quarta-feira, outubro 31, 2007

supermercado

"ninguém mais compra cds" - Lúcio Ribeiro

de fato. então, cá entre nós, meu nome é ninguém: fui pro eBay e comprei quatro discos, exatamente a quantidade que tinha comprado durante todo o ano de 2007. ei-los:



REM, "Reckoning". segundo disco deles, ele é de 1984 e tem algumas das músicas mais angustiantes da história, inclusive o clássico de quem mora no interior de São Paulo ou de Minas Gerais, "So. central rain". já experimentaram pegar a rodovia dos Bandeirantes às oito da manhã, ouvindo essa música? é inesquecível. peguei a versão com cinco faixas-bônus.



Echo & the Bunnymen, "Echo & the Bunnymen". a maior parte dos fãs dos homens-coelho acha que o melhor disco da banda é o "Ocean rain". tem quem defenda que é o "Porcupine". eu sou, até prova de contrário, o único que defende esse disco aqui, o mais pop de todos e que, além dos hits óbvios, tem uma música linda que atende pelo nome de "Bombers bay". foi através dela que eu soube da existência da cidade de Mandalay, na Birmânia, e que passei a ter vontade de conhecê-la. peguei a versão remasterizada, com sete bônus.



Wilco, "A. M.". é uma vergonha, mas preciso admitir: ainda não tenho tudo que o Wilco fez até 2002. segunda à tarde eu tava na Telerj, na hora do almoço, e coloquei o clipe de "Box full of letters" pra ouvir a música. em trinta segundos de canção eu tava entrando no eBay pra dar lance nesse disco, que é uma das coisas mais inacreditáveis do pop americano. também é outro clássico da série "morar no interior", porque tem coisas que um habitante da metrópole talvez não sinta da mesma forma que um caipira que puxa o R. (para efeitos dessa teoria, o Gabriel é piracicabano)



Uncle Tupelo, "89/93: An anthology". eu não conheço uma música sequer do Uncle Tupelo. mas conheço todas do Wilco. enough said.

*

a era do mp3 fez os preços dos cds importados baixarem aos níveis em que sempre deveriam estar. e hoje em dia eles custam metade de um cd nacional. contando o frete, paguei 70 reais pelos quatro discos aí de cima, todos zerados. não é algo que eu vá fazer sempre, mas ainda é gostoso, já que eu preciso de música no carro e sempre que me lembro de você, meu amor.

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HP 12C

o Anônimo, estatístico, matemático e ex-cowboy, publicou, nos comentários do post passado, um estudo sobre as chances do Gama de subir para a primeira divisão. imperdível, e as contas fecham, ao contrário das do Craudio sobre o timinho dele. que vai, no ano que vem, enfrentar o Brasiliense de igual pra igual.

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yummm

Kopenhagen testa expansão do modelo de negócios

Líder no mercado brasileiro de chocolates finos, a Kopenhagen planeja expandir sua área de atuação para além dos doces. A empresa inaugura esta semana uma espaço dentro da loja do Parque Dom Pedro Shopping, em Campinas, no interior paulista, onde servirá pratos salgados, sobremesas e bebidas.

A área nova, batizada de Kopenhagen Gourmet Station, servirá como termômetro da aceitação dos consumidores, durante cerca de seis meses. Serão avaliados o mix de produtos, o tíquete médio e o perfil do público atendido. Caso a experiência seja bem sucedida, a empresa passará a instalar o espaço também em outras unidades e regiões.

No cardápio do Gourmet Station, haverá opções como saladas e quiches, croissants recheados com o chocolate da própria marca e milk-shake de Nhá Benta, doce de chocolate e marshmallow que se tornou um dos produtos mais conhecidos da empresa.

O novo espaço, de 50 metros quadrados, deve aumentar em 1 milhão de reais o faturamento atual da loja, hoje em 3 milhões de reais por ano. Essa estratégia de ampliar a variedade de serviços oferecidos é uma tentativa de aproveitar a imagem de inovação associada à marca da Kopenhagen, segundo a vice-presidente da companhia, Renata Vichi.

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halloween

oi, tudo bem? só passei pra dizer que estou com insônia e resolvi escrever alguma coisa por aqui. é isso. boa noite a todos!

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terça-feira, outubro 30, 2007

dilúvio

Brasília se prepara para um dilúvio que vai acontecer nessa tarde ou à noite. já estou com tudo adiantado: janelas fechadas, alguma coisa para comer durante a chuva, um plano B para algumas coisas, até um plano C para umas tantas.

eu gosto da chuva. eu nasci num dia chuvoso, nunca tive problemas em relação a aguaceiros. menos ainda depois que me mudei para Brasília.

*

não preciso dos teus arranha-céus
dos teus vendavais e da tua ajuda humanitária.
então agora, se me dás licença,
vou ali tomar um banho de chuva.


*

e se a chuva é um prenúncio da guerra, como uma vez disse um professor sobre a segunda guerra mundial, que fique claro que eu vou te atacar para poder me defender.

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segunda-feira, outubro 29, 2007

preguicite

texto muito bom do Man in the Box, que eu só fui ler hoje. alguém dá uma medalha pra ele, por favor?

Futuro

O dia está só na metade e você já participou de reunião, entregou uma pilha de jobs, almoçou China in Box sentado na mesa do computador e ouviu três vezes a palavra “urgente”... E de três pessoas diferentes. E o dia está só na metade.

Saindo daqui você vai chegar na cama, tirar o sapato sem desamarrar os cadarços e se entregar ao sono dos justos, certo? Piiiiii, errado! Você vai é respirar três vezes, encarar o trânsito descomunal desse dia chuvoso e se jogar na academia.

Onde vai puxar ferro por uma hora, correr meia hora e fazer bike na outra meia, aliás, o único momento que consegue ler um livro. No caso, mais um romance-suspense do Dan Brown (sem criticas ok?).

Então, quando hoje já tiver virado amanhã, você finalmente vai pra casa, realizar que a geladeira não faz compras sozinha. Então vai comer meia banana enquanto coloca o despertador pra tocar sete horinhas depois.

E antes que alguém pergunte, não, você não quer uma medalha. Só um vidente muito bom, pra dizer que isso tudo um dia vai valer a pena. É pedir muito? Hein, hein?

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vassoura

você mexe e remexe no passado
como quem mente quando disse que estava tudo resolvido
que não há mais nada, que se sente bem com isso
e que eu é que não consigo enxergar.

mas se você fala isso e se comporta de outro jeito
sinto muito em lhe dizer:
alguma coisa está errada
e não sou eu essa coisa.

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domingo, outubro 28, 2007

voz do deserto

um final de semana gostoso e com agitação na medida, como há muito tempo não havia: essa tal de socialidade nunca sabe se manifestar na quantidade certa.

*

dezoito horas de sono, bastante o que se fazer: almoço de aniversário do Marcelo, com aquele belo vinho argentino mencionado antes, depois uma ida ao Mané Garrincha com o Anônimo para ver nosso Gama tomar de 4x3 do Paulista de Jundiaí. um time horrível, de um lugar horrível, com uma trajetória horrível no futebol: perder para o Paulista foi uma vergonha. paciência, sendo assim o Gama terá de se contentar em enfrentar, de igual para igual, o Corinthians na série B, ano que vem.

