sábado, janeiro 31, 2009

delírio

à tarde consegui baixar, sem nenhuma dificuldade, o "Performance", o melhor bootleg do Suede, bem aqui. quem é fã da banda e não conhece tem que ouvir agora mesmo: ele é de uma apresentação em fevereiro de 1994, a penúltima com o Bernard Butler na guitarra. na época, ele e o Brett Anderson já não se suportavam mais, então cada dia era uma tensão, cada concerto era uma prova de fogo.

neste aqui, a banda tocou quatro músicas do "Dog man star", que só seria lançado oito meses e uma separação depois: "Trashy" teve parte da letra mudada e virou "This Hollywood life"; "We are the pigs" ficou quase igual; "My heroine" perdeu o pronome possessivo e "Losing myself" teve alguns trechos alterados e se tornou "New generation". e o resto do show também é de arrepiar: inacreditavelmente, eles começam os trabalhos com "Pantomime horse", uma balada que ficava no meio do set, e terminam com "Stay together", o single de dia dos namorados que sairia três dias depois - uma semi-inédita, portanto.

passei boa parte do final da minha adolescência em busca desse disco, e ganhei uma cópia em cd-r dele no dia da apresentação do Belle & Sebastian no Free Jazz, em 2001; infelizmente o disquinho estava bem arranhado e não deu para ouvir tudo... mas o que consegui ouvir me deixou alucinado. se um dia aparecesse o cd prensado na minha frente, juro que eu pagaria trezentos reais por ele. enquanto isso, baixe aí as mp3 e ouça alto.

*

aí para completar resolvi baixar cinco discos de uma só vez, agora à noite: as estreias homônimas de Friendly Fires e Glasvegas, o novo do Franz Ferdinand, o novo do trio Peter, Björn & John e o "First impressions of Earth", último dos Strokes. os quatro primeiros são para me atualizar, já que trabalhar com o seu Ribeiro tem dessas coisas e até agora eu não ouvi nenhum dos discos; já o dos Strokes, que eu ouvi na época e achei uma chatice, terá uma segunda chance.

e a partir da segunda-feira, todos os discos mencionados neste post, mais o "Wish you were here", do Pink Floyd, estarão no computador da Telerj, para me acompanharem na neurose que vai ser voltar ao trabalho pesado menos leve.

Etiquetas:

coisas que eu nunca te disse #43

do you believe that there's someone up above?
and does he have a timetable directing acts of love?

why did I write this song on that one day?
why did you touched my hand and softly said,
"stop asking questions that don't matter anyway,
just give us a kiss to celebrate here, today
something changed"

and when we woke up that morning
we've had no way of knowing
that in a matter of hours we'd change
the way we were going (...)





(Pulp, "Something changed", 1995. porque se o chefe vai falar do Pulp na segunda-feira é melhor lembrar da mais bonita música de amor que eu conheço)

Etiquetas:

blasé

ano passado a Polaroid anunciou que todas as suas fábricas de filme para suas famosas câmaras instantâneas deixariam de produzir o material, fazendo com que os fotógrafos que ainda a utilizam ficassem na mão. aparentemente, ainda há uma galera que usa as polaróides, e eu mesmo tenho vontade de ter uma. mas como faríamos sem filme? começou uma campanha para que a companhia revisse os planos e mantivesse ao menos uma fábrica em produção, ou que algum outro interessado licenciasse da Polaroid os direitos de produção do filme. eu mesmo subscrevi uns três abaixo-assinados, embora soubesse das limitações desse tipo de iniciativa.

mas aí um austríaco chamado Florian Kaps comprou uma das fábricas da Polaroid, nas imediações de Amsterdã, e recontratou onze funcionários da planta. eles estão nesse momento desenvolvendo os protótipos de filmes que sirvam a duas séries de câmaras, e a previsão é a de que ganhe os mercados em dezembro - segundo algumas projeções, é justo em dezembro deste ano que os estoques dos filmes Polaroid originais acabarão. os novos serão vendidos sob a marca Impossible, um nome bem poético para um projeto desses. torço para que dê certo, já que inúmeras tentativas românticas de salvar ícones do passado acabaram naufragando mesmo depois que gente bem-intencionada aportou dinheiro e atraiu mídia para o projeto.

Etiquetas:

ampola

duas participações minhas no Scream & Yell:

a primeira, requentando um texto escrito em 2006 sobre o "Pablo honey" ser uma obra-prima perdida do Radiohead. não no sentido "OK Computer" e "Kid A" da coisa, mas no fato de que é um oceano de sinceridade, um disco confessional e verdadeiro, com umas guitarras deliciosamente desembestadas ao redor daquelas verdades.

a segunda é a minha lista de melhores do ano, na tradicional votação da página. como sempre, o mau gosto predomina, então eu nem vi o resultado de quem ganhou: vi só as listas do Jonas, do Rodrigo - que tá um pouco cheia de Doces Bárbaros mas é boa - e a minha própria.

cabe esclarecer que capa de disco boa é aquela que tem mulher bonita na capa, razão pela qual votei na Cláudia Leite, por exemplo. mais: que Axl Rose é brasileiro, por isso votei no "Chinese democracy" como melhor disco nacional. e que é uma pena que eu não tenha votado no Wagner & Beethoven como melhor blog, a lista só permitia cinco entradas.

Etiquetas:

retrô

(para o Ricardo Henrique)

estamos em 1975 e o mundo está mudando. esqueça tudo que você aprendeu e utilizou até agora, não vai sobrar nada. em uma apresentação de slides pré-Powerpoint, a IBM vai te mostrar como serão as coisas daqui para a frente. essa preciosidade foi achada no Mid-Century Modernist.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 30, 2009

tributo

e o homem do mês é meu grande amigo Felipe Chad, que voltou do Rio com a melhor notícia deste janeiro de 2009.


"- rapaz, tá vendo essas olheiras? eu não dormi desde que soube..."

por analogia, o título de homem do mês também é dos meus caríssimos Ivens Gasparotto e Thiago Guedes, também beneficiários da boa nova. dizer they make me proud é pouco.

Etiquetas:

conde

a quem interessar possa: o mais novo convidado do Menstyle para fazer sua lista de dez coisas indispensáveis é o Alex Kapranos, do Franz Ferdinand. e a lista dele é das boas: desde um Adidas clássico até a Fender Telecaster, passando por máquinas de costura e uma Mercedes-Benz 300TD da série W123 - aquela que é considerada "indestrutível" e pode até ser convertida para rodar com óleo de cozinha no tanque, ao invés de diesel.

Etiquetas:

feidimáis

leio uma manchete: "[Andrei] Medvedev e Raúl Castro assinam acordo sobre cooperação estratégica". mas por um segundo antes de processar a frase correta eu achei que fosse uma cooperação "estética". sabendo da cara dos dois cidadãos que assinaram o acordo, seria uma boa ideia.

