quinta-feira, agosto 31, 2006

ih, alá

recebi, em menos de seis horas, duas mensagens desancando a Citroën e um de seus carros, o C3. numa delas, um golpe da concessionária, que anuncia o carro "abaixo do preço de tabela" quando, na verdade, exclui o valor do frete; na outra, um cara relata do dia em que uma roda simplesmente se soltou do eixo, sem explicação alguma.

meu deus, tô desencanando de pegar um C5.

o Marcelo ainda há de lembrar que a Citroën é um dos braços da PSA, cujo outro integrante é a... Peugeot. e que os dois carros são feitos na mesma fábrica, na terra natal da minha bisavó, sob a mesma plataforma. que medo.

chouchou de la maîtresse

era uma e vinte da tarde, ontem, e eu estava à espera do ônibus para deprelândia-0, a capital de deprelândia. e vi que a etiqueta da viagem de ida para São Paulo ainda estava pregada em minha mala. arranquei-a da mala, para evitar problemas, e pedi ao dono de um bar logo à frente para que jogasse a etiqueta no lixo.

pegou-a e olhou o número do vôo: 1853. "vou jogar no bicho", me disse ele. "talvez você tenha trazido sorte". e ficou com a etiqueta em mãos. "cinqüenta e três é gato, não é?" - perguntei, ao que ele confirmou

horas depois, quando cheguei ao aeroporto, passei em frente a uma casa lotérica, e havia um bilhete de final 53. decidi apostar no gato também e trouxe uma fraçao do bilhete aqui pro DF.

quentão

eu só falei do passado até agora, né?

isso não é bom.

vamos para o futuro.

clipe do dia



esse é o de "Simon", do Suede; um lado B que ganhou clipe por ter sido incluída, em 2001, na trilha do filme "Far from China", que eu nunca vi. com uma canção tão linda, não deve ser ruim.

lavando roupa

depois de ouvir o Ronnie Von falando sobre sua relação com o filho, resolvi falar com meu pai antes que seja tarde demais pra isso. todo mundo tá cansado de saber que eu amo ele e que, pelas inúmeras diferenças que temos, é melhor não viver por perto. tem também o fato de que eu não gosto de deprelândia (que ele ama) e que eu não teria uma carreira profissional por lá - ao contrário, viveria à sombra dele, agüentando comparações e tudo mais.

isso não tem nada a ver com o que eu falei com meu pai. apenas achei que era hora de dizer pra ele o que tá acontecendo na minha vida. que dei uma batida de leve com o carro, que não passei na OAB. obviamente, ele não gostou. mas foi menos chato do que eu esperava. primeiro, porque falei que continuaria tentando passar na prova. segundo, porque o acidente já aconteceu, não há como voltar atrás. e terceiro e mais importante de tudo, porque eu preciso perder o temor reverencial que tenho dele, assim como ele precisa aceitar que nem sempre eu acerto de primeira.

de toda forma, foi bom. e ainda comentei do Ronnie Von com ele - meu pai é fã do cara e gostou de confirmar que ele realmente é o cara.

Ronnie Von

no final da semana passada o Alexandre disse que alguém da produção do programa do Ronnie Von ("Pra você", exibido na TV Gazeta, às 22:50 de terças e quintas) entrou em contato, querendo que fôssemos falar sobre o livro na tevê. e perguntou se eu tava a fim.

como disse um cara pro Bernardo Carvalho uma vez (e eu peguei no blógue dele), "boca livre e pênalti quem perde é otário", ao que estou plenamente de acordo. como no programa do mestre Ronnie Von rola um rangui feito na hora, era ir ou ir. e fomos, mais a Giselle.

ao chegar lá, fomos informados que apenas um seria chamado para a entrevista, que não era possível botar os dois. sem problemas. o Alê ficou puto, o que eu achei despropositado. afinal de contas, eu sou tímido e só fui lá pela farra e pela oportunidade de conhecer esse grande cantor / ator / apresentador / showman. e que, ao vivo, é o cara mais simpático do mundo: atencioso com todos os convidados, sempre falando em um tom de voz assaz agradável, sempre bem humorado e com um fôlego de dar inveja até aos meus amigos no auge do vigor físico. gravou dois programas e várias vinhetas numa só tacada, num só take, sem deixar o ritmo cair nem quando tinha de ligar um assunto a outro.

quando foi informado que o prato do dia era um macarrão com presunto de Parma e alcachofras, o Alexandre surpreendentemente relinchou, dizendo que não curtia as verdinhas. mas quem se importa? eu detesto azeitonas mas, se estivesse ali, na presença da lenda, comeria um vidro inteiro e ainda pediria meu outro desafeto alimentício, o molho branco, para acompanhar. e tomaria vinho branco por cima, pra completar o mau gosto - que fatalmente me levaria a um revertério das mesmas dimensões do terremoto de Lisboa em 1755.

perguntei pro ilustre Ronnie se ele conhecia o Scott Walker, ele disse que "só de nome". falei que via muitas coincidências na carreira dos dois, que começaram como ídolos do pop, aventuraram-se pelo experimentalismo e pela erudição, tiveram fracassos comerciais na virada para a década de 1970 e acabaram apresentando programas de tevê para donas de casa. ele se interessou. uma pena que eu não tinha um cd-r do "Scott 3" para presenteá-lo.

sempre solícito, ainda conversou com todos sobre sua carreira, falou de como a família esteve contra sua vocação de pop idol - eles eram donos de um banco e Ronnie, estudante de economia, vinha sendo preparado para a sucessão. e ainda falou um pouco dessa coisa de pais e filhos discordarem, o que me motivou a falar com meu pai sobre umas coisas importantes no outro dia - assunto para a próxima entrada neste blógue.

posou para fotos conosco (em breve, aqui neste blógue) e falou que sua gravadora está preparando um box-set com seus discos - uma cópia já é minha. despedi-me dele, encantado com sua simpatia, e fui comer alfajores argentinos, numa rara transgressão à dieta.

