sábado, novembro 04, 2006

cinco onze seis

fiquei vendo uns vídeos do Ayrton Senna no Youtube até agora há pouco, e foi como ver a parte boa da minha infância voltar toda. são as únicas lembranças especiais de quando eu tinha entre cinco e dez anos, acho. eu era fanático pelo Senna e, ao constatarmos os atuais representantes brasileiros na Fórmula 1, só dá pra dizer "com muita razão" a isso.

um dos vídeos me trouxe lembranças ainda mais especiais: o da última volta do Grande Prêmio do Japão de 1988. isso porque eu tinha seis anos e, já acompanhando toda a Fórmula 1, consegui permissão da minha mãe para acordar de madrugada (ela mesma veio me acordar na hora da corrida) e ver aquilo. ela foi dormir e eu fiquei na sala, assistindo na nossa Mitsubishi de vinte polegadas, sem controle remoto.

logo na largada, fiquei desesperado quando o motor do carro do Senna morreu e ele caiu para décimo sexto, o que fez com que ele corresse para se recuperar; ao final da quarta volta, se não me engano, ele já era o quarto colocado, e depois foi superando os três da frente... e ganhou a corrida.

aquilo me marcou de tal forma que eu guardei, de dezoito anos atrás, o grito "campeão mundial de mil novecentos e oitenta e oito" que o Galvão Bueno soltou. com todas as letras. talvez seja isso que faça com que eu não tenha ódio do Galvão: é uma das memórias mais afetivas e mais antigas que eu tenho.

o vídeo, com a narração dele, segue abaixo:



*

pode ser clichê, pode ser completamente off-topic, mas existe um ponto bom em rever esses vídeos do Ayrton Senna: eu me animo a ir atrás do que quero. vejo ele dirigindo só com a sexta marcha em Interlagos 91, chasing away all the hungry years em Mônaco 84 (ele tinha a minha idade - *suspiro de inveja*), passando todo mundo na primeira volta em Donington Park 93, como que dizendo ao Alain Prost: você tem mais recursos, eu tenho mais talento.

então, mesmo que eu ainda não saiba exatamente o que eu quero da minha vida, sei que quero o melhor, sempre. que vou dar tudo de mim, ficar cada vez melhor. e não vou me contentar com pouca coisa nem ser humilde coisa nenhuma.