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 29, 2009

história

Radiohead resumed their recording sessions in September 1996 at St Catherine's Court, a historic mansion near Bath owned by Jane Seymour. They made much use of the different rooms and atmospheres throughout the house; the vocals on "Exit Music (For a Film)" featured an echo effect achieved by recording on a stone staircase, and "Let Down" was recorded at 3 AM in a ballroom. The isolation from the outside world allowed the band to work at a different pace, with more flexible and spontaneous working hours (…)

Yorke explained that the "incredibly dense and terrifying sound" of Bitches Brew by jazz composer Miles Davis was his starting point for the record. He described the sound of Bitches Brew to Q: "It was building something up and watching it fall apart, that’s the beauty of it. It was at the core of what we were trying to do with OK Computer." The band also drew influence from the film soundtrack composer Ennio Morricone and modern classical composer Krzysztof Penderecki (…)

"Airbag", a song which references automobile accidents and reincarnation, was inspired by a magazine article titled "An Airbag Saved My Life" and The Tibetan Book of the Dead. Yorke wrote "Airbag" about "the idea that whenever you go out on the road you could be killed." (…)

(…) William Shakespeare's Romeo and Juliet, particularly the 1968 film adaptation, inspired the lyrics for "Exit Music (For a Film)". Jonny Greenwood said that "Let Down", which includes lyrics evoking crushed insects, is "about that feeling that you get when you're in transit but you're not in control of it -- you just go past thousands of places and thousands of people and you're completely removed from it." (…)

"Climbing Up the Walls" was inspired by Yorke's brief job as an orderly in a mental hospital before Radiohead's success, as well as by a New York Times article about serial killers, and Yorke said that the song is "about the monster in the closet". (…) "Lucky" depicts a man who survives an airplane crash in a lake and becomes a "superhero" (…)

(…) Other titles the band considered for the album were Ones and Zeroes, a reference to the binary numeral system, and Your Home May Be At Risk If You Do Not Keep Up Payments.

(…) Parlophone undertook an unorthodox advertising campaign for the album, taking out full-page advertisements in high-profile British newspapers and tube stations. The advertisements featured the lyrics for "Fitter Happier" written in large black letters on a white background. In America, Capitol sent 1000 cassette players to select members of the press and music industry with a cassette copy of the album permanently bonded inside. Capitol president Gary Gersh, when asked about the campaign after the album's release, said "We won't let up until they are the biggest band in the world".

impressionante como todo disco bonito tem uma história ainda mais bonita por trás, não?

Etiquetas:

Kitai-gorod

tem um certo valor que às vezes parece estar impregnado no Oriente: copiar o Ocidente, mas com algumas adaptações locais. em alguns casos o resultado é grotesco, mas em outros beira o sublime. estou vendo aqui umas obras de arquitetos italianos na Rússia, e maravilhado com a forma como eles conseguiram colocar no país aquilo que bombava na Europa da época. tem a Igreja da Ascensão em Kolomenskoye, na grande Moscou, obra de um italiano cujo nome só se conhece em russo: Petrok Maly. ele também fez os muros da Kitai-gorod, um bairro moscovita cercado de muros e que traz um mistério no nome: a tradução literal de "Kitai-gorod" é "Bairro chinês" (ou "Chinatown" se você é fã do Charles Bronson), mas de chinês a coisa não tem nada. de toda forma, mais um local para eu dar um rolê.

*

indo do século XVI para o XIX, tem as obras do Carlo Rossi, que desenhou boa parte dos prédios históricos de São Petersburgo, inclusive uma das ideias mais fascinantes que já vi, a tal da "rua de proporções perfeitas". se alguém aí assistiu "Bonecas russas" sabe do que estou falando: seu criador acreditava em uma relação perfeita entre a altura dos prédios (22 metros), a largura da rua (idem) e seu comprimento (220 metros). isso tem alguma implicação no enredo do filme, mas não vamos mudar de assunto... prometi que nunca publicaria o post sobre esse filme. mas a tal rua, que leva o sobrenome de seu arquiteto e também é conhecida por "rua do Teatro", já que termina em um, é mais uma pra lista de lugares a conferir ao vivo, e o quanto antes.

*

outra italianada da boa é o Palácio de Gatchina, construído no século XVIII por Antonio Rinaldi. vi umas pinturas que detalhavam seu interior, que era de chorar de tão bonito. infelizmente o verbo está no pretérito porque os nazistas acharam por bem queimar tudo até a última ponta de afresco neoclássico. mas a fachada do palácio (que hoje parece um tanto mal cuidada) e as vistas dele permanecem, para alívio geral do Brasil. ou da Rússia, já que brasileiro gosta mesmo é de Caraguatatuba.

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 28, 2009

lajota

oi, tudo bem? consegui uma conexão banda larga de boa qualidade para meu apartamento, então este blógue aqui terá mais atualizações. ou, pelo menos, melhores. eu prometo, e farei de tudo para alcançar esse objetivo. mas tenho visitas em casa hoje, então vou me desdobrar. caso não os veja ainda hoje, um beijo e boa noite.

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 27, 2009

Viena

ontem fui à tal mercearia de produtos árabes da minha quadra. triste decepção: a coisa é tocada por um retardado mental que não consegue se expressar com clareza, dois terços do que se vende por lá é esfiha e quibe congelado, dos três produtos que eu queria só achei um por lá, e não na configuração desejada, e nem cartão aceita. próximo passo, comprar miojo na loja de produtos nipônicos da 115 sul: alguém aí já foi?

*

"Paris", do Friendly Fires, na cabeça. até mandei uma mensagem pro Lúcio com o refrão dela, que me embotou as ideias de uma tal maneira...

*

comecei a procurar academias por aqui. tentei achar uma ali na 905 sul, o problema é que passei duas vezes pela quadra e não vi nada. alguém sabe exatamente onde fica a Nad'arte dessa quadra? amanhã eu tento de novo, até vou ligar lá e perguntar onde exatamente fica. enquanto isso, parece que tem uma simplesinha ali na 109 e tem a Júlio Adnet entre a 110 e a 111.

como eu disse hoje pra Carol, hora de aprender a nadar.

*

agora com licença, parece que recebi um convite da 103 sul para comer alguma coisa...

Etiquetas:

Zwickau

desde ontem tem uma nuvem sinistríssima pairando sobre o Banco Central, aqui ao lado. pessoalmente, espero que ela fique por ali até a próxima reunião do Copom.

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 26, 2009

il fait si beau

oi, tudo bem? confesso que estou aqui apenas fazendo hora para ir ao supermercado. na falta de uma grande descoberta, e ao mesmo tempo na dívida de algum escrito maior, lá vai um resumo do final de semana...

