
- percebi, essa semana, que meu sotaque caipira diminuiu desde que me mudei. e, quando volto a Deprelândia, fico estranhando o tanto que se puxa o érre na televisão local;
- a nova data de estréia do "Madrugada Vanguarda", na Globo Deprelândia, é 25 de setembro. varem a noite para assistir, porque vale a pena. eu não assisti, mas minha filha número cinco viu e adorou;
- se um dia eu criar uma conta no MySpace, minha primeira amiga será a Jennifer Paige, tá decidido;
- alguém me indica um filme watersugar, por favor? tô precisando de um...

sábado, setembro 09, 2006

Sharapova

então hoje foi a final do US Open, o torneio mais legal do tênis mundial. porque, como todo mundo está cansado de ouvir, a população de Nova Iorque incorpora o evento. comemora, lamenta, sofre, torce junto, sabe o que está acontecendo.

num momento tão delicado quanto o atual, quando a cidade prepara-se para a passagem dos cinco anos dos atentados do 9-11, é lindo ver a Maria Sharapova, depois de vencer a final feminina, dizer que Nova Iorque é sua cidade favorita.

aliás, como é bom ver sua jogadora de eleição (e a de noventa por cento do mundo) vencer. apesar de inúmeras bolas na rede, ela foi melhor nos detalhes, controlou o nervosismo nos últimos games e fez por merecer. assistir a Sharapova jogar é um espetáculo visual. não apenas por ela ser linda e se vestir bem - ela disputa as partidas com um vestido que poderia ser usado numa festa, sem problema algum. mas ela grita alto, corre fugazmente, rodopia no ar. é apaixonante, pra dizer o mínimo.

e toda aquela alegria dela ao vencer, então, me desmontou. desde a primeira vitória do loser do Rubens Barrichello, seis anos atrás, eu não chorava num evento desportivo. pouco me dá se ela tem de vestir seu relógio Tag Heuer ou ligar para a mãe num Motorola V3i Dolce & Gabbana edição limitada antes da premiação: ela merece.

p.s.: agora é que me deu mais vontade ainda de ter esse celular, mesmo que na versão comum...

1988

porque o Canadá em 1988 não foi apenas palco dos jogos de inverno de Calgary, aqueles em que o Brian Boitano conseguiu a medalha de ouro:



no mais, regist(r)o o comentário do Pedro: os terroristas também pensaram "first we take Manhattan". triste, mas verdadeiro...

do que não deu

uma pena não ter sido possível ir ao show dos Cardigans. perdi a oportunidade de envergar um cartaz escrito "NINA, STEP ON ME" em letras garrafais.

afinal, quem é que não gostaria de ser pisado por ela?

caraoquê

hoje é dia de cantar "Eres", uma balada lindíssima do Café Tacuba:

eres lo que mas quiero en este mundo, eso eres,
mi pensamiento mas profundo, también eres,
tan sólo dime lo que hago, aquí me tienes.

eres cuando despierto lo primero, eso eres,
lo que a mi vida le hace falta si no vienes,
lo único, preciosa, que mi mente habita hoy.

qué mas puedo decirte, tal vez puedo mentirte sin razón,
pero lo que hoy siento es que sin ti estoy muerto,
pues eres lo que mas quiero en este mundo, eso eres.

eres el tiempo que comparto, eso eres,
lo que la gente promete cuando se quiere
mi salvación, mi esperanza y mi fe.

soy el que quererte quiere como nadie soy,
el que te llevaría el sustento día a día, día a día,
el que por ti daría la vida, ese soy.

aquí estoy a tu lado y espero aquí sentado hasta el final.
no te has imaginado lo que por ti he esperado
pues eres lo que yo amo en este mundo, eso eres,
cada minuto en lo que pienso, eso eres,
lo que más cuido en este mundo, eso eres.

vivendo no limite

quando não estiver dormindo, o negócio é fazer alguma coisa: parar de ficar parado.