nova geração

o Alexandre me comunica que a cidade de São José dos Campos terá, em setembro, alguns outdoors com frases cunhadas por mim, especialmente para um projeto dele. fico com medo, depois surpreso, finalmente feliz. e imagino que pelo menos não é a minha cara com o peso atual. quando eu atingir a minha meta de emagrecimento, vou perguntar pra ele se não rola de botar uma 3x4 minha no canto de cada reclame...

guia prático para pagar de gatinho

já tenho as roupas para quando ficar magro. insensível ao controle de gastos, entrei numa loja em deprelândia 2 e só saí de lá quando me senti o máximo dentro das roupas. meu pai, que não liga para moda, provavelmente me perguntaria "sabe quantos meses um trabalhador precisa suar pra conseguir pagar essas roupas?".

mas eu sei. e nunca fiz pouco caso de quem não tem grana pra isso ou coisa assim. só que, ao contrário do meu pai, eu tenho preocupações estéticas apuradíssimas - ele devia ter também. afinal de contas, se eu pago de gatinho, é muito por conta da genética dele, e outro tanto por conta do bolso dele. acho que cairia bem se ele encarasse um extreme makeover...

então eu comecei a caminhar. são doze quilômetros toda manhã, o que faz com que eu acorde às seis, me prepare rapidamente e comece as pernadas. step in your shoes, there is so much to do, dizia o Brett Anderson.

e há mesmo.

não estou fazendo isso por alguém, estou fazendo por mim. porque não adianta ter roupas legais se o conteúdo não estiver à altura. um dia eu estava sentado na rua, vendo uma batelada de feios passarem em carros bonitos, e pensava coisas do tipo "meu deus, como é que uma negação estética dessas tem um carro tão legal?". no outro segundo, imaginei-me a bordo do meu sonhado Volvo S80, e constatei algo triste: eu não estava à altura do carro. e decidi fazer alguma coisa para reverter isso. vai que eu ganhasse o Totoloto no dia seguinte e pudesse comprar um.

sendo assim, aproveitei e equipei o frigorífico da melhor forma possível: pão integral de 40 calorias por fatia, queijo magro, bebidas light, sopas instantâneas com sabor a nada, filé de frango, alfaces e pacotes de legumes congelados. estou pronto para perder meia arroba em um mês, para início de conversa.

au vent mauvais

oi, tudo bem? faz tanto tempo e parece que foi agora. desembarquei no aeroporto Juscelino Kubitschek às 20:45 de ontem e, sem ter o que dizer na hora, deixei para resolver este blógue hoje. mas já admito que não vou mudar a vida de ninguém com o que escrever até o fim do dia.

*

às vezes dá vontade de voltar a morar em deprelândia por algumas pessoas que lá vivem. e que não, não são você (e que bom que não são). mas aí eu me lembro que tenho a vida dos meus sonhos no Sudoeste e que tenho muitas coisas ainda por conquistar, conhecer, et cetera. então venço a preguiça e pego o avião de volta, antes que deprelândia termine por me, ahn, deprimir.

*

duas horas de antecedência no aeroporto: a garantia de um check-in doméstico rapidíssimo e um bom assento. dez voltas sem rumo, perguntas numa livraria, pessoas conversando em japonês, os aviões estacionados no pátio, o refrigerante de maçã verde que tomei.

eu adoro aeroportos.

toda aquela gente indo e voltando me faz bem. dá vontade de não me acomodar nunca, de sempre perseguir o que eu quero, como se fome fosse, como se minha vida dependesse disso.

na verdade, ela depende.

*

voar de Gol, ainda que com o serviço de chão impecável, é garantia de aborrecimento. pouquíssimo espaço para as pernas, o infame amendoinzinho, a ausência do meu refrigerante preferido, de qualquer chá, de um conforto qualquer. e turbulência sempre no mesmo lugar.

eu queria que o fato de o avião ter turbulência toda vez que sobrevoa Goiânia fosse coincidência. talvez até seja, mas para mim nunca vai ser. só não peço o pára-quedas porque, às vezes, não basta apenas estar em Goiânia.

*

minha bagagem foi para São Paulo com uns sete quilos, voltou com vinte e nove. comprei roupas, trouxe vários discos, incluí um cobertor (e agora posso devolver o meu, depois de limpo, ao Felipe). eu emagreci um quilo por lá, e hoje sou a prova viva de que dá pra emagrecer comendo comida de mãe. mas um quilo é pouco, e eu já comecei a caminhar todo dia, às seis da manhã - só que isso é assunto para outro post.

domingo, agosto 27, 2006

onde

a formatura da minha irmã foi legal. estou dançando valsa cada vez melhor (o que não quer dizer que já aprendi), batemos pavão de uma garrafa abandonada de suco de batatas destiladas na Suécia, que ainda tinha um quarto de seu conteúdo, coisas assim.

o tempo passa arrastadésimo aqui em Deprelândia, de modos que eu permaneço entediado. momentos de euforia rolam quando eu ponho esse Bill Evans nota dez que incorporei ao patrimônio. e, aliás, preciso passar na casa da avó da Virgínia amanhã, pra pegar meu cd do Glenn Gould tocando as variações Goldberg do Bach - imagino que seja uma trilha excelente para o chuvoso verão brasiliense.

sábado, agosto 26, 2006

deprelândia blues

dez minutos aqui e eu já queria ir embora.

*

meia hora depois, estava naquele dilema: almoço ou ataco a bicicleta ergométrica? escolho a segunda. e depois repito o prato.

*

top 5 coisas que eu gosto em Deprelândia:

1. o pacote de TV por assinatura aqui de casa tem a RTPi
2. ...
3. ...
4. ...
5. ...

acho que é isso.

