sábado, setembro 08, 2007

sintetizador

o Otto me ligou pra ir assistir ao clássico Gama vs Brasiliense no Mané Garrincha. fui e não me arrependi: um jogo bem razoável, com umas porradas comendo soltas pra quem foi de geral (eu tava na arquibancada coberta). a polícia lançando mão de cacetetes e outras táticas pra intimidar neguinho que foi lá curtir um panqueide. e o Otto falou uma coisa que faz todo sentido: ele admira esse povo que tem uma meta na vida. nesse caso específico, a de ir pro estádio arrumar porrada, porque ficou claro que neguinho ali saiu de casa com aquele pensamento "hoje vou tretar". dia desses eu tava comentando com um outro amigo sobre mulheres que saem de casa com determinadas intenções - as piores possíveis. enfim, são coisas diferentes, mas que partem do mesmo princípio.

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enquanto eu escrevia o parágrafo acima, ouvi uma briga de cachorros embaixo do meu bloco. lembro que em Deprelândia tinha um mendigo epilético que, a cada vez que rolava uma briga de cachorros na rua, ele tinha um ataque. obviamente, eu fazia de tudo pra rolar briga de cachorro na frente dele, já que não gostava do cara.

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apaguei uns discos que baixei mas nunca vou ouvir. o último do Doves, o segundo do Rakes, coisas assim (Bidê ou Balde, Long Blondes, Interpol, National e Stateless serão os próximos). o que eu tinha pra ouvir de indie rock acho que já foi ouvido.

e baixei "Beautiful girls", de um moleque chamado Sean Kingston, que foi a trilha da última vez que fui pra bãlãda - e que foi uma alcachofra de tão boa. lendo um pouco sobre a música, hoje, me surpreendeu o fato de um moleque de dezessete anos, gordo daquele jeito, escrever uma música que fale que tem certas mulheres que são tão bonitas que te dão vontade de se matar. não é o meu caso, não sei se é o dele. de toda forma, não espero nada do garoto, nem mesmo outro hit de verão.

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riding on anything
anything's good enough
who would've thought it of someone like you
just as they brought me round
now that they brought you down
roundabout and roundabout
who wants a life anyway?


isso é de "Connection", do Elastica, e eu me faço a pergunta do último verso toda vez que a temperatura vai acima dos 30 graus, como agora, e eu me sinto tentado a ligar o foda-se para tudo. invariavelmente, acabo me respondendo: "EU! EU QUERO UMA VIDA!" e a coisa fica por isso mesmo. agora o ar-condicionado, por favor.

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não sei não, (ainda) parece bom demais pra ser verdade.

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