sexta-feira, setembro 08, 2006

the intense humming of evil

será paranóia?

revisão histórica

em 1999 apareceu no meio musical uma loirinha chamada Jennifer Paige, que emplacou um sucesso forte nos EUA, chamado "Crush". a praga pegou no Brasil e a música virou tema de novela das sete, se não me engano. não prestei muita atenção na música em si, que tocava perto de mim seis vezes por dia - era como se fosse um mero pano de fundo.

uns anos depois, li uma entrevista do Brett Anderson feita na mesma época; feita por fãs, eles perguntaram quais as coisas que ele estava ouvindo, e uma das coisas era "that Jennifer Paige single". o estrago tinha cruzado o Atlântico. mas nem isso fez com que me interessasse pela música.

duas semanas atrás eu estava em uma van, a caminho da formatura da minha irmã, em São Paulo. depois de ouvir o "Moon safari" inteiro, chegamos à marginal Tietê querendo uma nova trilha sonora. o motorista colocou numa rádio qualquer e a segunda música que tocou foi "Crush". e eu prestei atenção na música e vi que ela é boa demais. especialmente agora, que deixou de tocar oitenta e oito vezes por dia. e hoje lembrei de baixá-la, junto com a letra - e ainda descobri que a música é de 1998.

como o teen pop nunca vai me cansar, ao contrário do rock, estou ficando viciado. pena que a moça tenha sido dispensada da gravadora depois de apenas dois discos - eles ainda tiveram a pachorra de editar um best of com apenas esse material, um absurdo. assim como é um absurdo resistir ao refrão de "Crush":

It's just a little crush (crush)
Not like I faint every time we touch
It's just some little thing (crush)
Not like everything I do depends on you
Sha-la-la-la, Sha-la-la-la


hoje Jennifer Paige tem trinta e três anos, está gravando seu terceiro disco em Ibiza e é a prova viva de que o pop não poupa ninguém.

menos é o novo mais

foi preciso que eu visse dois Chrysler PT Cruiser ontem para lembrar o quanto acho esse carro bonito e voltar a pensar nele como próximo veículo. tem tudo que eu preciso. e é uma alternativa estilosa aos sedãs brasileiros sem estilo nenhum.

*

de repente se passaram três dias e eu tenho novamente direito à minha cota de chocolate (trinta gramas a cada setenta e duas horas). estou emocionado, nem vi o tempo passar. tão emocionado que, não fosse minha conhecida dependência física desse tipo de estimulador de endorfinas, nem comeria chocolate hoje.

*

tem algo de emocionante em não se ter horários para nada, exceto para o exercício. mas, depois de nove dias assim, as coisas tendem a ser um saco.

*

não se esqueça nunca: você se veste para os outros também. pode até dizer que não se preocupa com o que eles vão falar da sua roupa, que o importante é se sentir bem consigo próprio (concordo), mas não se esqueça: metade do julgamento que eles fazem de você é pelo que você veste. não vá dizer que não avisei.

porque humildade não existe no meu dicionário

se eu pudesse pedir uma coisa a todas as pessoas próximas de mim, seria para que tivessem ambição. pra que sempre estivessem atrás de alguma coisa, não necessariamente material. mas que não perdessem tempo demais se acomodando, ou então lembrando do passado. pra que riscassem algumas palavras do dicionário, tipo "humildade", "saudade", "limitação", etc.

apesar dos meus esforços, tenho convivido com bastante gente que se auto-limita, não acredita em si, não tem grandes planos pra vida nem se acha capaz de grande coisa. se não são capazes, deveriam se tornar. e riscar de vez a frase "eu sou assim mesmo" pra falar de limitações, guardando-a apenas para questões de princípios.

quinta-feira, setembro 07, 2006

gelado

no envelope lê-se "cereal matinal". mas ninguém está vendo, então despejo o conteúdo numa tigela às 9:09 da noite, cubro com leite desnatado e desfruto da combinação. não há como os cereais saberem da hora em que estão sendo ingeridos. ponto para mim.

