gás mostarda
não sei onde estava com a cabeça quando decidi que o lance era ficar um mês em Deprelândia. minto: sabia sim, a cabeça está na família. só que agora passo o tempo entediado... coisa de louco.
*
estou completamente desacostumado com algumas coisas daqui. uma delas é o sotaque: tudo bem, eu continuo puxando o "r", mas já rolou uma suavizada e tanto. quando venho para cá e ouço o "porrrta" característico é como se eu estivesse em Caronte, aquele satélite de Júpiter que tem gente que defende que seja classificado como planeta. até porque tem gente que defende que Deprelândia seja classificada como cidade, apesar de isso aqui ser um enorme pasto.
*
outro motivo de grande estranheza é o trânsito: asfalto precário, carros rebaixados a tocar funk a cerca de cento e dez decibéis e, pior de tudo, a questão da faixa de pedestres. quase fui atropelado ao lembrar que aqui não dá pra atravessar na faixa, ou você vira um alvo vivo. como da outra vez, parei na faixa para que atravessassem e frearam em cima de mim, atrás, no que tomei buzinas. esse tipo de comportamento é como se me servissem um disco com frango com catupiry em cima, aquele prato que as pizzarias servem por aí e que tem gente que defende que seja classificado como pizza, apesar de frango com catupiry ser uma aberração tão grande quanto uma pessoa com sete dedos - e não uma pizza.
*
entrei ontem na academia e não me sinto dolorido. ao contrário, minha postura já melhorou um pouco e sinto que esse mês de puxação de ferro será super produtivo e salutar. continuo segurando a boca o quanto posso, embora tenha liberado um aumento de carboidratos - ordens da moça que fez meu exame médico - e ainda por cima role a fatídica comida materna, the best way to reach 200 pounds.
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cheguei à página 202 do "Fama e anonimato", um livro que farei questão de emprestar para todos os meus amigos que quiserem. estou na metade da parte sobre os boomers, construtores de pontes que se caracterizavam pelo nomadismo e por alguns ouros hábitos peculiares. quando cheguei aqui revi meu grande amigo Jece Valadão, que me sugeriu fazermos, a quatro mãos, algo como "The dark side of Deprelândia". com a inspiração desse livraço do Gay Talese, é bem capaz que saia mesmo.
*
"- o que você tá fazendo aqui?"
"- vim de férias."
"- mas a sua irmã me disse ontem que você disse que só viria dia 14!"
"- eu menti."
é tão gostoso fazer isso...
*
estou completamente desacostumado com algumas coisas daqui. uma delas é o sotaque: tudo bem, eu continuo puxando o "r", mas já rolou uma suavizada e tanto. quando venho para cá e ouço o "porrrta" característico é como se eu estivesse em Caronte, aquele satélite de Júpiter que tem gente que defende que seja classificado como planeta. até porque tem gente que defende que Deprelândia seja classificada como cidade, apesar de isso aqui ser um enorme pasto.
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outro motivo de grande estranheza é o trânsito: asfalto precário, carros rebaixados a tocar funk a cerca de cento e dez decibéis e, pior de tudo, a questão da faixa de pedestres. quase fui atropelado ao lembrar que aqui não dá pra atravessar na faixa, ou você vira um alvo vivo. como da outra vez, parei na faixa para que atravessassem e frearam em cima de mim, atrás, no que tomei buzinas. esse tipo de comportamento é como se me servissem um disco com frango com catupiry em cima, aquele prato que as pizzarias servem por aí e que tem gente que defende que seja classificado como pizza, apesar de frango com catupiry ser uma aberração tão grande quanto uma pessoa com sete dedos - e não uma pizza.
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entrei ontem na academia e não me sinto dolorido. ao contrário, minha postura já melhorou um pouco e sinto que esse mês de puxação de ferro será super produtivo e salutar. continuo segurando a boca o quanto posso, embora tenha liberado um aumento de carboidratos - ordens da moça que fez meu exame médico - e ainda por cima role a fatídica comida materna, the best way to reach 200 pounds.
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cheguei à página 202 do "Fama e anonimato", um livro que farei questão de emprestar para todos os meus amigos que quiserem. estou na metade da parte sobre os boomers, construtores de pontes que se caracterizavam pelo nomadismo e por alguns ouros hábitos peculiares. quando cheguei aqui revi meu grande amigo Jece Valadão, que me sugeriu fazermos, a quatro mãos, algo como "The dark side of Deprelândia". com a inspiração desse livraço do Gay Talese, é bem capaz que saia mesmo.
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"- o que você tá fazendo aqui?"
"- vim de férias."
"- mas a sua irmã me disse ontem que você disse que só viria dia 14!"
"- eu menti."
é tão gostoso fazer isso...
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