antes mesmo de eu escrever sobre a volta da chuva (e sem eu saber), os Chad praguejaram contra o tempo. vou mandar um vidro de cogumelos pro
Craudio e um café bem quente com Pringles pro
Pipe, pra eles pararem de reclamar do aguaceiro. chuva é linda, gente. ela mais Gal mais Gil mais Bethânia.
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como o som do meu carro (mais uma vez) engoliu um cd e eu ainda não fui destravá-lo, estou sendo obrigado a ouvir rádio. de vez em quando, como durante os debates futebolísticos da CBN, no meio da tarde, é um grande flagelo. mas as rádios de Brasília também têm uns momentos bonitos. meia hora atrás eu estava embaixo do meu bloco, estacionando o carro depois da aula, aí de repente começa uma melodia bem baixinha e uma voz feminina cantando no mesmo volume, na Executiva FM (101,7 MHz):
early November north of San Francisco
driving fast to find you
I feel familiar winds that usher in each evening heavy on the mountains
rest clouds left there since morning
you always said
"there's just no other place"não quis nem saber como a música terminava: decorei os dois primeiros versos e corri pra casa pra jogar no Google. e assim descobri "The lost coast", de uma banda dos anos 1990 chamada Grey Eye Glances. dá pra ouvir
aqui na página deles, inteira. vou tentar achar o disco deles pra baixar, espero que seja tão bom quanto.
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estava hoje esperando minha vez na dentista, e havia uma mulher na recepção, provavelmente esperando quem estava em atendimento. em meio minuto ela começou a reclamar da política, e eu nessas horas só penso "cada um tem o governante que merece" e quero que me deixem em paz, não gosto de ficar dando conversa, já que trabalho com isso o tempo todo. mas ela queria conversar, e acabou mudando de assunto, e eu respondendo por educação.
uma certa hora ela me perguntou de onde eu era, e respondi "Deprelândia" (na verdade eu disse o nome verdadeiro da
cidade). e ela disse que sua mãe, que estava sendo atendida na dentista naquele exato momento, é deprelandense, e que tem família em várias cidades da Grande Deprelândia. como uma das primeiras frases do
homo deprelandensis é o tal "você é filho de quem?", ela tinha de falar sobre o assunto e começou a listar a família dela toda, para ver se eu conhecia alguém. nisso chegou a mãe dessa mulher, que foi logo informada de que eu era, ahn,
conterrâneo, e aí a dona falou mais umas tantas pessoas da família.
daí, de tanto falar, reconheci um sobrenome que é o mesmo de uma marca de porcelanas e tipo um "Silva" em alemão, e lembrei que um falecido amigo do meu pai era dessa família. e não é que ele é primo-irmão da mãe da mulher? nisso ela não parava de dizer "mundo pequeno, mundo pequeno, esse mundo é muito pequeno", e eu pensando "sei lá, mil coisas..."
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se tédio provocasse morte, literalmente morte, eu não teria vivido para escrever esse
post: a segunda aula de hoje foi a experiência mais próxima que eu tive com o fim, só faltou subir aquele cheiro de iodo da enfermaria. quinze para as
onze da noite e o professor achou por bem começar um novo tema, uma matéria inteiramente nova, que não guardava relações com o assunto anterior. e veja bem, hoje é segunda-feira, primeiro dia útil da semana.
eu não gosto de auto-comiseração em hipótese nenhuma, mas essa aí foi de cortar os pulsos.
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ah é:
a letra de "The lost coast", a música referida acima, termina dizendo "I can almost feel you here". mas nem isso eu ando sentindo, meu amor. que pena.
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