domingo, fevereiro 21, 2010

Nyíregyháza

sexta-feira rolou mais uma edição da Play!, festinha indie (cof, cof) organizada no bar Blecaute, na 904 sul, em uma dessas infames associações de funcionários públicos que estão por todo o Distrito Federal. e a estrela principal da noite era meu grande amigo Lúcio Ribeiro, que mais ou menos uma vez por ano vem para cá lembrar que os DJs de Brasília são uma porcaria e que essa história de Blur-Pixies-Smiths-Placebo já deu o que tinha que dar há muito tempo.

ainda na Telerj, peguei essa foto aqui e imprimi uma folha com apenas o Lúcio, para fazer de cartaz na hora de buscá-lo no aeroporto. quando ele chegou e viu aquilo, riu demais e ficou com o papel. ele me falou de seus planos para a noite: um dos organizadores da festa pediu para ele fazer um set "bem rock", sem muita música eletrônica ou remix, já que "os brasilienses não gostam dessas coisas". no hotel, ele me mostrou a base do set: começava com um remix de "VCR", do XX, e ia emendando uma música eletrônica atrás de um remix até o final. de rock mesmo só havia "Zero", do Yeah Yeah Yeahs, e a cretina "The modern age", dos Strokes. achei atitude.

pouco depois fomos ao Alice, tido como o melhor restaurante francês de Brasília. nunca tinha ido lá, e jantar com um dos meus ídolos da adolescência e que acabou virando meu amigo pessoal parecia a situação perfeita para ir. juntou-se a nós o Paulo, amigo do Lúcio, e ficamos lá comendo bem e discutindo política até quinze para uma da manhã. em meu único dia de refeição livre na semana, comi o couvert, uma saladinha muito bem temperada, um penne ao alho e óleo com carne cozida e um flan de chocolate com chantilly. apesar de a comida ser boa, não achei espetacular, e não foi das melhores relações custo x benefício daqui. por ora, o melhor restaurante francês de Brasília continua a ser o La Chaumière.

perto da uma da manhã nos dirigimos ao Blecaute. estacionei meu carro lá dentro e, como que nos recepcionando, duas meninas se pegavam no estacionamento, sob o olhar atento de uma terceira. Lauro Montana, o premiado ator, cineasta e mestre de umas outras tantas artes, estava logo ali do lado também. comentei com ele que a entrevista dada ao Ricardo Henrique estava muito boa, e entramos no bar. deixei o nome do João Paulo na lista, e com cinco minutos na festa encontramos o André, meu colega na escola de lobistas.

como estava passando mal de tanto comer, nem ousei colocar álcool na boca. alguns dos presentes, por outro lado, já pediam suas vodcas e pensavam em ter com Jah nos bastidores. ciente de que tchose e socialismo foram os grandes males do século passado, como diz Vincent Gallo, fiquei na minha. a DJ que tocou antes do Lúcio alternava momentos horrorosos com outros excelentes; só me lembro de um exemplo da parte boa, que foi "Dancing queen", do ABBA, batidíssima mas responsável pela perda de mais de 70 milhões de reputações, segundo minhas estimativas... e eu me incluo nessa lista.

João Paulo chegou, acompanhado da Luciana. a moça voltou para Brasília, depois de umas temporadas morando na pior cidade do mundo, e obviamente voltou para cá falando mal daqui, no melhor estilo brasiliense. como o JP é implacável, lembrou do ano em que ela bateu o carro dezenove vezes e ela, aparentemente orgulhosa do feito, completou dizendo que a Porto Seguro não lhe faz mais apólices. aí o Lúcio assumiu o comando do som e assim que os primeiros acordes do remix do XX entraram, disse ao JP para tentar adivinhar que música era aquela... dois minutos depois ele tinha pirado.

fui para a pista de dança, exercer meu papel de fiscal do som. basicamente, fico lá no meio vendo a reação das pessoas, se estão dançando, se estão felizes, e mando ao seu Ribeiro uns boletins por SMS. e essa noite tinha até gente usando o Shazam, aquele programa do iPhone, para tentar descobrir quais eram as músicas que o Lúcio tocava. e foi bem divertido, o set do Lúcio foi nota 9 (só não levou 10 porque ele tocou a mesma do Ting Tings duas vezes, provavelmente querendo sacanear alguém). uma noite bem legal, encerrada por volta das quatro e quinze da manhã, depois de discutir Palmeiras e Nick Hornby com o André, filosofia com o Ximeninho e quase todos os assuntos possíveis com o JP.

levei o Lúcio para o hotel e, na volta para casa, recebi uma ligação dizendo que haveria festa na casa do filho de um ministro. não estava nem muito cansado, mas nem quis saber dessa festa: p****, eu sou de direita, eu sou da oposição! como é que vou me justificar depois? hahahahahahaha...

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2 Comments:

Anonymous @futebolamanha declarou...

- O Alice é overreated. La Chaumiere é bem melhor, mesmo.
- o Shazam tb tem no Blackberry, não é exclusividade desse brinquedo, ops, telefone.
- qual música do Ting Tings?

domingo, 21 fevereiro, 2010  
Blogger Eduardo Palandi declarou...

por partes:

- Francisco Penna a toujours raison. se ele frequenta o La Chaumière, é porque é melhor e pronto :)
- o prego que levantou o celular na balada para rodar o Shazam tinha um iPhone... é um comportamento que você não espera dos discretos donos do Blackberry;
- a do Ting Tings foi "That's not my name": http://www.musicloversgroup.com/the-ting-tings-thats-not-my-name/ - é boa, mas duas vezes?

domingo, 21 fevereiro, 2010  

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