quinta-feira, janeiro 04, 2007

bombando na ferragem

não é preciso dizer que, quando cheguei a Brasília ontem, meu apartamento estava uma bagunça: qualquer um que conheça o Lelo ou que tenha tido seis minutos de prosa com ele sabe que, dentre os predicados dele, certamente não se encontra o gosto pela ordem. então eu chego em casa e tem meias espalhadas pela sala, uma pilha de roupas sujas do lado do colchão/cama dele, uma sacola do Exército com um livro de RPG obstruindo a entrada do quarto, os pisos totalmente enrolados, a maior coleção de caixas de lasanha pronta jazindo no lixo e um monte de garrafas vazias em cima da mesa, dentre outras coisas. e ah, uma pilha de louça suja de molho quatro queijos.

é de desanimar, não? mas calma, que tem coisa pior: a torneira da cozinha com problemas. não fecha de jeito nenhum, e à medida em que eu giro, giro (oi, Paula Giro! quanto tempo!) e giro o registro pra fechá-la, mais água sai. aaaaaaaaah. e ele não se incomoda com isso: "descobri", diz o sagaz Lelo, "que é só fazer uma pressãozinha assim-assim-assado, fechar com força, que fica tudo bem".

tudo bem o c******, penso, e lá vou eu pra ferragem, hoje, dar um jeito nisso, depois de falar com um encanador semi-profissional que fica no bloco aqui em frente. chego na ferragem, olho o nome do atendente do setor e começo a expor o problema:

"- Salomão, me salva, minha torneira despirocou" - e mostro a peça a ele.
"- deixa eu ver aqui..."
"- por favor, chega de desperdiçar água."

(dez minutos depois...)

"- a torneira do senhor é muito antiga, não temos a peça pronta. mas posso montar uma, fica em 27 reais."
"- que seja."
"- e precisa de uma cobertura nova."
"- que seja."

nisso começa a tocar "Sexyback", essa última do Justin. é boa, não? eu adorei. percebo que o Salomão tá batendo cabeça ao som do hit... e começo a dançar também. a peça está pronta, lá vou eu pra casa, pra esse pardieiro, com uma música do Justin na cabeça, um resfriado e uma dor no pescoço, pensando em como os meses precisam passar logo.