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a Lisa deu a dica ontem, hoje coloco aqui a coluna do Elio Gaspari de domingo último, pra ler com carinho:
O homem dos US$ 50 bilhões já ganhou na crise
Warren Buffett, o segundo homem mais rico da América (78 anos e US$ 50 bilhões), ganhou pelo menos US$ 578 milhões em dez dias com ações do banco Goldman Sachs. Há dois meses, um papel da Goldman valia US$ 179. Com a crise, ela caiu para US$ 121. Foi nessa hora que o biliardário fez seu lance, botando US$ 10 bilhões no negócio. Na sexta-feira, cada ação valia US$ 128.
Esse pequeno episódio indica que ainda falta muito tempo para a crise do fim do capitalismo e, como nunca, o melhor que se pode fazer é prestar atenção no comportamento dos verdadeiros capitalistas.
Buffet já foi chamado de "Forrest Gump das finanças" pela revista "Vanity Fair". Seu salário (US$ 100 mil anuais, mais uns US$ 250 mil de benefícios) é o mais baixo da lista dos executivos das 200 maiores empresas americanas. Ele vive frugalmente na pequena cidade de Omaha e ensina: "É mais fácil criar dinheiro do que gastá-lo". John McCain gostaria de convidá-lo para a Secretaria do Tesouro, mas ele deu US$ 4.600 para a campanha de Barack Obama. Uma migalha diante dos US$ 40 bilhões que já distribuiu para organizações filantrópicas.
Quem botou US$ 200 no fundo de investimentos de Buffett em 1965 tem hoje US$ 1,25 milhão. Ele consegue esse desempenho seguindo regras simples. Prefere investir nos Estados Unidos, não põe dinheiro em negócio que não consegue entender nem em empreendimento endividado. A maior parte de suas aplicações está em empresas que fabricam coisas que nunca deixarão de ser consumidas: comida, refrigerantes, cerveja e lâminas de barbear. Cantou a pedra do estouro da bolha tecnológica (mesmo assim perdeu algum quando ela explodiu, em 2001). Fora isso, compra ações de empresas que, a seu ver, não têm motivo para valer tão pouco. Esse foi o caso do lance na Goldman Sachs.
O que torna Warren Buffett um tipo inesquecível é a sua banalidade. As pessoas preferem ouvir idéias novas e, geralmente, complicadas. Quando um sujeito diz que comprou ações de uma empresa que produz lâminas de barbear e sabão porque as pessoas continuarão a tomar banho, parece um bobo. Qualquer bípede poderia ter aplicado mil dólares na Goldman Sachs ao saber que Buffett fizera isso. Teria ganho uns US$ 58 sem fazer nada.
Deve-se ter cautela com as previsões de Buffett para instruir decisões de curto prazo, pois ele não opera nessa faixa. Em maio passado, ele disse à repórter Cristiane Barbieri: "O Brasil estava fora do meu radar. Eu tinha uma visão atrasada sobre a economia brasileira porque países latino-americanos, de maneira geral, têm uma fama ruim em relação à estabilidade de suas moedas. Mas o mundo muda e o Brasil mudou". O doutor acredita que daqui a dez anos o real poderá valer mais que o dólar. A ver, pois nos dez dias ao longo dos quais as ações da Goldman Sachs subiram 6%, o real perdeu 9% do seu valor.
Uma indicação de que as qualidades de Buffett vão além do trivial variado: Por muitos anos, ele viveu em perfeita harmonia com duas mulheres e, depois de viúvo, casou-se com a segunda quando ela tinha 60 anos.
Cinco pérolas de Buffet:
- "Se o mercado fosse eficiente, eu estaria pedindo esmola na rua".
- "Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu".
- "A cobiça, o medo e a maluquice estão nas pessoas, são coisas previsíveis. O que não se pode prever é a seqüência".
- "Wall Street é o único lugar onde pessoas que andam de Rolls Royce se aconselham com gente que usa metrô".
- "Com US$ 1 milhão e bastante informações privilegiadas, você pode quebrar em um ano".
Quem quiser perder umas poucas horas com o personagem, pode ir atrás da edição em português do livro "Warren Buffett, o Maior de Todos os Investidores", de Janet Lowe.
O homem dos US$ 50 bilhões já ganhou na crise
Warren Buffett, o segundo homem mais rico da América (78 anos e US$ 50 bilhões), ganhou pelo menos US$ 578 milhões em dez dias com ações do banco Goldman Sachs. Há dois meses, um papel da Goldman valia US$ 179. Com a crise, ela caiu para US$ 121. Foi nessa hora que o biliardário fez seu lance, botando US$ 10 bilhões no negócio. Na sexta-feira, cada ação valia US$ 128.
Esse pequeno episódio indica que ainda falta muito tempo para a crise do fim do capitalismo e, como nunca, o melhor que se pode fazer é prestar atenção no comportamento dos verdadeiros capitalistas.
Buffet já foi chamado de "Forrest Gump das finanças" pela revista "Vanity Fair". Seu salário (US$ 100 mil anuais, mais uns US$ 250 mil de benefícios) é o mais baixo da lista dos executivos das 200 maiores empresas americanas. Ele vive frugalmente na pequena cidade de Omaha e ensina: "É mais fácil criar dinheiro do que gastá-lo". John McCain gostaria de convidá-lo para a Secretaria do Tesouro, mas ele deu US$ 4.600 para a campanha de Barack Obama. Uma migalha diante dos US$ 40 bilhões que já distribuiu para organizações filantrópicas.
Quem botou US$ 200 no fundo de investimentos de Buffett em 1965 tem hoje US$ 1,25 milhão. Ele consegue esse desempenho seguindo regras simples. Prefere investir nos Estados Unidos, não põe dinheiro em negócio que não consegue entender nem em empreendimento endividado. A maior parte de suas aplicações está em empresas que fabricam coisas que nunca deixarão de ser consumidas: comida, refrigerantes, cerveja e lâminas de barbear. Cantou a pedra do estouro da bolha tecnológica (mesmo assim perdeu algum quando ela explodiu, em 2001). Fora isso, compra ações de empresas que, a seu ver, não têm motivo para valer tão pouco. Esse foi o caso do lance na Goldman Sachs.
O que torna Warren Buffett um tipo inesquecível é a sua banalidade. As pessoas preferem ouvir idéias novas e, geralmente, complicadas. Quando um sujeito diz que comprou ações de uma empresa que produz lâminas de barbear e sabão porque as pessoas continuarão a tomar banho, parece um bobo. Qualquer bípede poderia ter aplicado mil dólares na Goldman Sachs ao saber que Buffett fizera isso. Teria ganho uns US$ 58 sem fazer nada.
Deve-se ter cautela com as previsões de Buffett para instruir decisões de curto prazo, pois ele não opera nessa faixa. Em maio passado, ele disse à repórter Cristiane Barbieri: "O Brasil estava fora do meu radar. Eu tinha uma visão atrasada sobre a economia brasileira porque países latino-americanos, de maneira geral, têm uma fama ruim em relação à estabilidade de suas moedas. Mas o mundo muda e o Brasil mudou". O doutor acredita que daqui a dez anos o real poderá valer mais que o dólar. A ver, pois nos dez dias ao longo dos quais as ações da Goldman Sachs subiram 6%, o real perdeu 9% do seu valor.
Uma indicação de que as qualidades de Buffett vão além do trivial variado: Por muitos anos, ele viveu em perfeita harmonia com duas mulheres e, depois de viúvo, casou-se com a segunda quando ela tinha 60 anos.
Cinco pérolas de Buffet:
- "Se o mercado fosse eficiente, eu estaria pedindo esmola na rua".
- "Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu".
- "A cobiça, o medo e a maluquice estão nas pessoas, são coisas previsíveis. O que não se pode prever é a seqüência".
- "Wall Street é o único lugar onde pessoas que andam de Rolls Royce se aconselham com gente que usa metrô".
- "Com US$ 1 milhão e bastante informações privilegiadas, você pode quebrar em um ano".
Quem quiser perder umas poucas horas com o personagem, pode ir atrás da edição em português do livro "Warren Buffett, o Maior de Todos os Investidores", de Janet Lowe.
Etiquetas: bronze
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