rosso
ao contrário da capital paulista, aqui existe algo chamado bom senso.
assim, enquanto SP derrubou o relógio da "torre do Banespa", uma das
minhas lembranças mais remotas da infância, Brasília manteve os
relógios no alto dos prédios. como esse digital, do Bradesco, que
posso ver pela janela à minha esquerda agora.
ele traz, em uma parte do tempo, a cor vermelha (rosso) que batiza
esse post; ele traz, mais do que isso, a minha vontade de trabalhar,
quando esta se vai. é raro, mas acontece. da mesma forma, as fotos do
Jorge Paulo Lemann, do Eike Batista e da Lisa Cant, que adornam a
minha baia, têm o mesmo efeito: o de me fazer trabalhar e produzir
cada vez mais, tanto em benefício da Telerj quanto em meu próprio.
são 7:57 da noite e eu acabei de acabar tudo o que tinha que fazer por
aqui, tanto para a Telerj quanto para o Portal do Geólogo. estou um
pouco cansado, mas faz parte; em compensação, não acho que trabalhei
demais. não fiz corpo mole, mas é como o Alexandre diz: acordo todo
dia com a sensação de estar perdendo o jogo por 2x0, e nos melhores
dias durmo achando que consegui o empate.
umas duas horas atrás me deu vontade de chorar. um pouco porque estar
aqui na área nova é um sonho realizado, um pouco porque é apenas um
degrau dentre milhares de lances de escadas que terei de subir até
chegar onde quero.
um lado bom e um ruim.
ainda estou sem ritmo para o novo trabalho, por isso tenho a impressão
que tenho três vezes mais coisas para fazer do que tinha na outra área
- e não tenho. mesmo que tivesse, sempre poderia fazer mais: é o que
me move, é o que me faz acordar todo dia de manhã. mas de vez em
quando o corpo sente, a cabeça sente, o coração sente um aperto. e
olhando as fotos dessa gente que eu quero conhecer, olhando o letreiro
do Bradesco lá fora e tanta coisa para ser feita, eu só penso em me
recuperar mais rápido e não desanimar.
mas no final das contas eu não chorei, só fiquei com os olhos
vermelhos - e preocupado com o que diriam ao ver que eu, no meu
terceiro dia aqui e sem motivo aparente, estava assim. mas foi tão
rápido que não deu tempo de verem, foi tão rápido que mal deu tempo de
sentir alguma coisa. pensei em uma música que adoro e que diz "tell me
I'm not dreaming, but are we out of time?". eu não sei dizer e não
quero pensar no assunto, eu só quero voltar pra casa à noite e pensar
que o dia valeu a pena.
e é assim que eu tenho me sentido ultimamente.
Etiquetas: bronze
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