*

depois, à noite, fui com a galera ver de colé a desse Beirute da 107 norte. e gostei do que vi: um boioléu menor, o atendimento melhor, os azulejos ainda brancos e uma sensação de limpeza. em se tratando de Beirute, todo brasiliense sabe que isso tudo é inimaginável. não foi perfeito, claro, mas tava maneiro. até mandaram bilhetinho pra uma dona de outra mesa em meu nome, pra me constranger - e, obviamente, o bilhetinho não deu em nada.

porque, se desse, eu tava perdido.

*

depois disso, marquei com a Licota de ir até a Casa Cor Brasília 2007, que se encerrou neste domingo. a previsão original era de ir hoje à tarde, mas a Lia me mandou uma mensagem pra que a gente fosse na hora do almoço, que provavelmente teria menos gente. a mensagem me acordou (eram 11:20 da manhã) e eu bati meu recorde de me arrumar rapidinho: tomei banho, lavei os cabelos, passei gel, bloqueador solar, saquei dinheiro e cheguei no prédio do Touring em 26 minutos. e, detalhe, eu acordei.

sempre tive vontade de visitar a Casa Cor, e a desse ano tinha um agravante: o prédio do Touring é lindo e, por um lado, tem uma localização extraordinária (por outro, fica do lado da rodoviária e do Conic, duas das maiores vergonhas brasilienses). mas, por dentro, a coisa tava assim, assim: os arquitetos que montaram o circo por lá não quiseram saber de utilizar a luz dos ambientes, tudo tava fechadão, um saco. de toda forma, tinha alguns momentos bem legais, especialmente quando estávamos no ambiente "Consultório Médico" e, no meio daquele mobiliário todo, vimos uma radiografia em cima da mesa do médico que ali ficaria.

era um eletroencefalograma do próprio arquiteto que tinha projetado o ambiente. achei genial.

*

pausa para um sanduíche e, depois, fui com Lelo e Felipe assistir ao "Tropa de elite", finalmente. todo mundo sabe da minha política para o cinema nacional: se não tem Mussum nem Mazzaropi, tô fora. não quero saber de comédia romântica sobre carioca-ator-da-Glooooobo nem de filme de favela glorificando o marginal. eu não quero saber o ponto de vista do pobre: meu pai nasceu pobre, estudou e subiu na vida. pode até ser que nem todo pobre tenha condição de subir tanto, mas isso não justifica virar bandido. nunca.

mas meu deus, "Tropa de elite" é muito bom. valeu os quinze reais empatados, numa boa.

*

acho que tinha alguma outra coisa para colocar aqui, mas não me lembro o quê. quando lembrar, registro.

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sábado, outubro 27, 2007

le tourbillon

ontem eu tive um momento Marcio Porto no carro. tava saindo do trabalho, indo pro Friday's (bota-fora de um amigo que tá trocando de departamento na Telerj), descendo ali da L2 pra L4 sul. tava um céu cinza lindo armando chuva, um Sparklehorse no som, as lanternas do carro já acesas, apesar de ainda estar claro. e na hora eu pensei "meu deus, isso é muito Marcio Porto".

*

aniversário do Marcelo hoje (parabéns a ele!), e a irmã dele trouxe um vinho argentino cujo nome não me lembro agora, mas que é feito com uvas pinot noir. sempre achei essa história de enologia uma grande bichice, já que prefiro uísque e vodca, mas esse foi o primeiro vinho realmente gostoso que tomei na minha vida. e olha que tomei muitos... inclusive um monte de argentino, chileno e italiano para o qual pagam um pau violento. vou comprar umas dez garrafas dessa belezinha, mas antes preciso perguntar o nome do vinho para a Cissa. assim que souber, coloco o nome aqui, prometo.

*

esse final de ano pede uma postura diferente. mais relaxada, mas ao mesmo tempo mais centrada. será que eu dou conta de me transformar assim?

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chega de saudade

durante muito tempo eu ouvi que ter uma boa memória ajuda. é um diferencial, você teoricamente pode ter mais assunto para conversar, mais conhecimentos, coisas assim.

mas descobri que ter boa memória não é bom. porque você pode se lembrar de coisas ruins ou tristes com muito mais facilidade.

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timinho

(para o aniversariante do dia)

parece que o Vampeta se envolveu num acidente de carro em São Paulo, batendo a BMW dele num Ford Escort. como disse o Jacaré Banguela, acidente teria sido se acertasse num Gol.

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sexta-feira, outubro 26, 2007

timão

(não tem fonte certa porque a imprensa só cobre primeira divisão)

Corintiano agride namorada por causa de roupa

Um office-boy de 22 anos foi preso ontem em São Paulo acusado de espancar a namorada, uma cabeleireira de 20. Cleidson de Souza disse em depoimento que a roupa de Vandira Moreno motivou o acesso de raiva.

"Mano, nóis tá no maior aperto lá no timão. Os porco e os bambi tudo zuando nóis. E daí eu chego em casa, pá, mó stress, e a mina tá usando tomara-que-caia? Já saí distribuindo corretivo, tá ligado?", afirmou Souza.

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distante

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ohm

(trilha sonora: "Gold day", do Sparklehorse)

ontem foi um dia e tanto. trabalhei como alguém da iniciativa privada, subi e desci, fiquei em pé, deixei meu traseiro flat durante reuniões cheias de cerimônia, bebi café amargo, fiz minha politicagem (ainda que a conta-gotas), fiz tudo o que era preciso. depois voltei para casa no piloto automático e assim passei a noite de ontem: eu já tinha vivido o dia todo em menos tempo.

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quarta-feira, outubro 24, 2007

correio sentimental #2

Anónimo declarou...
Pomps,

Estou viciado em entrar no blog do Cráudio e rir de seus confusos cálculos matemáticos que colocam Náutico e Goiás na segunda divisão ao invés do Curinthians. O que eu faço?


resposta: procure um matemático, estatístico ou engenheiro e mostre os confusos cálculos que o economista Craudio fez. e riam de galera deles. logo em seguida, perguntem-lhe porquê o corintiano não vai ao cinema em 2008.

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correio sentimental #1

seguindo os passos do Craudio, este blógue inaugura uma seção para responder a comentários e outras correspondências recebidas.

Eu vou tirar você desse lugar disse...
Palandi, to viciado em sacanear o cráudio por causa do rebaixadorinthians? O que eu faço????


resposta: pergunte a ele porquê o corintiano não vai ao cinema em 2008.

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glicerina

texto maravilhoso do João Pereira Coutinho na Folha de hoje:

A arte de recomeçar

Os pesadelos acontecem. Uns tempos atrás, um conhecido escritor português contava-me que, chegando ao aeroporto de Caracas, o seu laptop foi roubado sem deixar rastro. Mas o pior não foi o laptop. Nunca é. O pior foi o conteúdo do laptop: um romance original, ou uma parte generosa dele, que só existia no computador. Nenhuma cópia de segurança em casa. Nenhum manuscrito. Nada de nada capaz de compensar a perda absoluta. Meses de trabalho, anos de trabalho, perdidos em segundos.

