sábado, outubro 14, 2006

alla sinistra

cinco e pouco da manhã. bêbado, cansado e inconsistente, recém-chegado da formatura do Vini. meu corpo pede arrego, minha alma (alma? eu tenho uma?) já pediu há muito tempo.

um monte de imagens se formando na minha cabeça: o Vini se formando, a água sueca descendo goela abaixo, os efeitos estroboscópicos na pista de dança, o falso gerador de Van der Graaf no bar, os erros de interpretação, "eu quero ser seu primo".

eu fico feliz pelo que acontece ao meu redor, eu fico indiferente ao que acontece aqui dentro. e me seguro enquanto posso, busco abrigo dos meus medos dirigindo devagar pela EPTG vazia, canto junto, baixinho, e nada de ruim me acontece. é só uma noite, mas em algumas horas nem isso será. e quando a manhã chega, meu amor, não sei o que dizer. mesmo que soubesse, não teria como: não sei quem você é, onde está, se já nos vimos. não sei nem se você existe.

*

o uísque não me apraz. não dou a mínima para energéticos. mas quando os dois estão juntos, hmmm, que delícia... tornam-se, ao lado da amizade, o único motivo para eu pisar numa cidade-satélite - ou então no Parkway.

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queria fazer um comentário acerca dos mil beijos que presenciei. mas, nessas horas, ainda é melhor parafrasear o Right Said Fred e, diante de tudo, ficar quieto.