domingo, setembro 10, 2006

não-evolução

intervalo de jogo em Fortaleza, e eu troco do meu Santos para o US Open masculino, também em intervalo. quando chego no canal 42, vejo um clipe do Jack Johnson.

oba. adoro Jack Johnson. assisto inteiro e, quando estou prestes a sair do canal, outro clipe começa. peraí, eu conheço esse clipe. shopping centre, gente com visual "alternativo", um careca contando "one, two, three, four".

pesadelo: "You get what you give", dos New Radicals, um lixo safra 98/99 que eu julgava banido da face da Terra. assisto e confirmo: se era ruim na época, hoje em dia é ainda pior. e a mesma emissora põe, em seguida, um clipe do disco novo do Richard Ashcroft, acho que o nome é "Break the night with colour".

imagino-me no extinto "Programa Livre", do Serginho Groisman, com o microfone na mão, prestes a entrevistar o Richard Ashcroft:

"- Richard, em 1997 você compôs uma música chamada 'One day' que, poucas pessoas sabem disso, é a música que mais me faz chorar, exatamente como na letra. não importa em que situação eu a escute, é bom que eu tenha um Kleenex do lado. diante disso e da qualidade do 'Urban hymns' e do 'Northern soul', pergunto: como você conseguiu ficar dez anos sem escrever uma única música boa, nadando em auto-comiseração e chamados apáticos?"

ele me olha, segurando o microfone com as duas mãos, e baixa a cabeça. eu estou certo, ele não tem resposta. faz nove anos que Richard Ashcroft não escreve uma música boa, e aparentemente não há explicação.