domingo, setembro 30, 2007

Danuza Leão

A tal da carência

Recebi carta de um leitor me fazendo a célebre pergunta: "Afinal, o que querem as mulheres?". Ele e seu grupo de amigos têm em torno de 40 anos, trabalham, são simpáticos, separados das mulheres, alguns com filhos, outros sem, mas não conseguem uma namorada; estão achando que o que as mulheres querem é um homem bonito, de sucesso, rico, apaixonado e fiel. Será?

Não, leitor, você não tem razão. As mulheres, para começar, são todas diferentes umas das outras, não existem duas iguais. Uma é capaz de gostar de um homem feio, pobre e sem emprego, casado, com filhos, além de tudo infiel (até a você), e se apaixonar perdidamente. Aliás, o que faz uma pessoa se apaixonar por outra? Vai saber. Este é um dos grandes mistérios da vida.

Pelas qualidades não é; pela disponibilidade não é; pela capacidade de serem fiéis também não. O interesse por alguém bate ou não bate; quantas vezes homens lindos e charmosos chegam perto de uma mulher, cheios de amor pra dar, e nada, porque não bateu? E quantas outras vezes uma mulher viu um homem lá no fundo da sala sozinho, totalmente desligado, e dá aquela curiosidade de saber o que ele está pensando, já que não está rindo e dizendo bobagens ou coisas inteligentíssimas, sozinho com ele mesmo, e parecendo não precisar de nada nem de ninguém porque não precisa de ninguém para existir? Algumas mulheres gostam de ter sua curiosidade despertada, de um certo desafio, para poderem testar seu poder de sedução e conquista. Porque dizem que são os machos que caçam, mas algumas fêmeas também adoram caçar.

Talvez meu leitor esteja agindo de maneira óbvia demais, ao tentar ganhar uma mulher. Mulher é um bicho complicado, e se sentir que a parada está ganha, perde o interesse. Assim como fica muito evidente, quando uma mulher está desesperadamente procurando um homem -e dessas eles fogem como o diabo da cruz; quando eles estão querendo muito uma mulher, elas também sentem e não se interessam, a não ser que o interesse seja especificamente nela. E sabe por quê?

Porque fica claro que eles e elas não estão querendo aquele homem ou aquela mulher, mas qualquer um, qualquer uma, para suprir sua carência. E não há nada pior do que uma pessoa declaradamente carente. São os que estão sempre prontos para ver o filme que o outro quer, ir ao restaurante que o outro quer, que está sempre de acordo com suas opiniões, e antes de decidir qualquer coisa, procura saber primeiro o que o outro acha.

Quem entrar numa dessas vai se arrepender do dia em que nasceu. Porque os carentes jogam todas as suas fichas no outro; não têm vida própria, não têm prazeres pessoais, que seja ler um livro, jogar paciência ou ver vitrines, e é como se dependesse do outro para respirar. Amor é bom, mas se jogamos em cima do parceiro/a a responsabilidade por nossa vida e nossa felicidade, convenhamos, o peso fica muito grande.

Por isso, meu querido leitor, não fique procurando uma mulher para uma relação, digamos assim. Faça como Zeca Pagodinho: deixe a vida te levar e um dia, quando estiver distraído, ela vai aparecer, de mansinho, como quem não quer nada. Porque, percebendo que você não precisa dela para ser feliz, ela vai, quem sabe, até se apaixonar.

E não é isso que você quer?

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dança da chuva

todas as corridas de Fórmula 1 deveriam ser realizadas sob chuva torrencial e em pistas que não fossem projetadas pelo maior projetista de circuitos da atualidade, o alemão Herman Tilke (tomara que ele morra).

hoje, numa corrida onde choveu a cântaros em um circuito das antigas, assisti ao melhor GP em cinco anos (certeza) ou dez (talvez). ultrapassagens absurdas, erros de estratégia, novatos ultrapassando medalhões sem pensar meia vez, batidas, rodadas, japoneses encharcados... um paraíso.

*

e a chuva que tão bem fez para a Fórmula 1 também faria muito bem a esta Brasília que já não vê água cair do céu há cinco meses. alguém podia aproveitar que a Juliette Lewis se apresenta com aquele figurino indígena ridículo e pedir-lhe para que dance para atrair a chuva no planalto, não?

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sábado, setembro 29, 2007

marcapasso

já sentiu como se sua cabeça ou seu estômago fosse uma máquina de lavar, de tanto que roda? estou me sentindo assim hoje. na verdade, como se minha cabeça fosse uma máquina de lavar e meu estômago fosse outra. e cada uma rodando em um sentido. tenho dormido seis ou sete horas diárias, quando meu organismo precisa de dez; para piorar, ontem acabei comendo no Habib's, e todos aqui sabem que Habib's não é comida. é qualquer coisa pra ficar sem fome, mas daí a chamar de comida é muito diferente.

agravou a situação o fato de ter dado uma banana para o mundo dos travesseiros e ido pra balada. foi uma delícia, apesar da condição física em que me encontrava: para quem viu o que escrevi ontem, e as coisas que teria que fazer esse final de semana, o fato de eu ter desperdiçado uma noite livre para dormir parecia loucura. e foi. mas é assim mesmo. aí agora é conviver com essa ressaca, dormir alguma coisa (consegui pregar os olhos por quatro horas, agora há pouco) e acordar melhor amanhã.

mas eis algumas coisas legais:

- rolou um festival de salada caesar na residência dos Chad. e a salada que o Craudio fez é a melhor que comi até hoje - olha que de salada caesar eu entendo bem. para quem se interessou, ele pegou a receita do Jamie Oliver e a seguiu o mais fiel que pôde;
- segunda-feira o salário cai e vai ser o dia de lavar a alma. e o carro, que tá uma imundice que só;
- o Rogério não me escreveu hoje. talvez ele também esteja doente. melhoras, Rogério;
- daqui a pouco tem Fórmula 1 e espero conseguir assisti-la. que o Hamilton ou o Raikkonen sejam campeões; o Alonso me parece um mané, e o Felipe Massa ainda precisa comer muita farinha láctea antes de erguer um título;
- um trecho perverso de um Woody Allen das antigas, cortesia do Pedro Mexia.
- um clipe legal das antigas. do tempo em que eu gostava da banda, pelo menos:



até amanhã, então. e que história é essa de o McDonald's veicular um anúncio dizendo que é "o restaurante oficial das Olimpíadas de Beijing 2008"?

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sexta-feira, setembro 28, 2007

incenso

tenho um final de semana pauleira pela frente: aulas na noite de hoje e na manhã de sábado, provas nas tardes de sábado e de domingo. adicione a isso muito sono acumulado e uma pequena confusão na minha cabeça, por causa do negócio de ontem.

mas já tenho uma solução: provavelmente vou à aula hoje à noite e colocar presença por hoje e por amanhã, voltar mais cedo para casa e dormir. amanhã eu mato a aula, acordo mais tarde, dou uma leve caminhada (metade do tempo normalmente dispendido), encaro um almoço mais relaxado e tomo o cuidado de fazer a prova bem devagar. no domingo, repito o pensado para o sábado, apenas acordando durante a madrugada para assistir à Fórmula 1.

não me preparei da melhor forma pra essa prova, não estudei muito. mas preciso fazer, e já começar a me preparar para a próxima, no ano que vem. fugir da raia é que não dá. e vai ser bom que essa prova passe, porque tenho uma fila de livros para ler e um projeto novo para tocar.