*

a moda dos locais investirem 30 mil reais num sistema de som automotivo para seus carros de 10 mil reais continua. com um agravante: disputam a atenção sonora com os candidatos à eleição e com a minha família, que aparentemente ficou surda e se comunica por berros.

*

dão-me problemas para resolver. "procure uma van para irmos à formatura", "fale com seu pai sobre isso-e-aquilo", "avise sua irmã que o horário no cabeleireiro é 3:15, na manicure é 4:00, e sua outra irmã tem cabeleireiro 3:55 e manicure 3:20, mas eu estarei em Guará até 3:00, então você e seu cunhado façam isso-isso-isso-e-mais-aquilo porque, na hora marcada, não percam: nada vai acontecer".

eu não vim de tão longe para resolver problemas.

*

conhecer um cunhado é como dançar no campo minado: você pode fazê-lo explodir a qualquer momento da conversa. e eu fui pisando em ovos no meu primeiro contato com o novo cunhado, que é um cara maneiro mas ahn, heterodoxo demais. às vezes sinto falta de gente normal na minha vida.

*

"A ghost is born", quinto disco do Wilco (descontados os "Mermaid avenue"), é um disco que eu aguardei com muita ansiedade quando de se lançamento, em 2004. ouvi, não gostei e não tive, de imediato, coragem pra dizer o que achei. depois, quando o Rodrigo disse que era um disco chato, saí do armário e disse o mesmo. comprei uma cópia dele há uns dois meses e despachei-a para cá, pra escapar da fúria arrecadadora do fisco brasileiro. e só fui encontrá-lo agora. comprei apenas porque, na pior das hipóteses, "Theologians" é uma bela música.

e surpresa: o disco nem é tão ruim. já subiu de nota 1 para 4. quem sabe um dia chegue em um 7, de onde dificilmente subirá. isso de incluir suítes aleatórias não dá certo.

mas depois eu até pensei: será que eu não gostei mais do disco porque estou em Deprelândia e, portanto, não se tem o que fazer? é o meio determinando o homem...

sexta-feira, agosto 25, 2006

força maior

estou indo, dentro de alguns minutos, para o município de Deprelândia, interior paulista. por tratar-se de roça sem cobertura wireless, não tenho como atualizar este blógue de lá. assim sendo, as atualizações diárias retornarão na noite de terça-feira ou na manhã de quarta.

para quem fica na civilização, até mais ver. e com licença, que vou ali tomar meu soro anti-ofídico contra as línguas venenosas do gentio deprelandense.

quinta-feira, agosto 24, 2006

joga bonito

e comeeeeeeeeeça o Campeonato Goês de futebol, temporada 2006/07!

1.500

ontem, debaixo de chuva, fui ao supermercado e saí de lá apenas com uma caixinha de leite e um envelope de sopa.

acho que estou plenamente adaptado ao Sudoeste.

quarta-feira, agosto 23, 2006

praia

dias atípicos, noites com sentido. lá fora a chuva voltou, aqui dentro eu me sinto aquecido. são coisas que batem na porta e dizem "oi, vim para ficar". gosto disso, peço para que entrem, sirvo-lhes algo pra beber e convido para que tirem os sapatos. é bom ter esse tipo de visita.

*

será que eu fui muito longe dentro da minha mente?

cuidado, eles estão nos cercando

And get this. On a Radio 2 quiz the other day, contestant was asked what happens to water at 32 on the Fahrenheit scale. After much umming and aahing, she said confidently, "It melts".

Jeremy Clarkson, defendendo que se pare de dar habilitação para idiotas dirigirem carros. sensacional...

terça-feira, agosto 22, 2006

que país é esse?

ontem, no Manhattan Connection, a Lúcia Guimarães selecionou um tema do Loudon Wainwright III para ilustrar uma matéria. na hora de explicar quem ele era, ela falou algo sobre a trajetória do cara e terminou com um "ele é pai do Rufus Wainwright, que faz muito sucesso no Brasil".

acho que estou vivendo no Uruguai e não sabia.

what become of the likely lads

descobri um lugar legal pra comer algo que, se não é original, é bem competente. faz pouco tempo o Burger King abriu sua segunda loja aqui, no Brasília Shopping, no lugar de algum restaurante que não me lembro agora qual era. com o mesmo cardápio competente, cujo Whopper prima pelo custo-benefício e pelo sabor, e é a estrela do menu.

só que essa nova unidade do Brasília Shopping tem um diferencial: as mesas estilo lanchonete americana dão para a W3 norte, no único pedaço em que ela é bonita. e ele não é tão movimentado quanto o do Pátio Brasil... tudo bem que eu fui lá numa noite de segunda, mas até pra uma noite de segunda ele estava deserto. e isso faz com que, dentro do possível, seja um lugar romântico. por exemplo, para se levar alguém depois de passar umas horas com ela, seja resolvendo problemas, fazendo compras ou apenas desfrutando da companhia. aí é só pedir um trio, carregar o copo com o que quiser (o refil continua presente, amém) e ficar vendo o dia se encerrar ali, encostado à janela.

segunda-feira, agosto 21, 2006

da imprecisão

senti que o post abaixo, sobre "Eu, você e todos nós", não ficou do jeito que eu queria. bem do jeito que são os personagens do filme...

filminho

depois que meu Santos tomou aquela naba no capricho, no jogo de ontem, fui com o Marcelo assistir "Eu, você e todos nós", o filme que a Isabela me recomendou sem nenhuma restrição e que a Lucia achou um lixo. como o cartaz também era genial, trocamos "Obrigado por fumar" por ele - mas em breve assistiremos esse um também.

