equação
oi, tudo bem? voltei de Deprelândia ontem à noite e, como prometi, estou escrevendo alguma coisa aqui. a viagem foi um pouco diferente de como costuma ser, provavelmente porque foi curta e isso fez com que eu não me aborecesse na mesma medida como de costume. na ida a minha bagagem foi extraviada pela primeira vez em onze anos de vida no ar: enquanto eu seguia para Cumbica, a mala laranja ia para Congonhas. tive de esperar duas horas para reavê-la e sempre repetindo para mim mesmo "podia ser pior, ela podia ter ido para Porto Alegre". mas em termos psicológicos eu sei que não há nada pior que São Paulo.
de resto, foi assim:
eu me senti como o Brandon Flowers, cantor dos Killers, na letra de "Read my mind" e também naquela parte do clipe em que ele aparece no meio de um cruzamento em Tóquio (Shibuya?): desorientado, sem saber para onde correr ou sequer se há algum lugar para isso. vi minha avó, conheci minha irmã (fotos a caminho), dirigi alucinadamente o Civic do meu pai, vi alguns amigos, comi bem. e, na minha cabeça, equiparei Deprelândia a outros lugares do estado, com a diferença de que ali a renda é bem menor do que em regiões prósperas como Ribeirão Preto, Sorocaba e Piracicaba.
meus pais estão bem, cada um no seu canto, assim como as duas irmãs maiores de idade. a Carolina vai pra Irlanda em menos de um mês, e não sei quanto tempo ela pretende ficar por lá. eu já esperava que ela tomasse uma atitude sobre a vida dela há um certo tempo, e ela tá aí. a Isadora eu não sei o que vai fazer da vida mas, se quiser mesmo prestar vestibular para medicina, é bom que pare de ter vida social durante um tempo e se concentre nisso. o que, em se tratando dela, é impossível.
minha irmã está se recuperando bem do nascimento prematuro, ganhando tamanho e peso. e é mais calma do que se espera de uma recém-nascida, comportamento que espero que se mantenha pelos próximos dezoito anos, já que meu pai tem pavio curto. quanto à minha avó, achei-a com uma cara melhor do que da última vez em que a vi, no Natal do ano passado. ela continua com um senso de humor maneiro, soltando palavrões quando vê os personagens de novela de que não gosta e escondendo o Toddy do meu primo Diego dentro do próprio guarda-roupa, só para sacaneá-lo.
fui a Paraibuna, onde minha avó mora, usando o Civic do meu pai, que ele usa muito pouco e estava com mero 1,2 mil quilômetros. provavelmente ele chegará ao ano 2019 a tempo de fazer a revisão de 20 mil. nunca tinha dirigido um Civic da atual geração com câmbio manual, e foi bem divertido: testei o controlador de cruzeiro, ouvi a Band Vale e umas outras rádios locais, constatei o perfeito escalonamento do câmbio (longo como deveria ser o do 307) e a plena disposição do motor, que me levou a cravar 113 milhas por hora na Carvalho Pinto - converta aí para km/h e não conte ao meu pai quanto deu, ou eu nunca mais dirijo o carro.
à noite, uma passada naquele bistrô do lado da estação ferroviária de Deprelândia. no ano passado eu conheci o lugar e pedi um risoto de bacalhau que estava completamente sem gosto, mais parecendo uma canja de galinha (até mesmo porque não secara por completo). como a carta de cervejas do lugar é boa e a proposta é ousada, decidi voltar lá. pedi um sanduíche de carpaccio, mas não tinha. aí pedi uma outra coisa e não tinha também. terminei com um sanduíche de filé e queijo brie que, se desconstruído, seria delicioso: o filé estava uma delícia, o brie também. mas ali um escondia o gosto do outro e não ficou legal.
no outro dia, no restaurante da Luciana, a coisa melhorou bastante, e eu ainda encontrei o casal Angelieri por lá, sempre simpáticos e com mil projetos (o que eu adoro). e o farfale... meu Deus, o que é aquele farfale, com aquele filé e aquela farofa de pão? absurdo, minha gente, absurdo.
Ana Paula e eu nos vimos na sequência, ela com o cabelo cheio de laquê do dia anterior, quando foi ao casamento de uma amiga que eu também conheço. segundo ela, a festa mais parecia o intervalo do colégio em 1998, tamanha a quantidade de gente que lá estava. eu não fui convidado mas, se fosse, provavelmente não iria se soubesse disso, já que prefiro evitar de ver aquelas pessoas que por um motivo ou outro pertencem ao passado: não há coisa mais triste do que perguntar "e aí, tá gostando do trabalho?" ou algo do tipo a alguém que foi tão importante na sua vida em algum momento e hoje o assunto já não existe mais, a conversa não flui, a distância tornou tudo um grande cânion e os papos do passado não interessam mais, já que, ainda que sejamos pessoas iguais, continuamos nos esforçando para parecermos diferentes.
na volta, tive a sensação de que foi um bom final de semana mas, à medida em que me aproximava da capital de São Paulo, fui me sentindo cada vez pior e com vontade de explodir, o que só passou quando o JJ 3586 aterrou em Brasília. deu a impressão que Deprelândia é um problema de monta menor e que meu problema mesmo é o nojo que tenho pela cidade de São Paulo. provavelmente é só uma impressão, já que eu passei muito pouco tempo em Deprelândia para dizer que minha relação com a região melhorou. mas eu me diverti, vi pessoas legais, acelerei e comi bem. não podia pedir muito mais do que isso.