(atualização: descobri que não tenho aula amanhã cedo. hooray!)

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quinta-feira, setembro 27, 2007

Beckett

em homenagem ao acontecido abaixo e a todos os deslizes profissionais, os foras de mulher, as burradas no trânsito, as mágoas, as garrafas de uísque (foram várias) e a todos os outros erros que cometi, volta ao cabeçalho deste blógue a frase do Samuel Beckett que faz parte do nosso estatuto, junto com a declaração de princípios do Peter O'Toole e boa parte do que o Pedro Mexia escreve no Estado Civil.

não estou, mais uma vez, me referindo a nada em particular, tampouco estou triste. sinto-me feliz por ter chance de errar, o que quer dizer que estou vivo - mortos não erram. claro que não é bom errar, mas existem coisas piores na vida. como diz o estatuto da XP Investimentos, "incompetência pode ser perdoada, falta de lealdade jamais". então com licença, vou ali errar de novo e melhor.

(p.s.: os comentários nos posts retornam normalmente amanhã)

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quinze

alguns amigos próximos sabem da minha política com cigarros: fumo um maço (vinte deles) por ano, porque é preciso saber medir essas coisas. hoje fumei o décimo quinto cigarro de 2007, por conta de uma besteira grande que fiz no trabalho e sobre a qual não gostaria de falar aqui. o importante é que ela foi consertada pela minha chefe e eu aprendi umas coisas que não me foram muito bem explicadas quando entrei aqui na nova área. mas o lance é que isso me deixou um tanto pra baixo.

o que eu espero, agora, é que aconteça a mesma coisa que aconteceu comigo em relação aos carros: depois do meu acidente no ano passado, no qual tive toda a culpa, fiquei todo cheio de medos e dedos no começo. mas depois perdi o medo e voltei a acelerar, a fazer merda, essas coisas. porque, como disse minha chefe, "só erra quem faz". e agora o lance é aproveitar a nicotina no corpo, adicionar um pouco de endorfinas (leia-se "chocolate") e seguir em frente.

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cabrito

(dica do Barcha)

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quarta-feira, setembro 26, 2007

lítio

uma vez o Alexandre Matias escreveu sobre o "Summerteeth", do Wilco, e fez um comentário sobre as personagens das músicas que ficou um bom tempo martelando minha cabeça: segundo ele, "os personagens que choram suas tristezas pela voz de Tweedy não sabem porque estão falando aquilo. simplesmente dizem".

tenho dito e feito umas coisas, ultimamente, desta mesma maneira: sem saber o motivo - eu apenas digo ou faço e assim as coisas seguem. mais tarde é que vou descobrir se me orgulho ou me envergonho da minha fala ou da minha atitude. e quando digo "mais tarde", pode ser que leve semanas, meses, anos... ou ainda eu posso nunca saber. mas nunca vou ficar indiferente a tudo isso.

não estou me referindo a nenhum acontecimento em particular, até porque minha vida não está com uma tsunami a cada dia, uma revolução a cada dia. não preciso viver dez anos em dez meses. apenas preciso aceitar que minha vida é um pouco diferente das pessoas que me cercam, em alguns - repetindo: alguns - aspectos, e que para estas coisas não há um referencial tão próximo, razão pela qual é um pouco mais difícil viver. mas longe de ser impossível, e longe de representar qualquer perigo à minha calma.

*

quando vejo um lixo como "O ano em que meus pais saíram de férias" ser o indicado brasileiro ao Oscar, sinto uma enorme vergonha de ser brasileiro. vergonha, com vê maiúsculo. vergonha de ver um embuste esquerdista nos representar em um evento importante assim.

hão de ponderar: mas "Bowling for Columbine" não ganhou o Oscar? desde "The bodyguard" o prêmio não passa de uma grande pieguice? lixos como "Titanic" e "O senhor dos anéis" não receberam onze Óscares cada? sim, de fato. mas o impacto é o mesmo de chegar vestido de Evo Morales numa festa black-tie, ou seja: não é porque os outros vestem farrapos que você vai de mendigo.

sobre o assunto, tem o podcast do Diogo Mainardi, um pouco repetitivo mas de boas premissas, aqui. e tem uma sensação estranha que se refere a um possível próximo projeto meu.

*

não vou culpar a pressa, o trabalho ou qualquer outra coisa pelo ritmo mais slow motion deste blógue; na verdade, é gostoso escrever tendo de refletir antes, ao invés de colocar aqui qualquer besteira que me vinha à cabeça, como antes. setembro costumava ser o mês em que eu melhor escrevia aqui. pois esse ano vai ser dezembro, com novembro em segundo e outubro em terceiro.

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terça-feira, setembro 25, 2007

dois focos

dois focos pra minha vida. é assim:

- um pra semana, um pros finais de semana
- um pra ganhar muito dinheiro, um pra gastar todo o muito dinheiro, tirando aí por 300 reais
- um pra fazer uma dieta xiita intercalando com exercício diário, o outro pra comer demais e também intercalar com exercício
- um pra usar bloqueador solar FPS 30 no rosto, o outro pra tomar banho de sol em alguma beira de piscina
- um pra não sair de Brasília, o outro pra flanar por aí e tirar férias em Portugal
- um pra se mudar pra um prédio velho, o outro pra mudar pra Asa Sul

mas ambos prevêem: consumo de azeite, banho morno, comida fria, trabalho árduo, barras de cereal, o "foda-se" ligado. ou seja: é apenas um foco, as duas coisas estão bem delimitadas.

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segunda-feira, setembro 24, 2007

galáxia

tava andando por aí agora há pouco, na minha caminhada noturna de oito quilômetros, e me dei conta, mais uma vez, que sou uma pessoa feliz. tenho um trabalho legal, que me paga razoavelmente bem e banca todas as minhas bagunças, tenho os melhores amigos do mundo, almoço bem, tenho boas perspectivas para os próximos anos.

poderia vir à tona a história de que eu não estou amando ninguém e vice-versa, mas uma hora vai acontecer de novo, sem que eu precise sair à caça ou movendo mundos e fundos atrás de quem não está nem aí para mim. parece simples, embora não seja, mas é melhor não complicar nesse ponto. e me focar naquilo que realmente interessa e que vai ser mudado por mim.

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domingo, setembro 23, 2007

relaxamento

então essa noite rolou a apresentação da Madeleine Peyroux aqui em Brasília; devidamente descrita como "fenômeno do jazz internacional" e escaldada por músicas em novelas e bombando na Antena 1, a senhorita Peyroux faz atualmente uma digressão brasileira, coisa rara para quem está no auge, como é o caso. de Ouro Preto ao Rio de Janeiro, das capitais do nordeste à capital federal, ninguém vai ficar sem.

não tinha muitas expectativas para o concerto, já que não sou fã extremista. ouvi um monte essa semana dizendo que ela não é cantora de jazz, não é diva, não é isso, não é aquilo. ótimo. vamos nos concentrar no que ela pode nos dar: arranjos bem-feitos, repertório deliciosamente escolhido e uma voz que faz o feijão com arroz em 80% dos casos e brilha em outros 15% (há alguns momentos constrangedores, que preenchem o resto do tempo). achei fácil uma vaga no estacionamento do estádio Mané Garrincha, vizinho ao centro de convenções Ulysses Guimarães, local da apresentação, e logo entrei e deitei fora meu ingresso, cem reais a meia-entrada (com dois quilos de arroz, eu ganhava o direito à meia).

cabe aqui uma crítica à organização: os ingressos eram divididos em VIP Gold (150 reais), VIP A (100 reais) e VIP B (60 reais). e não há tantos VIPs assim no mundo, quanto menos em Brasília. preferia que fosse dividido em inferior frontal, inferior traseiro e superior, ou algo do tipo. e, já que comecei a criticar, vai uma outra crítica, desta vez à platéia: todo mundo sabe que show de jazz é coisa de casalzinho, e mesmo quem vai em um sozinho, como eu, respeita isso. o que não dá é pra ir com mulher feia em show de jazz, e isso tinha de monte. pagar 100 reais pra ser acompanhado por uma feia é deprimente, e se for pra isso é melhor pegar a rota do Pamonhas & Batatas, em Taguatinga Sobradinho. fora isso, o lugar à minha direita estava livre. era pra você, meu amor, mas ainda não nos acertamos.