Ouvi o infortúnio com certo horror e fascínio. E depois recordei a mais bela história intelectual da Inglaterra do século 19, que sinceramente me comove até às lágrimas. Aconteceu com Thomas Carlyle, o notável historiador escocês, tal como ele a relata nas suas memórias. Durante anos de intenso labor e habitando uma pobreza excessiva, Carlyle completara o primeiro volume da sua história da Revolução Francesa. Contara com a ajuda do filósofo John Stuart Mill, que emprestara livros e dinheiro. E quando Stuart Mill, no final da odisséia, pediu de empréstimo o único manuscrito do trabalho para ler, aquele manuscrito que consumira a saúde e a juventude de Carlyle, este o emprestou, grato e honrado.

Foi uma hora funesta. No dia seguinte, Mill regressava, branco como um fantasma, para comunicar que o manuscrito fora acidentalmente consumido pelas chamas.
A descrição que Carlyle nos deixou nas "Reminiscences" ainda hoje emociona qualquer cristão: o estoicismo com que a notícia é recebida, apesar da mortificação interior; as três horas de conversa esforçadamente banal, como se fosse Mill a necessitar de consolo; e quando este deixou finalmente a casa do historiador, para infinito alívio do casal, a mulher de Carlyle, incapaz de fingir normalidade, abraçando um homem destroçado e chorando com o dramatismo que apenas concedemos às óperas clássicas. E as palavras de Carlyle, finalizando a cena, dirigidas a um Deus em que ele, para tragédia sua, não acreditava.

Mas a história não acaba aqui. A história acaba na minha estante, quando folheio, com uma reverência absoluta, a sua história da Revolução Francesa. Porque, depois da notícia das chamas, Carlyle sentou-se à mesa e recomeçou a partir das cinzas. Cada palavra, cada linha. Cada página.

Hoje, quando releio esse monumento de erudição, paixão e estilo, não encontro apenas um dos mais poderosos relatos sobre a glória e a miséria de 1789: as aspirações igualitárias e libertadoras da Bastilha que terminaram, como usualmente terminam, no terror das guilhotinas.

Encontro a evidência de que a nobreza do espírito humano não está na coragem com que recebemos o infortúnio. Mas na forma como o recebemos e, apesar de tudo, somos capazes de continuar. Mesmo quando o mundo nos parece perdido.

Livros de auto-ajuda? Sim, leitores; afinal, eles existem. Nas minhas piores horas, olho para esse volume aparentemente anônimo entre tantos volumes anônimos e há uma gratidão silenciosa e interior que me faz, tantas vezes, recomeçar.

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terça-feira, outubro 23, 2007

por pouco

ops, quase que eu me entreguei aqui.

*

mas será que não teria sido melhor assim?

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segunda-feira, outubro 22, 2007

valor

essa semana eu vou fazer os Picaretas ficarem famosos. hoje é segunda-feira e o "Bonde dos diplomatas" tem 187 acessos. vamos ver na segunda que vem...

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bloco

belo texto do João Mellão Neto, provavelmente publicado no "Estado de São Paulo" de sexta-feira passada:

Somos das elites, sim

Se você se formou em alguma faculdade; se você, por acaso, aprendeu mais de um idioma; se você é um profissional liberal bem-sucedido ou ocupa um cargo elevado na empresa em que trabalha, cuidado. Esconda os seus diplomas no armário, jamais torne a usar os seus ternos sob medida e trate de comprar um carro velho ou popular.

Demonstrar mérito ou ostentar sinais de prosperidade, no Brasil, agora é pecado. Essas coisas significam que você faz parte das nossas pérfidas elites e, portanto, carrega consigo grande parte da culpa pela miséria em que vive razoável parcela da população.

É curioso. Eu nunca interpretei o termo elite por um ângulo pejorativo. Ao contrário. Elite, para mim, sempre significou os melhores dentre os melhores em cada área.

Há a elite dos empresários, como existe a elite dos médicos, a dos políticos ou a dos advogados. Com exceção de parcela da elite econômica, cujo patrimônio veio por hereditariedade, ninguém vem a ser reconhecido como membro de alguma elite se não demonstrar mérito, talento e empenho pessoal. São todos pessoas de peso, merecedoras da admiração geral. Ou, pelo menos, era assim até a chegada da companheirada ao poder, há quase cinco anos.

Confesso que não me surpreendi com essa total inversão de valores. Quando cursava a faculdade, em meados dos anos 1970, um dos mitos mais caros do pensamento esquerdista era o que pregava que todas as mazelas do Brasil eram culpa exclusiva de suas execráveis elites.

O povo em geral, os cidadãos humildes, era puro de alma, solidário por natureza e sempre pronto a empenhar o melhor de si em prol da coletividade. Mas ele não tinha chance de fazê-lo porque as elites, egoístas e gananciosas, não lhe davam oportunidade. É mais ou menos a forma como os marxistas tradicionais idealizavam a classe burguesa.

Elimine-se a burguesia e os seus valores, e a sociedade, quase que naturalmente, se tornará justa, fraterna, cooperativa e voltada para o bem comum. Quatro décadas depois, mesmo com a utopia comunista já devidamente sepultada, alguns cacoetes do pensamento esquerdista ainda remanescem.

Um deles é este da dicotomia entre um povo bom e generoso e uma elite perversa e individualista. Todo raciocínio simplista é eivado de contradições.

Os companheiros ainda não se deram conta de que, uma vez no poder - e com amplo controle sobre o Congresso -, são eles, agora, a elite política do País. E elite não no sentido de mérito, como referido acima, mas, sim, pelo fato de que são eles a classe dominante da Nação.

Embora execre as elites, essa gente, paradoxalmente, faz parte delas há muito tempo. Desde o final dos anos 70, são eles, incontestavelmente, que compõem a elite sindical do proletariado deste país. Sempre ocupando cargos na diretoria dos sindicatos, boa parte desse pessoal nunca trabalhou, de fato, no chão das fábricas.

Além disso, em função de seus postos na burocracia sindical, eles sempre perceberam vencimentos integrais e gozaram de estabilidade absoluta no emprego, algo que nem os mais renomados membros das demais elites jamais ousaram sonhar.

Paladinos dos miseráveis, pobres, por sua vez, eles nunca foram. Com salários nunca menores que o equivalente a sete ou dez salários mínimos, todos eles sempre lograram possuir casa própria e automóvel, o que os classificaria, no mínimo, como classe média.

Por que, então, esse ódio às elites e a tudo o que elas representam? Note-se aqui que o designativo elite não vale apenas para o topo da pirâmide social, mas abrange, também, toda e qualquer pessoa que demonstre auferir rendimentos acima da média, tenha algum estudo e cultue hábitos minimamente refinados.

A contraditória "elite antielites" que nos governa não se dá conta de que, se Lula pode dar-se ao luxo de distribuir o Bolsa-Família a 11 milhões de famílias, isso só é possível graças aos escorchantes impostos que as nossas odiáveis "elites" recolhem ao Tesouro.