o filme é uma polaróide de um grupo de pessoas que têm algum vínculo comum e, ao mesmo tempo, não têm nada. e mostra bem como se pode sentir algo por dentro e exteriorizar algo completamente diferente. tipo aquele cinismo que eu passo minha vida combatendo, mas às vezes se faz necessário. então tem o vendedor de sapatos que taca fogo na própria mão como um ritual a ser cumprido no divórcio, tem a menininha de oito anos que compra eletrodomésticos pra montar um enxoval de casamento, tem a diretora de um espaço cultural que, por trás daquela fachada de mulher bem-sucedida, esconde uma dona mal resolvida e adepta de fetiches bizarros.

tem uma hora em que o filho mais velho do vendedor de sapatos se deita no chão com a menina do enxoval e começa a perguntar sobre o futuro pra ela, que conta exatamente como quer a casa quando se casar. e ela fala da cozinha, dos filhos, de tudo. e ele, ali do lado, mal fala alguma coisa, mas sente, de algum jeito, vontade de fazer parte disso. foi a parte que eu mais gostei do filme, porque é como eu me sinto com muita gente, incluindo com ela. mal a conheço (talvez fosse melhor dizer "não a conheço"), mas gostaria de fazer parte da vida dela, de alguma forma.

isso me remonta a "There there", do Radiohead, e seu refrão que diz "just 'cause you feel doesn't mean it's there". de fato: eu sinto, mas não significa que seja alguma coisa, que esteja ali, que exista na prática. eu disse ontem que queria estar ali, ao lado dela. nem que fosse pra não dizer nada, apenas ficar ouvindo. depois eu diria que as coisas vão se ajeitar - como de fato vão - e a abraçaria. acho que é isso.

domingo, agosto 20, 2006

começando de novo

e então acabou: não passei na prova da OAB. 41 pontos de um total de 100, precisava de mais nove.

o sucesso no concurso, que não precisa de inscrição na ordem, me anestesiou desse baque, então eu não tenho com o que me preocupar. como disse a minha mãe, assim que soube que eu não passei "ah, tenta de novo". e é isso mesmo que eu vou fazer. não sei se já no próximo exame, mas vou. porque, como diz o Nick Drake na música mais bonita do mundo, keep on trying 'til there's no more to hide. e é isso mesmo. uma hora eu passo.

*

"Time has told me", a música citada logo acima, diz logo antes do verso mencionado: o tempo vai te dizer para ficar do meu lado. queria que o tempo dissesse isso a ela, já que não disse no contato que tive, com medo de assustá-la. vi que ela também não passou para a segunda fase, uma pena. mas eu ficaria do lado dela e diria para que ela continuasse tentando, porque é isso mesmo que ela também tem que fazer. tem muita coisa que eu queria dizer a ela mas, muito mais importante que isso, eu queria ouvi-la. sobre qualquer coisa, sobre o que ela quisesse. só pra estar ali, do lado dela.

e sobre não se ter o que dizer, assisti "Eu, você e todos nós", que às vezes é exatamente sobre isso. falo sobre o filme já, já.

niente

eu não tenho mais esperanças de que ela me responda, mas ainda gostaria de obter uma resposta.

porque é dela que eu gosto, apesar da situação inusitada e de achar outras meninas bonitas. não passa disso. e não é o caso dela.

exame

algumas considerações sobre o exame da ordem prestado agora há pouco:

- minha professora de Direito Civil disse que a prova é feita para utilizar as cinco horas de tempo e que, se você sai muito antes, é porque não a leu direito. discordo: a prova tinha questões facílimas, que resolvia como se estivesse colocando Coca Light no copo, e questões dificílimas que eu, depois de lê-las cinco vezes, descobri que tanto fazia ler a sexta, porque não sabia mesmo;

- não sei dizer se fui bem e não vou criar expectativas;

- o mau hábito de etiquetar telefones celulares sem ao menos rolar um saquinho plástico está a ganhar espaço;

- acho que não vejo mesmo necessidade de beber água ou comer durante uma prova dessas. e olha que não tomei café da manhã e meu jantar de ontem limitou-se a um copo de suco de uva;

- não a vi por lá, pena. sabia a sala em que ela estava porque todas as meninas com o mesmo nome lá estavam;

- na saída, a tradicional profusão de panfletos e papeletas divulgando cursinhos, livrarias, eventos jurídicos, festinhas no Café Cancun, etc. sempre mantenho minhas duas mãos ocupadas para não pegar nada. mas dentre os propagandistas havia uma menina linda, maravilhosa, de fazer chover ao contrário. só não peguei o papelzinho que ela distribuía porque ela não estava lá para me dar mole e dificilmente daria mesmo;

- sobre o tempo: fiz a prova em pouco mais de três horas, agora é ver no que dá.

síndrome de Spielberg

sabe a síndrome de Spielberg? é um mal que faz com que determinadas pessoas e órgãos se manifestem mais do que o devido e, principalmente, sobre assuntos que desconhecem. nasceu por conta da onipresença do diretor de cinema nos canais documentarísticos e programas do tipo. desde o ciclo reprodutório da ostra até a influência do Tranca-Rua nas semifinais do Campeonato Bahiano de futebol, Steven Spielberg está lá. falando sobre o que sabe e sobre o que não sabe também.

outros afetados pela síndrome são o Led Zeppelin, os one-hit-wonders e noventa por cento das celebridades brasileiras. quer dizer, tirando o Tony Ramos, acho que todos os famosos do Brasil sofrem. afinal de contas, como se explicariam tantas revistas de fofocas num mercado editorial tão crítico quanto o brasileiro?

só estou falando disso porque hoje a coisa chegou num ponto grave: a Folha de São Paulo publicou, na edição de hoje, um editorial "a favor de Plutão", defendendo a permanência de sua classificação como planeta. quer dizer, em que pese a Folha ter repórteres científicos e mesmo um colunista no setor, ela não é uma publicação científica. pesquisadores brasileiros dificilmente a procuram para publicar um artigo, o jornal raramente publica a íntegra de estudos relevantes, limitando-se a dar notinhas. e agora vem publicar um editorial "a favor de Plutão"? ah, pelamordedeus, pára com isso. amanhã tô reclamando pro ombudsman disso.