Madeleine Peyroux adentrou o palco meia hora depois do mencionado no ingresso, violão em punho e acompanhada com uma banda de quatro músicos. começou com a primeira música do disco "Half the perfect world", cujo nome não me lembro agora e sinto preguiça de recorrer ao Google. o repertório concentrou-se nesse disco e no "Careless love", mas indo e voltando do primeiro, "Dreamland".

no começo, a postura dela no palco era irritante: a srta. Peyroux tem cara de funcionária pública, veste-se como uma funcionária pública e adotava a postura de uma funcionária pública recém-transferida de um departamento para outro. só que música pop não é repartição, violão não é carimbo e sábado não é dia pra trabalhar pro governo, meu bem, então muda logo isso. lá pela terceira música um velho babaca, sentado pouco atrás de mim, gritou "apaga essa luz". Maddie, com um inglês de dicção perfeita, disse "desculpe, não entendo português, não sei o que estão dizendo. mas se você tentar em inglês, quem sabe eu entenda", no que eu disse baixinho "que bom que você não entende, nessas horas é ótimo", provocando risos dos meus vizinhos. logo depois, um cara das cadeiras superiores mandou ligarem "essa porra de som aqui pra cima", no que mandei um "pobre é uma merda" que fez ecoarem risos meigos ao meu redor, aumentados quando disse "putz, odeio pobre".

lá pela quinta música a senhorita Peyroux já estava mais "soltinha", embora a timidez ainda lhe coubesse. arriscava uns passos tímidos, mostrou sua interpretação heterodoxa de "La javanaise", do mestre Gainsbourg, fez um comentário sobre "Everybody's talking", eternizada pelo Harry Nilsson na trilha do "Midnight cowboy" e mandou uma bela versão de "Summer wind", que descreveu como sendo "uma música bem antiga. mas algumas músicas antigas são boas", como se estivesse envergonhada por gostar de algo assim.

curioso é que a introdução de "Summer wind" me lembra muito a de "Querida", do Tom Jobim - queria que Madeleine soubesse disso, mas não me manifestei ali, claro. e assim ela foi se desinibindo aos poucos, embora, fique bem claro, não tenha gritado, interagido com a platéia além da conta ou coisa assim. e a coisa foi indo até o final, merecendo lembrar das outras duas músicas que queria ouvir: "Smile" (a do Charlie Chaplin, cuja versão com o Elvis Costello continua sendo a melhor) e "Dance me to the end of love" (que arrancou gritos, suspiros e aplausos de todos; da maioria, porque é o hit; de mim, porque uma pessoa que coloca Leonard Cohen numa FM comercial brasileira merece aplausos de pé). não senti falta de "Between the bars", uma vez que não sou indie.

ah, uma outra reclamação: brasileiro não sabe aplaudir. aplaudiam duas, três vezes no meio da música, fora o final. toda hora era aplauso. não é assim, meu deus.

se eu tiver de resumir o que aconteceu nesse show, o mais sensato é dizer: moça com cara de funcionária pública, vestida como funcionária pública, se apresenta na cidade do funcionalismo público. começa burocrático e depois vai ganhando em peso e coração, embora a falta de ousadia musical da moça informe, a quem já ouviu um disco dela, que não há grandes ousadias durante toda a noite. se ela não será promovida à gerência do departamento, pelo menos será conhecida como sendo uma boa profissional, talvez com um bom papo ou capaz de fazer uns brigadeiros deliciosos. e quem chamá-la para conversar ou para sair pode ter boas surpresas.

*

nota importante: este blógue estava ininteligível e agora espero colocar ordem na casa, com menos posts, mas maiores. e possíveis de serem entendidos por pessoas normais (apenas, claro, os com as etiquetas "bronze" e "prata"). caso fique muito abstrato, conto com a ajuda dos leitores para combater essa moléstia.

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sábado, setembro 22, 2007

~ support our troops oh!

(dedicado ao Pedro Serrote)

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nominal

então eu passei o dia com meus amigos, que são gente da boa e da melhor, vendo coisas do bom e do melhor, comendo e bebendo do bom e do melhor, sem atropelos, o que é do bom e do melhor. e hoje à noite tem o concerto da Madeleine Peyroux a quatro quilômetros da minha casa.

ô vidinha mais ou menos, não?

*

então eu cheguei em casa, entre uma coisa e outra, pensando: "estou perdendo tempo".

uau, uma certeza para pensar neste final de semana, das grandes. pode ser uma questão de tempo. timing, melhor dizendo. cinco à frente ou cinco atrás, fazem diferença. mas melhor não teorizar sobre o assunto e ir pra farra. pede-se para que não grite.

*

estou perdendo tempo. melhor comprar um Rolex Daytona e medi-lo de forma mais adequada.

*

tantos planos, tantas medidas a serem tomadas, tantas moléstias e tantos progressos. tantas coreografias, tantos passos, tantos compassos, tão poucas pausas. a vida tem tomado forma, saído da câmara lenta (o que me faz pensar em outro nome para este blógue, dentre outras coisas).

*

dança comigo a primeiraa valsa da primavera
dança sem sonhos, esquece as promessas:
ninguém nos espera.


é hora de aprender os novos compassos.

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sexta-feira, setembro 21, 2007

raddish

meu colunista preferido dentre os que escrevem sobre automóveis, ao lado do Jeremy Clarkson, Bob Sharp escreve essa semana sobre coisas que o irritam - e a mim também. imperdível.

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Marcio Porto overdrive

Rio: português ataca 3 pessoas com chave de fenda

O português naturalizado brasileiro Adelino Fernandes Alves Carneiro, 60 anos, foi detido, na noite desta quinta-feira, após atacar três pessoas com uma chave de fenda, na rua do Catete, no Rio de Janeiro.

Aparentemente alcoolizado, segundo policiais, Cerneiro agrediu o entregador Ronaldo Dias Macedo, 28 anos, ferindo-o na mão e no peito. Outras duas pessoas que tentaram segurar Carneiro também teriam ficado feridas.

O agressor acusou Macedo de tentar roubar sua bicileta, que ele havia estacionado em um mercado. Policiais tiveram que usar spray de pimenta para conter Carneiro.

