sexta-feira, outubro 31, 2008

splash

oi, tudo bem? estive em São Paulo, a cidade mais chata e deprimente do país, da sexta-feira passada até hoje pela manhã. e, assim como no começo do mês, com um sorriso no rosto. todos aqui sabemos que estar em São Paulo e sorrir são coisas antagônicas, mas esse meu caso tem uma explicação.

uma explicação carioca, londrina, brasiliense. uma explicação que tem a voz mais linda do mundo, o sorriso mais lindo do mundo, a pele com pintinhas mais linda do mundo. e que consegue transformar São Paulo em um beijo sabor pêra com amêndoas.

e que só me faz viciar nesse gosto delicioso.

Etiquetas:

once in a while

de vez em quando, mas bem de vez em quando mesmo, me dá vontade de escrever sobre música. senti essa vontade quando ouvi o Ladytron novo e, como foi mais forte do que eu, lá foi um texto pro Scream & Yell sobre o melhor disco do ano.

Etiquetas:

quinta-feira, outubro 30, 2008

el viento

a seguir, neste blog:

- como voltar à cidade que você mais odeia e não tirar o sorriso do rosto
- como não usar terno e se sentir elegante
- tudo sobre autenticidade
- kebab: modo de usar
- virando a mesa

tudo isso, e quem sabe ainda mais, neste blog. mas a partir de amanhã, meu amor.

Etiquetas:

acabei de acordar

alguém me empresta um chocolate, pra eu rebater a cefaléia?

Etiquetas:

sexta-feira, outubro 24, 2008

Marktgemeinden

vi ontem o novo Focus na rua. se você olhá-lo de lado, aquele trecho entre o começo do capô e o começo da coluna A é o mais bonito de todos os carros nacionais e um dos mais bonitos do mundo.

ah, Ford, por quê tiraste quatro airbags e o ESP da edição sul-americana? esse Focus novo já tinha endereço certo no Sudoeste...

*

parece que deu disjuntor nos índices futuros do Dow Jones hoje. segurou-se na cadeira? é preciso. de toda forma, mês que vem tem mais coisas da minha operação triunfo na Bovespa.

*

comi um panetone inteiro agora pela manhã. mas antes que alguém aí se surpreenda, era um de oitenta gramas, pouca coisa. mas começou a temporada. e por falar em temporada, com o Detran de Brasília em greve não há bafômetros nas ruas. so, drunk driving is allowed. TRANQÜILOHMMMMM.

Etiquetas:

quinta-feira, outubro 23, 2008

nominal

a falta de crédito mundial atingiu até a Popbitch. os cretinos não me deram o crédito da dica da Fuck, aquela concessionária Fiat com nome bonitinho, que mandei a eles no começo do mês passado.

Etiquetas:

quarta-feira, outubro 22, 2008

ai que sono

volto amanhã. boa noite e bons sonhos, meu amor. fica bem.

Etiquetas:

terça-feira, outubro 21, 2008

catedral

imprimi um mapa do Império Austro-Húngaro, mostrando como era a divisão étnica deles em 1911, e coloquei para adornar a minha baia. eu não entendo como um Estado desses durou quase sessenta anos. é pura nitroglicerina você juntar tedescos, húngaros, romenos, servo-croatas, rutenianos, tchecos, eslovacos, poloneses, eslovenos e uns italianos debaixo de um único governo - e ainda esperar que ele funcione.

e essa é a principal razão pela qual eu imprimi o mapa e o deixei aqui bem à minha vista: ele me faz lembrar que não basta resolver tudo no trabalho, tenho outras coisas na vida. e que, por mais que a vida não seja conciliar uma dezena de etnias debaixo de uma única nação, ela é tão desafiadora quanto isso, e pode ser mais bonita e duradoura do que foi esse império.

para quem quiser, o mapa está aqui.