- sexta-feira: Lúcio esteve por aqui dando som, e eu fui lá prestigiá-lo. não é só por ser meu amigo e chefe, mas porque ele tem muito a ensinar aos DJs de Brasília. não quero desrespeitar ninguém, mas o set dele foi fabuloso; quando acabou, parecia que eu tinha ouvido anjos pelo tempo que durou - e olha que era só indie rock. quando o substituíram, a coisa imediatamente ficou mundana, numa desaceleração que doeu na alma.

engraçado ver a molecada rachando cerveja em dois copos e eu lá, uísque na mão, pensando em como a vida era maravilhosa e também no fato de que ir a uma festa sem conhecer ninguém além da estrela e de uma amiga também podia ser algo legal. depois que eles foram embora e eu me vi ali sozinho, conheci o Giovanni e, entre uma conversa e outra, conduzi um experimento sociológico que confirmou uma teoria minha que vinha de um ano e meio. poderia estar orgulhoso da conclusão, mas o fato é que agora fico pensando "geez, como pude demorar tanto tempo para perceber algo tão óbvio?"

- sábado: depois de um atrito com a Net, que se recusou a fazer a instalação do Virtua e da tevê por assinatura nesse dia, passei uma hora no telefone até conseguir cancelar os dois serviços, comprei uma placa HSDPA da Vivo, assinei a Sky e a Brasil Telecom. tudo em um curto espaço de tempo e sem pensar muito bem, já que gente irritada faz as coisas por impulso. mas me sinto mais leve agora, mesmo tendo em mente o fato de que a mudança de fornecedor, pela minha experiência* trabalhando no setor, não vai trazer grandes melhoras à prestação do serviço.

infelizmente ninguém quis armar nada para o sábado à noite, então o jeito foi ver parte da primeira temporada do "House", comer um croissant com creme de amêndoas e dormir mais cedo, já que acordei cedo graças a uma reforma empreendida pela turma da bricolagem antes das nove da manhã.

- domingo: acordei tarde, como se quisesse me vingar do sono que não tive no dia anterior; montei a lista de supermercado que me preparo para cumprir dentro de alguns momentos, tratando de enchê-la de coisas saudáveis, como suco de laranja com cenoura.

sempre achei que cenoura tivesse gosto de sabonete (eu já comi sabonete, portanto tenho envergadura moral para achar isso), e já tentei comer de todo jeito: na salada, com um fio de azeite, misturada ao feijão. só consegui sob forma de bolo, e com cobertura de chocolate, o que de nada adianta. se não rolar no suco, misturada a alguma fruta, desisto... mas acho que agora vai. fora isso li, de uma vez só, "O destino de um homem", do Mikhail Cholokhov. em números, não é um feito muito grande, já que o livro tem 95 páginas e umas 20 delas são de um extenso prefácio do Otto Maria Carpeaux. e o livro é uma delícia de ser lido, tem uma narrativa que é bem o tipo de escrita que eu queria ter, ou desenvolver. quem começar a ler não pára mais, e tem boas chances de gostar.

Etiquetas:

domingo, janeiro 25, 2009

disprósio

uma frase não me sai da cabeça: "estamos (estou?) trabalhando em algo maior". não sei quem disse, não lembro sequer se ouvi ou se imaginei essas palavras, mas aí estão elas. e cá estou, em busca desse algo maior.

Etiquetas:

sábado, janeiro 24, 2009

bismuto

e essa La Boulangerie, hein? melhor brownie que já comi na vida...

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 23, 2009

presente

anteontem fui fazer compras em um dos supermercados próximo à nova quadra. achei uma droga, e preciso arrumar um plano B, que parece que fica a apenas uma quadra e meia da minha, mas não dá pra ir por dentro. peguei um pacote daquele biscoito goiabinha da Bauducco e estava lá na caixa: pague 4, leve 5. independente da promoção, eu só como um por dia, e só por causa daquela coisa de comer a cada três horas, para que sempre tenha trabalho para seu organismo e você no final das contas não fique velho, manco e gordo.

abri o pacote ontem e, além de comer o meu, descolei um goiabinha para um colega aqui da Telerj; hoje, quando fui comer mais um, constatei que haviam quatro no pacote. ou seja, paguei 4, levei 6.

não sei se isso foi proposital - tem cara de que não foi - mas estou me sentindo como se tivesse ganhado na Sena.

Etiquetas:

Györ

no final de novembro eu falei aqui sobre os erros na estratégia da Audi no Brasil. preços altos, divulgação ao público errado, burocracia nas decisões, coisas calamitosas. e essa semana saiu o resultado das vendas deles no país em 2008: foram 1.427 carros no ano todo, contra 2.258 no ano anterior. e isso mesmo tendo reduzido o preço do A3 no fim do ano, às custas de depená-lo de equipamentos, além de terem um produto novo: um A4 que tem R$ 70 mil em opcionais (!!!). foi só essa semana, quatro meses depois de o carro ter chegado ao Brasil, que vi o primeiro A4 desta nova geração. e nem tinha sido vendido ainda... era uma unidade de test-drive da Brasal.

nada indica que em 2009 a Audi vá ter dias melhores no país: as margens de lucro continuam irracionais, o fato de o A4 ter crescido em tamanho não vai ajudá-lo a tirar vendas do starlet da categoria, que é o Mercedes-Benz C200K Avantgarde (ou o Classic com a frente dele, o que tem rolado aos montes). o A6, em meia-vida, vai continuar apanhando do CLS, e não rola nem um roadster para desbancar o SLK como sonho da moçada. pior de tudo, quem é que compra um Q7 quando se pode pegar uma Range Rover Sport (menor, mais ágil, mais bonita e mais econômica) ou uma Cayenne (que é um Porsche)?

o pior de tudo é que eu sei uma boa tática para a Audi vender, digamos, o triplo do que vende. mas só falo se eles me pagarem.

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Magadan

caiu na minha mão um projeto para que eu faça um parecer. normalmente nossos amados representantes no legislativo só fazem besteira, mas neste caso a proposta é muito boa e beneficiaria a todos, exceto uma pequena gentalha barulhenta. no entanto, veio a ordem de cima para que sejamos contrários, acompanhada de duas referências frívolas que não dão um argumento que preste, e eu fui conversar com a chefe para saber se não podemos mudar isso e sermos favoráveis: expus as minhas razões, apontei a fraqueza dos argumentos técnicos, comentei de uma assimetria absurda que a situação atual traz. ela entendeu e disse que concorda comigo, mas que infelizmente a proposta tem que mudar um dispositivo legal que todos aqui têm ojeriza de enfiar o dedo, por conta da enrolação que vem em seguida, e por isso eu teria de fazer um parecer contrário.

falei pra ela que não poderia fazer isso, que me sentiria mal enfiando meu nome em algo que vai totalmente contra o que penso. e ela disse que poderia até conversar com os superiores, mas que seria difícil. enquanto isso, já resolvi: não vou fazer o parecer negativo e, enquanto não acontecer alguma coisa que mude nosso posicionamento ou que mude a lei por uma via alternativa (e existem muitas), vou procrastinar. pela primeira vez desde que cheguei aqui, procrastinando com consciência, já que estou, neste caso, entre a cruz e a espada, entre a frigideira e a grelha.