p.s.: eu iria até relacionar aqui algo sobre uma bolsa Birkin da Hermès, mas essa história é tão fuleira que não merece ser contada.
de resto, foi assim:
eu me senti como o Brandon Flowers, cantor dos Killers, na letra de "Read my mind" e também naquela parte do clipe em que ele aparece no meio de um cruzamento em Tóquio (Shibuya?): desorientado, sem saber para onde correr ou sequer se há algum lugar para isso. vi minha avó, conheci minha irmã (fotos a caminho), dirigi alucinadamente o Civic do meu pai, vi alguns amigos, comi bem. e, na minha cabeça, equiparei Deprelândia a outros lugares do estado, com a diferença de que ali a renda é bem menor do que em regiões prósperas como Ribeirão Preto, Sorocaba e Piracicaba.
meus pais estão bem, cada um no seu canto, assim como as duas irmãs maiores de idade. a Carolina vai pra Irlanda em menos de um mês, e não sei quanto tempo ela pretende ficar por lá. eu já esperava que ela tomasse uma atitude sobre a vida dela há um certo tempo, e ela tá aí. a Isadora eu não sei o que vai fazer da vida mas, se quiser mesmo prestar vestibular para medicina, é bom que pare de ter vida social durante um tempo e se concentre nisso. o que, em se tratando dela, é impossível.
minha irmã está se recuperando bem do nascimento prematuro, ganhando tamanho e peso. e é mais calma do que se espera de uma recém-nascida, comportamento que espero que se mantenha pelos próximos dezoito anos, já que meu pai tem pavio curto. quanto à minha avó, achei-a com uma cara melhor do que da última vez em que a vi, no Natal do ano passado. ela continua com um senso de humor maneiro, soltando palavrões quando vê os personagens de novela de que não gosta e escondendo o Toddy do meu primo Diego dentro do próprio guarda-roupa, só para sacaneá-lo.
fui a Paraibuna, onde minha avó mora, usando o Civic do meu pai, que ele usa muito pouco e estava com mero 1,2 mil quilômetros. provavelmente ele chegará ao ano 2019 a tempo de fazer a revisão de 20 mil. nunca tinha dirigido um Civic da atual geração com câmbio manual, e foi bem divertido: testei o controlador de cruzeiro, ouvi a Band Vale e umas outras rádios locais, constatei o perfeito escalonamento do câmbio (longo como deveria ser o do 307) e a plena disposição do motor, que me levou a cravar 113 milhas por hora na Carvalho Pinto - converta aí para km/h e não conte ao meu pai quanto deu, ou eu nunca mais dirijo o carro.
à noite, uma passada naquele bistrô do lado da estação ferroviária de Deprelândia. no ano passado eu conheci o lugar e pedi um risoto de bacalhau que estava completamente sem gosto, mais parecendo uma canja de galinha (até mesmo porque não secara por completo). como a carta de cervejas do lugar é boa e a proposta é ousada, decidi voltar lá. pedi um sanduíche de carpaccio, mas não tinha. aí pedi uma outra coisa e não tinha também. terminei com um sanduíche de filé e queijo brie que, se desconstruído, seria delicioso: o filé estava uma delícia, o brie também. mas ali um escondia o gosto do outro e não ficou legal.
no outro dia, no restaurante da Luciana, a coisa melhorou bastante, e eu ainda encontrei o casal Angelieri por lá, sempre simpáticos e com mil projetos (o que eu adoro). e o farfale... meu Deus, o que é aquele farfale, com aquele filé e aquela farofa de pão? absurdo, minha gente, absurdo.
Ana Paula e eu nos vimos na sequência, ela com o cabelo cheio de laquê do dia anterior, quando foi ao casamento de uma amiga que eu também conheço. segundo ela, a festa mais parecia o intervalo do colégio em 1998, tamanha a quantidade de gente que lá estava. eu não fui convidado mas, se fosse, provavelmente não iria se soubesse disso, já que prefiro evitar de ver aquelas pessoas que por um motivo ou outro pertencem ao passado: não há coisa mais triste do que perguntar "e aí, tá gostando do trabalho?" ou algo do tipo a alguém que foi tão importante na sua vida em algum momento e hoje o assunto já não existe mais, a conversa não flui, a distância tornou tudo um grande cânion e os papos do passado não interessam mais, já que, ainda que sejamos pessoas iguais, continuamos nos esforçando para parecermos diferentes.
na volta, tive a sensação de que foi um bom final de semana mas, à medida em que me aproximava da capital de São Paulo, fui me sentindo cada vez pior e com vontade de explodir, o que só passou quando o JJ 3586 aterrou em Brasília. deu a impressão que Deprelândia é um problema de monta menor e que meu problema mesmo é o nojo que tenho pela cidade de São Paulo. provavelmente é só uma impressão, já que eu passei muito pouco tempo em Deprelândia para dizer que minha relação com a região melhorou. mas eu me diverti, vi pessoas legais, acelerei e comi bem. não podia pedir muito mais do que isso.
p.s.: eu iria até relacionar aqui algo sobre uma bolsa Birkin da Hermès, mas essa história é tão fuleira que não merece ser contada.
Etiquetas: prata
3 Comments:
Espero o comentário sobre a bolsa Birkin da Hermès!
Tem ótimos lugares para se comer por lá. Mas nada é tão bom como o suco de morango com água tônica lá da Luciana. Ninguém nunca fez um igual. Já pedi em vários restaurantes e nada se compara.
hahaha Piracity arrasa!!!!
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