AF607105

o Gabriel pergunta se é normal alguém chegar aos dezenove anos e não sentir vontade nenhuma de ir a um show de rock. pra qualquer pessoa com QI acima de 120, a resposta é "sim". esse negócio de guitarra tá ultrapassado. música, agora, se faz com violoncelo, trompete ou parafernália eletrônica.

quiz

a Starbucks, a La Havanna e o Rockets não têm unidades em Brasília. o motivo? estão todos esperando que eu acabe com o regime.

Noel Gallagher

da "Folha de São Paulo" de hoje:

Caetano diz que quase aceitou a idéia, nascida em conversas com Pedro Sá, de fazer um CD "clandestino", no qual sua voz seria modificada eletronicamente e ele não seria identificado. "Mas sou de Leão e não consigo fazer nada clandestino", diz.

Noel Gallagher, você já não dá mais as melhores entrevistas do pop mundial.

introdução

antes de escrever qualquer coisa aqui, uma explicação e um agradecimento.

a explicação: a letra de "Be natural" colocada ontem foi para mim mesmo, não para outra pessoa. eu tenho que ser natural para comigo mesmo.

o agradecimento: obrigado, Nike, pelo vestidinho irresistível com o qual a Maria Sharapova jogou ontem, e que exibia toda a extensão das pernas dela e uma boa parte do colo sem que, em nenhum momento, parecesse vulgaridade. aliás, "vulgaridade" e "Maria Sharapova" são coisas incompatíveis numa frase. tipo "adolescentes" e "inteligência".

quarta-feira, setembro 06, 2006

naturalidade

Been natural
For once in my life
Now I'll have to swallow some pride
Know that I should never give advice
But it's too late now to say goodbye

Be natural
Don't want any friends
Be natural
Come on and hit me again
Be natural
I'm repeating myself
Be natural
Is there anything else

Starbright keep me safe, today and tonight
No water tastes like lemonade
Slowly slowly it starts to fade

Be natural
With me tonight
Be natural
Put your fists in my eyes
Be natural
So turn me to stone
Be natural
Just leave me alone

Grown up or backwards born
Into eternity and black holes
Floating around up here on my own
Screaming at me forever unknown

Been natural
Been natural
Been natural
Been natural
Is there anyone else


isso é "Be natural", dos Manic Street Preachers (1998). um manifesto de como eu tenho que ser (natural) pra que a gente se entenda, meu amor.

boletim

cheguei à página 151 do "Lanterna na popa". vamos ver se consigo terminá-lo em dez dias, e depois já começar um outro livro qualquer. ultimamente não ando interessado em ficção, o que é um pouco surpreendente. talvez eu fique assim até escrever meu primeiro romance, o que eu gostaria que acontecesse em cinco anos. mas não tenho nem a idéia para ele, quanto mais o desenvolvimento.

*

um corte de cabelo, por favor. é urgente.

*

se eu tivesse que definir como estou me sentindo nesse exato momento, não saberia descrever. nem de longe. não, eu não virei passageiro da minha vida, apenas entrei num estado de auto-incógnita, sem a capacidade de dizer como me sinto. pode ser sinal de que entrei na fase da reviravolta, que só deve acabar lá por junho.

*

ontem, saindo da Feira do Livro, o Márcio me disse que estou vivendo o "sonho brasiliense": saí de uma cidade entediante e sem grandes perspectivas profissionais e agora estou prestes a ir morar sozinho, trabalhar com um salário legal e poder fazer umas outras coisas que nunca sonhava fazer em Deprelândia. não sei se chega a tanto e não me deixo contaminar pelo entusiasmo. mas fiquei pensando nisso durante o dia.