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 21, 2009

agora sim

parece que acabei de chegar a Brasília: há movimento nos pilotis, há vida indo e voltando da comercial. há seis andares para cima, há apenas uma entrada e ela funciona como saída, há aquele clima totalmente local ao meu redor. faz apenas dois dias que moro na Asa Sul e já estou em casa, mas no sentido futuro da coisa, aquele que diz que é ali que quero ficar. ainda estranho o movimento das pessoas, a idade do prédio, a dinâmica da coisa, mas já sinto não respirar mais aquele ar de subúrbio dos quatro anos no Sudoeste - não me arrependo de ter morado lá, mas, principalmente, não me arrependo de ter saído.

*

a comercial da quadra tem praticamente tudo o que preciso: dois fornecedores de marmitex, um pé-sujo de nome irônico, uma pizzaria Dom Bosco, duas farmácias, uma mercearia de produtos árabes (!!!). subindo reto até a W2 tem uma agência do banco e na comercial logo acima tem um supermercado. a boate mais legal de Brasília fica na quadra atrás da minha, onde também tem um Sky's e seu gigantesco crepe de banana. viva o progresso, ainda mais quando vem acompanhado daquele charme vintage que as construtoras brasilienses liquidaram quando começaram a achar que era uma boa ideia imitar São Paulo.

ah, claro: falta eu achar uma academia, mas isso é fácil.

*

ainda estou sem rede em casa. ela só deve rolar a partir de amanhã, com alguma sorte, mas confesso que não estou com pressa de ter rede. a essa altura, a instalação da TV por assinatura seria bem mais interessante. as coisas ainda estão no começo (20% delas ainda estão encaixotadas), mas tudo vai se encaixando e fazendo sentido na história, que vai ficando cada vez melhor.

*

no meio das coisas desencaixotadas, uma surpresa: achei meu "Automatic for the people", aquele belo disco de quando o REM ainda era uma bela banda, o que durou até a saída do Bill Berry. lembro até hoje de quando o comprei: estava atrás dele fazia um bom tempo, e achei uma cópia no fundo do expositor de cds de uma loja num shopping centre recém-inaugurado em Deprelândia. na hora eu estava sem grana para ele, e voltei à pé até a minha casa (uns seis quilômetros) para pegar os dinheiros e voltar lá, de carro. mas valeu a pena: "Drive" é uma das poucas músicas que me arrancaram uma lágrima logo na primeira audição, "Nightswimming" marcou minha primeira viagem a Brasília, e parece que esse reencontro veio na data certa, já que "Find the river" é uma música perfeita para funerais, como o velório a que fui hoje pela manhã.

*

eu só preciso dar um jeito nesse cansaço no corpo, agora.

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 20, 2009

calorímetro

a quem interessar possa: o Chicken Wrap Grill do McDonalds tem 340 calorias com maionese e 306 com limão, segundo o próprio McDonalds. não perguntei das versões empanadas, porque quem come um negócio empanado pensando em emagrecer tem mais é que se ferrar mesmo.

Etiquetas:

calma lá

(...) E Bush? Sim, houve desastres inapagáveis, e o próprio George, na sua última coletiva, teve alguma sensatez ao dizer que lamentava certos triunfalismos precoces na guerra iraquiana (fato); os abusos na prisão de Abu Ghraib (idem); e a ausência de armas de destruição maciça no país de Saddam (ibidem). Mas Bush defendeu o seu legado com uma verdade demolidora: depois do 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos não voltaram a ser atacados por terroristas.

É pouco? Discordo. É tudo. E daqui a 30 ou 40 anos, quando se escrever a história do nosso tempo com distância macroscópica, aposto que será esse fato - oito anos sem ataques terroristas em solo americano - que acabará por definir e até redimir Bush. O resto - Afeganistão, Iraque, Irã, crise econômica etc - dependerá do senhor que se segue.

João Pereira Coutinho, botando os pingos nos "is" na Folha de hoje.

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 19, 2009

escalator

sentado numa escada rolante, segurando um café quente, com adoçante e de tamanho XL, contemplo o resultado do dia: fiz a mudança para o novo apartamento. ao ver tudo ali, ganhando forma, abro o primeiro sorriso; ao descer à quadra e almoçar um PF num daqueles botecos que você não imagina existir na parte central de Brasília, vem o segundo. e, ao subir a quadra pela comercial, antes de voltar pra casa, aquela sensação de "agora eu estou num lugar que tem alma" faz o terceiro e definitivo sorriso se instalar no meu rosto.

mudar de casa é uma chatice e te deixa sem qualquer referência, sem fôlego, sem chão. mas vendo o resultado dessa eu concordo com a Gabriella Cilmi: the world is a better place when it's upside down.

p.s.: estou sem internet, sem tevê e sem telefone fixo em casa, o que não deve perdurar até o final desta semana mas que pode prejudicar em algo a atualização deste blog. um beijo a todos, e boa noite.

Etiquetas:

preto-e-branco



pela letra e pelo espírito dos tempos, categoria "diamante" aqui.

Etiquetas:

domingo, janeiro 18, 2009

Vênus

mas qualquer coisa que eu escrevesse aqui hoje, sobre qualquer das coisas que vi, senti ou bebi, seria falsa.

Etiquetas:

sábado, janeiro 17, 2009

invecchia con noi

pois é: a torcida do Milan, depois de ouvir por aí que uma galera de Dubai quer dar quase uma bilha para o Kaká ir jogar na Inglaterra, levou umas faixas para o jogo de hoje. e uma delas é a declaração de amor mais bonita que eu vi em um bom tempo: "Kaká, invecchia con noi" ou, em bom português, "Kaká, envelheça conosco". dá só uma olhada:

Etiquetas:

frio

cinco sorvetes em três dias

um picolé Chicabon na 402 sul
um cheesecake de morango Häagen-Dazs em casa
um de chocolate belga na Sorbê
um picolé de açaí na Praça dos Três Poderes
e um de mirtilo no Ateliê de Confeitaria

hell yeah I'm a sweet guy

Etiquetas:

goianiense

pensei em viajar de carro pra Paraibuna no carnaval, mas nunca dirigi mil e duzentos quilômetros - creio que o mais próximo disso tenha sido duzentos, na verdade. será que faço isso? alguém aí topa ir comigo?