por outro lado, qual é a minha legitimidade pra levantar uma coisa dessas aqui num blógue? nenhuma. parece que também fui alvo da síndrome de Spielberg.

sábado, agosto 19, 2006

verdes anos

almoço no Marietta com a Aline e o JP. ela vai de estrogonofe na ciabatta, ele pede uma salada Caesar... sem frango. eu, sem estômago para fortes emoções, escolho um wrap de salmão com cream cheese e alguma outra coisa que já esqueci, mas peço sem cebola.

logo eu, que gosto tanto, mas estava com uma vontade louca de não comer cebola. e a decisão se mostrou acertada: é uma delícia. com um suco de melão a tiracolo, como foi o caso, beira o sublime.

aprendizado tardio

Now I've seen tonight
How could I waste my time
And I'll be on my way
And I won't be back
'Cos I've seen tonight
What I've been wrong about
You're just a boy, not a man
And I'm not coming back


trocando boy/man por girl/woman, acho que eu passei por isso. é um trecho de "See you when you're 40", da Dido, uma canção que também diz assim:

então eu te vejo quando você tiver 40
perdida e sozinha
sendo consolada por estranhos
que nunca precisaram saber
não triste por ter-me perdido, mas triste porque você pensou que era legal ser triste
você acha que a fossa vai distinguir você dos outros
se você passasse por mim hoje, eu não teria te escolhido
eu não teria te escolhido
eu não teria te escolhido


só ouço os discos da Dido depois de três anos que eles saem. mas não é para me distinguir dos outros: é apenas pra não deixar aquela falação toda fazer com que eu deixe de adorar as músicas dela.

labirintite

meus horários estão confusos. acordei faz meia hora e estou com sono, levemente desidratado e pensando nela. e muito. não é normal, não pode ser normal. vou levar o caso aos médicos.

*

entre o outro parágrafo e esse, fui ali no meu quarto buscar meu travesseiro. sabe como é, vontade de ficar abraçado. o travesseiro não é assim como você, sabe?, mas também é fofo.

*

caramelos. vou pensar nisso quando te vir, amanhã, antes que a sua doce presença se esvaia, tarde demais para que a gente se note, mas já depois de algo ter acontecido. pelo menos desse lado aqui.

pênsil

e lá vai ele caminhando para a forca...

questão de referencial

"- uma gracinha aquela amiga sua, hein?"
"- qual?"
"- aquela de vestido preto."
"- ah, sim."
"- até pensei em conversar com ela, mas sóbrio eu não faço isso."
"- não?"
"- não. e ela tem jeito de ser complicada."
"- ela não é complicada não. só demora pra se envolver com alguém."
"- ou seja, ela é complicada."

relação

cinco melhores coisas para se fazer na véspera do exame da OAB:

1. getting laid
2. acompanhar o circuito internacional de tênis, bebendo um Gatorade
3. fazer a sesta
4. comentar sobre a festa de formatura da Lia, ocorrida ontem e que vale um post à parte
5. contemporizar e ouvir um Miles

obrigado, Sportv, pelo item 2, já que eu não tenho como proceder ao primeiro da lista...

sexta-feira, agosto 18, 2006

move on

é hora de seguir em frente. deixar de pensar nesses fantasmas e apenas pensar em fazer as coisas do jeito certo, tentando não se preocupar com aparições e não-aparições, sorrisos e chiliques, medos e delírios...

Rui, um djenio

fora daqui

o Lelo instalou o Mozilla no computador. para quem não sabe, Mozilla é aquele navegador concorrente do Internet Explorer, só que muito pior. eu odeio o Mozilla como poucas outras coisas na vida. e, surpresa, havia um ícone dele na minha área de trabalho e ele havia se tornado o navegador padrão.

com nojo daquilo, passei a madrugada aporrinhando o Ricardo para que ele me ensinasse a desabilitar esse lixo sob forma de software, até conseguir isso agora pela manhã, e agora me sinto purificado. se eu fosse o rei, baniria Mozilla, Linux e quase todos os programas que não fossem da Microsoft.

p.s.: comentários de geeks defendendo o Mozilla, o Linux ou outras coisas "alternativas", ou ainda falando mal da Microsoft (a não ser que seja do Steve Ballmer) não serão publicados.

quinta-feira, agosto 17, 2006

in the city

o Pedrivo tá procurando todo mundo que tem um ordenado mediano ou que passou em concurso pra rachar um apê com ele.

eu até toparia, se não quisesse tanto morar sozinho.

borrachas ressecadas

2006 foi um ano muito bom. melhor de tudo, ainda não acabou.

pelo visto, o melhor da minha vida, o que eu fiz mais coisas, ganhei mais dinheiro, etc. ainda é agosto mas cabe uma pequena retrospectiva, sem saudosismos:

- meu primeiro livro foi lançado (março)
- passei no concurso (agosto)
- voltei a escrever um poema decente (julho)
- exorcizei um fantasma (março)
- comecei a exorcizar outro fantasma (abril / maio, ainda em progresso)
- comecei o segundo livro (junho)

e mais umas coisas de foro íntimo que não convém incluir aqui. essas conquistas todas foram só o começo.

canção de outono

os soluços graves
dos violinos suaves
do outono
ferem a minh'alma
num langor de calma
e sono.

sufocado, em ânsia,
ai! quando à distância
soa a hora,
meu peito magoado
relembra o passado
e chora.

daqui, dali, pelo
vento em atropelo
seguido,
vou de porta em porta,
como a folha morta
batido...


essa é a "Canção de outono", do Verlaine, vertida ao português pelo simbolista Alphonsus de Guimaraens. dela saiu o "au vent mauvais" ali de cima, citado pelo Serge Gainsbourg em uma de suas mais belas canções.

alguém há de dizer que estamos no inverno. é verdade, mas e daí?

453

eu recebi mais felicitações nas últimas quarenta e oito horas, pelo fato de ter passado no concurso, do que nos meus últimos quinze aniversários, juntos.

legal, né? a coisa chegou ao ponto de eu achar que fiz algo relevante para a sociedade, tipo achado uma prova incontornável da participação direta do babalorixá de Banânia nos esquemas de corrupção do governo. pena que não foi.

quarta-feira, agosto 16, 2006

epílogo trágico

... e desde então, eu nunca mais a vi. por um lado, um alívio para a minha timidez, que se sente resguardada.

mas por outro, muito maior, uma pontada no coração, por conta daquela coisa meio Manuel Bandeira de "a coisa que poderia ter sido e não foi". porque se na hora me dessem a opção do "manifeste-se agora ou cale-se para sempre", eu gritaria.

de qualquer jeito, eu estava lá, com a minha voz. ela é que não foi.

live in Oslo

não adianta: o Brasil nunca-never-jamais vencerá a Noruega. praga? incompetência? não, é maior que isso. o Brasil não vencer a Noruega no futebol é algo como a terceira lei de Newton: imutável.

terça-feira, agosto 15, 2006

saideira

já faz uns anos que eu tomei a sadia decisão de não escrever profissionalmente sobre música. uns amigos meus fizeram coisa parecida recentemente, embora jazz e clássico estejam liberados. mas tem uma pauta que me coça a cabeça e que eu ainda vou fazer.

e por quê eu faria? por motivos emocionais. eu sinto um arrepio tão grande quando penso no assunto que me dá vontade de fazer a melhor matéria do mundo sobre isso, ou quem sabe mesmo um ensaio travestido de reportagem. porque dá vontade de saber se as pessoas envolvidas nessa coisa sabiam da dimensão do que estava acontecendo, de como esse momento entraria para a história, ou ainda qual foi a reação imediata - eu acredito que alguns tenham chorado.

vai demorar um pouco, porque exigiria apuração no exterior e pesquisas em bancos de arquivos, depoimentos pessoais, coisas do tipo. e eu não vou contar o assunto aqui porque tenho medo que alguém, de passagem, roube a pauta. não que eu não queira outras pessoas falando sobre o mesmo tema - ao contrário - mas eu preciso fazer isso.

depois de um dia pronta, caso ela dê um livro, lanço-o por aqui. se tiver até umas oito páginas, ofereço para alguma Rolling Stone, GQ ou Esquire da vida.

Leoni é poeta

muito antes do Leoni se tornar o queridinho da mídia com um disco acústico, ele foi o cara responsável por duas masterpieces do pop brasileiro: os dois primeiros do Kid Abelha. depois de terminar o namoro com a Paula Toller e sair da banda, em 1985, ele montou os Heróis da Resistência, cujo primeiro disco, de 1986, é quase um clássico.

só que a banda não repetiu o alto nível no disco seguinte, o "Religio", de 1988. quando o terceiro ("Heróis três") saiu, em 1990, ninguém ouviu. é um disco bem irregular, mas tem uma música que vale por ele todo. chama-se "A canção da despedida" e é um ponto eqüidistante entre Stone Roses e as fases boas do Simple Minds e do Guns and Roses. a letra parece não querer dizer muita coisa, mas isso fica só na aparência:

Eu saí da estrada há muito tempo atrás
Indo atrás de uma miragem que desapareceu
Só os loucos acreditam em fantasmas
Como o amor eterno que alguém prometeu
Eu dei mais do que podia e isso não bastou
Mas um dia a gente acorda, a febre já passou

E hoje estou de volta à vida
Aos os amigos, aos sorrisos sob o sol
E hoje estou de volta à vida
Pra você essa é a canção da despedida

Dessa vez perdi o rumo e a medida
Fiquei tão fraco quanto alguém pode ficar
Nessa viagem quase cego eu te seguia
E fazia quase tudo pra agradar
Eu tentava acreditar que isso é que era amor
Eu estive tão doente, agora já passou

E hoje estou de volta à vida
Aos amigos, aos sorrisos, sob o sol
E hoje estou de volta à vida
Pra você essa é a canção da despedida


e como diria meu amigo Felipe Chad, "Leoni é poeta". assino embaixo.

ask Jeeves

é impressão minha ou o sonho de todo pai / mãe é que o filho seja funcionário público?

do lado negro da força e do peso das minhas palavras

então a minha insônia acabou e eu estou aliviado: passei no concurso. ou seja, vou trabalhar pro governo, o lado negro da força. ganhando um salário razoável (para os meus padrões, estadunidenses; pro padrão brasileiro, eu vou ganhar bem), com estabilidade e tudo mais.

liguei em Deprelândia e contei pro meu pai. ele ficou feliz à beça, deixou transparecer algo do tipo "eu sabia que depois de um ano e meio em Brasília você acharia algo". minha mãe parecia que ia ter um infarto, pela voz que fez. tanto que liguei de novo, duas horas depois, para ver se tava tudo certo com ela. a Carol disse "pelo menos alguém na família vai se dar bem". como se ela não fosse, quá-quá.

foi complicado manter a expectativa em segredo. todas as pessoas que souberam quantos pontos eu fiz na parte objetiva da prova só souberam porque me pressionaram pra que eu contasse. não queria frustrar expectativa de ninguém - muito menos criar as minhas. mas ontem, antes de dormir, eu já pensava em como será a minha vida depois dessa. summer school na LSE, uma bicicleta ergométrica, um notebook Apple... e o adeus definitivo ao cheque especial, essa coisa que me atormenta metade do mês.

ainda vai levar uns meses até que eu seja chamado para o curso de formação e comece a viver a vida louca. até lá, tem umas coisas que eu preciso realizar, e não vou ficar parado. das três decisões que a minha vida sofreria em dez dias, esta é a primeira de que soube o resultado. outra vem no domingo, outra pode nunca vir - porque não depende apenas de mim e das minhas palavras.