*

desisti do tablete de missô: achei as sopas de missô prontas no supermercado e voltei pra casa com algumas unidades. agora não preciso fazer cara feia nem ficar jogando temperos a esmo pra ver se o gosto fica tolerável. na mesma jornada de compras, fui atrás de uma substituta para a mussarela, que, pelos meus estudos quilocalóricos dos alimentos, descobri ser a ricota.

mas gente, eu sempre advoguei contra a ricota nos meus vinte e quatro anos de vida. não é agora, em pleno "sonho brasiliense", que daria o braço a torcer e comeria. talvez por trauma da minha mãe temperando ricota com orégano (eu detesto orégano). procurei melhor e descobri que o queijo prato e a mussarela têm versões de baixas calorias (35% menos, em média) e a um preço próximo das versões normais. e apenas 15% mais calorias do que a ricota. saí feliz da vida, achando que inventei a roda.

o chamado?

ontem, em visita com o Márcio à Feira do Livro, me dei bem: achei o "Lanterna na popa", do mestre Roberto Campos, por 40 reais. usado, mas em bom estado. para um calhamaço de 1417 páginas, excelente. deve ter sido o melhor negócio do ano.

li o primeiro capítulo todo em três horas, quando "morava" na casa do Felipe, e prometi pra mim mesmo que compraria o livro em breve. tá, foi um ano e meio depois... mas finalmente eu tenho. é o tipo do livro que vale cada centavo - até mesmo nas partes em que ele discorre sobre tecnicismos macroeconômicos: isso é o de menos. as histórias que mestre Bob Fields vivenciou nos bastidores de tanta coisa que eu queria ter vivido são sensacionais.

*

o livro, mais a decisão do Márcio em freqüentar o cursinho preparatório do Instituto Rio Branco, fizeram com que uma luz amarela se acendesse dentro de mim: será que eu seria um bom diplomata? será que vale a pena voltar a tentar o IRBr? vou pensar nisso depois do curso de formação. pode ser uma boa idéia a médio prazo, quem sabe com um mestradinho feito antes...

la la la

a primeira semana de nazi-fascismo cuidados com o corpo encerrou-se hoje e produziu um bom resultado: dois quilos e seiscentos gramas a menos.

isso, além de uma garrafa de água, é tudo que eu precisava para continuar em frente.

freeze

lucio diz:
vc não gosta de arctic monkeys, né?
eple diz:
eu gosto de uma música do disco e de um lado b instrumental
eple diz:
acho que o vocal estraga, assim como o art brut
eple diz:
eu gosto de vocal tipo... charlotte gainsbourg, sabe?
lucio diz:
vc é doce, tal
eple diz:
não é nem por isso
eple diz:
eu sou doce
eple diz:
mas é que eu gosto de afinação

terça-feira, setembro 05, 2006

Patras

dizem que essas são as eleições mais entediantes e, de certa forma, tristes da história do Brasil. concordo plenamente. dizem que há apatia por todos os cantos, que não se desenvolvem paixões nesse país depois que a "máscara ética" caiu do rosto da esquerda e que o candidato da direita é um bocó com paralisia sentimental. concordo plenamente. que o cenário para a Presidência será resolvido em primeiro turno, que o discurso da extrema esquerda e de possíveis alternativas ao binômio que vem governando o país desde 1994 é nulo. concordo plenamente.

tá. mas é engraçado: dois terços das conversas que acidentalmente ouço enquanto caminho de manhã são sobre política. o outro terço se divide entre intrigas do funcionalismo público (30%) e gente que discute programas de condicionamento físico (3%).

sim, é muita gente falando sobre política. pena que nem assim dê pra se animar com o chuchu popsicle.

Mikonos

quatro libras perdidas em uma semana. uma conversa sem conclusões, apenas idéias para serem implantadas a médio prazo. passar uma manhã inteira sem dizer nada, sem pronunciar uma palavra: será que é impossível? vou tentar isso em breve. desligo os telefones, desligo os contatos sociais e abstraio. eu não durmo, eu sonho. eu não falo, eu escrevo. leia meus lábios em silêncio e tente imaginar em quê estou pensando.