Etiquetas:

Kislovodsk

tem algumas meninas que não são bonitas mas que, pelo charme, te conquistam ou pelo menos te fazem pensar nela a noite inteira. isso existe mesmo entre as famosas, e o melhor exemplo é a Kirsten Dunst: olhem para uma foto dela e constatem que a moça não é bonita. mas por algum outro motivo - o olhar, o sorriso, o modo como ela mexe os ombros, os quadris ou mesmo os braços - você acaba se apaixonando.

assisti "Wimbledon" na quinta à noite, pegando o gancho no Telecine Light. nunca tinha visto o filme, que é uma parábola sobre duas coisas: não desistir nunca dos sonhos e fazer aquilo que você quer sem esperar que resolva a sua vida. há ainda quem enxergue um terceiro ponto no filme: o de que, o que quer que você faça, é bom ter sexo antes, já que a personagem principal se dá bem no torneio, ganhando jogo atrás de jogo, com altas noitadas de vinho e paixão. numa das primeiras cenas o Paul Bettany entra no quarto de hotel que imagina lhe terem reservado e dá de cara com a Kirsten Dunst tomando banho no banheiro da suíte.

sabemos que várias coisas no cinema são exageros, licenças poéticas, mas tudo parece bem plausível em "Wimbledon". isto é, tudo menos o fato de que você vai abrir a porta de seu quarto no hotel, olhar do lado e vai estar a Kirsten Dunst sem roupa e sem perder o senso de humor quando te vê.

e ontem revi "Tudo acontece em Elizabethtown", depois que a Carol falou que precisava revê-lo. já falei desse filme, da trilha sonora dele, de como sou apaixonado pela cena da longa conversa telefônica ao som de "Come pick me up", do Ryan Adams. desta vez só queria lembrar que, a exemplo de "Wimbledon", esse também tem a Kirsten Dunst. e, incrivelmente, ela também é acessível, agradável, um amor de pessoa. mas não é muito factível a ideia de que uma comissária de bordo vá puxar papo com você, como ela faz com o Orlando Bloom no avião: alguém aqui já conheceu uma aeromoça que, em serviço, era tão simpática como a Kirsten no filme? nem eu.

mas mesmo sabendo que aquilo não existe na vida real, você acaba se apaixonando por ela nos dois filmes. afinal de contas, o cinema é feito de sonhos e de coisas que não aconteceriam de verdade, não?

Etiquetas:

ariranha

existe uma tradição, que perdura desde antes de eu chegar a Brasília, que é a do meu amigo Marcio Porto chamar-nos para alguma festinha encrenca uma vez por ano - e todos nós irmos nesses esquemas festa-estranha-com-gente-esquisita. em 2008, afogado com os estudos, o pobre Marcio não pôde fazer isso conosco nenhuma vez. talvez percebendo isto ele nos convidou já em janeiro para curtir uma festinha no Bar Blecaute, na 904 sul, onde Kid Vinil e uns infames disc-jockeys brasilienses estariam mandando um som.

pois o tal Blecaute fica dentro de um clube de funcionários públicos da companhia de luz de Brasília, o que já é meio caminho andado para ser uma roubada. ainda pior, caiu uma chuva sinistra que fez com que surgisse um bando de gente muuuuito esquisita, e que parecia advinda de lugares onde o IDH não chega a 0,630. quando o quesito boniteza era avaliado, o índice dos mal-diagramados caía a níveis de Zimbábue: meu deus, eu não sabia que o DF abrigava tanta gente feia. mas quem sai na chuva é pra ouvir Interpol, então entramos e, logo ao passarmos pelos seguranças, constatamos que a fila para comprar bebida ocupava cerca de dois terços do ambiente.

sem beber, sem ninguém interessante além dos quatro intrépidos (Marcio, Otto, Carol e eu), arrumamos uma mesa e ficamos lá jogando conversa. curiosamente, no ambiente interno a qualidade da música estava tão ruim que sequer conseguíamos identificar as canções tocadas: Otto e eu só reconhecemos "Ever fallen in love", dos Buzzcocks, e "PDA", do Interpol, porque essas duas incluem passagens em que só fica a guitarra. pior de tudo, os responsáveis pela sonorização misturavam as músicas como se fossem a opção aleatória de um tocador de mp3, sem aquela liga tão necessária para manter a alegria e que separa adultos de crianças na frente de um toca-discos.

entramos ali pouco antes da uma da manhã e resistimos bravamente até duas e vinte, perfazendo uma hora e meia na roubada e, com isso, encerrando oficialmente o ano de 2008 (esse que acabou, na verdade, no dia 29 de dezembro passado); Marcio ainda tem um crédito para este ano e pode nos convidar para outra fuleiragem até 31 de dezembro. só espero, de coração, que a fauna e os alto-falantes estejam um pouco melhores.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 16, 2009

hoje à noite

não tem nada, me desculpem. mas amanhã, aqui:

- Kirsten Dunst
- os embaços de sexta à noite
- como se perder
- viajando de carro

tudo isso e muito mais. sem enrolação.

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Morawhana

tudo aqui em casa está encaixotado.

fechei o contrato de aluguel do novo apartamento e me mudo no começo da semana que vem, depois de quatro anos no Sudoeste e dois nesse apartamento aqui. a mudança vai ser muito boa: minha quadra fica no que pode ser chamado o Soho de Brasília, e é agitada sem ser uma zona, é bem central e os prédios tem aquele sabor vintage - a minha foi uma das quatro primeiras quadras construídas no DF, foi ali que a cidade brotou.

então já pedi para que quase tudo - revistas, livros, cds, a maior parte das roupas - fosse embalado e tudo demorasse o mínimo possível. de qualquer forma, terei dois dias infernais pela frente, e uma semana ainda de acertos; até me acostumar com a nova rotina vão umas duas semanas, talvez um pouco mais.

hoje comentei com o Otto que viver está ficando complicado (ele concordou), e essa coisa de mudar de casa me lembra "O mundo anda tão complicado", da Legião Urbana. mas estamos em um período do ano que torna as coisas mais fáceis, e essa mudança pode trazer a reboque umas tantas outras que vão deixar a minha vida ainda melhor. parece difícil, já que tudo anda muito bom, mas eu não sou do tipo que chega a um patamar de satisfação e por ali fica, eu quero mais. tem quem chame isso de perfeccionismo, tem quem chame isso de frescura, mas eu chamo é de desassossego, e dos bons.

então, se alguns anos morando no Soho são tão bons, uma semana de estresse por conta da mudança se torna completamente irrelevante. e se o sono anda agitado nos últimos dias, pelo menos uma certeza eu tenho: não é da mudança, mas do calor infernal que brinca com Brasília por agora. por mim, pode continuar assim, mas só até terminar de arrumar o novo apartamento: assim que estiver tudo desencaixotado eu quero uma semana de chuva ininterrupta, de tanto que gosto de água caindo do céu.

Etiquetas:

bazar

previsão do dia, na qual acredito plenamente: daqui a trinta anos o Jonas vai ser eleito para uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras.

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Baleares

aconteceu algo inusitado agora: eu entendi o que se passava na cabeça de uma outra pessoa, que não cheguei a conhecer, em um determinado momento da vida dela. entendi o que aconteceu para levá-la a fazer o que fez, a explicar o que houve, a trocar algumas coisas por apenas uma outra.

mas não sei explicar a ninguém, porque eu apenas senti isso. mas a história vai ter final diferente, e mais do que isso eu não falo.

Etiquetas:

junho

- Abaixo o amor
- Alfie
- Alguém tem que ceder
- Alta fidelidade
- Click
- Closer
- Diabo veste Prada, o
- Dogville
- E aí, meu irmão, cadê você?
- Excêntricos Tenenbaums, os
- Fabuloso destino de Amélie Poulain, o
- Grande garoto, um
- Johnny & June
- Letra e música
- Prenda-me se for capaz
- Simplesmente amor
- Tudo acontece em Elizabethtown

dezessete DVDs por duzentos reais. fiz bem?

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 13, 2009

... e foi assim

(para o Craudio e para quem deixou um comentário ali embaixo)

bom, me deu vontade de correr enquanto estava no trabalho, não? a vontade de correr passou durante a tarde, mas aí eu cheguei em casa e vi um monte de comentários no post, todos dizendo "run Forrest run!". com isso fixo na cabeça, fui pra academia e aumentei meu recorde de corrida ininterrupta na esteira: de 25 minutos, a nova marca passou para 35. saí de lá caminhando nas nuvens... e com uma bolha no pé, mas extremamente feliz. obrigado a quem mandou as boas vibrações e me mandou correr :)

Etiquetas:

irídio

bateu uma vontade louca, insana, estapafúrdia, de sair correndo. correndo mesmo, literalmente e com os pés, para qualquer lugar. mas correr rápido e sem previsão de parar tão cedo. caramba...

Etiquetas:

desapego

leio no Yahoo Finance: World markets sink as investors ready for earnings. aí lembro que pensei em recomprar minhas opções da Petrobras ontem, e que não o fiz apostando na queda. é claro que a bolsa brasileira pode abrir descolada hoje e me derrubar, mas por ora meus 10% de taxa comprando PETR4 esse mês, mais os 12% operando BPNM4, já me fazem sorrir de orelha a orelha. e você, já especulou na bolsa hoje?

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 12, 2009

weather report

não é uma promessa, não é um atestado de pobreza, mas é o seguinte: a contar de hoje vou tentar ficar seis meses sem comprar roupas novas. primeiro, porque as comprei bem no final do ano, e segundo, por um motivo maior sobre o qual falarei depois.

acho difícil conseguir, mas é preciso tentar.

Etiquetas:

domingo, janeiro 11, 2009

q.b.

sumiam-lhe as palavras, mas pesava cada vez mais, como se o beijo que fugia lhe roubasse todas as cores, as vontades, os sonhos; como se o beijo que fugia lhe deixasse apenas o peso de não ter nada, de ser nada, peso morto.

e eis que o Voando à deriva está de volta, tão bom quanto sempre foi.

Etiquetas:

coisas que eu nunca te disse #42

someday, one day
we'll get sky and move away
and like the birds we'll fly tomorrow
obscene machines that glide away
and like the birds we'll fly tomorrow
and like the birds we'll fly
from your Asda Town
never coming down


(Suede, "Asda town", 1994)

Etiquetas:

pastelaria

final de semana com pequenas coisas ganhando mais destaque, mais ou menos assim:

- fui almoçar com Craudio, Vini e Victor no Trem da Serra, lá em Sobradinho. a comida é ótima, porém pesadíssima, então sabia que aquela seria minha única refeição de verdade durante o dia, e deixei que os amigos dirigissem o meu carro - não era, definitivamente, o caso de encarar quarenta quilômetros de ida roxo de fome e outros quarenta morrendo de sono;
- passei na Feira do Paraguai para descolar o Guaraná Jesus mencionado aí abaixo, para pagar uma promessa. comprei oito latas, quatro para a referida e quatro para meu consumo próprio. e assim vou alimentando a máfia maranhense, que contrabandeia o precioso refrigerante e o revende no Distrito Federal a preços extorsivos;
- lembrei de organizar tudo que preciso resolver durante a semana. é assim: eu escrevo um email para mim mesmo dizendo o que tem de ser feito e mando tanto para o email da Telerj quanto para o Gmail, e não tiro da caixa de entrada enquanto não liquido tudo. funcionou na semana passada, dará certo nessa também;
- assisti "Ladrão de casaca" no sábado. Cary Grant dando uma aula de estilo, e Grace Kelly (que faz aniversário no mesmo dia que eu, que legal) funcionando como a grande atração do filme. veja bem, não é fácil para uma menina roubar a cena do principado de Mônaco. ela tinha 27 anos quando o filme foi lançado... mais um motivo para eu fazer algo grande da minha vida em 2009;
- hoje foi a vez de "O fabuloso destino de Amélie Poulain", que eu nunca tinha visto. meu deus, como pude? esse filme é espetacular, é lindo, é doce, é exatamente aquilo de que precisava. fiquei tão empolgado que encomendei o DVD logo depois, e com isso meus três últimos filmes comprados são franceses. talvez dedique um post inteiro ao filme daqui a uns dias (ele merece), mas por enquanto fica a minha alegria por tê-lo visto;
- finalmente, comprei água com gás e suco de maçã e fiz a mistura: ficou muito boa, e absolutamente refrescante. fiquei até pensando em como fica trocando a água com gás por club soda, e imagino que fique delicioso. fiquei até pensando em tentar com suco de abacaxi... :)

Etiquetas:

sábado, janeiro 10, 2009

jiripoca

como assim tá em falta o Guaraná Jesus de 2 litros na Feira do Paraguai? eu vou quebrar se tiver de ficar comprando em lata!