A carga tributária que incide sobre a classe média é proporcionalmente muito maior do que a do resto da sociedade. Os petistas que me perdoem, mas eu sempre tive e terei orgulho de fazer parte dessas elites que eles tanto condenam. São essas elites que formam o sal da terra de toda e qualquer sociedade. São elas que produzem riquezas, criam valor e fazem a economia andar.

Devemos a elas o fato de, graças a sua especialização, a sociedade poder oferecer serviços de qualidade em todas as áreas do conhecimento. São elas que, pelo hábito de ler livros e jornais, compõem a opinião pública de uma nação.

Se o presidente Lula não quis estudar (tempo ele teve para isso), é um problema exclusivamente dele. Mas que não venha a nós fazer proselitismo de sua insuficiência acadêmica.

Que não tente, por seu exemplo pessoal, influenciar os nossos filhos no sentido de que a indigência cultural é uma virtude e que o pouco saber é uma ferramenta útil para preservar a pureza e as boas intenções das pessoas.

Paralelos de obscurantismo, na História, nós só encontramos na Revolução Cultural chinesa, quando, a partir de 1964, Mao, em seus delírios, decidiu humilhar e "reeducar" todos os chineses que tinham um grau mínimo de instrução.

O resultado, como era de esperar, foi desastroso. Após 14 anos, os mentores da tal "revolução" foram todos para a cadeia, Deng Xiaoping, com a inestimável ajuda dos antigos intelectuais, logrou reerguer a nação e a China, hoje, é o país que mais leva o ensino a sério e envia estudantes para aperfeiçoamento no exterior.

Somos elite, sim, sr. Lula, e com muito orgulho. Nós lutamos para chegar lá. Somos esforçados, esclarecidos e, sobretudo, independentes. É por isso que nós sempre relutamos em sufragar o seu nome. A nós nos repugna a idéia de alienar os nossos votos a troco de uma mesada de alguns poucos reais.

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domingo, outubro 21, 2007

me larga... tô doidão...

o novo campeão mundial de Fórmula 1 é dos nossos:





VALEU KIMI!

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Reykavík

ontem teve show do Bonde do Rolê em Reykavík, capital da Islândia. o Rodrigo chegou bêbado e entrou no MSN, e eu fiquei honrado em conversar com alguém que esteja lá. até pedi para que ele entrasse nesse blógue, para dizer que, um dia, algum islandês se interessou pelo que se passa aqui. eu não tenho contador de acessos no palandi.com, mas meu deus, é muita honra de todo jeito. falei pra ele que a Islândia não é primeiro mundo, é zerinho mundo, e ele concordou. e ainda jogou na minha cara que tava indo hoje no Blue Lagoon, sonho absoluto de consumo deste que escreve essas linhas.

meu deus, preciso virar logo um popstar.

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zero

o Anônimo e o Marcio me chamaram pra ir a um show muito do foleiro hoje. três bandas que eu não suporto e uma que eu apenas tolero. apesar da presença dos amigos por lá, eu não vejo porque ir. pela presença, era melhor ir pro Martinica ou pro Segundo Clichê, ou qualquer outro bar assim. se a intenção fosse encher a cara, uma reprise da fuzarca da semana passada, aqui em casa, seria bem mais legal. e se eles estivessem solteiros e o negócio fosse mexer com mulher, eu não consigo pensar em porque ir a uma apresentação de bandinhas sem graça, ainda por cima paga.

sem contar as más vibrações do povo que vai a esses lugares.

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sábado, outubro 20, 2007

flash

neste sábado, 20 de outubro de 2007, às 22:04 pelo horário brasileiro de verão (GMT -2), eu, Eduardo Palandi, afirmo: estava assistindo ao "Flash", do Amaury Jr., e ele se aproximou do Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo, e sua esposa, na festa de aniversário do presidente do Jóquei Clube paulista. disse, em tom eufórico, que tinha uma boa notícia pro Quércia. fez lá um suspense e disse que a filha de um amigo deles, dono da churrascaria Plataforma, iria se casar com o filho do Robert de Niro.

e eu fiquei aqui, com cara de otário, sem acreditar que a boa notícia era isso.

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ay caramba!

(para o Lelo)

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sexta-feira, outubro 19, 2007

bangalô

minha vontade, agora, era de deitar no chão acarpetado aqui da Telerj e dormir bastante, cancelar tudo o que tenho ainda por hoje, não levantar daqui por mais nada. só amanhã.

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evro

eu gosto de calor. mas seis meses ensolarados matam qualquer um, então agora eu quero nove milhões de dias de chuva, vento gelado, céu cinza-chumbo, aquela sensação de que um dilúvio eterno está se abatendo sobre a Terra. mas deixa antes eu comprar um guarda-chuva?

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quinta-feira, outubro 18, 2007

carteirada

minha conta no banco foi mantida em Deprelândia depois que me mudei para cá. como o corpo gerencial da agência é bróder do meu pai, rola um tratamento personalizado por lá. menos, é claro, dos novatos de lá, mas consegui rapidamente uma solução para eles.

toda vez que ligo para o banco, para falar com minha gerente, a atendente pergunta, com a maior má vontade "quem gostaria de falar com ela?" e eu respondo "é o Eduardo, de Brasília". a simples referência ao fato de que alguém de Brasília se interessa em falar com alguém de Deprelândia é capaz de causar temor reverencial ao deprelandense médio, e decerto eles acham que sou do board do Banco do Brasil, ou então algum político... e sempre acabo transferido na mesma hora para quem quer que eu precise falar. melhor de tudo, evita a famosa pergunta "você é filho de quem?", que todo deprelandense com mais de quatro anos de idade faz para quem ele não conhece.

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política (também) é isso aqui

eu amo os goianos. e não há nenhuma ironia nisso. mas sempre tive a certeza de que Goiás é o estado mais estranho do Brasil. os políticos, então...

Ministério Público de Goiás apura gasto de R$ 44 mil da Assembléia com pizzas

Inquéritos instaurados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Goiás apuram supostas irregularidades na Assembléia Legislativa do Estado que incluem o gasto de R$ 44 mil com pizzas.

As despesas foram feitas entre 2005 e 2006: com o valor, a Assembléia conseguiria comprar 28 pizzas por semana (pelo valor médio de R$ 15 cada uma) durante dois anos.
A polícia também apura se foram legais despesas de R$ 596 mil de 12 funcionários da Casa com diárias no mesmo período. Os recursos seriam suficientes para pagar para cada servidor 287 diárias em Brasília em um hotel de luxo.

Os gastos foram publicados em um documento interno da Assembléia, mas chegaram ao conhecimento da Promotoria, que começou a apurar o caso com a Polícia Civil. As supostas irregularidades incluem ainda a contratação de uma quantidade de servidores comissionados acima da permitida e aumentos suspeitos na folha de pagamento, de acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público. Segundo a investigação, havia 265 comissionados irregulares. Também é investigado um contrato sem licitação com uma empresa de equipamentos de informática.

O delegado responsável pelo caso, Celso Ferreira, diz que ainda não há como apontar culpados, mas afirma que a direção financeira da Casa e o presidente da Assembléia na época, o deputado Samuel Almeida (PSDB), podem ser responsabilizados. Ele não foi localizado pela Folha.