Etiquetas:

segunda-feira, outubro 20, 2008

líquido incerto

essa sensação de hospital, referida abaixo, me fez lembrar de sopa. e sopa, por sua vez, me faz lembrar de um adágio veneziano do século XII, quando a cidade já era uma das maiores potências do Mediterrâneo. seus governantes eram chamados doges (de onde vem dodge, inclusive da marca de carros), e eles adoravam trucidar seus adversários, aliás como qualquer raça de tiranos. e foram dos primeiros a darem valor aos suicídios forçados: da época vem a frase o mangia questa minestra o salta dalla finestra. em bom português, "ou come esta sopa ou pula da janela". não é preciso nem dizer que a sopa estava envenenada, e que a janela não era no térreo.

mas por que diabos estou lembrando disso agora?

Etiquetas:

iodo

bateu um clima de hospital por aqui, uns minutos atrás. tive a mesma sensação de estar num quarto, convalescendo - e olha que já tem tempo que nem gripe pego. mas era psicológico, e passou tão rápido quanto chegou, para o meu alívio.

Etiquetas:

domingo, outubro 19, 2008

reage, Rio

primeira coisa a se constatar: este blógue não anda muito interessante. aliás, não anda nada interessante. então vamos tentar entender o que está acontecendo...

no trabalho, alguma movimentação. vocês devem ter lido no final desta semana coisas sobre a Telerj no noticiário, provavelmente coisas ruins. recomendo o editorial de ontem da "Folha de São Paulo", tão pesado quanto verdadeiro.

mas aí, não sei se pela forma como me envolvi nessas movimentações do trabalho ou pelo quê, mas ando me sentindo vazio fora dele. sem assunto para conversar com ela e com os amigos, sem me entusiasmar em sair de casa - até porque nem programas legais andam aparecendo. conversei sobre isso com a Lisa e falei de ontem, quando assisti o "Closer" na tevê: estava ali vendo o filme e constatei que a vida deles era bem movimentada. de repente, pensei "ah, mas são o Jude Law e a Natalie Portman, tá explicado". e não pensei mais no assunto.

conversando com a Camila eu lembrei do meu pai, que tem uma rotina para o final de semana que beira o absurdo, de tão metódica, de tão irremediavelmente previsível. com todo o respeito a ele, eu não quero isso pra minha vida. e nem esse marasmo em que ela agora está.

mas ufa, sorte que amanhã é segunda.

Etiquetas:

zarabatana

ano passado um piloto da Ferrari chegou ao Grande Prêmio do Brasil, última corrida do ano, sete pontos atrás do Lewis Hamilton, líder do campeonato. e mesmo assim foi campeão.

esse ano, um piloto da Ferrari chegou ao Grande Prêmio do Brasil, última corrida do ano, sete pontos atrás do Lewis Hamilton, líder do campeonato. e mesmo assim será campeão.

Etiquetas:

sexta-feira, outubro 17, 2008

Nescau II

"In the event that I am reincarnated, I would like to return as a deadly virus, in order to contribute something to solve overpopulation" - príncipe Felipe, marido da rainha Isabel II da Inglaterra... e o mais novo ídolo meu e do Craudio.

Etiquetas:

Nescau I

crítica especializada, no Brasil, é tudo um bando de bundão, qualquer que seja o assunto. mas é bom, de vez em quando, ver que existem críticos que descem o sarrafo em alguma coisa, com excelentes argumentos e nada de meias-palavras. o texto do Gustavo Henrique Ruffo sobre o novo Ford Edge, por exemplo, é uma delícia: uma aula de como falar mal de alguma coisa e ter razão - mesmo que a opinião do leitor seja completamente diferente.

Etiquetas:

quinta-feira, outubro 16, 2008

dicromato de amônio

eu não via a hora de o trabalho acabar hoje. é gostoso, mas momentos de grande expectativa são sempre difíceis... e hoje não foi diferente. mas deu tudo certo, minha parte foi à altura do que foi preciso, tem uns bastidores legais para que eu conte, daqui a umas décadas. será que alguém ainda vai estar por aqui?

Etiquetas:

quarta-feira, outubro 15, 2008

tchocolatl

tem um brownie em que eu adoraria dar uma mordida. ele está a mil quilômetros de distância, mas de alguma forma o gosto dele está sempre comigo.

