sexta-feira, setembro 01, 2006

Nelson Freire

na edição de primavera da "Homem Vogue", que acabou de chegar às bancas, rola uma entrevista do Marcelo Bratke com o Nelson Freire. é bem legal, primeiro porque são ambos pianistas e segundo porque o Marcelo esqueceu a folha com as perguntas. mas também tem o terceiro ponto, reproduzido abaixo:

MB: Há diferenças culturais no mundo. Se eu tocar Beethoven, por exemplo, para um esquimó, talvez ele não entenda a música da mesma forma que um alemão. Se eu tocar a música de um esquimó para um alemão talvez ele não sinta a mesma emoção. Você acha que a música é uma linguagem universal?

NF: Lembrei de um caseiro que eu tive uma vez, uma pessoa muito rudimentar, que saiu lá do sertão da Paraíba e dormia com um rifle debaixo do travesseiro. Um "jagunço". Uma vez ele pegou um ladrão e fez ele engolir pedras, imagina. Uma vez eu estava tocando Mozart e esse caseiro ficou parado na cozinha, chorando. Daí perguntei se ele estava bem, se havia acontecido alguma coisa. E ele respondeu "seu Nelson, toda vez que o senhor toca essa música eu choro".


essa história me desmontou.