Etiquetas:

favela

três anos atrás eu tomei uma das decisões mais acertadas da minha vida: dropei meu orkut, que já não usava havia uns meses. aliás, nem apaguei pessoalmente: dei dez reais e a senha pra minha irmã e pedi para que me liquidasse dali. uma comunidade virtual que prima pela evasão de privacidade e que tem mais de 4% de brasileiros não podia ser boa coisa.

os anos se passaram e o orkut continua sendo coisa de brasileiro, o que, nesse caso, só me causa uma repulsinha básica. não tive nenhuma recaída de usar, nem mesmo tive vontade. mas tive, durante algum tempo, vontade de abrir um Myspace, mesmo tendo deixado de ser indie em 2004. com o tempo, um monte de emos brasileiros foi conquistando o Myspace - embora continuem a ser minoria -, e a vontade de entrar pra lá arrefeceu. e agora o Bruno me deu idéia de abrir um Facebook. segundo ele, não tem evasão de privacidade, tem as melhores partes do Myspace, umas características mais profissionais e, melhor de tudo, menos brasileiros, embora a participação do país da mandioca na rede de contatos esteja a crescer.

ainda não me convenci sobre a utilidade desse troço, então gostaria de ouvir umas opiniões, se alguém aí porventura fizer parte. vale a pena entrar? o que tem de bom? a galera bisbilhota a vida alheia? você me adicionaria lá ou eu ficaria com zero amigos para sempre? respostas nos comentários ou em qualquer outro lugar que eu freqüente, por favor.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 09, 2009

1982

conversando sobre provincianismo com a Lisa me bateu o insight: a única cidade cosmopolita que o Brasil já teve foi o Rio de Janeiro, até 1982. aí naquele ano duas tragédias se abateram sobre a cidade... a Air France parou de voar com o Concorde para lá e, pior de todas, deu Brizola nas eleições. lendo o que o Rafael escreveu sobre a cidade, então, tive certeza.

aí fica a pergunta: o Rio deixou de ser cosmopolita? sim e não. parece que um pouco do complexo de inferioridade que o resto do país sente influenciou a cidade, e a situação de segurança pública ajudou. mas andando no Leblon, como me disse o Craudio esses dias (e eu sempre sinto quando estou lá), parece que é 1973 de novo. o cool factor de lá ninguém tira, a sensação que se tem não só lá, mas em Botafogo, em Copacabana, em Ipanema e em algumas outras carioquices, é de que estamos em um lugar cosmopolita.

pena que aí a Ilha do Governador e a Rocinha me puxem para o outro lado dessa dúvida.

Etiquetas:

delongas

inventei um sanduíche gostoso essa semana. leva pão integral (no meu caso, usei um de granola, feito por uma padaria próxima), coalhada árabe com um fio de azeite, duas fatias de queijo do reino e seis fatias finas de salame - se for daqueles salames já fatiados, cai para quatro.

ficou uma delícia, ainda mais casado com uma Coca Light geladinha, mas vou perguntar à Lucia qual a proporção de água com gás e suco de maçã para fazer schorle, já que me deu vontade. por enquanto o meu sanduíche não tem nome, e gostaria de batizá-lo com um nome de mulher. alguma sugestão, ou alguma musa inspiradora por aí?

(atualização às 22:38: a Lisa Ribeiro sugeriu Carla Bruni, e eu bati o martelo: o sanduíche se chama Lisa Ribeiro)

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 08, 2009

lápis

semana passada fez três anos que o ex-primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon entrou em coma. vendo as coisas como estão em Gaza, eu gostaria muito que ele acordasse e resolvesse a parada como fazia até então.

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Canadá

meu plano original de mudança falhou, e estou à procura de um plano B. o apartamento do plano A era lindo, e a localização dele era uma das melhores da Asa Sul, se não a melhor. mas eu até sentia que a longo prazo ele me sairia caro, e sempre que pensava isso lembrava do que ele faria de bem para mim - e não seria pouco.

de toda forma, não lamento a perda, vamos em frente. porque, se não for desta vez que vou para o final da Asa Sul (carinhosamente chamado de Leblon), um dia ainda será.

Etiquetas:

terça-feira, janeiro 06, 2009

hora

Brett Anderson tinha 27 anos quando fez o "Dog man star"
Tricky tinha 27 anos quando fez o "Maxinquaye"
F. Scott Fitzgerald começou a escrever "O grande Gatsby" aos 27 anos (terminou aos 29)
Monet pintou o "Jardin à Sainte-Adresse" quando tinha 27 anos

e a lista segue, mas não lembro de cabeça. tudo isso para dizer que eu tenho 27 anos, tá na hora de fazer algo grande. mas de certa forma estou fazendo: estou dentro do meu próprio sonho, trabalhando para ampliá-lo.

Etiquetas:

barbearia

no post passado é preciso deixar uma coisa bem clara: ainda que a Asa Sul e o Lago Sul não sejam subúrbios, Brasília é uma cidade que é toda provinciana.

toda. sem exceções.

e São Paulo também é: da galera endinheirada que lê a Joyce Pascowitch fazendo bico a quem mora no ABC e almoça PF, passando pela classe média que sonha com um Civic e pelas pessoas que saíram de outras cidades para se deslumbrar com a poluição.

mas isso de ser provinciano não é algo ruim: é apenas a constatação de que, por mais que se esforce para não passar o recibo, nenhuma cidade do Brasil é Londres, Nova Iorque, Paris ou Tóquio. e se olharmos bem, Atenas, Moscou, Buenos Aires, Seattle, Sydney, são todas provincianas, cada uma à sua maneira. não estamos mal-acompanhados. é apenas uma questão de reconhecer o provincianismo e curti-lo. e, sob certa ótica, até dizer "que bom que somos assim", já que não basta estar numa cidade cosmopolita de verdade para todos os seus problemas irem embora.

Etiquetas:

serrote

(para a Heloísa e o Fabiano)

como alguns aqui sabem, moro em um bairro que, apesar de muito bom, tem aquela aura de subúrbio. não um subúrbio qualquer - em Brasília, essa é a função do Guará -, mas um subúrbio americano vertical. o Sudoeste pode ser cômodo, mas perde aquele ar fresco e aquele cool factor que a Asa Sul e o Lago Sul esbanjam e a Asa Norte tem em conta-gotas.

agora que já tive meu estágio obrigatório no subúrbio, hora de me vender por completo e me perder em meio à parte da cidade que interessa: em outras palavras, é hora de me mudar para a Asa Sul. e o casal Otto e Carol, que por lá já mora, também está procurando um novo apartamento. então passamos a segunda e a terça-feira andando de carro, cheirando tinta fresca de apartamentos em reforma, ouvindo os próprios passos no chão sem móveis que ecoa até nossos suspiros, tirando cópias de documentos para locadores.

estou fisicamente cansado, confesso. mas em algum lugar de mim acho tudo isso legal, embora não a ponto de pedir mais - pelo menos não tão cedo. às vezes penso que seria legal fazer um documentário sobre isso, mas o resultado não ficaria tão interessante. serviria mais como um instantâneo do Zeitgeist de nossas vidas, ou quando muito seria uma versão brasiliense do "Caindo na real" (alguém aí lembra dele? Alê?) quinze anos depois, com uma nova situação: temos juventude, temos grana, e agora perguntamos: o que fazer com isso e as outras coisas que temos? até onde a vida vai? existem novidades no futuro ou agora é só se perder em meio à burocracia e à falta de ambição?

isso me preocupa, por um lado. por outro, esboço um sorriso e vou em frente: sei o que posso conseguir e vou trabalhar para chegar lá.