Etiquetas:

Portugal Telecom

sentado no sofá, assistindo meu computador recarregando baterias depois de passar horas num deserto de tomadas no Congresso. morando sozinho, descobrimos que a comida não cresce na geladeira e que de vez em quando precisamos levar o carro para beber gasolina. com o 307 abastecido e mafuzado até o sexto, agora estou pensando na lista de coisas a se comprar... palha de aço, água sanitária, detergente, desinfetante, desodorante, recheios para sanduíche, tahime, açaí, o que mais?

vou ver se dá tempo de descer no mercadinho com coisinhas diferentes, pra sair um pouco da rotina. quem sabe ache alguma coisa que faça o deslocamento valer a pena. eu não gosto de fazer supermercado, mas confesso que hoje a idéia cai bem. talvez porque, shame on me, faltarei à academia. saí tarde do trabalho, amanhã será um dia muito longo por conta de um evento na Telerj, vou ter de dar uma mão a uma galera de outras áreas. deseje-me sorte, deseje-me que eu saia vivo de quinta-feira. e quando eu dormir, não me deixe sentir frio. na sexta-feira eu volto a cuidar de você e te levo pra almoçar.

*

saindo do Congresso agora à noite, encontrei uma moça que trabalhou na Telerj por uns tempos - antes de eu entrar para lá, inclusive. ela me pergunta da próxima seleção, passo algumas informações e contemporizo. ela realmente quer entrar lá, eu digo que entendo. então ela me pergunta se eu gosto, digo que sim, mas que é temporário e que a médio prazo estarei longe dali.

então ela me disse algo que me fez perceber o quão longe já andei, e que às vezes não tenho consciência. fico um pouco sem graça, mas isso não dura dois minutos: eu amo a minha vida, mas sei que ela pode - e vai - melhorar muito. se eu acreditasse em destino, diria que certas coisas que sinto nessas horas são obra dele. como não são, there is only myself to blame.

o que não é necessariamente algo ruim, nesse caso.

*

mais um dia de disjuntor na bolsa. pena que não estive acompanhando mais de perto, já que fiquei o dia todo mergulhado em alguns assuntos. mas amanhã vai ser um dia especial - igual hoje, embora nem sempre percebamos. pieguice? um pouco. mas me desculpe, é a vontade de fazer com que cada dia seja assim.

Etiquetas:

terça-feira, outubro 14, 2008

mandou mal

aí a Apple lança o novo Macbook, numa mistura horrorosa de cinza-alumínio com preto. e eu só consigo pensar num trecho do Evangelho segundo São Marcos:

"E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactáni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mc 15:34)

Etiquetas:

segunda-feira, outubro 13, 2008

beca

alguns registros de coisas vistas pela janela:

- os sindicalistas-grevistas sempre usaram carros de som para chamar a atenção para seus umbigos, mas os dos bancários se superaram: a manjada tática de tocar uma única música o dia todo chegou ao ápice quando escolheram "Índia", do Tiririca, para tocar ali perto da Telerj. e a irritação que ouvir o verso único "índia, seus cabelos..." traz é inacreditável;
- sorvete de mirtilo: já provaram? aqui perto de casa tem uma sorveteria sensacional, o Ateliê de Confeitaria, tocada por um português. e o sorvete de mirtilo (blueberry, se você for indie) é a grande pedida. se você for ortodoxo, pode escolher o de creme com castanhas ou um dos cinco (!!!) tipos de chocolate;
- na academia, fiz a série no capricho hoje. não que eu não faça nos outros dias, mas hoje foi, como diria Galvão Bueno, na ponta dos dedos. tudo tão direitinho que saí da academia como se andasse nas nuvens, ou então como se estivesse saindo do Blue Lagoon, aquele spa na Islândia que um dia vou conhecer - ou, se o país quebrar, vou comprá-lo;
- toda vez que eu vou pro trabalho ouvindo "Tainted love" no carro eu dou um jeito de bater palminhas junto com a música. bato o carro mas não perco isso por nada (ui);
- acabei de ver o Netinho, vereador eleito em São Paulo, numa reportagem do CQC. senti vergonha de pertencer à raça humana, logo em seguida reforçada pela Marta Suplicy.

Etiquetas:

tá bom

eu confesso:

palandi says: (22:12:05)
Lúcio
palandi says: (22:12:12)
preciso te confessar uma coisa:
palandi says: (22:12:15)
fiquei velho. é oficial.
palandi says: (22:12:34)
tava voltando pra casa, ouvindo Antena 1 (o que é coisa de velho desde o Kid Vinil, pelo menos)
palandi says: (22:12:39)
aí tava rolando uma música da Enya
palandi says: (22:12:53)
eu não só não mudei de rádio como ainda pensei "pô... até que essa é boa"

(padre Lúcio ainda não me mandou rezar a letra de "Reptilia")

Etiquetas:

domingo, outubro 12, 2008

alcatrão

(dica da Gabriela. aliás, alguém tem notícia dela?)

Etiquetas:

Fórmula 1

chupa que é de uva vermelha, Hamilton.

Etiquetas:

sábado, outubro 11, 2008

555

que vontade de baixar o "Celebrity skin", do Hole. será que vale a pena?

Etiquetas:

sexta-feira, outubro 10, 2008

cobriram meu lance

Em crise, Islândia é colocada à venda em leilão
A Islândia, que pediu à Rússia um empréstimo de 4 bilhões de euros (US$ 5,49 bilhões) para ajudar seus bancos falidos, foi posta à venda no site eBay na sexta-feira. Os lances começaram em 99 pences, mas chegaram até a 10 milhões de libras (US$ 17,28 milhões) na manhã de sexta.

A cantora Bjork, que é islandesa, não foi "incluída" na venda, de acordo com o anúncio, mas mesmo assim houve 26 lances anônimos e 84 não-anônimos. "Localizada na faixa meio-atlântica do norte do oceano Atlântico, a Islândia oferece um ambiente habitável, cavalos islandeses e, admite-se, uma situação financeira um pouquinho atribulada", dizia o texto da oferta.

Entre as perguntas feitas pelos aspirantes a comprador, estavam: "Vocês oferecem seguro contra vulcões e terrremotos?" e "Existe a possível de meu pagamento ser congelado?", além de "Posso pagar só quando a encomenda chegar?".

http://cgi.ebay.co.uk/Country-for-sale-ICELAND-99p-start-price-no-reserve_W0QQitemZ320308801162QQcmdZViewItem?hash=item320308801162&_trkparms=72%3A1298%7C39%3A1%7C66%3A2%7C65%3A12%7C240%3A1318&_trksid=p3286.c0.m14

Etiquetas:

quinta-feira, outubro 09, 2008

gérbera

e então, ao que interessa... meu dia foi mais ou menos assim:

- acordei bem, depois de ter sonhado com ela, e fiz tudo o que tinha de fazer no início da manhã em câmera lenta;
- no trabalho, altos e baixos, trechos de alta velocidade com outros de curvas sinuosas e ritmo lento. e ouvi, pela primeira vez, meu atual chefe gritando - mas não foi comigo nem por minha causa, então tudo bem;
- aproveitando um desconto de 30% em um prato específico, fui almoçar com uma turma da Telerj no Villa Tevere, ali na 115 sul. comi um picadinho de filé com arroz de brócolis, banana e uma farofa nota onze, e que vale cada centavo nele pedido: parece um prato simples, mas o preparo dele deu uma certa sofisticação... e ficou delicioso, com cara de coisa fina. melhor de tudo, o restaurante tem um cardápio de primeira, e é um bom páreo para o Unanimità, da 408 sul, que conheci no mês passado em um esquema bem parecido;
- ontem obtive a sexta e a sétima séries de exercícios diferentes na academia, como forma de me adaptar ao novo ritmo. nove quilos mais magro e com o condicionamento cardíaco passado de "regular" para "bom", tenho que trocar de série constantemente, para manter as exigências e poder perder ainda mais peso e medidas. a coisa tem se tornado cada vez mais difícil, mas tenho que conseguir... e vou;
- descobri que a quinta-feira que vem, aniversário da minha irmã, está marcada para ser um dos dias mais movimentados da história da Telerj. desde já estou preparando meu espírito, pois só vi algo parecido com isso uma vez - e foi extremamente cansativo;
- estou com vontade de ouvir "Chun-Li's spinning bird kick", do Arctic Monkeys, por isso deixei o torrent ligado para baixá-la. se eu não a conseguir, alguém pode me mandar, por favor?

(atualização, 23:25: consegui a música, obrigado)

Etiquetas:

filamento

a Lisa deu a dica ontem, hoje coloco aqui a coluna do Elio Gaspari de domingo último, pra ler com carinho:

O homem dos US$ 50 bilhões já ganhou na crise

Warren Buffett, o segundo homem mais rico da América (78 anos e US$ 50 bilhões), ganhou pelo menos US$ 578 milhões em dez dias com ações do banco Goldman Sachs. Há dois meses, um papel da Goldman valia US$ 179. Com a crise, ela caiu para US$ 121. Foi nessa hora que o biliardário fez seu lance, botando US$ 10 bilhões no negócio. Na sexta-feira, cada ação valia US$ 128.

Esse pequeno episódio indica que ainda falta muito tempo para a crise do fim do capitalismo e, como nunca, o melhor que se pode fazer é prestar atenção no comportamento dos verdadeiros capitalistas.

Buffet já foi chamado de "Forrest Gump das finanças" pela revista "Vanity Fair". Seu salário (US$ 100 mil anuais, mais uns US$ 250 mil de benefícios) é o mais baixo da lista dos executivos das 200 maiores empresas americanas. Ele vive frugalmente na pequena cidade de Omaha e ensina: "É mais fácil criar dinheiro do que gastá-lo". John McCain gostaria de convidá-lo para a Secretaria do Tesouro, mas ele deu US$ 4.600 para a campanha de Barack Obama. Uma migalha diante dos US$ 40 bilhões que já distribuiu para organizações filantrópicas.

Quem botou US$ 200 no fundo de investimentos de Buffett em 1965 tem hoje US$ 1,25 milhão. Ele consegue esse desempenho seguindo regras simples. Prefere investir nos Estados Unidos, não põe dinheiro em negócio que não consegue entender nem em empreendimento endividado. A maior parte de suas aplicações está em empresas que fabricam coisas que nunca deixarão de ser consumidas: comida, refrigerantes, cerveja e lâminas de barbear. Cantou a pedra do estouro da bolha tecnológica (mesmo assim perdeu algum quando ela explodiu, em 2001). Fora isso, compra ações de empresas que, a seu ver, não têm motivo para valer tão pouco. Esse foi o caso do lance na Goldman Sachs.

O que torna Warren Buffett um tipo inesquecível é a sua banalidade. As pessoas preferem ouvir idéias novas e, geralmente, complicadas. Quando um sujeito diz que comprou ações de uma empresa que produz lâminas de barbear e sabão porque as pessoas continuarão a tomar banho, parece um bobo. Qualquer bípede poderia ter aplicado mil dólares na Goldman Sachs ao saber que Buffett fizera isso. Teria ganho uns US$ 58 sem fazer nada.

Deve-se ter cautela com as previsões de Buffett para instruir decisões de curto prazo, pois ele não opera nessa faixa. Em maio passado, ele disse à repórter Cristiane Barbieri: "O Brasil estava fora do meu radar. Eu tinha uma visão atrasada sobre a economia brasileira porque países latino-americanos, de maneira geral, têm uma fama ruim em relação à estabilidade de suas moedas. Mas o mundo muda e o Brasil mudou". O doutor acredita que daqui a dez anos o real poderá valer mais que o dólar. A ver, pois nos dez dias ao longo dos quais as ações da Goldman Sachs subiram 6%, o real perdeu 9% do seu valor.

Uma indicação de que as qualidades de Buffett vão além do trivial variado: Por muitos anos, ele viveu em perfeita harmonia com duas mulheres e, depois de viúvo, casou-se com a segunda quando ela tinha 60 anos.

Cinco pérolas de Buffet:

- "Se o mercado fosse eficiente, eu estaria pedindo esmola na rua".
- "Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu".
- "A cobiça, o medo e a maluquice estão nas pessoas, são coisas previsíveis. O que não se pode prever é a seqüência".
- "Wall Street é o único lugar onde pessoas que andam de Rolls Royce se aconselham com gente que usa metrô".
- "Com US$ 1 milhão e bastante informações privilegiadas, você pode quebrar em um ano".

Quem quiser perder umas poucas horas com o personagem, pode ir atrás da edição em português do livro "Warren Buffett, o Maior de Todos os Investidores", de Janet Lowe.

Etiquetas:

quarta-feira, outubro 08, 2008

settanta

da coluna do Lauro Jardim, hoje:

Como sempre, tem gente que vê uma crise como sinônimo de oportunidade. Num momento em que o investidor chora as perdas de suas carteiras de ações, a XP Investimentos, corretora especializada em home broker, resolveu organizar uma série de 500 (isso mesmo: 500) palestras gratuitas Brasil afora para "ensinar as pessoas a investir em ações".

a XP, corretora dos meus amigos, não é bem especializada em "home broker", mas em usuário doméstico. falar "home broker" remete à compra e venda pela internet, como nas outras corretoras, sem a ajuda de ninguém - e, no caso deles, nada menos verdadeiro, já que os diferenciais deles são a educação do cliente e o atendimento personalizado. mas é bom ver a galera aparecendo e fazendo coisas legais como essa. e hoje foram mais 200 reais de lucro... desde segunda-feira, 70% de variação positiva. nada mau, hein?

Etiquetas:

terça-feira, outubro 07, 2008

nectarina

com a minha cabeça ainda fora do lugar, não deu para falar ontem do final de semana. como todos aqui devem saber, tenho uma certa preguiça espiritual de voltar a Deprelândia e visitar meus pais. porque, apesar de serem meus pais, estar ali não é uma sensação muito agradável. mas tive um ótimo motivo para ir ao estado de São Paulo e, por tabela, ir até lá – mas, primeiro, até a capital.

tem certas companhias que são tudo de bom. que conseguem transformar uma cidade cinzenta e claustrofóbica em uma experiência deliciosa, uma viagem cansativa em puro descanso para a alma, um beijo em algo inesquecível. ela é assim, e quando a vi chegando, todo o meu desconforto de estar na maior cidade do país saiu do meu rosto e virou um sorriso que preencheu aquelas horas, junto com um frio na barriga que, na verdade, é questão de referencial: o coração é que estava aquecido.

bom demais sentir isso, não?

*

no dia seguinte, de volta à penitenciária a céu aberto onde cumpri vinte e três anos de detenção. voltei lá sem avisar ninguém, como sempre: não gosto que meus pais, minhas irmãs e meus amigos criem expectativas a meu respeito, não gosto mesmo. um calor infernal se abatia sobre a cidade, em véspera de eleição (meu título de eleitor foi transferido para Brasília), mas é bom deixar alguém feliz porque se está ali. o resto é aquilo que se espera: bucolismo, suco de morango com água tônica, algumas (poucas) novidades e, principalmente, a vontade de ver todo mundo em 24 horas.

24 horas? é, fiquei de um dia para outro. parece ser o tempo máximo que agüento na cidade, antes de derreter. Deprelândia é um lugar que realmente me deixa mal, mesmo que sem motivo. tirando por algumas pessoas e pela possibilidade de colocar a leitura em dia, já que não se há o que fazer, aquilo é realmente deprimente. tem alguém, acho que o Diogo Mainardi, que fala que mais importante que sair do Brasil é fazer com que o Brasil saia de você. e eu consegui fazer isso com Deprelândia: não me entusiasmo com o progresso a conta-gotas de lá, com a vida dali, não levo o lugar a sério, tampouco sinto saudades e, mais do que isso, não espero nada da cidade e da região. tipo um alheamento, sabe? o incômodo é apenas pelo tédio, não pela mediocridade em si. e assim vou lá apenas para cumprir o protocolo e para lembrar que, apesar de ainda não ter conseguido nem dez por cento do que quero, já consegui muita coisa e tenho muita sorte.

Etiquetas:

segunda-feira, outubro 06, 2008

how I learned to love the bootboys

(esse post é dedicado aos meus amigos da XP Investimentos de Brasília, a melhor orientação que alguém pode sonhar em ter)

então hoje os mercados internacionais caíram, certo? alguém na Ásia soltou um flato, o pessoal da Europa ao invés de tapar o nariz decidiu sair gritando "o horror, o horror" e, quando viram, o mercado brasileiro estava num esqueminha shitfan. em dez minutos de pregão, a Bovespa caía 10% e o disjuntor (circuit breaker, se você for metido a jornalista de finanças: o termo é emprestado da fiação elétrica, referindo-se ao dispositivo que desarma a rede elétrica em caso de curto-circuito) foi acionado.

e antes do meio dia, com uma queda de 15%, o disjuntor de novo entrou em ação. o horror? longe disso, a festa estava só começando. mandei 750 reais para minha conta na corretora e liguei o home broker - era horário de almoço, tranqüilo. comecei a analisar as ações que acompanho e vi uma coisa: a Parmalat (MILK11) valia R$ 0,24 no fundo do poço.

o que significa isso? simples: para ela, qualquer aumentozinho de R$ 0,01 representava cerca de 4%. subindo míseros três centavos, eu teria 12% de ganho. decidi comprar três mil delas por R$ 0,24 e já deixei pronta uma ordem de venda por R$ 0,29. na hora em que os negócios se reiniciaram, tudo estava no fundo do poço. qualquer aumento nesta ação já seria significativo. e ela realmente chegou a R$ 0,29 - chegou até a R$ 0,31, mas eu vendi por vinte e nove mesmo, embolsando R$ 140 líquidos.

como eu tinha certeza de que alguma coisa subiria? eu não tinha. mas se por um lado os investidores de países de primeiro mundo odeiam uma insegurança que bata em seus países (teorema), brasileiro adora uma pechincha (corolário), razão pela qual apostei em uma diminuição da queda.

com a Parmalat vendida por R$ 0,29, passei a procurar outra oportunidade. a Bovespa caía 12%, o que ainda era uma tragédia, mas uma hora antes ela caía 15%, então havia quem quisesse se aproveitar. e então vi os papéis da MMX Mineração, a do Eike (MMXM3), em queda livre: -34%. nesta hora, procurei meu corretor e perguntei se havia alguma má notícia sobre a empresa, alguma nova investigação em curso ou alguma desgraça que afetasse todas as mineradoras nesse nível. como já era de se esperar, nada. a Vale, por exemplo, caía "apenas" 17%.

então por quê a MMX caía tanto? ataque especulatório, suponho... e isso fez com que suas ações estivessem assaz baratas, tipo merreca mesmo, e peguei os R$ 750 iniciais mais R$ 90 do lucro para comprar 200 ações da companhia a R$ 4,20 cada. considerando que na abertura elas valiam cerca de R$ 5,70, havia um campo enorme para recuperação.

mas ela começou a cair, até bater em R$ 4,00. não me dei por vencido e coloquei uma oferta de venda: R$ 4,99. no final do pregão, com os preços baratos, começou a chover gente ali na horta. só fui vendo os papéis subirem, de dez em dez centavos, chegando em R$ 4,99... para logo em seguida cair. e nisso a minha ordem de venda foi executada e eu embolsei mais R$ 160 líquidos.

desse jeito, com dois negócios levei R$ 300. pouco? pouco. mas considerando que empatei apenas R$ 750, isso representa 40% de lucro, em um dia em que as manchetes foram unânimes em dizer que era um dia negro para a bolsa. até foi, mas depende muito do lado em que você estava. tenho plena consciência de que isso não vai rolar sempre, mas são histórias como a de hoje que mostram um lado bonito do capitalismo: enxergar, no meio de uma crise, oportunidades legais para se desenvolver. e amanhã eu quero mais.

Etiquetas:

domingo, outubro 05, 2008

emanando

Etiquetas:

sábado, outubro 04, 2008

relatório

que preguiça de me manifestar sobre qualquer coisa.

Etiquetas:

sexta-feira, outubro 03, 2008

lâmpada

e esse episódio do "House" ontem, hein? que coisa linda. um pesadelo surrealista transplantado à televisão...

Etiquetas:

quinta-feira, outubro 02, 2008

coisas que eu nunca te disse #34

it's these times that it tends,
the start to breaking up, to start to fall apart
oh! hold on to your heart


(Arctic Monkeys, "Do me a favour", 2007. por meio da Lisa)

Etiquetas:

purê de batatas

o melhor de quinta-feira à noite é quando você pensa na sexta-feira e lembra que à noite vai ter açúcar e carinho, nessa ordem cronológica. e sorri, contando as horas para estar nas nuvens com isso, só voltando quando acordar um dia.

mas fazendo de tudo para que o sonho dure pra sempre.

*

ontem entrei no novo Fiat Linea (versão básica, apenas com câmbio Dualogic) e constatei umas coisas. é um carro bem estreito, de modo que andar com três pessoas no banco de trás é uma missão impossível, pelo parco espaço para os ombros. o descansa-braço, então, é risível. mas é um carro bem acabado, com plásticos bons, a excelente idéia de ter duas cores pro revestimento, motores bem desenvolvidos e, importante ressaltar, airbags laterais e de cortina como opção. se a Ford incluísse as opções de cores e de airbags no novo Focus, por exemplo, seria um carro perfeito. como não o fez, é apenas mais um que vou preterir em 2010. e no Linea eu nem penso.

*

você já teve a sensação de trabalhar em uma coisa e estar preso a outra que escolheu deixar, mas não sabe se fez bom negócio? ando me sentindo assim por esses dias. mas provavelmente é circunstancial (respiro fundo). tem que ser.

Etiquetas:

quarta-feira, outubro 01, 2008

ai, arrasou

oi, tudo bem? sem pedir autorização pra ninguém, tirei uma semana de férias do blog (que coincidiram com meus dias de ócio nas férias da Telerj) antes de retomar. tava faltando assunto, vocês devem ter percebido. mas a falta agora deixou de ser crônica, é capaz que tenha coisas interessantes a dizer.

*

mas o primeiro assunto do dia é um agradecimento à Paula, por ter trazido pra mim o melhor pós-barba do mundo (anotem aí: Erase, da marca Zirh). estreei-o ontem, e dois minutos depois que o passei no rosto, olhei-me no espelho: eu tinha dezesseis anos outra vez, e inclusive com as mesmas espinhas na testa. mas bem gatinho. a Paula também me trouxe um bloqueador solar em spray, FPS 70. eu uso o 45, da mesma Neutrogena, mas como estou numa fase off-white (gostando de carros brancos, camisetas brancas, prendedores de guardanapos brancos etc), é sempre bom reforçar a branquelice e se proteger de melanomas. agora fica o clamor: Neutrogena, traz o spray FPS 70 pro Brasil, vai!

*

em frente: tive um dos melhores finais de semana da minha vida. e, uh-la-la, que bom que a vida continua a me surpreender para bem. dá vontade de transformar todo dia em algo assim...

*

sol brilhando forte lá fora, salário caído na conta, lá fui eu liquidar meu último débito: metade da fatura do cartão de crédito. e, pela primeira vez em __ meses, não devo mais um cêntimo ao banco, que beleza. melhor de tudo, a situação está sustentável e ainda esse mês recomeço a investir na bolsa (tá na hora, moçada). se o Eike Batista gosta de enfiar um X no final do nome de cada empresa que monta, simbolizando a multiplicação, ainda vou colocar um * (asterisco) no final da minha assinatura, para que a minha grana cresça exponencialmente. cada um com as suas frescuras.

*

num raro momento de euforia, fui ali e comprei oito cds. seis foram em loja, ao mesmo tempo: "Fun time", do Count Basie ao vivo em Montreux, "John Coltrane & Thelonious Monk", de um concerto dos dois do tempo do onça, "Stan Getz for lovers" (porque não tinha o Getz/Gilberto na hora, mas esse ainda vou comprar), "Darklands" do Jesus & Mary Chain, "You gotta go there to come back", dos Stereophonics - tão bom que nem parece um disco deles - e o primeiro disco de 2008 que compro: o "Third", do Portishead. e ainda peguei dois compactos do Suede no eBay: o primeiro de "Can't get enough" e o segundo de "The wild ones", que é o mais raro que eles lançaram.

são tempos de iPod, eu sei. mas tem alguma coisa dentro de mim me compelindo a comprar cds, talvez mesmo porque eles nunca foram tão baratos.


(continua no próximo post)

Etiquetas: