segunda-feira, outubro 23, 2006

clube da insônia

alguns anos atrás houve uma entidade chamada Clube da Insônia. ainda há: fica em Deprelândia e é tocada por alguns amigos meus que, vítimas da insônia, reúnem-se em algum lugar para beber refrigerante, fumar, falar sobre a vida e, eventualmente, jogar snooker. sem conseguir dormir às vésperas do começo do curso de formação e sem ter como assistir ao "Madrugada Vanguarda", o clube da insônia brasiliense somos eu e meu blógue.

*

this is Brasília: estou indo almoçar no restaurante mexicano e vejo um Gol branco com placa conhecida logo à minha frente. acelero. o Gol acelera mais. diminuo uma marcha e piso fundo, o Gol faz o mesmo. diminuo dois, ataco as curvas, o sinal se fecha lá na frente - bem na hora em que o alcançaria. berro: "VOCÊ CORRE, HEIN?"

o carona olha para trás e me reconhece. era o casal Rollo e Camila, ela no volante. trocamos uma idéia pelo tempo de um semáforo rubro. ele me pergunta, provavelmente por desencargo de consciência, se tenho desodorante no carro - o vacilão saíra de casa sem aplicar o próprio. jogo meu Rexona Teens no carro dele, numa cena absolutamente bizarra. sinal verde, é hora de cada um tomar seu rumo.

*

a 116 sul é uma bela quadra, descobri hoje ao entrar nela e fazer uma rápida digressão por entre seus blocos. nada que eu já não imaginasse, é verdade, mas certas coisas ficam ainda mais belas quando observadas de mais perto. pouco depois, senti que a região da 214 sul seria um bom lugar para criar minhas filhas, caso um dia eu as fosse ter. fica para a próxima encarnação. quanto à parte imobiliária da coisa, é para se pensar, é para se pensar...

meu bloco preferido lá foi o "B", de apartamentos duplex. eis aqui um apartamento à venda nele. e olha como as coisas se encaixam: o nome do edifício é Cap Ferrat, aquele balneário no sudoeste da França onde a alta sociedade bate ponto e que foi até tema de uma entrada neste blógue, no começo do mês.

*

eu fiz alguém comprar o "The great escape", do Blur, e fiz outro alguém comprar a primeira edição da "piauí". ambos gostaram das dicas. vou para o céu: fiz algo de bom na vida.

*

então o "Avalon", do Roxy Music, um raro caso de sinergia positiva entre crítica e público, voltou a ser meu disco de cabeceira. é uma lição de como se manter a classe por pior que as coisas estejam, um impulso passional contra alguma menina com o coração de pedra, um libelo contra o desânimo... é qualquer coisa assim.