*

não seria exagero dizer que setenta por cento do que eu consegui na vida foi por meio de coisas que escrevi: o livro, o concurso público, a minha vida amorosa. isso demonstra o quanto eu sou grato ao fato de conseguir escrever seis folhas de papel por dia.

*

finalmente, aos amigos que me deram força durante esse período de viroses, neuroses e lesões por esforço repetitivo: muito obrigado. e permanece o que eu disse nos agradecimentos do livro: "isso é só o começo!".

o lado brilhante da insônia

decidi fazer a maratona do cursinho, nessa semana que antecede a prova da OAB, no período da noite. meu forte não é pensar nas últimas horas do dia; ao contrário, meu rendimento é notadamente superior assim que acordo. pensar de manhã é algo prazeroso.

mas é bom que assim não entro em conflito pelo uso do computador, mudo um pouco os ares, abstraio um pouco antes do momento em que mais preciso da minha concentração. e passo o dia todo estudando, como hoje...

piada perdida

"- o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, ausente do debate de hoje, terá sua cadeira mantida no recinto."
"- põe uma garrafa de pinga aí pra dizer que é dele."

segunda-feira, agosto 14, 2006

têmporas

esse Motorola V3i Dolce & Gabbana é bonitão, hein? até eu, que não gosto de celulares e de coisas doiradas, achei lindo e coloquei na lista de compras...

mas...

... essa nova edição digital do "Globo" é complicada de se acessar, hein?

domingo, agosto 13, 2006

il treno azzurro

meus ouvidos escolheram, como companhia para a noite, o "Blue train", do John Coltrane. esse é de 1957 (ou 58?), e é um delírio, apesar da minha versão preferida de "I'm old fashioned" ser a do Chet Baker, cantada no "It could happen to you" - a letra é bonita demais para que a música ganhe versão instrumental.

p.s.: Pedro, sinto muito, mas Isolée não dá.

sociologia de supermercado

sempre ouvi uma história de que alimentos frescos é que são bons, que esse negócio de enlatados e coisas estocadas por muito tempo é coisa ruim, do tinhoso, uma bomba-relógio à saúde. encucado com isso, decidi ter pouco estoque de comida em casa - a medida evitaria, por tabela, a atividade engordativa.

hoje eu fiquei completamente sem comida, a não ser pelo pacote de biscoitos portugueses com sabor a geléia de manga que comprei para a Carol, então desci ali no Pão de Açúcar e fui pegar um pouco de junk food fresquinha. nem tão junk assim: pão, queijo magro, suco, cereal matinal, um noodle e bolinhos, apenas para ter algo até a terça-feira.

esperando minha vez de passar pelo caixa, que estava bem demorado, comecei a observar os cestos que os outros levavam: praticamente todo mundo tinha tido a mesma idéia que eu. mais do que isso, é o que o Felipe me disse faz umas duas semanas, quando se mudou aqui pro Sudoeste: o Pão de Açúcar local é a "despensa" desse pessoal. desde o casal de meia-idade que só foi comprar pão de leite e um potinho de canela ao alemão com camiseta Abercrombie & Fitch que pegou um Haagen-Dazs sabor a praliné e queijos caros, passando pela garota de vestido multicolorido que deve ter passado o domingo tomando sol e agora queria pêras, suco de uva e biscoitos salgados.

quer dizer, ninguém no Sudoeste parece fazer a "compra do mês", aquele expediente tão usado até a era Collor, onde a despensa de geral vivia abarrotada uma vez por mês, depois que se passavam uns três carrinhos numa compra alucinada. num bairro cheio de aposentados, profissionais liberais, recém-casados e gente que almoça fora, não faz sentido algum agir desse jeito - sem contar que a inflação esse ano é capaz de nem chegar aos três por cento (ótimo).

renovar é preciso

o Lelo formatou ontem o HD, e tem dois DVDs de arquivos meus - um deles, só de mp3. mas decidi começar do zero a nova biblioteca de música, não vou pegar um arquivo sequer dos antigos. é uma ótima oportunidade para renovar o que ouço e conhecer novas sonoridades...

química

vou tentar, em breve, passar uma semana inteira sem falar palavrões. nem se a situação merecer. só pra ver se isso é realmente possível.

sábado, agosto 12, 2006

comic strip

"- vou buscar uma cerveja, quer alguma coisa?"
"- estou com dor de cabeça, por favor, me traga um remédio"

(minutos depois...)

"- não tinha remédio pra dor de cabeça, então eu te trouxe cigarros."

isso foi tirando do episódio dos Simpsons que passou ontem à noite na Fox. não sei porquê, ri demais da história (entre o Homer e a Marge).

Zepedro na madrugada

chego em casa, verifico se não tem nenhuma calamidade na caixa de mensagens e quem são os tipos esquisitos que habitam o MSN a essa hora. e o Zepedro me sai com essa:

Zapruder Gollo says:
e eu aqui em campo grande. volto andando da produtora. uma hora de caminhada. daí outro dia tava nessa e um carro pára e me pergunta: "vc pode me informar onde fica a rua tal?"

Zapruder Gollo says:
eu: "bicho, se vc pegar a terceira a esquerda, descer até o 2 semáforo, virar a direita e seguir reto, vc vai parar num posto e falar: puta que pariu, aquele cara não tinha a menor idéia do que tava me falando."

hahahahahah, ele é o cara.

sexta-feira, agosto 11, 2006

inseguro

minha mãe fez o financiamento de um furgãozinho para a floricultura dela. como a empresa está no meu nome, ela achou por bem fazer o financiamento no meu nome. tudo bem, sem problemas. e agora há pouco um cara da financeira me ligou. esse é o diálogo real que travamos:

"- por favor, o senhor Luís Eduardo?"
"- eu mesmo."
"- senhor Luís Eduardo, aqui é o --------, da Itaú Financeira, estou ligando para lhe dar as boas vindas à Itaú Financeira, com esse carro que o senhor vai pagar por meio da nossa empresa."
"- ahn, obrigado."
"- gostaria também de dizer que o senhor teve um seguro residencial aprovado, que entrará em vigor a partir da meia-noite de hoje, protegendo contra danos elétricos, incêndios, inundações, explosões, roubos, assaltos e outras imprevisões... ao custo de apenas R$ 29,37 por mês."
"- ôôô -------, esse seguro me dá proteção contra bombas atômicas?"
"- um momento, senhor, vou verificar."

(três minutos depois...)

"- senhor Luís Eduardo, obrigado por aguardar e desculpe-me pela demora. infelizmente, nosso produto não contempla proteção contra bombas atômicas."
"- então eu lamento, meu jovem, mas não contratarei seu seguro. há um louco chamado Ahmadinejad à solta no Irã, e eu temo pela segurança da minha casa."
"- o senhor já possui seguro residencial?"
"- possuo. e ele cobre danos causados por bombas atômicas."
"- o Itaú agradece a sua atenção, tenha uma boa tarde."

depois... depois... depois...

ganhei mais uns dias de prazo para umas coisas. mas eu não queria esse prazo, queria era matá-las hoje. e não posso contestar essa decisão...

hoje

um questionário para responder. cinqüenta perguntas. bem, assim será feito...

quinta-feira, agosto 10, 2006

New Order em Brasília

o Lúcio me adiantou hoje a história de que o New Order, já confirmado para tocar no Brasil em novembro (Rio de Janeiro e São Paulo) vai fazer também uma apresentação em Brasília - mas ainda não se confirmou a parada, ele tá apurando tudo ainda...

boa nova

e eu só precisaria de uma conexão, já em solo português, para visitar o Pedro:

TAP pode abrir rota Lisboa/Brasília, diz ministro português

São Paulo, 10 Ago (Lusa) - Portugal está disponível para aumentar o número de rotas da companhia aérea TAP para o Brasil e já estuda a abertura uma nova ligação entre Lisboa e Brasília, disse o ministro português das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, em São Paulo.

"Portugal está ainda a analisar a situação, mas parecem estar criadas as condições para estabelecer a rota Lisboa/Brasília", afirmou o ministro, que integra a comitiva que acompanha a visita oficial do primeiro-ministro José Sócrates ao Brasil.

Na quarta-feira, Lino se encontrou em Brasília com o ministro brasileiro da Defesa, Waldir Pires, com quem discutiu a questão das rotas aéreas. Pires voltou a falar da vontade do Brasil de que seja aberta uma rota entre as duas capitais.

"Só interessa abrir novas rotas quando são rentáveis", afirmou Mário Lino. "Mas, neste momento, parecem já estar criadas as condições para a abertura". Segundo ele, a TAP já viaja para cerca de 30 destinos diferentes no Brasil.

Outro assunto analisado na reunião entre os dois ministros foi a situação da Varig, recentemente adquirida pela VarigLog e que deixou de fazer vôos internacionais. "Estamos em stand-by, mas disponíveis para ajudar se houver necessidade", disse Lino.

Sócrates e sua comitiva chegaram a Brasília na terça-feira e estão em São Paulo desde a noite de quarta. Ainda nesta quinta, seguem para o Rio de Janeiro, retornando a Lisboa no sábado.

efeitos

engraçado. eu fiz um blógue sem permitir comentários dos outros durante quatro anos. agora que eu liberei o falatório, meus amigos dizem que se acostumaram com a idéia de que meus blógues não são para ser comentados. dá pra entender?

sob o sol

hoje eu devia sair um pouco de casa e aproveitar essa deliciosa manhã de sol, ocupando-me com algo construtivo e que pudesse me deixar umas horas em contato com a natureza, nesse lindo dia de verão.

epa, peraí, estamos no inverno.

quarta-feira, agosto 09, 2006

hoje não

mas amanhã eu prometo escrever mais...

acknowledgement

mais uma mudança.

este blógue é editado desde novembro de 2002, e já deve ser a quarta ou quinta vez que tem mudanças estruturais. na maior parte do tempo, era a mera troca de uma hospedagem por outra, que mudava o endereço junto.

agora, no entanto, o endereço ficou. mudaram-se os servidores e mudou-se o visual pela primeira vez. sai o cinza e a foto do Brett Anderson, entra o visual branco padrão minimalista do Blogger. pode não parecer, mas é como mergulhar num glacial ao norte da Islândia.

o formado do título também muda - os postes serão todos intitulados, antes que alguém me faça esse triste trocadilho.

*

do dia 23 de julho para cá eu estudei para a prova da OAB, escrevi poemas, comemorei coisas e ganhei algumas dúvidas - o portfólio de bifurcações da vida é algo grande e denso, que certamente merece um livro. por enquanto, tem-se um blógue. há um livro também, mas não é sobre isso; outros seguirão, embora eu não saiba exatamente dizer quando, aonde ou porquê.

não passei um dia sequer sem escrever: fiz um outro blógue, que durou cerca de quarenta e cinco dias. matei-o hoje, and it felt alright to me. apesar do céu claro e do tempo seco que faz em Brasília, a sensação é a de que há um céu cinzento, carregado de nuvens de chumbo (e não de chuva) mas que, em algum lugar atrás delas, há um dia cristalino outra vez.

de hoje até o dia 20, quando farei a (e serei aprovado na) prova da OAB, cada dia tende a ser uma nova decisão, embora isso pareça, a princípio, um tanto exagerado. mas não é assim que cada dia deveria ser?

bem, eu estou confiante. e agora visto branco pra encarar essas decisões - e sairei vitorioso de todas elas.