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quinta-feira, setembro 20, 2007

as árvores estão queimando na sua terra prometida

mudei de área no trabalho essa semana. antes eu estava numa gerência que era metade Seinfeld (porque é sobre o nada), metade sebastianista (porque vive na vaga esperança de que um D. Sebastião redivivo chegue dum Alcácer-Quibir de políticas públicas, se apaixone pelo que foi produzido até agora e despose a gerência toda e viva feliz pra sempre com ela).

a nova área, para começo de conversa, é uma assessoria, e não uma gerência. o que isso quer dizer? rapidez. elimina-se intermediários (três níveis de gerentes), diminui-se o diálogo horizontal com gerências conexas, que não acrescenta nada além de discórdia e reuniõezinhas masturbatórias. quando eu ainda estava na minha antiga área, meu chefe profetizou: "o trabalho não é melhor lá".

de fato, o trabalho não é melhor lá. mas evolui. vai para a frente. eu vejo as coisas acontecendo, e por minha obra e graça, bem como a dos outros. participo de reuniões com propostas concretas, sigo uma rotina processual que me permite certos diletantismos, liquido situações pontuais de forma rápida, curta e eficiente. o trabalho não é melhor lá, eu é que sou melhor lá.

*

quando Sodoma e Gomorra foram queimadas, Deus ordenou que Ló e sua família, os únicos boa praça da região, se mandassem de lá enquanto as cidades eram cobertas por uma chuva de lava e fogo. e eles não podiam olhar para trás, coisa que a bocó da esposa do Ló fez. parece que o bicho tá pegando lá na minha antiga área de trabalho, com os sodomitas se digladiando com os gomorritas enquanto são soterrados, e eu saindo de fininho, sem olhar para trás. e tirando algumas pessoas, as quais estou tentando ajudar a sair de lá (nooooo fuuuuuuture...), não vou sentir saudade nenhuma. ao contrário, vou é sentir nojo quando voltar ao décimo andar e aquele forte cheiro de enxofre invadir minhas narinas.

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Craudio Chad a raison

meu gosto por comida melhorou bem desde que me mudei para Brasília. e uma das coisas que entraram pra minha alimentação de forma permanente foi a salada caesar, essa belezoca inventada no México (sim!) que servem em um monte de lugar.

mas, dada a grande disponibilidade da salada batizada com o nome do hotel em cuja filial de Mexikostadt se criou a salada em questão, fica difícil decidir qual a melhor - até porque tem muito caô que neguinho chama de salada caesar. a minha preferida, disparada até o dia de hoje, era a do Marvin. mas o Frau, quer dizer, o Crau, sempre argumentou que a do Dona Lenha é que era o pé do galo.

pois bem, hoje provei a do Dona Lenha e comprovei que, pelo menos em parte, Craudio tem razão: ela é deliciosa, ao mesmo nível da do Marvin. linda. necessária. quem volta lá comigo semana que vem?

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pense nisso

"the past is never dead. it's not even past" - William Faulkner, trazido até mim pelo Rodrigo.

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quarta-feira, setembro 19, 2007

faroeste frustrado

"- eu vim do Paraguai para te matar."
"- para o quê?"
"- Paraguai."

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andiamo

coletânea de coisas que pensei da madrugada de hoje para cá:

- dormir é opcional
- que porra de calor é essa
- já é hora de trabalhar, mas parece que acabei de voltar de lá
- maldita greve do correio
- jantar chocolate quente foi uma boa idéia
- não tô a fim de ir até o aeroporto pra colocar esse pacote na Variglog
- meu deus, que rabanete essa solicitação
- que site coloridinho esse que o estagiário tá vendo
- devo ser a única pessoa que vai a 100 km/h pro trabalho sem estar atrasado nem ser piloto
- in a faaaaast german caaaaaaar I'm amazed that I surviiiiiiiveeeeeed...
- parece que há uma divisão aqui
- parece que há um muro aqui
- vou fazer alguma coisa sobre isso
- vou pedir pra Carol me ajudar a escrever um email
- que bom que esse email que chegou aqui agora é do Otto e não do sistema
- vou colocar quatro notícias no ar agora, mais quatro à noite
- viajar seria umas
- que ninguém estranhe se eu desmaiar de sono no corredor entre os blocos
- o que ele quis dizer com isso?

bom, essas foram as que eu lembrei, mas deve ter mais por aí...

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terça-feira, setembro 18, 2007

vida nova

eu já me acostumei

ao novo emprego e às novas coisas que tenho de fazer
à nova máquina fotográfica do novo celular
ao fato de comer menos para emagrecer
a fazer exercícios
a cozinhar o que gosto
e ao seu desprezo

mas esse último continua me machucando bastante.

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basta

tudo bem, acabou a regra de só batizar post com uma única palavra, de língua portuguesa.

ah, só mais esse, vai...

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segunda-feira, setembro 17, 2007

chuva

e a coluna do Álvaro publicada hoje também é muito boa. poética demais, tipo aquelas que ele escrevia antes de ir pra São Francisco, em 1999. de um outro jeito, mas também poético:

Espanha, web, mundo pequeno

Esquecendo que o mundo tinha diminuído de tamanho, reclamei na semana passada das rádios de Barcelona (estou passando uns dias na Espanha) e achei que ia ficar por isso mesmo. Pois não demorou nem 24 horas e um brasileiro que vive em Barcelona ficou sabendo de meu texto e me escreveu, botando os pingos nos is. O detalhe é que esse brasileiro é do ramo: tem um programa em uma rádio da cidade, onde vive desde 1998. Como ele não é fraco, o programa é em... catalão!

Ele se chama Marcelo Andrade, o popular Aliche (um amigo dele me escreveu também, entregando o apelido). E disse que tem coisa boa nas rádios de Barcelona, sim. Marcelo/Aliche, habitante de nosso mundo pequeno, contou que trabalha numa estação chamada COMRadio, no programa "La Casa de les Cultures". Faz toda a direção musical da parada, além de comentar discos, contar biografias etc. Dá para escutar em www.comradio.com. Tem coisas em catalão (como o próprio nome do programa indica) e castelhano.

Ele contou também que fazia desde 1998 um programa em outra estação, a Radio P.I.C.A. (grande nome!), chamado Kaos Brasilis, mas desse, agora, ele está dando um tempo. Segundo Aliche, rolava Ed Lincoln, Jackson do Pandeiro, Orquestra de Contrabaixos Tropical, Bonde do Tigrão, Racionais, Trio Mocotó... Um saladão. Marcelo indicou a Radio Nacional de España 3. Fui conferir. A programação tem um clima adulto, bem sério, nada pop. Mas é bem musical mesmo, gostei.

Para você, leitor, essa história talvez pareça específica demais. Mas fiz questão de contá-la porque acho fascinante um brasileiro que vive em Barcelona ficar sabendo em tão pouco tempo que saiu uma coluna em um jornal de São Paulo sobre um assunto que lhe diz respeito, escrever com as informações necessárias e, no fim, originar... mais uma coluna sobre o assunto.

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desinência

e hoje o João Pereira Coutinho voltou das férias; pra variar, com uma daquelas colunas de arrepiar qualquer um. vai um trecho aqui:

Uns tempos atrás, lembro de ver um filme inglês, moderninho e mediano, onde o aeroporto figurava como ator principal. Tudo começava e tudo terminava na porta de embarque. E uma voz, em off, sacudindo o cinismo pós-moderno e convidando qualquer mortal a visitar o espaço para ver do que a espécie é capaz.

Concordo e assino por baixo. Sim, somos capazes do pior, do inominável, do impensável. Mas também somos capazes da evidência real que passa à minha frente com a teatralidade patética que só o amor explica e redime. Famílias que se despedem. Famílias que se reencontram. Pais que recebem filhos. Pais que acenam aos filhos que desaparecem por uma porta qualquer -e eles ficam, mais uns minutos, sós e perdidos no aeroporto, a olhar para o nada. E os amantes, sim. Como esquecer os amantes que se beijam como se fosse a primeira vez, ou a última vez, antes do imenso adeus, ou depois da imensa espera?