*

dez mil batalhas a serem ganhas, apenas um princípio para todas as estratégias: fazer tudo melhor. confundir se preciso, avançar quando puder. sim, há coisas que não dependem apenas da minha habilidade, mas não posso fugir delas. não construímos uma civilização dando as costas para o que nos desafia, certo? então é hora de evoluir.

*

quinze dias na Grécia, sem atender o telefone, sem checar a caixa de mensagens, em busca do sol, do azeite, das relíquias. vou consultar meu agente de viagens e checar a possibilidade de mergulhar nessa. a menos que a mulher da minha vida leia este blógue, terei de ir sozinho. uma pena. mas nem assim o Mediterrâneo ficará sem graça...

segunda-feira, setembro 04, 2006

la parola del giorno è...

"lentidão". tudo está mais lento hoje. mas nem por isso deixando de evoluir, de andar pra frente. é só um slow motion, talvez nem isso.

anafilático

paralisado
maravilhado
encantado

e é só um sorriso.

domingo, setembro 03, 2006

silence is easy

um minuto de silêncio pela aposentadoria do André Agassi. cujo nome não tem acento (e daí), mas pouco importa. eu era mais fã do Pete Sampras, o regular guy mais fera do mundo, mas isso também importa pouco. e que surja gente tão talentosa quanto o carequinha...

cincstrela

não sei o que me emociona mais: o Tomás dizendo que virou andarilho ou botando "Amy", do Ryan Adams, como top 1 música com nome de mulher :~

tapa com luva de pelica

do mestre Olavo de Carvalho:

O próprio Gil, chamado certa vez por José Guilherme Merquior de "pseudo-intelectual de miolo mole" junto com Caetano Veloso, disse que, aplicado a Caetano, o rótulo era "quase injusto", subentendendo que no seu próprio caso era de uma exatidão impecável. Prestadores de homenagens a um pseudo-intelectual de miolo mole são aspirantes a pseudo-intelectuais de miolo mole. São caricaturas de uma caricatura.

HAHAHAHAHAHA, djenial.

bonairenses

ausência de horários. um terremoto a cada vez que a vejo, duas inundações todo dia enquanto caminho, o espelho que reflete as coisas melhor do que elas são. a hesitação na seção de cds:

"- será que esse Brahms é bom?" - pensei, para, dez segundos depois, concluir: "é melhor que Strokes. só por isso já vou levar."

a rainha na capa da Vogue. Kirsten, is that you?, mas deixo a revista no canto, posso pegar daqui a uns dias. a perna direita reclama uma cadeira, a cabeça reclama uma suíte presidencial. a gola rolê, quem diria, chegou para ficar.

no carro, aquela sensação de desconforto. e se o mundo acabasse agora? eu ficaria triste, pois ainda tenho muito por conquistar. não que esse quase quarto de século tenha sido ruim, não não: o próximo é que será muito melhor.

ohm

a dúvida foi passageira, e eu voltei a pensar como antes.

sábado, setembro 02, 2006

#500

esta é a entrada número 500 neste blógue.

bora fazer uma festinha (silenciosa)?

wah wah

eu preciso de um pouco de silêncio. essa barulheira tá me matando aos poucos.

sexta-feira, setembro 01, 2006

found it

consegui achar uma resposta para a pergunta do dia - se existe coisa pior que uma mulher sem personalidade. existe sim: covardia. nada no mundo é pior que covardia. eu sou ateu, mas adoro a frase "deus odeia covardes", que deve ser totalmente verídica. por quê deus gostaria de covardes?