A assessoria da Assembléia diz que a direção do Legislativo do Estado apóia as investigações e que tem colaborado fornecendo documentos e provas. A assessoria afirma ainda que vai aguardar os resultados das apurações.

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política é isso aqui

Dick Cheney e Barack Obama descobrem que são primos de 8º grau

Um é democrata, o outro republicano. O primeiro é feroz crítico da guerra no Iraque, o segundo ajudou a promovê-la. Mas, apesar das diferenças, o pré-candidato à Presidência dos EUA e senador democrata Barack Obama e o vice-presidente republicano Dick Cheney têm ao menos uma coisa em comum: eles são primos.

O laço de sangue foi descoberto pela mulher de Cheney, Lynne, que afirma que seu marido e Obama são primos de oitavo grau. O ancestral que ligaria os dois políticos rivais é Mareen Devall -um imigrante francês protestante do século 17, segundo o jornal americano "Chicago Sun-Times".

Lynne disse que encontrou o elo por meio de uma pesquisa familiar para seu novo livro, que fala sobre sua infância no Wyoming. "É uma incrível história americana que um ancestral possa ser responsável por vidas que tomaram rumos tão diferentes", afirmou Lynne.

Ela explica que Obama é descendente de Devall e que um filho do imigrante francês se casou com a neta de Richard Cheney -de quem, por sua vez, o vice-presidente é descendente. Obama, filho de um queniano e de uma americana, recebeu a notícia sem entusiasmo aparente: "Toda família tem uma ovelha negra", afirmou seu porta-voz.

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terça-feira, outubro 16, 2007

American Express

(para um amigo meu que vive de pedir "beijinho da Hebe" nas baladas)

liguei para a American Express essa noite, para ver se podia, assim como o Anônimo, ter um Platinum Card. infelizmente, contando minha renda decorrente de outros trabalhos que não a Telerj, eu ainda ganho mil reais a menos do que o necessário para ter o bendido plastiquinho. me ofereceram o Gold Card, mas esse eu acho feio e não quero.

mas o ponto alto da ligação foi quando perguntei à doce atendente sobre o Centurion Card, conhecido por aí como Black Card porque é preto feito um toco de jatobá queimado:

"- o senhor quer saber sobre o Black Card?"
"- sim, quero."
"- senhor... a gente não tem informações sobre o Black Card nessa central... é um cartão muito exclusivo... apenas duas pessoas o têm no Brasil."

duas pessoas. eu ainda não sei se acredito, pois já soube de uma grande mitologia espalhada pela própria American Express por aí, para dar uma aura de exclusividade ainda maior do que a que o Centurion Card já tem. não duvido nada que a empresa esteja modificando para baixo o número de brasileiros detentores do cartão, para deixar a galera com mais água na boca ainda.

falando com o Guilherme sobre essa história, ele disse que a Hebe Camargo já exibiu seu Centurion Card em seu programa de tevê, para delírio das vendedoras de Avon que lotam a platéia e das vendedoras de Natura que assistem de casa. se a história dos dois cardholders for mesmo verdade, só falta saber uma única pessoa que tenha o tal cartão - que eu até desconfio quem seja, mas não tenho provas para falar qualquer coisa.

e pelo sim, pelo não, já atualizei a Wikipedia sobre minha descoberta.

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glossário

também aproveitando a fase de esclarecimentos, vale dizer para que serve a classificação por etiquetas ao final de cada post:

- bronze: grupo mais comum de todos, os posts de etiqueta bronze são assim classificados por não terem entrelinha nenhuma: são escritos para qualquer um entender. não adianta procurar por entrelinhas neles, e se você "tenta interpretar" alguma coisa é porque você tem retardo mental, tá tudo escrito ali, porra;

- prata: contém um pouco de entrelinhas ou se refere a alguma coisa que aconteceu comigo e que nem todas as pessoas podem ter ficado sabendo, por isso deixa algumas coisas no ar. desde que procurei ser o mais claro possível aqui, a quantidade de posts série prata (e ouro, e diamante) caiu bastante, embora vez ou outra apareça algum;

- ouro: normalmente é algo direcionado para uma pessoa em particular, cheio de entrelinhas e, eventualmente, com amor, rancor ou outro sentimento apropriado. os mais pesados são escritos em outro idioma.

- diamante: são uma versão mais pesada dos de ouro, por terem, em meio a entrelinhas, um monte de coisas diretas que eu quero dizer mas não costumo ter coragem. por isso mesmo, são escritos em francês, alemão ou holandês. pode, a partir daí, surgir a pergunta "se eles não são para serem lidos, por que é que se escreve?", e a resposta é que preciso deles para consumo interno - seja para descarregar, seja para ver a cara de sapo de alguém que queira ler aquilo e não entenda nada, tanto pelo idioma quanto pela quantidade de sentimentos intrínseca.

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esclarecendo...

... não sei se todos têm intimidade comigo o suficiente para saber ao que me refiro no post passado, mas basicamente estou numa fase de transição que já dura um ano e meio, que é a de chegada a certas coisas: uma rotina de trabalho, a independência financeira, a de busca por resultados concretos, a aceitação de que certas coisas nascem para morrer, etc.

dessa forma, aquilo que o Pedro mencionou sobre a vida dele - embora possa ser outra fase a que ele deva estar passando - se aplica à minha. e é isso.

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tricampeão II

ao contrário do que imaginei, o Estado Civil não acabou. ao contrário, ontem foi publicado mais um post antológico:

(...) Todos estes meses têm sido de «hurricane relief». Drenar os locais inundados, reerguer paredes, consertar telhados, pregar portas, pôr novos vidros nas janelas, fazer um lote de salvados, encontrar pequenos rituais novos, pequenas comunidades de esperança, motivos para continuar como dantes. Não estou convencido de que isto resulte. Mas faço como se acreditasse. Como se o «hurricane relief» trouxesse alívio e fizesse esquecer o furacão. Até que um dia esqueça que estou em «hurricane relief». E viva enfim como se houvesse alívio possível.

e assim o Pedro Mexia garante o ouro e a prata na eleição deste ano. o link ali do lado não mais será mudado. o duro é que meu blog favorito à medalha de bronze está há cinco dias sem atualização...

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segunda-feira, outubro 15, 2007

jornalismo

(para o Anônimo)

palandi diz:
mas enfim, "In rainbows" é o Caetano bêbado dando em cima da PJ Harvey numa boate onde o Aphex Twin tá fazendo DJ set
lucio diz:
isso é seu?
palandi diz:
é
lucio diz:
vou botar no blog

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25/08

se der tudo certo, minhas férias começam nesse dia. se Portugal ou EUA? tanto faz. de preferência ambos. alguma leitora disposta a vir comigo?

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tricampeão

votei no Estado Civil como melhor blógue de 2005 e 2006, e desde a primeira semana de 2007, quando o Pedro Mexia mandou um post antológico sobre não-me-lembro-o-quê, meu voto estava contaminado pela vontade de torná-lo tricampeão.

pelo que entendi de quando entrei nele hoje, o Estado Civil agora dá lugar ao Gattopardo, uma nova parceria do Pedro Mexia com o Pedro Lomba, desta vez sem o Francisco José Viegas - eles já haviam feito, entre 2004 e 2005, o Fora do Mundo, outro blógue espetacular.

na prática, é como se o Estado Civil continuasse existindo, porque o Pedro Mexia, até onde eu sei, não faz distinção sobre o blógue ser individual ou coletivo: ele escancara as coisas do mesmo jeito. pelo visto, vai levar medalha de ouro e de prata na votação deste ano.

logo logo eu troco o link ali do lado.

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Apejota

novamente numa fase "mandando bem", a despeito de chamar o Bush de "vil":

Huck, Ferréz, Moore, Fromer

Gastei um bom tempo tentando imaginar algo mais desprezível do que o artigo que o "escritor" Ferréz publicou na Folha de 8/10. Algo que combinasse tamanha pieguice, manipulação, moralismo pseudo-esquerdista e mistificação da figura dos "despossuídos".

Lembrei do "documentarista" americano Michael Moore. Como Ferréz, Moore se fantasia de defensor das oprimidas vítimas do sistema. E, uma vez definida essa causa do bem, perde todo escrúpulo: falsifica, apela, manipula. Como os alvos de Moore são figuras e instituições realmente vis (o presidente Bush, o sistema de saúde americano etc.), ele pode ser visto -não por mim- como alguém que, pelo menos, luta uma luta justa.

Mas esse olhar indulgente não pode recair sobre o "texto" de Ferréz. Para quem teve a sorte de não ler o tal "artigo", resumo. Ferréz respondia a Luciano Huck que, no mesmo espaço, dias antes, escreveu sobre o fato de que poderia ter morrido quando teve seu Rolex roubado em São Paulo. Para Ferréz, Huck não tem do que reclamar, já que escapou com vida e deu mole por andar com um relógio que vale o preço de várias casas lá na "quebrada" de onde veio o heróico ladrão.

Em 2001, quando Marcelo Fromer, dos Titãs, morreu atropelado por um motoqueiro na contramão, lamentei aqui a degradação urbana brasileira. Recebi dezenas de mensagens no mesmo estilo (chamemos assim) de Ferréz. Jogavam a culpa em Fromer: quem mandou atravessar fora da faixa, quem mandou vacilar.

Na época, eu morava na Califórnia e fiquei imaginando que, se eu vacilasse para atravessar a rua mais movimentada perto de casa, não ia me acontecer nada, porque não viria moto na contramão e os carros param quando um pedestre passa, na faixa ou não.

O "texto" de Ferréz une o pior desses dois mundos: a mistificação de Michael Moore e a "esperteza" de quem acha que a culpa é sempre das vítimas.

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domingo, outubro 14, 2007

os princípios da incerteza

no Manhattan Connection de hoje:

Lucas Mendes: "Diogo, para qual brasileiro você daria o Nobel da Paz?"
Diogo Mainardi: "Pro capitão Nascimento".

:)

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sábado, outubro 13, 2007

rosa

(para o Marcelo, que adora essa música)



esse é o vídeo de "Rosa", música do Rodrigo Leão cantada pela Rosa Passos, ali da Asa Norte (ele é de Lisboa). um vídeo bonito para uma canção maravilhosa. se as minhas férias do ano que vem forem mesmo em Portugal, vou ter que conseguir esse disco.

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dramatizando

numa conversa com o meu chefe, semana passada, disse a ele que tava pensando em prestar vestibular pra Geologia. apesar de surpreso, ele gostou da idéia. só é pena que a UnB não ofereça o curso à noite, o que seria perfeito - esse "diurno" torna as coisas inviáveis.

*

recebi uma má notícia hoje que coloca um fim a uma coisa que eu já sabia que teria um final ruim - mas imaginei que fosse de outro jeito. o problema agora é como superar essa história, ao invés de conviver com ela. reinibir a abertura e não dar a mínima margem para futuros blasts from the past. mas é uma coisa difícil. sim, é uma coisa muito difícil.

mas dá-se um jeito.

*

uns três anos atrás eu coloquei no blógue uma imagem da campanha "Good writing is sexy", que até virou uma das primeiras comunidades do Orkut. porque escrever bem é um belo afrodisíaco mesmo, porque eu me apaixonei por coisas que ela escreveu, antes de me apaixonar por ela - e a diferença entre o que ela escrevia e o que ela era era pouca - porque dava pra ver o que ela queria ser e gostar daquilo, como eu gosto.

sem nada pra fazer ontem à noite, entrei numa sala de bate-papo e puxei conversa. a coisa passou pro MSN. vi a foto dela: bonitinha, embora não desse pra ver muita coisa. mas ela escrevia muito mal. confundia "mas" com "mais" e não acertou uma única dessas. enchia a janela de emoticons. escrevi "obcecado" e, poucas linhas depois ela escreveu "obsecado".

parecia um grande pesadelo. e no que dependia de mim, ela, que tava louquinha pra sair, ficou em casa comendo pizza e assistindo Intercine. e assim eu descobri que, para além de "Good writing is sexy", bad writing is a turnoff.

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coisas que eu nunca te disse #9

I don't want to be your friend
I just want to be your lover
no matter how it ends
no matter how it starts

forget about your house of cards
and I'll do mine


(Radiohead, "House of cards", 2007)

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isonomia

o Luciano veio com uma idéia interessante hoje: fazer com que, nos feriados católicos, todos os crentes trabalhassem pelos católicos que estão descansando. porque crente que se preze não pára de trabalhar por conta de feriado de santo, certo? se eles são crentes de caráter, não podem parar por conta de um feriadinho católico.

infelizmente eu ainda não tenho o canal com um deputado para enfiar um PL na Câmara. mas o Craudio logo volta e é eleito deputado federal, pra gente corrigir isso.

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sexta-feira, outubro 12, 2007

coentro

pesquisando sobre relógios por aí, achei uma loja no eBay que vende objetos de arte que dizem ser de várias civilizações. como a loja é australiana e tocada por um vietcongue (o sobrenome do cara é Nguyen, que é tipo o Silva do Vietnã), o forte são os objetos de áreas do Índico e do Pacífico - há arte timorense, aborígene, tâmil, cingalesa, filipina, maori e de Vanuatu, dentre outras. uma mais feia que a outra, mas me senti bem em saber que estavam ali, vivas, preservadas, quiçá despertando o interesse das pessoas.

isso só tem a ver com relógios porque a mesma loja comercializa alguns exemplares da alta relojoaria, como os da série Portuguese da IWC, meus objetos de desejo. há uma história por trás deles, qualquer dia eu conto.

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pera aí

minha irmã me veio, na terça, com o fato de que está cansada do Brasil. caiu na real, perdeu as esperanças, acha que o país não tem jeito e que nobody gives a damn about anything here. ou seja, a solução é próxima à portuguesa, se é que emigrar é uma solução. logo de saída ela veio falando do Reino Unido, embora, na área de atuação dela - biologia - o melhor é ver as condições de Canadá e Irlanda, países que querem gente das biológicas e das exatas.

disse isso pra ela e na quarta falei de um plano que ela pode fazer para sumir do país em um ano. ela gostou do que propus e prometeu colocar mãos à obra. aí ontem ela quase foi assaltada por um droguinha com uma garrafa de cola em mãos (ela mora em São Paulo, capital). e ficou com mais vontade ainda de sair daqui.

durante o tempo em que fiquei subaproveitado no trabalho, me recusando a fingir que planejava alguma coisa na Gerência de Planejamento, pensava todo dia em ir embora do país. apesar de falar inglês e italiano, e entender o espanhol, precisava ser para algum país onde pudesse escutar o português todo dia - minha cabeça doeu bastante depois de passar quatro dias trocando entre português e a mistura de espanhol e italiano que precisei falar para entender uns visitantes.

com essa história da Carol, a vontade de emigrar voltou, embora eu tenha, a princípio, dado um rumo para minha carreira. as opções são poucas. se eu fosse engenheiro, teria ido para o Timor Leste quatro anos atrás, ajudar a reconstruir o país e dar porrada em australianos gente-boa que também foram para lá. não sei a quantas anda a reconstrução local nem sei como um bacharel em Direito brasileiro pode ajudar, mas sempre me incomoda, no sentido de tomar uma providência, o fato de que há um lugar do outro lado do mundo onde há gente falando português e disposta a reconstruir suas vidas.

*

botei os amigos dentro do avião e lhes desejei uma boa viagem. quando dei as costas, vi que estava sozinho com a cidade. não é ruim - ao contrário, é bem agradável - mas dessa vez eu me senti como se tivesse que fazer alguma coisa com ela, e ainda estava ressoando nos meus ouvidos a conversa que tive ontem com o Anônimo, por telefone.

ainda não sei o que fazer, mas é hora de dormir um pouco, acordar mais tarde e trabalhar duro.

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está provado

para ganhar o Prêmio Nobel da Paz, um dos pré-requisitos, salvo raríssimas exceções, é necessário ser um imbecil. Rigoberta Menchú, Jimmy Carter, agora Al Gore. sem contar o ano em que o apedeuta foi indicado. essa vitória do Al Gore me deixou cético quanto a acreditar na humanidade.

essa "verdade inconveniente" dele é uma mentira deslavada. coisa de quem quer mercantilizar o apocalipse e se apresentar como uma solução de vanguarda pros problemas da sociedade - não só os climáticos. antes eu queria que o Al Gore morresse, agora eu quero é que ele derreta.

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terça-feira, outubro 09, 2007

fazendo a social



eu e o chefe (na verdade, o chefe dos chefes), 8 de outubro de 2007. tirei a foto pra mandar pro meu pai, que deve estar se divertindo em Deprelândia ao vê-la. e não podia privar os leitores deste blógue de um momento tão belo, podia?

apenas relevem, s'il vous plait, o fato da minha gravata ter andado no momento da foto. porque eu sou um cara impecável e engomadinho pra caramba, e isso aí foi... sinistro.

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bacaninha

prosseguindo com a minha vontade de não ser nada hermético nem escrever coisas ininteligíveis por aqui, peço para que, caso alguém não tenha entendido alguma coisa do post passado, deixe um comentário dizendo o que não entendeu, e eu explico tudo.

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gosto se discute

"Flavors", do Gomez, é uma daquelas músicas que você não acredita que foram feitas. primeiro, porque não parece uma música, mas várias. segunda, porque a forma como cada instrumento entra e sai dela é linda. terceira, porque a letra é uma paulada surrealista. e quarto, porque ela foi a primeira música que a banda gravou, e já saiu assim.

*

o verão chegou, e eu só sei disso pelo tanto que o sol brilha. dentro de uns dias dou "bom dia" ao horário de verão, como já saúdo em silêncio as cigarras que adornam a W3 no caminho de casa. eu costumo ter grandes esperanças quanto ao verão porque o ano muda e eu espero que as coisas mudem também. mas sinto que o desse ano, apesar de algumas coisas boas, não vai ser grande coisa. na verdade, vai ser bom porque vou voltar para Deprelândia por cima da carne seca e mais nada. aqui no cerrado, nada de espetacular.

mas ainda não é hora de mudar de país.

*

voltei para casa em meio a uma discussão comigo mesmo: se eu nasci ou não para ser uma pessoa sozinha. as últimas experiências - as dos últimos 25 anos e 10 meses, ao menos - demonstram que sim. mas sempre estou a fim de provar que estou errado e tentar, nesse caso até o final, desde que eu ache que valha a pena. mas sem apostar a minha vida nisso, como disse aqui alguns dias atrás. então por enquanto a resposta é "sim", eu sou uma pessoa sozinha e vou morrer desse jeito.

até que você me coloque no devido lugar, meu amor: do seu lado, por vários verões.

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segunda-feira, outubro 08, 2007

surra

em uma série de posts publicados em seu blógue, hoje, o Reinaldo Azevedo desmontou, destruiu, surrou, acabou com o Fernando de Barros e Silva, da Folha de São Paulo, e com um tal de Ferréz, desses rappers que pensam que fazem e fazem que pensam. por quê estou chamando a atenção para isso? pelo simples fato de que nunca vi, na história da imprensa brasileira, uma surra ser tão flagrante, tão explícita e tão merecida. se jornalismo fizesse as pessoas sangrarem, eram dois dando entrada na UTI agora.

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verde

sexta-feira na Telerj é um dia mais tranqüilo, apesar da correria que foi para escrever aquele ofício, conforme narrei aqui no dia. e as pessoas vêm trabalhar em roupa casual, mais relaxadas e tal.

na última sexta cheguei aqui vestido pra bãlãdã, de camiseta lilás e tudo mais. e a Kátia, assim que me viu, mandou na lata: "onde vai ser a rave?", e olha que fora a cor da camiseta eu tava normalzinho.

era o começo de um fim de semana joselito.

*

no domingo de manhã um primo meu com quem nunca conversei nem sabia da existência, Silvio Palandi, me mandou um link para uma página de putaria. depois de conferir se a página não era um vírus, entrei e me deliciei com as imagens, mas imaginei que ele tivesse mandado isso pro Palandi errado. assim sendo, escrevi pra ele como se fosse completamente bróder: "boas, hein? deu até vontade de voltar pro quarto..."

*

e ontem à noite, voltando de um evento onde dois amigos meus beberam, cada um, DOZE PINTS (5,5 litros) de chope, eu estava bêbado apenas por tabela - tudo o que mandei pra dentro foi um Schweppes Citrus e uma Coca-Cola Zero. mas estava bêbado só de olhar, então parei na padaria para comprar alguma coisa. a padaria em questão fica do lado do Habib's do Sudoeste e, no estacionamento comum à área, uma ambulância dos Bombeiros estava parada.

aproximei-me dela e perguntei pro bombeiro que estava ao volante: "e aí, a esfiha do Habib's matou o primeiro?", e comecei a rir. e foi assim que terminou o fim de semana joselito.

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domingo, outubro 07, 2007

paráfrase

final de semana com alguns agitos, embora nenhum que fizesse a Terra tremer ou pelo menos que fizesse chover ao contrário. ando abismado com a capacidade etílica de alguns amigos (cinco litros e meio e ainda em pé? espetacular), encantado com uns timbres de piano emoldurando a voz do Leonard Cohen, precisando de uma manutenção urgente. tento fechar os olhos e imaginar férias na minha frente, mas não é para tão cedo.