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domingo, setembro 16, 2007

travesseiro

preciso de uma intervenção noturna sua, meu amor. mas não pode ser enquanto durmo, como você sempre faz, mas quando estou acordado. sem desencontros, sem onirismos, sem fazer-de-conta, sem a sua guarda levantada ou as minhas perguntas - nem as suas. porque depois vem o sono e eu prefiro me entender com você antes de encostar minha cabeça no travesseiro: para acordar e saber que você vai estar ali, como eu sempre vou estar do seu lado.

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coisas que eu nunca te disse #7

so just what is real and just what is fake ?
well in life you never get to do a second take
jamais


(Charlotte Gainsbourg, "Jamais", 2006)

essa vale para mim e para você. nunca sabemos quando o outro fala a verdade e quando dissimula. jamais. e isso também precisa acabar.

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monstrinhos

meu deus, estou perdendo a paciência muito fácil
e magoando quem eu gosto
e sendo babaca

e isso precisa parar.

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sábado, setembro 15, 2007

pergunta

quantos aqui sabiam que, uns vinte anos atrás, o Ian McCulloch (do Echo & the Bunnymen) pegou a Demi Moore?

tudo bem, por hoje é isso, vou dormir. boa noite a todos.

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épico

estou acompanhando a partida de rúgbi entre Nova Zelândia e Portugal, pelo campeonato mundial da modalidade. não entendo nada do esporte (que em Portugal se escreve râguebi), tirando aí umas poucas regras. a Nova Zelândia é um dos grandes times do mundo - seu time joga todo de preto e tem fama de matador. Portugal, por sua vez, aposta em jogadas que valem menos pontos, por serem de menor complexidade de execução perante uma zaga adversária tão coesa. e a torcida, claro, apoiando os meus conterrâneos, que demonstram uma vibração ímpar a cada boa jogada que fazem, mesmo que não resulte em tentos. tô gostando tanto disso que já quero uma camisa da seleção portuguesa de rúgbi pra mim.

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azulejo

hahahahahahaha, ficou com raivinha:

Chavez: «Io gay? Macché, sono macho»

CARACAS - «Gay io? Sono sufficientemente macho per distruggere queste accuse». Premesso di non avere nulla contro gli omossessuali, il presidente venezuelano Hugo Chavez risponde con uno scatto d'orgoglio machista alle voci sui suoi gusti sessuali. «Mi hanno accusato di tutto, mancava soltanto che mi accusassero di omosessualità. Bene, adesso hanno cominciato a farlo - ha detto Chavez parlando davanti a migliaia di suoi sostenitori a Barquisimeto, 350 chilometri a ovest di Caracas - Io non ho nulla contro gli omosessuali, perché rispetto qualsiasi condizione umana, però, questo sì, mi considero sufficientemente macho per ridicolizzare qualsiasi accusa del genere».

SU EL MUNDO - Il presidente venezuelano ha così risposto a quanto scritto il 7 settembre scorso sul quotidiano spagnolo «El Mundo» da Luis Maria Anson, membro dell'Accademia reale della Lingua, in un articolo intitolato «Chavez e l'omosessualità»: «Non credo di offendere nessuno se ripeto quello che molti omosessuali seri sostengono su Internet a proposito del caudillo venezuelano. Assicurano che è gay anche se non ha ancora fatto outing».

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xilindró

se o último disco do Interpol é uma porcaria e só a última música se salva, a Interpol de verdade acaba de mandar muito bem. se fosse um jogo de rúgbi, essa notícia aqui seria um try, sem dúvida:

Salvatore Cacciola é preso pela Interpol em Mônaco

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola foi preso neste sábado, em Mônaco, pela Interpol. Ele é acusado de desvio de dinheiro público e gestão fradulenta, após o banco Marka, de sua propriedade, ter recebido uma ajuda financeira, considerada fraudulenta, do Banco Central do Brasil. O caso aconteceu em 1999, quando a moeda brasileira, o Real, sofreu uma maxidesvalorização. Ele estava foragido há sete anos e era o procurado número 1 da Justiça brasileira.

Em abril de 2005, a Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão. De acordo com informações da Globonews, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, afirmou que até terça-feira o governo brasileiro enviará a Mônaco o pedido de extradição de Cacciola. O documento, que está em italiano, será traduzido para o francês, antes do envio.

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vinho

se eu continuar passando tanto tempo assim em frente à foto dela, vou acabar sendo absorvido. exatamente como os olhos dela fizeram comigo. ou seja, é melhor ficar olhando.

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fábrica

não dormi nesse final de semana, e parece que não vou dormir. pós-graduação, expectativas sobre coisas no trabalho, possíveis realizações de lucros de KEPL11, dieta, exercícios, estudos para a prova de daqui a duas semanas, um upgrade na minha conta bancária. bastante coisa ocupando a minha cabeça, como se vê. mas só boas notícias, por enquanto: férias legais garantidas (pra daqui a onze meses, mas e daí?), os cabelos cortados, a diferença nos pequenos detalhes.

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sexta-feira, setembro 14, 2007

superquadra

é sempre bom quando passa um RENATO na tevê, não?

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quinta-feira, setembro 13, 2007

gravata

tem alguns casos onde é gostoso pagar a língua. eu achava o Arctic Monkeys uma porcaria. o primeiro disco, por exemplo, é ruim do começo ao fim. mas esse segundo, "Favourite worst nightmare", é redondinho. ouvi cinco músicas (as duas primeiras, as duas últimas e a quinta) e as cinco são ótimas.

a culpa disso? o Alex Turner aprendeu a cantar. tava discutindo com o Lúcio e ele disse que o Arctic Monkeys não é uma banda para se reparar no vocal ou relevá-lo. claro que é. se não faz som instrumental, claro que isso é levado em consideração. e agora ele parou com aqueles maneirismos do primeiro disco e jogou do jeito que sabe: suingão inglês de primeira. tô de face. parece que vou comprar, em 2007, um bom disco de rock and roll feito em 2007.

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daciocistoptose

um post espetacular na Terra Prometida. daqueles curtos e aparentemente rasos - só aparentemente -, que eu muito queria ter escrito.

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halo

liguei ontem pro Jurandir, pra conversarmos um pouco e eu pedir desculpas por não poder ir ao casamento dele, amanhã. na prática ele tá casado faz dois anos, então a cerimônia vai ser só pra oficializar as coisas. ele ficou de me mandar umas fotos antigas, comentou de uns problemas com um primo, do carro que o pai pegou, do fato de que está oito quilos mais gordo que eu (em 1998 eu era quinze mais gordo que ele), da lua de mel na praia.

o mais gostoso disso tudo é que, apesar de termos pouco contato hoje em dia, a cumplicidade permanece. é bom ótimo saber que resistiu à prova do tempo.

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lentilhas

comecei o dia pensando que seria um daqueles dias de piloto automático: agora que consegui a transferência para um lugar bem mais interessante no trabalho, não tenho mais essa preocupação. minhas contas estão razoavelmente equilibradas, então não tenho grandes problemas para o fim do mês. a dieta vai bem, os exercícios também, o cabelo será cortado por esses dias. as provas nunca foram uma preocupação e a maior das profissionais será desenvolver um bom trabalho no meu novo departamento - coisa que não duvido que vá acontecer. ou seja: nada a se preocupar.

aí lembrei dela, ouvi dois Portisheads na seqüência e lembrei dos últimos capítulos: fodeu tudo.

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Renan

o pior de quando rola uma dessas grandes decisões políticas que você não gosta (absolvição de corruptos, nomeação de corruptos, aumento de impostos) é que fica mais difícil ler as páginas sobre política, tamanho o desânimo.

e assim o tempo passa mais devagar.

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quarta-feira, setembro 12, 2007

pérola

Ich habe Hydratant-Syndrom: Immer wenn ich - während meinen Aufschönungs-Ritus - einen Schritt vergesse, geht mir etwas wichtiges los, und Ich bin nicht richtig vorbereitet. Heute passierte mir eine solche Situation. Zumindest war Ich rasiert, ohne Hydratant im Gesicht, aber was solls.

*

do you believe in love at first sight?
do you believe in fate?
I believe the good things
only come to those who wait



Black Box Recorder, "The art of driving", 2000. Ich glaube nicht an Liebe auf den ersten Blick und auch nicht an Geschick, aber beide Sachen sind zu mir passiert. Jetzt muss ich nur beten, so dass der andere Teil der Versen Wahr wird.

*

"of all the gin joints, in all the towns, in all the world, she walks into mine." Geschick, der kleine Hurensohn, der will dass ich ihm glaube, brachte sie zu dem einzigen Platz wo ich war. Sie, mit all dem Bedauern der Vergangenheit, mit den Problemen um Liebe zu zeigen, mit der Blassheit, die Ihr gehört und die Augen, zu den alle ansehen. Und Ich stand da, an der Kasse, und konnte mich nicht umdrehen und mir ein Getränk kaufen oder ein Chesterfield rauchen, wie Rick Blaine. Ich konnte nur die Sachen wie ein Mann anschauen und da sein, und versuchen dem Feind anzukommen.

Aber warte, sie ist nicht mein Feind, Ich mag sie.

*

(continua)

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agenda

ontem acabou uma guerra, daquelas que me tiravam o sono, e um armistício foi assinado. hoje, no entanto, descobri que meu país está em guerra com outro, e imediatamente me desloquei para o front de batalha.

tive uma fase pacifista há dois anos e dela só me resultaram mágoas, que hoje em dia procuro silenciar abrindo fogo. até que o último fantasma seja exorcizado, o último medo seja vencido, o último membro da armada inimiga se renda.

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terça-feira, setembro 11, 2007

mensagem

um sorriso laminado, impossível de se disfarçar. uma camiseta com os dizeres "não me responsabilizo por quaisquer atos e palavras cometidos e ditos essa semana" manuscritos. a sensação de que finalmente as coisas começaram, depois de tantas lutas vazias com as quais os dias se encheram.

só falta "This is the day", do The The, como trilha. vou providenciar isso agora mesmo, e na versão remixada:

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teste

You Belong in Dublin

Friendly and down to earth, you want to enjoy Europe without snobbery or pretensions.
You're the perfect person to go wild on a pub crawl... or enjoy a quiet bike ride through the old part of town.

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segunda-feira, setembro 10, 2007

valeriana

no começo de 2001 recebi meu "Dog man star" em casa, vindo de uma loja no Rio de Janeiro. quando abri aquele pacote pardo, não imaginei que um disco do Suede poderia mudar minha vida pela terceira vez, como aconteceu dali pra frente. demorou uns tantos dias, ou um mês, não lembro, mas absorvi todas as lições constantes nas doze músicas do disco.

pena que eu nem sempre me lembre daquilo que aprendi, mas a lição pode ser tomada mais uma vez, antes de se desistir de alguma coisa. vou ouvi-la, quantas vezes forem precisas, e não vou desistir assim.

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Seinfeld

no começo do dia eu estava me gabando pro pessoal que estava tecendo aqui um amplo tratado sobre o nada, disfarçado de estudo sobre a aplicabilidade de um projeto aí. e que já eram oito páginas sobre o nada, coisa que, tirando um Jerry Seinfeld da vida (que fez sete temporadas e meia de 23 episódios de 23 minutos cada sobre o nada), pouca gente deve ser capaz de conseguir.

pois bem, é pouco mais de uma da tarde e as oito páginas do meu tratado sobre o nada já são onze. bem provável que, até o final da semana, chegue a quinze, caso o tédio não me mate antes. ouvi falar que agora o tédio mata, alguém sabe de alguma coisa?

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domingo, setembro 09, 2007

branca

acho que tá pra sair mais um poema, provavelmente no começo de outubro. o tema e a estrutura dos versos já existem, falta só moldar a segunda estrofe - para, a partir dela, construir a primeira, a terceira e a quarta.

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dosagem

cheguei em casa do teatro (sobre a peça eu conto amanhã) morrendo de fome. resisti à primeira opção (comer batatas fritas genéricas da Pringles, feitas na Malásia), à segunda (pedir pizza), à terceira (pedir uma salada no Giraffas) e fiquei com a quarta: uma barra de cereal sabor canela e muita Coca Light para ocupar espaço. coisas da vida.

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F

então essa semana foi bastante complicada, e ontem chegou ao fim. com uma miríade de coisas me aparecendo ao mesmo tempo. comecei a pensar nessas mil coisas mas, assim que fiz isso, um grilo falante de sotaque gaúcho e camiseta do Vasco da Gama pousou no meu ombro e, segurando uma cuia de chimarrão, começou a me gritar "foco, Pompeo, FOCO!" (Pompeo é o sobrenome de solteira da minha mãe).

e agora estou tentando seguir o conselho dele, já que esse grilo é bruxo.

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réptil

fora essa maravilha do Fountains of Wayne, há uma outra boa dica para hoje: "Back at your door", do disco novo do Maroon 5, é uma bela balada. ou seja, o disco tem pelo menos duas três músicas boas ("Better that we break" também é boa).

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coisas que eu nunca te disse #6

não é comum que eu coloque uma letra inteira de uma música aqui, mas a vibe do momento assim pede, então lá vai:

hockey teams have playoff dreams
teenage girls read magazines
no one hears the desperate screams of the techno DJ
what does he say?
he say "sha la la la la la"
he say "sha la la la la la"

I'm floating away
on oceans of grey-blue water
I'm rising above
I'm falling in love with the senator's daughter
I'm floating away
on oceans of grey-blue water
I'm rising above
I'm falling in love with the senator's daughter

crossing guards star traffic jams
soccer moms drive minivans
no one sees the anchor man on the instant replay
what does she say?
she say "sha la la la la la"
she say "sha la la la la la"

I'm floating away
on oceans of grey-blue water
I'm rising above
I'm falling in love with the senator's daughter
I'm floating away
on oceans of grey-blue water
I'm rising above
I'm falling in love with the senator's daughter


(Fountains of Wayne, "The senator's daughter", 1999)

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peixe

duas boas razões para acreditar na parte feminina da humanidade. aliás, duas ótimas razões. o que se pode fazer? acreditar. até porque, quando a descrença começar, outros motivos surgirão. não é maravilhoso?

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sábado, setembro 08, 2007

morango

e de repente sinto um arrepio me percorrer a espinha, dolorida que só, como forma de aliviar certas coisas e disparar umas outras. e fico relaxado quando deveria estar tenso, e uma pilha de nervos na hora de descansar.

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altar



Carla Bruni, musa deste blógue.

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sintetizador

o Otto me ligou pra ir assistir ao clássico Gama vs Brasiliense no Mané Garrincha. fui e não me arrependi: um jogo bem razoável, com umas porradas comendo soltas pra quem foi de geral (eu tava na arquibancada coberta). a polícia lançando mão de cacetetes e outras táticas pra intimidar neguinho que foi lá curtir um panqueide. e o Otto falou uma coisa que faz todo sentido: ele admira esse povo que tem uma meta na vida. nesse caso específico, a de ir pro estádio arrumar porrada, porque ficou claro que neguinho ali saiu de casa com aquele pensamento "hoje vou tretar". dia desses eu tava comentando com um outro amigo sobre mulheres que saem de casa com determinadas intenções - as piores possíveis. enfim, são coisas diferentes, mas que partem do mesmo princípio.

*

enquanto eu escrevia o parágrafo acima, ouvi uma briga de cachorros embaixo do meu bloco. lembro que em Deprelândia tinha um mendigo epilético que, a cada vez que rolava uma briga de cachorros na rua, ele tinha um ataque. obviamente, eu fazia de tudo pra rolar briga de cachorro na frente dele, já que não gostava do cara.

*

apaguei uns discos que baixei mas nunca vou ouvir. o último do Doves, o segundo do Rakes, coisas assim (Bidê ou Balde, Long Blondes, Interpol, National e Stateless serão os próximos). o que eu tinha pra ouvir de indie rock acho que já foi ouvido.

e baixei "Beautiful girls", de um moleque chamado Sean Kingston, que foi a trilha da última vez que fui pra bãlãda - e que foi uma alcachofra de tão boa. lendo um pouco sobre a música, hoje, me surpreendeu o fato de um moleque de dezessete anos, gordo daquele jeito, escrever uma música que fale que tem certas mulheres que são tão bonitas que te dão vontade de se matar. não é o meu caso, não sei se é o dele. de toda forma, não espero nada do garoto, nem mesmo outro hit de verão.

*

riding on anything
anything's good enough
who would've thought it of someone like you
just as they brought me round
now that they brought you down
roundabout and roundabout
who wants a life anyway?


isso é de "Connection", do Elastica, e eu me faço a pergunta do último verso toda vez que a temperatura vai acima dos 30 graus, como agora, e eu me sinto tentado a ligar o foda-se para tudo. invariavelmente, acabo me respondendo: "EU! EU QUERO UMA VIDA!" e a coisa fica por isso mesmo. agora o ar-condicionado, por favor.

*

não sei não, (ainda) parece bom demais pra ser verdade.

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sexta-feira, setembro 07, 2007

heroína

fui chamado pra ir a um churrasco na casa de uma das pessoas de Brasília que eu menos gosto. aliás, sem meias palavras: eu não vou com a cara mesmo. é que não sabem que eu não curto essa pessoa e eu nem posso falar isso, senão vão começar com "ah, deixa disso, xxxxxx é tão legal...". mas eu tenho o direito de não gostar de uma pessoa sem motivos, não tenho? pois então é isso. e é claro que não vou.

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novamente

acabei de descobrir, com três meses de atraso, que o Verve voltou. "Urban hymns", disco deles que completou dez anos em 2007, tem sido um dos meus discos de cabeceira neste ano. "One day" sempre foi a música que mais me fez chorar; dirigir ouvindo "Bitter sweet symphony", como faz a Reese Witherspoon no final do "Segundas intenções", é uma delícia; o arranjo de "Lucky man" é maravilhoso.

e tem "The drugs don't work", que eu não gostava e que, desde abril, por motivos pessoais, virou uma das músicas da minha vida. mas eu não espero nada da volta deles: estão quarentões, falta o segundo guitarrista, os discos solo do Richard Ashcroft, somados, são nota zero - separados, também. melhor ir ao show da Madeleine Peyroux, dia 22, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e esquecer isso de guitarras.

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ter

o dia hoje é desse clipe: "Love can damage your health", do grupo francês Télépopmusik, que alia o belo nome da música com imagens que ficam entre um comercial de Martini e um de Heineken, entre o noir e o noturno-urbano-moderno-ui. e a protagonista é linda:



é a fase francesa começando.

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dica

leiam os relatos do Craudio em São Paulo. em especial o do goiano comendo sushi e o da balada sem banheiro.

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vestimenta

ela escolhia as roupas não pelo clima ou pelo humor; antes disso, por critérios ideológicos.

(inspirado numa observação da Voz do Deserto).

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refeição

tava discutindo com a Lisa e cheguei à conclusão de que "Happy meal", dos Cardigans, é uma música sobre transtornos emocionais; no caso, todos os transtornos possíveis, presentes em uma só pessoa. vejamos a letra:

arrange my books in order
make up some nice stories to amuse you


opa, dois distúrbios em dois versos: no primeiro, a mania de arrumação (derivada da mania de limpeza), aquela obsessão em ver tudo arrumado e em seu devido lugar, sob pena de nem conseguir pensar direito. depois. "inventar algumas histórias legais para te preocupar". mania de mentir, de achar que coisas ficcionais são mais interessantes que a própria vida.

(...) hungry for the meeting
the dinner we'll be eating


olha só: o jantar será comido - notaram a bulimia?

wine that we'll be drinking
and kinky thoughts I'm thinking
all because of you


o alcoolismo da parte do vinho nem é relevante, embora saibamos, cá entre nós, que os suecos não bebem "socialmente" - muito menos a Nina Persson fazia isso no auge dos seus vinte aninhos. depois vêm os pensamentos libidinosos, que também não merecem comentários.

And now I've found a partner

opa, achou mesmo? pelo andamento da música, parece é que é fruto da imaginação dela. ou seja: esquizofrenia.

no one can be happier than I am

"ninguém pode ser mais feliz do que eu". orgulho ferido, fácil. desejo de vingança. fora isso, a cada vez que ela repete a frase "no one can be happier than me", do meio para o fim da música, fica mais desesperada - o que contrasta um monte com o vocal calminho do começo da música - transtorno bipolar.

no final das contas, temos: mentiras compulsivas, mania de arrumação, bulimia, ninfomania, tendência ao alcoolismo, esquizofrenia e transtorno bipolar, tudo isso em uma música de dois minutos e meio. depois eu falo que a Suécia é um país superior e ninguém acredita...

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caixa

essa história de "merecimento" às vezes é a coisa mais escrota do mundo.

(perdão pelo termo chulo)

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estroboscopia

continuo querendo pular quinze etapas da minha vida e passar direto à décima sexta na fila. não vai dar, mas certamente seria menos desconfortável. e algumas delas são especialmente difíceis, incertas, temidas. mas vai dar tudo certo, ainda estamos no começo.

um começo um tanto tardio, reconheça-se, mas um começo. no mais, a falta de umidade traz os primeiros problemas presumidos; há pontos de inflexão e tudo isso faz parte de um processo ainda maior, ainda a levar meses e anos, paus e pedras, muitos quilômetros, muita água. mas tudo será enfrentado e todos sairão bem dessa coisa toda.

não entendeu nada, meu amor? eu entendi. mas é difícil te explicar.

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quinta-feira, setembro 06, 2007

leitura

três textos lindos do Blônicas que merecem a sua leitura: "A primeira vez", da Tati Bernardi (procure no dia 23/08), "Qualé, mané", do Xico Sá (do dia 28/08) e "25 coisas que você pode fazer num pronto-socorro público", do Carlos Castelo (dia 30/08). não coloco o link direto apenas por não haver essa opção.

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quadril

eu não acredito em coincidências. mas que elas existem, ah, isso eu já não sei.

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quarta-feira, setembro 05, 2007

muro

começando a pensar nas férias do ano que vem. as dos sonhos são da segunda semana de agosto até a primeira de setembro, quinze dias em Portugal e outros quinze nos EUA; no primeiro, passeios históricos, culturais, porres de vinho, saudades portuguesas e um pouco de doces. no segundo, assistir o US Open, torcer pela Maria Sharapova ou por alguma tenista adolescente linda-esguia-e-dedicada. alguém aí quer ir comigo?

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sal

todos sabem que meu trabalho, basicamente, é fazer nada. é enrolar por horas no MSN até o coração ficar soterrado e se achar a pessoa mais inútil do mundo; ver tudo aquilo que sua área faz ser feito por outra área, que invade a competência com um animus ferrandi e leva tudo embora - para depois acusar o seu departamento de vagabundagem.

mas isso cansa, e por mais que você tenha passado sete dos oito meses desde que entrou lá tentando sair, ainda é suscetível a certos breakdowns. chega, eu não agüento mais.

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terça-feira, setembro 04, 2007

indivíduo

o Anônimo pegou a gripe espanhola e, por isso, conseguiu uma licença do trabalho, onde usa o computador. vai ficar nove dias em casa, de cama, estilo Ferris Büeller. minhas melhoras a ele: já sinto falta dos comentários do cara, sempre sarcásticos e agressivos.

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ambulância

o Leela já admitiu. agora só falta o Proto assumir que a banda tem a competência de um aluno do primário.

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segunda-feira, setembro 03, 2007

truco

meu celular é o único Motorola cujo ringtone é o delicioso Nokia Tune, o único toque que eu admito num telefone móvel.

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desgracinha

da coluna do Cláudio Humberto de hoje:

Sentença de morte

Papel em branco aceita tudo. Em Vajota (CE), o candidato a prefeito Gentil Pires (PSB) convenceu um adversário a ser seu vice prometendo renunciar em dois anos. E entregou a ele um papel em branco com sua assinatura. Eleito, Gentil não cumpriu o trato. E a vingança foi cruel: a Câmara Municipal recebeu uma carta-renúncia, onde ele confessava bater na mulher, beber muito e não se sentir "em condições morais" para o cargo. Destituído, ele reconheceu a sua assinatura, mas não a carta.

Moral da história: assinar em branco é a sentença de morte amanhã.

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branqueamento

depois de quase um ano, eis que o The sound of the streets, blógue coletivo sobre música do qual participo, é atualizado. mas não prometo me dedicar mais ao assunto, já que escrever sobre música, hoje em dia, me machuca bastante.

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vinagre

o que você fez pelo seu país hoje? nada? eu fiz: baixei uma coletânea do Suede aqui pro computador do trabalho. e sim, é para coisas assim que vocês, contribuintes brasileiros, pagam impostos.

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pretensão

tal comportamento veio de alguém que parece tomar acidentes como coisas normais.

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religião

a convite do Craudio, fui com ele e Felipe assistir à Missa Tridentina, ontem à tarde, no Lago Sul. como todo mundo aqui sabe, sou agnóstico (embora diga que sou ateu, mas apenas porque odeio a sonoridade da palavra "agnóstico") e meu problema com a Igreja Católica não é de pontos de vista: concordo com eles quanto à posição sobre o aborto, sobre o casamento sodomita, sobre a ordenação de mulheres e uma série de outras coisas; minhas duas únicas divergências até o momento (sobre eutanásia e pesquisa com células-tronco) eu preciso estudar melhor até me posicionar sobre o assunto. o que me falta, na real, é fé.

mesmo sem fé alguma, um convite para assistir uma cerimônia com mais de mil e quinhentos anos é algo irresistível, e lá fui eu, devidamente empoleirado (envergando terno e gravata numa tarde de domingo). e foi uma cerimônia muito bonita, que me deixou com os olhos vermelhos ao final. como venho da cidade que toma para si a pretensão de ser a cidade mais católica do país, missa, antes de eu me tornar ateu, foi o que não faltou. mas a de ontem foi a primeira onde senti uma crença, de coração, das pessoas que ali estavam. não era um evento social, não era uma propaganda da Teologia da Libertação, não era uma aeróbica da Renovação Carismática: era apenas a profissão de fé de um grupo de pessoas - e não é disso que a missa trata? pois bem: se fosse para descrever a "Missa de Sempre" em duas palavras, seriam "fé" e "foco".

dentro de duas semanas, esta Missa, rezada quase toda em Latim (o Missal trazia a tradução para o português e a explicação da função de cada passagem ali incluída), poderá ser rezada nas paróquias de todo o mundo, visto que acaba o prazo da vacatio legis do decreto canônico que a reestabeleceu. eu não sei se, com essa história toda, eu posso ser "convertido", mas ganhei algo para se pensar. e o Marcelo ganhou algo para ir - essa missa é a cara dele.

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cabide

tentei destacar aqui algum trecho de um artigo do "Times" de Nova Iorque sobre o fato de as pessoas ridicularizarem a moda e a associarem com um comportamento frívolo. o problema é que o artigo todo é bom, então melhor ler inteiro aqui. se alguém sem senha tiver interesse, mando por email.

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Mastercard

Whoever said money can't buy happiness isn't wrong - it's just that they don't know where to shop.

Emma Parker Bowles, minha nova musa.

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fossanova

esse tem sido um ano de recordes consecutivos. o de maior ressaca moral, por exemplo, eu já devo ter batido umas cinco vezes em 2007. e bati de novo nesse final de semana, apesar de ter feito de tudo para que isso não acontecesse. mas certas ironias escapam ao nosso controle.

*

"- a história de amor de vocês acabou."
"- acabou?"
"- não sei, eu perguntei pra você."
"- e eu entendi como uma afirmação."

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domingo, setembro 02, 2007

gelatina

Lula falou aos militantes que ele não precisam ter vergonha de ser petistas. Taí. Ele nem precisava dizer. Se há sentimento que petista não tem é este: vergonha.

Reinaldo Azevedo, cirúrgico.

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sábado, setembro 01, 2007

termal

então, depois de uma tarde cheia de jogos no US Open e da decepção de saber que minha amada Maria Sharapova foi derrotada(o que não aconteceria se eu estivesse lá por Flushing Meadows, claro), coloquei na MTV na hora do "Batalha de modelos", ao acaso. e uma das juradas das duas modelos era... linda. não mudei de canal até descobrir quem era, e, quando soube, percebi que já a acho linda tem pelo menos uns dez anos. era a Valéria Monteiro, a Mônica Veloso que não se envolveu com políticos nem com o Alberico Souza Cruz. ela deve estar com uns quarenta e cinco anos agora, mas continua maravilhosa. e é bom assim.

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alquimia

the sick heart potion
two parts pain
one part true again


(Ryan Adams, "Under your breath", 1999/2001)

adoro o jogo de palavras desses três versos. e odeio que sejam verdade.

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datalandi

este é o centésimo primeiro post da quarta fase deste blógue, a primeira a ser classificada por categorias. dos cem primeiros, setenta e oito receberam a classificação "bronze", quinze receberam o estatuto de "prata", seis têm a atribuição "ouro" e um é feito de diamante.

ou seja, só sete por cento do que escrevo é realmente importante.

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Holanda

The former Serbian president and indicted war criminal Slobodan Milosovic was said to be a huge fan of "My way", which he would play the song repeatedly in his prison cell in the Hague during his trial for crimes against humanity.

quem diria, eu tenho algo em comum com um genocida.

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