*

por enquanto, voltemos para as preocupações do imóvel: será caro? será muito grande para morar sozinho? será que não era melhor algo mais próximo do trabalho? esse piso precisa de Synteko ou assim tá legal? penso em muitas dessas coisas todo santo dia, e muitas vezes durante o dia. talvez fosse legal colocar isso no documentário, caso ele saia. alguém aí sabe escrever roteiros?

Etiquetas:

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Astrakhan

o Reinaldo Azevedo voltou das férias. que bom: duas semanas sem ele, por mais que eu acompanhe o noticiário, me deixam com uma incômoda sensação de alienação.

Etiquetas:

tremendão

não deu tempo de fazer tudo hoje, por conta de uma (ótima) surpresa que me apareceu. também não deu tempo de ouvir mais do que vinte por cento do que escutei em cada lugar, mas ainda dá para fazer algumas considerações:

- Israel mandando bala em Gaza? ótimo. enquanto os palestinos não aceitarem um estado judaico e derem abrigo ao terror, é porrada mesmo que eles têm de tomar. o William Waack acabou de dizer que a ofensiva israelita não prevê nada para o futuro, que não tem visão, mas ele esquece que, se Israel não faz nada, nem futuro eles terão;
- menos de um mês para eu sair da TIM e ir para a Vivo, cujos índices de reclamação em 2008 foram os menores dentre as grandes da telefonia móvel brasileira. falta só a portabilidade chegar a Brasília, o que acontecerá no dia primeiro do mês que vem, e eu mal posso esperar;
- almocei no Girassol, aquele restaurante vegetariano da 409 sul que tragicamente fica quase na reta do melhor filé de Brasília, o La Chaumière; gosto muito da comida do natureba, e em especial de seus pastéis de queijo, de legumes e de banana, três chulapas gigantescas vendidas a R$ 3,20 e que, para além de serem os melhores pastéis do Distrito Federal, tomam uma tarde inteira para serem comidos, de tão grandes e imponentes que são. mas os donos de lá precisam entender uma coisa, de uma vez por todas: COCA-COLA É VEGAN. COCA-COLA NÃO MATA ANIMAIS. EU QUERO ARROTAR SAÚDE (HAHAHA) ENQUANTO ALMOÇO, ENTÃO É DEVER DE CADA RESTAURANTE SERVIR REFRIGERANTE;
- o Portal do Geólogo agora tem notícias em inglês. leiam, prestigiem, escrevam para o website elogiando as matérias e dizendo que o editor da página tem estilo.
- se "Sweet about me", da Gabriella Cilmi, é meu vício de Youtube, "For real", do Tricky, é meu vício no carro, e "Comment te dire adieu", da Françoise Hardy, meu vício de todas as horas.
- será que minhas vendas de PETRA24 serão exercidas? se forem, é bom, e se não forem é ainda melhor. não estou preocupado, sinceramente, já que com elas vou conseguir no mínimo uma taxa bruta de 11%. para quem montou tudo em menos de um mês, uma rentabilidade bem agradável. mês que vem pego mais um lote de PETR4, e vou fazendo isso até ter uma avalanche de papéis para vender opções... :)

Etiquetas:

domingo, janeiro 04, 2009

maleita

(para o Fábio)








edição especial de camisetas da Al Dente na Colette, tirando ondinha da crise. com recessão ou não, já está esgotada na loja.

Etiquetas:

noz-moscada

tenho andado, com uma freqüência maior que a normal, por uns blogs de moda, decoração e outras coisas. e achei um post muito bonito nesse aqui, da Alice: umas fotos que ela tirou através dos vidros, o que fez com que o sentido de cada visão se alterasse sensivelmente. ficou bonito, ficou muito bonito. como se diz isso em sueco, para que eu a parabenize?

Etiquetas:

sábado, janeiro 03, 2009

bonequinha de luxo

2009, um ano mais leve, mais doce e mais delicado. por aí, por aí.

*

soube pelo Alê, nos últimos dias do ano passado, que a Nuvem Nove, nossa loja de cds preferida, havia fechado. curiosamente, o disco que mais ouvi no ano passado (o "The night", do Morphine) foi comprado lá, e até continua com a etiqueta de preço, que denuncia que morreram apenas 12 reais em sua compra. e o que mais tenho ouvido no começo desse ano, o "Nine objects of desire", da Suzanne Vega, também.

*

por falar em Suzanne Vega, e como parte de um ano mais doce e mais delicado, "Caramel" é o hino. o problema é só que, quando ela diz but I don't know what I would give of myself, how I would live with myself if you don't go, a minha preocupação é exatamente a contrária, ou seja, como eu viveria comigo mesmo se você se fosse.

dia desses lembrei da música porque o Telecine fez uma chamada para o "Closer" com essa música. tentei achar o anúncio na internet, mas infelizmente não tem. em compensação, algumas das sensações daquele filme me passaram pela cabeça já algumas vezes este ano, o que vai contra a leveza das coisas. mas quem foi que falou que seria fácil?

*

em um dos últimos posts do Estado Civil, o Pedro Mexia menciona que acordou com "Sweet about me", da Gabriella Cilmi, e discorre sobre algumas coisas da letra, e eu só faço com a cabeça que sim, porque uma vez mais ele tem razão. só espero que essa minha suspeita de que ele pretende fechar o melhor blog que a língua portuguesa já conheceu seja completamente infundada.

por outro lado, ele sempre abre outro depois, e é sempre melhor.

*

uma situação inusitada me espera hoje: estou querendo muito encontrar uma pessoa, apenas porque me faz bem, mas não tenho nada de novo para dizer a ela. nada. mas vou vê-la, apenas pelo fato de que me faz muito bem, o que nunca pode ser desprezado. alguém aí me deseja sorte, por favor?

Etiquetas:

yay!

que beleza: hoje descobri que no último dia 14 de dezembro saiu o meu primeiro texto na "Folha de São Paulo". assinado com o nome do chefe, mas sem nenhuma grande mudança. o assunto? Carla Bruni. o patrão não é muito chegado nos dotes da moça como cantora, então passou a missão pra mim - e eu aproveitei para fazer justiça ao "No promises", disco dela em inglês.

Etiquetas:

sexta-feira, janeiro 02, 2009

recibo

alguém aí conhece um bom restaurante árabe com delivery em Brasília? lembrando sempre que o Habib's nem será cogitado. quem souber, favor informar esta casa o quanto antes.

Etiquetas:

quinta-feira, janeiro 01, 2009

dá trabalho...

... fazer lista de melhores do ano. felizmente, acabei de embalar a minha para presente e mandar pro publisher, daqui a uns dias vai pro ar. ficou muito boa mas, como sempre, vai ser a única lista que presta na votação do Scream & Yell.

Etiquetas: