quarta-feira, dezembro 31, 2008

sweetness

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Paraibuna 1

(post censurado por alguns dias, finalmente liberado depois que vi que era inofensivo)

geograficamente, a minha maior paixão é Brasília, não tem jeito. mas existem alguns outros lugares que moram no meu coração. um deles é Paraibuna, uma cidade de quinze mil habitantes no interior de São Paulo, e terra da minha família por parte de pai: se eu saio do DF para passar o Natal nesse estado frívolo, meu único prazer que não se relaciona às pessoas queridas e a alguns detalhes culinários pontuais é caminhar pelas ruas de Paraibuna.

 

minha avó mora lá, e eu lhe havia prometido uma visita antes do dia de Natal, já que nesse dia a casa dela chega a ter quarenta pessoas, entre os filhos, netos, bisnetos e agregados que por lá aparecem. sendo assim, peguei o carro da minha irmã e percorri cento e dez quilômetros até Paraibuna, a partir de Deprelândia.

 

felizmente, minha irmã deixara sua coletânea dos Smashing Pumpkins no carro, e ela duraria o tempo da viagem, mesmo pulando "Disarm". quando cheguei à rodovia Presidente Dutra, vi que o carro dela, que tem o mesmo motor do meu mas uns 250 quilos a menos, era perfeito para testar uns limites. e, na reta entre Roseira e Pindamonhangaba, bati meu antigo recorde de velocidade (163 km/h, a bordo do Polo Classic em que aprendi a dirigir), cravando 168 km/h.

 

ao sair da Dutra e entrar na Carvalho Pinto, já era hora das músicas do "Mellon Collie and the Infinite Sadness", aquele disco que todo mundo tem – e quem não tem deveria comprar um ainda hoje; aumentei a velocidade de cruzeiro dos 120 km/h permitidos para algo entre 130 e 140, e a cada descida ou reta sem outros carros ia esticando a 150, 160. quando "Bullet with butterfly wings" começou, lembrei de quão boa é essa música, e de quão importante ela foi (e é) na minha vida. a cada vez que o Billy Corgan gritava a última palavra do refrão, eu ia junto: "despite all my rage, I'm still just a rat in a CAAAAAAAAAAGE".

 

eu precisava desabafar já há coisa de vários meses, e berrar junto com os Smashing Pumpkins a 150 km/h era a melhor forma de fazer isso. em "1979", fui acompanhando a letra, cantando alto, and we don't even care, just restless as we are. comecei a chorar, e a lembrar como essa música me faz sonhar e me avisa que não há limites para onde posso chegar. veio "Zero" e seu pessimismo metaleiro, e eu não me abati, apenas para voltar a chorar em "Tonight, tonight" e seu aviso: believe, believe that life will change, that you're not stuck in vain. e que termina com uma das "coisas que eu nunca te disse": acredite em mim como eu acredito em você.

 

quando "Tonight, tonight" acabava, apareceu, bem atrás de mim, um dos carros com que ando sonhando, um Volvo C30. faróis de xenônio acesos (era meio-dia), ele vinha em disparada. como eu estava num estado de daydreaming, achei que era o caso de perseguir o meu sonho, literalmente, e acelerei o 206 da minha irmã para acompanhá-lo. 130, 140, 150... e ele ia se distanciando. 160, 170, um novo recorde pessoal de velocidade... e ele ainda abrindo espaço.

 

foi só a 180 km/h que ele parou de ficar mais longe de mim. mas fiquei apenas dez segundos nessa velocidade, para ver se o C30 não fugiria mais: ele ficou à mesma distância. estava ouvindo "Tonight, tonight" mais uma vez, e meu sonho estava ali, sem fugir de mim. e quando chegaram as duas do "Adore", o melhor disco da história, eu já me aproximava da Tamoios, aquela estradinha horrorosa que leva ao litoral. mas eu não estava ali... estava nas nuvens. foi questão de descer cantando junto de novo, lovely girl you're the beauty in my world e todas aquelas coisas lindas, strangers down the street, lovers while we sleep.

 

eu havia ganho meu dia, e olha que nem havia chegado à parte que imaginava que seria a mais legal dele.

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Lesosibirsk

- quatro dias de barba por fazer
- relógio biológico precisando de corda
- nada de Coca Light na geladeira
- o trabalho só volta em fevereiro

mas enfim, vou ali encarar 2009. feliz ano novo a todos, a gente se vê daqui a pouco.

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terça-feira, dezembro 30, 2008

palma

ano passado, quando eu trabalhava em uma área da Telerj que se caracterizava por não trabalhar, tinha muito tempo para vasculhar a internet atrás de coisas absurdas. em uma das minhas pesquisas, para achar algum lanche bizarro de um McDonalds estrangeiro, achei um sanduíche, no braço finlandês da rede, que era delicioso: pão-folha, frango, alface, tomate, queijo e molho. ele levava o nome de Kanatortilla, e foi produzido entre 2005 e 2007, pelo que entendi com meus poucos conhecimentos de finlandês. pela foto, achei tão gostoso que mandei um email para o McDonalds brasileiro, com o link e tudo mais, sugerindo que o lanche fosse vendido cá no Brasil.

muito atenciosos e impessoais, os respondedores de mensagens da rede me mandaram uma resposta padrão, dizendo que a sugestão seria estudada. e agora, ano e meio depois, criaram o Chicken Wrap, que por ora nem está na página oficial do McDonalds brasileiro e só não é uma cópia fiel da Kanatortilla da terra do Mika Hakkinen porque é menor e não leva tomate. mas é delicioso, e tem duas opções de molho: limão e maionese, sendo que esse último é o melhor. e mesmo com o molho mais engordativo, é o primeiro sanduíche realmente light do McDonalds no Brasil, tanto é que, se você pegar um, mais uma salada de copinho no lugar das fritas e uma Coca Light, vai engolir menos de quatrocentas calorias, podendo até se permitir uma casquinha (195 calorias) ou um frozen iogurte com frutas e cereais (183 calorias). não é legal? eu só espero que o Chicken Wrap dure além do verão e vire uma opção permanente.

p.s.: meu próximo passo vai ser sugerir a adoção da Salada Midi Mediterranea que servem nos McDonalds da Moldávia e da Romênia. os ingredientes dela são: pepino (castraveti), cebola (ceapa), tomate (rosie), queijo feta (branza Feta), azeitona preta (masline negre), cenoura ralada (morcov ras), nabo (varza) e alface (salata Eisberg). yummm!

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tirolesa

ando viciado em algumas músicas. nada novo, nada alternativo, nada de mais. mas elas ficam tocando o dia inteiro:

- "Linger", dos Cranberries: essa eu gosto desde 1994, quando ouvi pela primeira vez. na época eu não entendia a letra e também nunca fui ler; isso até agora, quando li e fiquei impressionado com coisas como "you got me wrapped around your finger, do you have to let it linger?", por mais banais que sejam;
- "All good things (come to an end)", da Nelly Furtado: tava ouvindo a Antena 1, voltando para casa, quando ouvi uma voz feminina bem doce dizendo "flames to dust, lovers to friends, why do all good things come to an end?", e a forma como ela encaixava a última frase era apaixonante. a versão ouvida tinha um rap em italiano que se intercalava com os versos, cantado por um cara. quando cheguei em casa, digitei o refrão no Google e deu que a canção, de 2006, tem inúmeras versões locais, e que a brasileira é com... o NXZero cantando com a senhorita Furtado. prefira a original, sem más companhias;
- "The real thing", da Lisa Stansfield: uma paixão de colegial... desde 1997 é uma das minhas pop songs preferidas (do Rogério também, que eu me lembre). clichê pra caramba, não? mas é muito boa;
- "Astronomy domine", do Pink Floyd: na semana passada rolou o amigo secreto da família, e minha tia Zezé fez de mim o cara mais feliz do mundo quando me deu a edição remasterizada do "The piper at the gates of dawn", primeiro disco do Pink Floyd. em dois discos (mono e estéreo), libreto com fotos da época, e aquele som delicioso. eu ouço a música de abertura desse disco - que é, aliás, onde o Blur plagiou se inspirou para fazer "Far out" - e penso em como o Pink Floyd seria uma banda muito melhor se o Syd Barrett não tivesse surtado logo depois desse disco, que saiu em 1967;
- "1979", dos Smashing Pumpkins: essa era assunto de um outro post, sobre a viagem. ele já está escrito, mas eu censurei inteirinho porque não ia agüentar as conseqüências de me expor assim. de toda forma, aproveitei a ida a Deprelândia para trazer minha caixa "The aeroplane flies high" para casa, e agora ela está ali, tão linda na minha estante...

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segunda-feira, dezembro 29, 2008

coisas que eu nunca te disse #41

I set myself on fire without you, without you
I wrote a song about you, about you
that not a soul was meant to hear, except you

(Ladytron, "Burning up", 2008)

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verdadeiro

manchete do Maplink, página de trânsito: "hoje é o melhor dia para deixar cidade de São Paulo". para fazer ainda mais sentido, essa frase deve ser aplicada fora de seu contexto.

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sexta-feira, dezembro 26, 2008

armada

CIA obtém colaboração de chefes afegãos em troca de Viagra, diz jornal

Washington, 26 dez (EFE) - A CIA (agência de inteligência americana) usa uma variedade de incentivos para obter a colaboração de chefes tribais afegãos na luta contra o Talibã, incluindo a distribuição de pílulas de Viagra, informou hoje o jornal "The Washington Post".

O jornal indicou que seus informantes, funcionários dos serviços de inteligência não identificados, explicaram que os agentes da CIA "usaram uma variedade de serviços pessoais para ganhar o favor dos chefes e caudilhos guerreiros, cujas lealdades mudam notoriamente".

O artigo descreve o caso de "um chefe afegão que parecia muito mais velho que seus 60 anos, cujo rosto barbudo mostrava os sulcos de um homem cheio de obrigações como patriarca tribal e esposo de quatro mulheres mais jovens".

"Seu visitante, um agente da CIA, viu uma oportunidade e buscou em sua mochila um pequeno presente", acrescentou o artigo. "Quatro pílulas azuis. Viagra".

"Tome uma destas. Ficará encantado", disse o agente ao chefe tribal, segundo o jornal.

"O agente que descreveu o encontro retornou quatro dias depois e teve uma recepção entusiasmada", continuou. "O chefe, sorridente, ofereceu muitas informações sobre os movimentos e rotas de abastecimento dos talibãs, e pediu mais pílulas".

Entre outros presentes que a CIA distribui em troca de informação - segundo o jornal - estão facas de bolso, remédios, instrumentos cirúrgicos, brinquedos e objetos escolares, extrações de dentes e vistos para viagens.

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segunda-feira, dezembro 22, 2008

ou não

Adoro Radiohead. Thom Yorke canta muito e a banda é boníssima. Não creio que Milton se entusiasmasse com eles, mas há algo de Minas ali sim. Como sou baiano, muitas vezes prefiro até Arctic Monkeys, pela linhagem mais seca, que vem de Sex Pistols, Nirvana, Strokes - e o eterno disco dos Pixies na BBC. Radiohead é muito líquido. O som é muita água e o texto é muito obscuro, muito “não quero que você me entenda”. Mas é um grupo refinado e caprichado. Lindo de se ouvir. Acho que não vou ao show da Madonna, mas ao do Radiohead eu quero ir.

(Caetano Veloso, mandando ver em seu blog. aliás, este é o primeiro post que escrevo no meu direto de Paraibuna)

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hora certa



acho que nunca vi uma foto expressar tão bem uma relação de causa (Carla Bruni) e efeito (o sorriso permanente do Sarkô).

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Voronezh

aí uma amiga, em crise com o namorado, me pergunta "cadê as pessoas que se imaginam juntas?", diz que se sente sozinha por não achar alguém assim e que não entende como se mete com pessoas que "nem sonhar um pouquinho sonham".

não tive uma boa resposta para ela, mas por algum motivo achei que fosse o caso de colocar aqui.

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domingo, dezembro 21, 2008

sabonete

o tédio é a conduta que se impõe: chove na maior parte do tempo, espirra-se com facilidade por conta de como tudo ficou, os dias se acumulam sem novidades. e eu fico feliz pela efemeridade da data e pelo desprendimento meu a esse lugar no resto do ano. e se tive, um dia, algum remorso por tratar isso aqui como "Deprelândia", o vulgo se justifica plenamente: basta vir para lembrar.

*

leio, enfim, o "Abaixo de zero", romance de estréia do Bret Easton Ellis, e já estou a trinta páginas de seu fim. o que dá para adiantar é que o livro é um tratado sobre o vazio, o tédio alienado e a cocaína, e que é muito bom. mal posso esperar para comprar a continuação dele, o "Regras da atração", e ver como tudo é do outro lado dos EUA, na faculdade em que o Clay estuda.

o mais curioso é que li o livro na época certa: a personagem principal volta para férias de fim de ano com a família, e vai engatando uma festinha de pó na outra, uma carreira na outra, sem que não haja nenhuma autoridade (familiar, policial, reverencial etc) para controlar isso: é apenas a alienação dele e de todos que vivem ali no meio, tratando a cheiração, o hedonismo e umas coisas inconcebíveis como se nada fossem. descontada a parte do glamour, quem sabe poderia ser ambientado por aqui.

*

enquanto isso, vou pensando em coisas para o ano que vem: aprender a falar, passar mais tempo na escola, comprar uma luminária para deixar do lado da cama, ter um pulôver preto, assistir o Kraftwerk no Rio, mudar o horário da academia, (parte final desse parágrafo censurada).

mas a parte mais legal pode ser o que mencionei por aqui uns tempos atrás: guardar mais segredos.

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coisas que eu nunca te disse #40

if you, if you could get by
trying not to lie
things wouldn't be so confused
and I wouldn't feel so used
but you always really knew
I just wanna be with you


(Cranberries, "Linger", 1992)

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diluiu

tem uma série de fotos de Moscou à noite no English Russia, tirei essa daqui de lá. mas as outras - que não são de prédios - também são apaixonantes. o título do post é apenas a constatação de que as pessoas todas estão diluídas aí dentro.

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sábado, dezembro 20, 2008

realidade

em uma resenha do Jetta, descrito como "so boring you want to die", Jeremy Clarkson conta a seguinte história:

Once, when I was working on a local newspaper, I came home at night and told my girlfriend that we’d had some new office furniture delivered to the office. Moments later, when I realised what I’d said, and how deeply uninteresting this was, I left her, the job and moved to London.

sentado aqui, com a Duda no colo, percebi que isso aconteceu comigo. quer dizer, a primeira parte; nesse exato momento eu acabo de perceber o que falei, e o quão profundamente desinteressante isso era. eu tenho consciência do que aconteceu, e já é um bom começo, mas agora falta tomar uma atitude, e eu vou tomá-la.

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etiqueta

oi, tudo bem? estou aqui em Deprelândia, interior de São Paulo, terra da minha família - a deprê não é pela família, como sabem, mas pelo ambiente de gentinha e de tédio que por aqui se abate desde pelo menos 1981, quando comecei a perceber que viver nesse estado me dava sono. fico aqui até o dia 28, então é um teste de sobrevivência por mais oito dias, no qual espero não falhar.

pensando bem, falhar mesmo é ficar aqui para sempre.

*

nada parece ter mudado aqui: as pessoas continuam feias, a economia continua sem um centavo a mais, o sotaque carregadíssimo me faz pensar "nossa, eu já falei assim" e, mais do que isso, me inspira consultas a um profissional em fonoaudiologia, no próximo ano, para podar o que sobrou desse período deprelandense e, quem sabe, adotar o tal "sotaque zero" pregado pela Globo. nada contra quem puxa o "r" (oi, Paula), eu só acho que preciso melhorar minha oratória e que isso passa por um sotaque neutro, tão suscetível a mudanças quanto a elaboração de um Big Mac, por exemplo.

*

mas Deprelândia também tem seus pontos positivos: a culinária, os meus amigos (quem tinha que sair já saiu, agora ficaram aqueles que estarão aqui para sempre), a possibilidade de dormir doze horas por noite e de colocar em dia a leitura. e tem a Duda, a gata vira-lata de três cores que minhas irmãs trouxeram para casa e que, mesmo só tendo me visto uma vez na vida, já está deitada no meu colo, se equilibrando enquanto escrevo esse post.

falta só colocar um capim no canto da boca e pegar a Dodge Ram, né?

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quinta-feira, dezembro 18, 2008

balística

a semana está acabando, o ano está acabando: que bom. assim fico mais leve, livre de maiores emoções, ganho um pouco de tempo para respirar - o que é tudo o que tenho desejado ultimamente.

quer dizer, isso e que a lâmpada do meu quarto fosse consertada por software, já que detesto trocar lâmpadas.

*

ontem decidi que minha vida precisa de mais Neil Young, então decidi ir atrás; provavelmente não vou descansar até colocar minhas mãos naquela coletânea dupla, "Decade", depois em mais uns dois ou três álbuns - só tenho o "Sleeps with angels" e o "After the gold rush". nesse último, inclusive, tem uma música maravilhosa chamada "Southern man", que só esses dias eu fui descobrir que era sobre racismo e escravidão no sul dos EUA. mas o mais importante de ouvir o senhor Young, que faz anos no mesmo dia que eu, é o fato de que eu preciso tomar umas porradas sonoras no aparelho de som, até mesmo para evitar umas por outros meios.

*

dois DVDs, duas revistas, três livros, o ABCD dos remédios (Aspirina, Benegrip, Centrum, Dramin): estou pronto para fazer a viagem que menos quero fazer esse ano. cadê a máscara de oxigênio?

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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Nevinnomyssk

ontem, em meio a diversos problemas de comunicação, algumas fraquezas biológicas, a explicação oficial e a extra-oficial se confrontando, a perda de pressão em um lugar e o aumento da pressão em outro, aconteceu uma coisa inesperada: eu ganhei um abraço. efusivo e inesperado, como não ganhava há muito tempo. e foi muito bom, eu estava precisando de um e não sabia.

*

já hoje cedo, enquanto passava o clipe de "Creep", do melhor disco do Radiohead, aconteceu uma cena que, se um dia a minha vida virasse filme, teria que ser incluída de alguma forma. ela resumiu bem o que foi o ano, e durou não mais do que três minutos. mas mais que isso eu não posso contar, uma pena. tudo o que posso dizer é que logo depois de "Creep" a MTV passou o clipe de "Linger", aquela deliciosa balada watersugar do primeiro do Cranberries, e uma música na qual eu estava pensando ontem à noite.

se a pessoa responsável pela programação do canal estivesse por aqui, eu lhe daria um abraço, efusivo e inesperado.

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terça-feira, dezembro 16, 2008

luftkastellet

já descobriu qual a grande tendência para 2009? eu descobri: guardar segredos. mas não falo mais nada sobre isso.

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segunda-feira, dezembro 15, 2008

primeiros socorros

tem uma seqüência no "Casino Royale" em que o James Bond é envenenado; sabendo disso, ele corre até o toilette quando a pressão começa a cair, e lá faz um paliativo para se manter lúcido, depois vai cambaleando até o Aston Martin para acionar o desfibrilador, já que estava tendo uma parada cardíaca.

guardadas as devidas proporções (bem distantes, diga-se), hoje aconteceu algo parecido, quando eu me intoxiquei de farinha branca (literalmente: eram carboidratos refinados, não uma overdose de Brizola) e sabia disso... comecei a me sentir mal e sabia que meu organismo não reagiria bem. começou pelo meu humor: quando vi que ficar seria insuportável, peguei o carro e saí do trabalho, com a gravata desatada e o ar-condicionado jogando um vento frio na minha cara. ao mesmo tempo, eu, que tenho dores de cabeça uma ou duas vezes por ano, estava com uma que era absurdamente forte e, pior de tudo, do lado direito do cérebro - digo que é pior porque eu sinceramente não me lembro de ter tido uma dor desse lado em toda a minha vida.

chegando em casa, uma surpresa: minhas aspirinas haviam sumido. sabendo que era preciso fazer alguma coisa, decidi tomar um longo copo de água e correr para a academia, onde achei que estivesse a melhor cura: uma descarga de adrenalina suficiente para levar qualquer coisa de ruim para longe de moi. e deu certo, saí de lá quase sem dor alguma na cabeça, liquidando-a com um pouco de chocolate intravenoso, bem pouquinho.

espero que agora eu tenha aprendido a lição e não faça mas isso, haha. mas é difícil...

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Izhevsk

tentando salvar a paulistada...

Bruno diz:
acabei de receber uma possivel proposta de trabalho ai em bsb
Bruno diz:
sera que devo aceitar?
palandi diz:
huuummmm
palandi diz:
se pagar bem, aceite na hora
palandi diz:
se pagar mal, aceite na hora também, porque aí pelo menos você vai viver numa cidade bonita

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domingo, dezembro 14, 2008

é meu



tudo bem, eu já devia ter comprado esse disco há quatro anos, que foi quando a versão "somada" saiu: é o "Love is hell", quinto disco do Ryan Adams e seu melhor trabalho até hoje. infelizmente não é a versão japonesa, que tem uma porrada chamada "Fuck the universe" como faixa-bônus, mas ainda assim vale muito a pena, especialmente pela segunda metade do disco.

não que a primeira parte seja ruim, já que tem "Avalanche" e a versão despojada de "Wonderwall", mas a segunda é de uma beleza indescritível. de "My blue Manhattan" até a destruição sonora de "Hotel Chelsea nights" (pense em "Purple rain", do Prince, possuída pelo diabo). é um daqueles discos que eu só não digo que gostaria de ter feito porque o senhor Adams deve ter sofrido à beça. mas parece ter valido a pena: foi na época das gravações de "Love is hell" que ele começou a namorar a Parker Posey...

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genética

coisas para a semana:

- ler mais sobre o Buckminster Fuller
- torcer para a bolsa dar uma leve despencada
- procurar apartamentos no começo da Asa Sul
- comprar o presente de Natal da minha avó (alguém aí sabe onde vende pantufas, por favor? é urgente)
- juntar a documentação da pós
- torcer para que minha encomenda chegue a tempo
- levar o "Head music" pro carro e ouvir se fizer sol; se chover, fico com o "Adore".

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trevo

com essa redução no imposto sobre produtos industrializados, anunciada pelo governo brasileiro para tentar nos convencer a comprar mais carros, eu fiquei tentado a trocar o meu em um Impreza ou em um C30. mas ainda tá caro demais.

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sábado, dezembro 13, 2008

melancia

não vejo a hora de a Madonna ir embora do Brasil.

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panela

(um post consumista)

foi inaugurada a loja da Hugo Boss no Parkshopping, e tem uns ternos lindos na vitrine. não ousei entrar, mas achei os preços (três mil reais) condizentes com a qualidade deles. ano que vem terei meu terno flagship, e espero que seja deles. enquanto isso, busquei aquele cinza que comprei na semana passada, e hoje ele me pareceu mais bonito do que no dia em que resolvi que ele seria meu. mas só será estreado em 2009, já que só tenho mais uma semana de terno em 2008 e ela será ocupada pelo preto.

*

uma surpresa bem desagradável: a TIM, minha operadora, não tem um plano de dados ilimitado para o iPhone, o que vai adiar a compra de um para fevereiro, quando entra em vigor a portabilidade numérica em Brasília e eu vou dar uma banana para os italianos - viva a Vivo. limitar o consumo de dados, a essa altura do campeonato, é um atestado de burrice: dois vídeos do YouTube por dia e lá vai um giga de banda, sem a mínima cerimônia.

*

ontem, almoçando com vista para o lago, passei numa livraria com uns amigos e lá estavam os dois primeiros volumes da antologia do "Pasquim": levemente alto, por conta de um chope (é, um só), não levei o primeiro volume, que estou me prometendo há muito tempo. já sei que terei de comprar um esta semana, antes de viajar - do contrário, morrerei de tédio naquelas terras onde predomina a aridez intelectual. mas eu espero que as coisas estejam melhores em Paraibuna.

*

olhando a vitrine da Osklen, a vontade de entrar lá e comprar alguma coisa, qualquer coisa. eu sei que a marca não faz muito meu estilo, mas é tudo tão bonito que fico assim.

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sexta-feira, dezembro 12, 2008

fomento

ih, fui pego: estou completamente sem assunto. melhor recomendar outros textos:

- There is a plague sweeping America. It is the plague of bitchy unfeminine women. And it is getting worse. - o alerta é do Roissy.

- depois de muito tempo, ontem desenterrei meus discos do nick drake. enquanto escutava, me lembrei do quanto gosto deles. é como se fizessem reaparecer o que há de melhor em mim, há muito esquecido ou até mesmo enterrado por motivos desnecessários - a Lisa falou isso, eu corri na estante, peguei o "Five leaves left" e ouvi "Time has told me", a melhor música da história.

- O ritmo também mudou. Menos baladas, menos stuffs, menos finais de semana vivendo só de soft drinks (morritos oi?). Hoje a vida pede mais sustância. Encher um jeans, ter um peso, um braço. - esse do Man in the Box foi tailor-made pra mim.

- Pense bem, meu doce internauta: um sujeito com a grana do Ronaldo, em fim de carreira, festeiro e descasado iria querer trocar seu amado Rio de Janeiro por São Paulo? Iria querer enfrentar a marginal do Tietê todos os dias a caminho do trabalho? - Barbara Gancia, levantando um ponto da questão que ninguém abordou até agora.

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quinta-feira, dezembro 11, 2008

homem do dia

Tomás Adam, disparado: driblou um petista, driblou dois, bateu a foto e... gol, apareceu no blog do Reinaldo Azevedo ao lado do próprio. fiquei tão emocionado que até liguei pro Pedro e mandei mensagem pro Fábio. se gaúcho fosse, eu votaria nele pra senador, nas eleições de 2026 - te cuida, Paulo Paim.

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coisas que eu nunca te disse #39

he said:
"I won't throw myself from the pier
I'm gonna go home and shut up for a year
and when the year is over I'll reappear
and have a solution"

I've reason to believe that what I find
is gonna change the face of humankind


(dEUS, "The architect", 2008)

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it might just be fantastic, don't get me wrong!

semana de altos e baixos, em todos os lugares. deixa eu tentar explicar:

- depois de ficar sem academia na segunda e na terça-feira, decidi encarar os limites do meu ombro e fui na quarta. expliquei a situação ao André, meu instrutor, que me passou uma série especial e mandou eu exorcizar todos os demônios na esteira. deu certo: bati meu recorde de tempo correndo sem parar - 25 minutos, ante os 20 anteriores - e saí de lá fino. mas fino mesmo, eu colocava a mão na minha barriga e não acreditava. mesmo que estivesse desidratado e que, ao ingerir o decímetro cúbico de água que precisava, voltasse a ficar inchado. hoje tem mais porrada...

- o patrão de São Paulo, o da Popload, me pediu para que fizesse um texto sobre algo de que adoro falar, e ele acha uma chatice. opa, agora mesmo, e em dez minutos a coisa estava pronta. raramente lembram de quando falo bem de alguma coisa, exceto pelo Suede, mas é isso que gosto de fazer. esse negócio de falar mal dos outros não é legal;

- recebi uma proposta legal para empatar meu tempo ocioso no ano que vem, espero que vá para a frente. ainda não é para sair da Telerj nem vai me dar ganhos extraordinários (snif), mas vai ser bastante útil e bastante interessante, especialmente para aprender coisas sobre um assunto do qual não entendo nada-nada-nada.

- precisei fazer uma ligação para os EUA hoje e, surpresa, entendi tudo o que minha interlocutora dizia, exceto o nome dela. mas isso nem foi problema, no final das contas, e serviu para me animar, já que meu ponto fraco no inglês sempre foi escutar o que os nativos falam - eu consigo entender um norueguês falando inglês, mas um cockney ou um americano médio me causam problemas.

- fui presenteado com um fone de ouvido espetacular, bem melhor do que os que uso aqui na Telerj (que são aqueles da TAM, na verdade...*FAIL*). esses aqui são tão bons que me fizeram diminuir o volume em 70%, e agora escuto tudo com uma qualidade muito melhor, uma dinâmica espetacular e, melhor de tudo, isolado do planeta. se não fosse pelos destroços do meu chefe que voariam, poderia até cair um míssil na sala dele, logo aqui à minha frente, que eu não ouviria.

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

defesa

que pena que a XP (ainda) não opere em outras bolsas. achei, completamente por acaso, algumas informações sobre a EADS (holding aeroespacial européia que controla a Airbus, entre outras) e acho que estamos em um bom momento para comprar os papéis. vou acompanhá-los, só para ver como me saio na previsão.

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terça-feira, dezembro 09, 2008

coisas que eu nunca te disse #38

I leave a message every night
but you don't call me
the only times we ever talk, you're in a hurry

(...)

I thought we were the same
but now you play this game
you're young, no fun
and you're making me crazy

well, are you afraid of me?


(Rooney, "Are you afraid?", 2007)

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elíseo

mini-resenha gastronômica do dia: depois de encerrar, hoje, uma das mais longas novelas burocráticas da minha vida, fui até a Livraria Cultura pegar um DVD que havia encomendado e, já que estava no CasaPark, resolvi experimentar o Laguna, um restaurante um pouco escondido que tinha umas opções de prato executivo. queria comer frango grelhado, mas só havia uma opção, acoplada a uma salada que tinha umas coisas bizarras no meio; sem saída galinácea, acabei comendo filé com um penne à romanesca (cogumelos, presunto, ervilhas e um molho branco bem leve).

demorou quarenta minutos, mas o prato veio à contento: gostoso e com boa apresentação. reconhecendo o atraso, o Laguna foi honesto e me ofereceu, além das desculpas protocolares, um desconto de 15% no meu prato. se não fosse por esse gesto, eu estaria irritado com o restaurante e daria aqui uma nota 6; como achei isso do desconto sincero e simpático, e também por ter simpatizado com o ambiente, a nota mais justa é 7.

*

estou aqui baixando os dois discos do Rooney, banda californiana de pop que é mais conhecida (???) no Brasil por "I'm a terrible person", tema do comercial da Carolina Herrera que me deixou apaixonado pela Lisa Cant, e que vira-e-mexe é mencionado aqui. ouvi boas referências até demais, e como estou precisando de algo animado e tropical para ouvir no carro - essa semana o calor está insuportável em Brasília - um pop bem cuidado é sempre bom. e se for realmente bom, já compro os dois cds de uma vez.

afinal de contas, eu sou uma pessoa terrível.

*

Ronaldo gordo no Corinthians? ótimo. se alguém quiser comentar a notícia, que fique à vontade. amanhã eu vou consultar o Ivens para ver o que ele acha dessa. e por falar em futebol, meus parabéns ao São Paulo, que foi o melhor time, subiu de produção na hora exata. se eu gostei de quem foi o campeão? gostei quando lembro que a alternativa era o Grêmio, então foi bom demais.

só espero que o Santos tome vergonha na cara, ano que vem, e decida jogar.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

âmbar

e de uns tempos para cá eu comecei a sentir na pele uma frase que ouço desde pelo menos meus quinze anos de idade: « o difícil não é chegar ao topo, o difícil é manter-se no topo ».

nada mais verdadeiro.

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letra de forma

sexta-feira fui com uns amigos da Telerj ao Oliver, restaurante dentro do Clube de Golfe de Brasília. vista bonita, gatinhas com pinta de aristocratas, cadeiras pesadas e uma fórmula estranha para se pedir o prato: ou você pedia o primeiro e depois o segundo pratos, ou descobria que várias das opções de segundo prato vinham com acompanhamentos semelhantes aos primeiros pratos. quando descobri isso, achei mais conveniente pegar um desses segundos, um filé que era rodeado por espaguete.

bem, o espaguete era bem fraquinho, mas o filé, temperado apenas com sal grosso, era muito bom - tal qual a bruschetta da entrada. parece um bom lugar para se ir com calma e, de preferência, depois de uma disputa acirrada no campo ali em volta. como restaurante, o Oliver merece uma nota 7 - insuficiente para se ranquear entre os cinco melhores de Brasília, mas bem acima da média.

*

no sábado foi a vez de ir com Lelo e Craudio ao Servus, um restaurante austríaco (!) a caminho de Unaí (!!!). a sério, ele fica depois de São Sebastião, é bem longe e, infelizmente, mal sinalizado. de toda forma, o intrépido Chad acertou de primeira a localização e lá nos aboletamos. a atmosfera dele é bem simples, para não dizer simplória... mas ali quem vê cara não forra o estômago, que afinal é o motivo da visita: culinária austríaca quer dizer, basicamente, culinária alemã mais culinária húngara, já que a Áustria não tem uma cozinha de personalidade. mas o joelho de porco, o goulash, o spätzli, os embutidos, a mostarda... yummm, um melhor que o outro.

eu já tinha ido ao Servus uma vez, no longínquo ano de 2003, quando o restaurante boicotava a Coca-Cola (!) por causa da Guerra do Iraque (!!!) - sem saber que a Coca-Cola fora, em 2000, a segunda maior financiadora individual do Partido Democrata, derrotado nas eleições daquele ano. desta vez a casa funcionava sem boicotes, e lancei mão de três Cocas zero para rebater a páprica e outros elementos mais pronunciados dos pratos. falando em pratos, repeti o prato quatro vezes - a primeira e mais quatro, quero dizer.

explico: como o restaurante é longe e nem sempre meus amigos se animam a ir até lá, era o caso de aproveitar o máximo possível, nem que isso significasse sair de lá transportado por uma ambulância da Golden Cross, haha. enfim, a comida é muito boa, apesar de o serviço neste sábado estar horrível: o próprio garçom pediu desculpas duas vezes pelo fraco atendimento. o Servus merece uma nota 7,5, e devo avisar: a casa não aceita cartão de crédito, apenas dinheiro e cheques, sendo assim saque uma grana antes de rumar para lá - uns 45/50 reais por cabeça, incluindo bebidas, dez por cento e sobremesa.

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no domingo, sem nenhuma ressaca da noite de destilados na casa de Otto e Carol (assunto para outro post? não sei), encarei, ao lado do Lelo, a Hamburgueria Gourmet, na QI 11 do Lago Sul. eu adoro essas casas de hambúrgueres sofisticados, e sempre que estou em São Paulo passo em uma delas - Rockets, Fifties, Joakin's, qualquer uma serve. se o serviço do Servus, no dia anterior, já fora ruim, o da Hamburgueria Gourmet era de matar o Brasil de vergonha. tive de repetir três vezes o meu pedido, para que o surdo que me atendeu pudesse anotar... e olha que eu nem falo enrolado ou para dentro. depois, ele errou o nosso pedido de entrada e, ao invés de petiscos de salmão, trouxe uma salada muito sinistra, que recusamos - e ela acabou sendo empurrada para a mesa ao lado.

quando o sanduíche chegou, um viva: a carne dele é a melhor que já comi no Distrito Federal. as outras coisas acompanham de modo correto, mas não há maionese, o que é um flagrante absurdo e tornou o lanche um tanto seco. enfim: é bom, mas o Marvin faz melhor, e não foi o suficiente para salvar do serviço calamitoso, que ainda tinha um ar-condicionado absolutamente polar, até mesmo para um islandês da gema como eu. sendo assim, só dá mesmo é para atribuir um 3,5 à Hamburgueria Gourmet e dizer uma das minhas frases preferidas: « isso aqui não é São Paulo ».

mas bem que dessa vez podia ter sido.

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domingo, dezembro 07, 2008

lataria

encerrando por hoje: estive na Subaru sexta-feira, olhando de perto o Legacy, modelo topo-de-gama da marca japonesa. ele é bem mais bonito menos feio ao vivo, e o interior é nota dez. em movimento eu não sei, adoraria dirigi-lo para saber se é a Coca-Cola toda que propagam por aí. alguém aqui já o dirigiu? gostaria de ouvir uma opinião.

*

uma salva de palmas para o blog mais engraçado do ano: Wagner & Beethoven. já imaginou como seria a vida dos dois compositores se fossem roommates em São Paulo? alguém pensou, e o resultado é sensacional.

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meridiano

uns tempos atrás eu falei de um grande disco que descobri e que era um dos melhores desse ano. é o "Wilderness", do Brett Anderson. sou suspeito para falar de qualquer coisa que ele faz: o Suede é minha banda preferida, me fez acordar para uma série de coisas na minha vida, provou que é possível fazer um grande disco sem qualquer sinal de melancolia, mantinha no palco aquela cumplicidade com os fãs que saía das caixas de som.

quando a banda acabou, o Brett voltou a falar com o Bernard Butler, primeiro guitarrista do grupo, e os dois fizeram um disco como The Tears. o disco tinha um single lindo, mas foi feito com uma certa preguiça: havia bateria eletrônica por todos os lados, nenhuma preocupação com os vocais, pouca unidade nos temas. e nunca teve grande sucesso comigo. depois saiu um disco solo do senhor Anderson, muito fraco. e eu achei que ele talvez pudesse ter esgotado o seu talento.

mas esse "Wilderness", que eu só baixei porque o cara tem todo o crédito do mundo comigo, me provou que ele continua sendo o cara. não tem nenhuma revolução, não tem nem muita variedade: o disco todo é monocórdico, parece uma única música. mas é cantado e tocado com todo o sentimento do mundo, e parece que foi feito como um grande desabafo, sem ensaios, sem pensar antes. é a coisa mais espontânea que ouvi esse ano.

provavelmente vou fazer um texto sobre ele, mas, enquanto ele não sai, é bom que conheçam o disco. provavelmente só eu vou gostar (as críticas que li são destruidoras), mas pouco importa: "Wilderness", assim como seu autor, mora no meu coração.

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gaita

eu moro num bairro legal. tranqüilo, não muito afastado do centro de Brasília, dá até pra ir a qualquer ponto do Plano Piloto enquanto se ouve "Midnight", da Nikka Costa, três vezes - isso quando não estamos em horário de pico. mas tem um porém: meu bairro é a personificação do subúrbio. daqueles subúrbios americanos, mas adaptados ao padrão estético brasiliense - blocos de três e seis andares, horizontalmente bem extensos. e, por mais que haja quem classifique esse bairro como elitista, eu não concordo. para mim, a elite está nos lagos e, para quem faz questão de morar em apartamento, do meio para o fim das asas.

apesar de não ter do que reclamar daqui, essa atmosfera meio bucólica me dá vontade de mudar, então do início de 2009 não passa: vou para a Asa Sul. morar mais perto do trabalho, sentir-me um pouco mais about town (dentro dos parâmetros brasilienses), sentir um pouco mais do plano original da cidade. porque, por mais que esse Sudoeste seja um bom bairro, a vibe está na Asa Sul - então é para lá que eu vou.

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sábado, dezembro 06, 2008

tinhoso

The Dante's Inferno Test has banished you to the Fifth Level of Hell!
Here is how you matched up against all the levels:
LevelScore
Purgatory (Repenting Believers)Very Low
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers)Very Low
Level 2 (Lustful)Very High
Level 3 (Gluttonous)High
Level 4 (Prodigal and Avaricious)High
Level 5 (Wrathful and Gloomy)Extreme
Level 6 - The City of Dis (Heretics)High
Level 7 (Violent)High
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers)High
Level 9 - Cocytus (Treacherous)High

Take the Dante's Inferno Test

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sexta-feira, dezembro 05, 2008

deutério

a seguir, neste blog:

- empreitadas gastronômicas
- saindo do subúrbio
- liquidando a fatura
- o melhor blog de humor do ano
- melhor ao vivo. e em movimento, será?

não percam: o endereço é esse aqui mesmo. até daqui a pouco!

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quinta-feira, dezembro 04, 2008

hemeroteca

e então na semana passada eu me vi no elevador do Senado, junto com o meu chefe imediato, o chefe máximo e o braço-direito deste. este o meu nome completo no crachá, tomou impulso e o falou em voz alta, antes de concluir: "isso é nome de diplomata". eu sorri, embora ache que nomes de diplomata tenham que ser mais objetivos.

mas é nessas horas que o meu deslumbramento interiorano ainda aparece, já que não consigo agir com muita naturalidade quando me dirigem a palavra. naquele dia me haviam confiado uma missão um pouco mais importante, e não tremi diante dela - só mesmo depois, quando me falaram que tudo havia corrido bem.

*

se a vida profissional é um jogo de xadrez, tenho a leve impressão de que descobri apenas agora que tenho duas torres e dois bispos, e que estava jogando com apenas um de cada. e que o adversário tem apenas seis peças, duas delas peões, prontas para serem destruídas pelo meu plantel quase completo. isso é bom. dá a impressão de que guardei alguma coisa durante um bom tempo... mas sem saber que estava guardando isso. mesmo assim, posso conseguir mais... e assim será.

*

já decidi o que quero fazer nas próximas férias. para variar, nada de paz para a minha cabeça... do jeito que tem que ser mesmo... hahahahaha...

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piada do dia

essa é da Popbitch:

An old lady turns to her husband at party. "Oh dear", she says, "I seem to have let out a silent fart. What should I do?"

Her husband replies "Get a new battery for your hearing aid".

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quarta-feira, dezembro 03, 2008

rapadura

ufa, consegui: um terno cinza, de lã fria super 120, liso, três botões, a um preço que os italianos diriam ser ragionevole. ficou na loja para ajustes, devo retirá-lo na semana que vem. mas confesso que estou com a cabeça em um outro terno cinza, que vi ontem e custava pouco mais que o dobro: a lã, super 140, é da Marzutto (holding têxtil italiana que controla a Valentino e a Hugo Boss); o corte impecável, por sua vez é feito em Portugal. ou seja: ítalo-português, igual à minha ascendência... tão igual que a Marzutto é de Milão, que fica na Lombardia - província que também tem a cidade de Cremona, de onde o senhor André Palandi saiu, em 1890, para vir com a esposa e os filhos para cá.

como eu ainda preciso de um terno flagship, estou me coçando para voltar lá e levá-lo. será?

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coisas que eu nunca te disse #37

(todo mundo batendo palmas e cantando junto)

one day we're gonna live in Paris
I promise
I'm on it
I'll find you that French boy,
you'll find me that French girl
I promise
I'm on it

(...)

And every night we'll watch the stars
They'll be out for us
And every night, the city lights
They'll be out for us


(Friendly Fires, "Paris", 2007. ou 2008, se quiser)

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terça-feira, dezembro 02, 2008

artigo

comprar um terno novo é sempre uma tortura nova. sempre.

mas eu sou masoquista, então, em nome da necessidade, lá vou eu de novo. espero ao menos achar uma gravata verde...

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segunda-feira, dezembro 01, 2008

ciclamato

ressuscitei (com as devidas atualizações) um texto de 2004 para o Madrugada Vanguarda - espero que o pessoal de lá não se importe de ser um texto velho. fala de um dos maiores clássicos mundiais, Brasil versus Suécia. como sempre, deu Suécia, só na ginga e na malemolência.

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blefaroespasmo

depois de muito adiar, assisti ontem "Os sonhadores". eu não confio 100% em nenhum diretor, já que, do Kevin Smith ao Woody Allen, todos eles têm uma fase bem cretina na vida. por isso, e por não ter visto outros filmes do Bertolucci, o fato de que esse era um filme dele não me dizia absolutamente nada. mas o filme é bom, tirando por algumas das nojeiras a que somos expostos - o incesto, por exemplo. de resto, o que dizer? tem figurinos muito bons, uma trilha sonora adequada, a contraposição entre o idealismo de tocar a vida daquele jeito com o que acontece no mundo fora do apartamento, a lucidez do personagem do Michael Pitt ao explicar pros gêmeos bo-bos (bohémian bourgeoises) que socialismo não é aquilo que eles acham que são - ao contrário: é só uma maquina de matar, ainda pior que a repressão de que os dois tanto reclamam (a dos pais).

tem algumas cenas bem brutais, como os castigos pagos a cada vez que um deles erra um filme, mas tem outras bem doces, como quando os personagens do Michael e da Eva vão a um cinema, e é o primeiro encontro dela em toda a vida. mas mais do que a apologia ao cinema-arte, à França, ao maio de 1968 e a fumar dentro da banheira, "Os sonhadores" mostra que, quando se tem Eva Green no elenco, o que você leva do filme para o resto de sua vida... é a Eva Green. e se ela passa o filme todo sem roupa, com cenas de nu frontal (como é o caso), mais ainda. sendo assim, embora eu não ache que as nojeiras do filme sejam irrelevantes nem de alguma forma tenham um lado positivo, elas acabam obscurecidas por miss Green como veio ao mundo. se o Bertolucci queria que a gente visse um lado bonito nas perversões dele, lamento dizer, comigo não conseguiu. mas se ele queria uma bela moldura para a atriz francesa - que tem um olhar muito parecido com o dela - tem aí os meus aplausos efusivos.

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leveraged buyout

da semana passada para cá eu já comecei uns cinco posts que não ficaram interessantes o suficiente para figurar aqui. ainda pensei em publicá-los de uma vez, como b-sides, mas não tem o que se salve ali. isso é reflexo, um pouco, da constatação de que as coisas por aqui não andam mesmo interessantes, e isso na minha vida.

sete anos atrás, o Carlos Heitor Cony, colunista da "Folha de São Paulo", esteve em Deprelândia para uma palestra na emissora de rádio local. fui lá com o meu pai, e a uma certa hora ele falou uma coisa extremamente verdadeira, sobre a qual até escrevi uma vez: gente feliz não escreve - especialmente sobre a própria vida. ele deu o exemplo da própria vida, falando de como ficou anos e anos na Europa, passeando e se divertindo, sem ter escrito uma linha. e que só voltou a procurar as palavras quando sentiu alguma coisa de ruim cujo mal-estar poderia se diminuir escrevendo.

de uns meses pra cá a minha vida tem sido exatamente assim: o trabalho anda uma delícia, as coisas vão bem na academia, fiz um plano profissional para curto prazo que já está sendo executado e que tem boas chances de se tornar algo legal, voltei a escrever sobre música (mas apenas sobre coisas felizes)... sem contar as coisas com ela, capaz de me fazer viajar até São Paulo - e para qualquer lugar do mundo onde ela estiver, por supuesto. as coisas andam tão bem que a música que mais escuto, numa média de cinco vezes por dia, é "In my arms", da Kylie Minogue, que é extremamente pra cima. com tudo isso, minha vida não tem rendido tanto assunto, pouca polêmica, zero neurose. até sobre os momentos mais legais, como os da última quinta-feira, no Senado, ando com preguiça de escrever, meio que lembrando daquela coisa do André Malraux, ex-ministro da Cultura francês, de guardar na memória e só. ou em um livro de memórias, quando eu for velho o suficiente para um.

então é isso: eu quero ter assunto, mas a vida tem sido legal demais para ter um. e não, isso não quer dizer que eu queira deixar a felicidade, ao contrário: apenas queria poder ter as duas coisas ao mesmo tempo. esse post pode ter continuação mais à frente, mas não garanto.

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