*

como as mulheres estão difíceis ultimamente, hein? ou não é ultimamente?

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sábado, outubro 06, 2007

duvideodó

não pode ser...

Cientistas dizem ter encontrado função do apêndice

Cientistas americanos acreditam ter descoberto uma função real para o apêndice humano. Segundo estudo realizado na Duke University Medical School e publicado na revista Journal of Theoretical Biology, ele produz e protege os germes "bons" que atuam no intestino.

Os pesquisadores afirmam que a função do apêndice parece estar relacionada com a população de bactérias que habita e ajuda o sistema digestivo. "O apêndice age como uma casa segura para esses microorganismos", afirmou Bill Parker, co-autor do estudo, à CNN.

Segundo o pesquisador, o apêndice também funciona como uma fábrica de bactérias, cultivando os germes "bons". Esta característica, no entanto, não é mais necessária em uma sociedade moderna e industrializada, de acordo com Parker.

"Se a flora intestinal de uma pessoa morre, ela pode ser repovoada facilmente adquirindo germes de outras pessoas", explicou o pesquisador. "Mas em tempos passados, quando epidemias de cólera eram freqüentes e a população era menor, o apêndice tinha sua função".

Sem função

Há gerações o apêndice tem sido considerado uma parte supérflua do corpo humano, fazendo com que ele seja rotineiramente retirado, pois, quando inflamado, pode levar a pessoa à morte. De acordo com o Centro de Controle e Prevenções de Doenças dos EUA, 321 mil americanos foram internados com apendicite há dois anos.

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coisas que eu nunca te disse #8

de que me vale tudo isso
se eu não vou ter mais você
você já me mandou embora
só me resta agora
te esquecer

(...)

sei que sou matuto
sou quadrado e bruto
mas sempre te amei


(Matogrosso & Mathias, "O matuto", 2004)

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sexta-feira, outubro 05, 2007

colina

"Foi pensando em você", com a dupla Matogrosso e Matias (Mathias?), é maravilhosa. especialmente na versão do disco acústico, que tem uma levada linda. como disse a um amigo há alguns minutos, até dá vontade de ser corno.

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adoçante

pequenos passos, grandes conquistas.

- minha chefe pediu para que escrevesse um texto para um ofício. na verdade, um ofício que faz as vezes de carta-convite para presidentes de empresas. e que é assinado pelo presidente da minha empresa. quer dizer: um presidente vai assinar o que escrevi e outros presidentes vão ler o que escrevi. é tudo o que sempre quis. é tudo o que pedi em oito meses de braços cruzados e agora estou tendo. tive de fazer o tal ofício sete vezes até que ficasse do jeito que a chefe pediu. quando ela deu o "ok" para a sétima versão, perguntei se podia dar um gritinho de comemoração. ela consentiu e eu mandei um "woo-hoo", com voz fina e tudo, pra comemorar. ela riu demais.

- pouco antes eu havia recebido uma mensagem: vou te dizer que o pessoal adorou e querem, de qualquer jeito, que seja o nosso projeto. acharam mil vezes melhor do que os outros e agora vamos ter que finalizar até dezembro... pronto para isso? não, eu não estou pronto. mas mesmo assim vou fazer.

- e o Lúcio ainda colocou meu nome na lista de colaboradores da página dele. woo-hoo!

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keep your left

se uma palavra pode definir a semana que se encerra amanhã, ela é "reunião". tive várias essa semana. de trabalho, aqui na Telerj; de trabalho, no Bierfass; da galera, no último domingo; discussões de projetos por email, e por aí vai.

a culpa de ter escrito pouco por aqui não é das reuniões, é do fato de que eu não quero transformar isso aqui em uma página sobre meu trabalho. mesmo que, ultimamente, eu tenha enfiado a cara no trabalho de uma tal maneira que eu só veja coisas relacionadas a ele na minha frente. se eu tivesse como discutir isso com alguém, faria uma reunião para ver o que pode ser feito. como não posso, que as coisas continuem como estão, porque estou gostando demais dessa vida.

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quarta-feira, outubro 03, 2007

é nóis

Estudo: 33% dos homens "só pensa em trabalho"

O "novo homem" mudou: ele sabe onde quer chegar e é ambicioso em relação ao trabalho. Estas são algumas das conclusões da pesquisa "Novo Homem", apresentada nesta quarta-feira pelo Ibope Media. De acordo com o levantamento, para 57% dos homens do Brasil que trabalham, dinheiro é a medida do sucesso; já em relação às mulheres, este percentual é de 47%. E 33% deles não tem vergonha de dizer que "só pensam em trabalho".

"O homem é muito mais ambicioso que a mulher; a relação de poder é muito importante. O "novo homem', neste aspecto, é quase primitivo", afirma Juliana Chagas, gerente de marketing do Ibope e uma das responsáveis pelo levantamento.

O estudo mostrou que o trabalho é considerado uma carreira para mais da metade dos homens, e muitos deles querem atingir o topo mais alto dessa carreira. Do total de entrevistados, 52% declararam que estão dispostos a sacrificar o tempo com a família para progredir profissionalmente, contra 48% das mulheres.

A pesquisa mostrou que o "novo homem" se considera preparado para lidar com mulheres mais bem sucedidas do que eles. A pesquisa apontou que 57% dos cargos de direção e gerência são ocupados por homens.

A análise foi desenvolvida a partir de estudos regulares do Ibope Media e de uma pesquisa especial chamada "Novo Homem", com informações com a população de 18 anos ou mais em 11 regiões metropolitanas do País: Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.


*

observações:

1. é público e notório que tudo que os homens fazem depois dos 13 anos é por causa de mulher. ou seja, se um homem só pensa em trabalho, é por causa de mulher.
2. "novo homem" é um termo que, como "zagueiro moderno", é um clichê jornalístico dos mais boiolas que existe.
3. eu me considero preparado para me relacionar profissionalmente com uma mulher mais bem-sucedida do que eu, tanto que a chefia do meu departamento é de uma mulher. pra me relacionar amorosamente eu já não sei. tipo assim, ela vai me sustentar?
4. vai ter gente aí reclamando que dinheiro não é a medida do sucesso. ótimo, meu bem. mas então eu solicito que arrume um parâmetro melhor que dinheiro, e tem que ser tangível.

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segunda-feira, outubro 01, 2007

tá chovendo

dá pra acreditar? depois de cento e trinta dias, a chuva se debruça sobre o Plano Piloto. começa, assim, a estação das monções, em substituição à estação desértica - são só essas duas que se alternam sobre Brasília.

*

com a mudança de estação, redefinem-se as prioridades na minha vida. como não tenho mais nenhuma prova de concurso para fazer, a prioridade número zero agora é TRAVAR O ABDOME. vou marcar hora com uma nutricionista, voltar a puxar ferro (nos limites do que minha mão, ainda em recuperação, pode), arrumar uma rotina e a coluna. vai ser difícil e vou ter que abandonar a balada, já que não há como conciliar uísque e six-packs. mas vai valer a pena.

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