sábado, novembro 11, 2006

a volta dos corno*

(para aquela que nunca abracei)

ela não foi a que mais amei na vida
nem a que me levou mais longe
ou a que me deixou apaixonado por mais tempo

bem longe disso. normalmente não seria nada, porque, afinal de contas, não foi mesmo nada.

mas a cada vez que me lembro dela
que penso nela
que suscito a possibilidade de encontrá-la
ou mesmo chegue a encontrá-la transversalmente
não há hesitação nem por um segundo:
é com ela, não com nenhuma outra no mundo,
que eu gostaria mesmo de estar.

não ouvi a voz dela
não ouvimos música juntos
fiz a minha parte e a terra não tremeu do lado de lá -
"paciência", é o que ouço, digo e repito para mim mesmo.

paciência, hoje em dia, não é o problema:
a situação externa está controlada como sempre,
mas ainda é impossível não sentir certas coisas
não querer estar noutro lugar
ter sido outra pessoa (por mais ridículo que isso pudesse ser - e é)
menos eu e mais alguma outra coisa
só pra ter sido o que não foi.

(e então os anos se passam e as cortinas são cerradas).

* por favor, não me peçam para interpretar o que escrevi nem para saber quem é a pessoa.