erudições

nenhum disco de música pop, desde o "New morning", do Suede, me emocionou tanto quanto as "Goldberg variations", do Bach, tocadas pelo Glenn Gould. peguei o disco na terça e já sinto que valeu cada um dos quase vinte dólares que empatei na compra. em que pese eu não gostar muito de coisas solo piano, as duas interpretações do genial canadense para a obra do Bach são de fazer jagunço chorar (ver o post "Nelson Freire").

o que isso quer dizer? que eu preciso de um guia básico de música clássica, porque NÃO ENTENDO NADA E PRECISO APRENDER URGENTEMENTE. mas recebi uma dica importante hoje: o JP me indicou a nona sinfonia do Mahler, tocada pela filarmônica de Nova Iorque, com regência do Leonard Bernstein. tirando por essa dica, não sei de nada. alguém aí se habilita a me dar um curso básico?

toque de magia 2

já tem alguma banda de pagode chamada Toque de Magia, por acaso?

toque de magia

então ontem eu comprei um tablete de missô, aquela massa de soja e arroz que os japoneses utilizam para fazer a sopa onipresente como entrada nos restaurantes orientais do Brasil. nos restaurantes eles adicionam tofu e cebolinha, e o resultado é, ahn, sopa. sopa não é bom nem ruim: sopa é sopa, e só funciona no hospital - e em regimes hitleristas, como esse que eu sigo e que fará de mim gatinho outra vez.

só ontem que eu provei ela neat - assim, só com água quente e mais nada. um horror, como já se era de esperar. de zero a dez, ficou -3. e como eu tinha investido seis reais no tablete, precisava de um retorno ou teria de comer de raiva. e hoje me deu o estalo: curry! adicionei o ardiloso preparado indiano à base do missô e ficou... tragável. depois de uma porção generosa do tempero, ficou nota 4,5. amanhã vou tentar com páprica picante para ver no que dá. e assim o regime vai se tornando tolerável...

alla piogia

alguém pede pra chuva que cai nesse momento sobre o Sudoeste parar antes das seis da manhã? é que eu preciso caminhar...

Nelson Freire

na edição de primavera da "Homem Vogue", que acabou de chegar às bancas, rola uma entrevista do Marcelo Bratke com o Nelson Freire. é bem legal, primeiro porque são ambos pianistas e segundo porque o Marcelo esqueceu a folha com as perguntas. mas também tem o terceiro ponto, reproduzido abaixo:

MB: Há diferenças culturais no mundo. Se eu tocar Beethoven, por exemplo, para um esquimó, talvez ele não entenda a música da mesma forma que um alemão. Se eu tocar a música de um esquimó para um alemão talvez ele não sinta a mesma emoção. Você acha que a música é uma linguagem universal?

NF: Lembrei de um caseiro que eu tive uma vez, uma pessoa muito rudimentar, que saiu lá do sertão da Paraíba e dormia com um rifle debaixo do travesseiro. Um "jagunço". Uma vez ele pegou um ladrão e fez ele engolir pedras, imagina. Uma vez eu estava tocando Mozart e esse caseiro ficou parado na cozinha, chorando. Daí perguntei se ele estava bem, se havia acontecido alguma coisa. E ele respondeu "seu Nelson, toda vez que o senhor toca essa música eu choro".


essa história me desmontou.

um já foi

a mesma balança, de ontem para hoje, apontou um decréscimo de novecentos gramas no meu peso. eu estava com as mesmas roupas, os mesmos tênis, tudo igual. e com quase um quilo a menos, que beleza.

*

emagrecer é bom se você está otimista, como no meu caso, porque você se sente bem consigo, sente que pode pagar infinitamente de gatinho, ganha auto-confiança e tudo mais. mas também é bom se você está pessimista: é só lembrar que cada grama que você emagrece é um pouco menos de você na Terra.

ponto ponto ponto

existe coisa no mundo pior que uma mulher sem personalidade?

antes que as meninas se revoltem, esclareço: um homem sem personalidade é tão ruim quanto. eu quero saber de algo pior.