segunda-feira, fevereiro 15, 2010

curau

oi, tudo bem? por aqui tá tudo legal, tudo numanáice. fui hoje a Paraibuna, terra natal de minha família por parte de pai. é uma cidadezinha de 15 mil habitantes que tem lugar certo no meu coração, e um bom lugar para descansar. a cidade ganhou, no início do século, uma tradição para os dias de Carnaval: trata-se da Pamonhada. os munícipes passam os quatro dias (só os dias, não as noites) do feriado ouvindo sambão e comendo pamonha e outras especialidades do milho, como curau, sorvete e o próprio milho cozido, em espigas. ideia meio estranha, não? mas achei mais interessante que pagar uma grana violenta para correr atrás de um caminhão ou sentar-me numa arquibancada para ver um monte de gente vestida de frango com plumas coloridas atravessando a rua. então foi o seguinte:



esse sou eu de camiseta amarela, de propósito para combinar com o amarelo da estrela do dia. mas o suco de manga no almoço foi coincidência, juro. fui para lá às dez da manhã, ouvindo um Koop e o "Cinema", do Rodrigo Leão. esse último é o disco perfeito para ouvir em uma estrada como a Carvalho Pinto, que liga Deprelândia a outro ponto de Deprelândia e é metade do caminho rumo a Paraibuna. lembrei-me das auto-estradas portuguesas, uma delícia de serem cortadas. com o carro do meu pai, cujo acelerador no assoalho suplica por um pisão, fica melhor ainda.

chegando lá, conheci o Valmir 2.0, filho do meu tio Valmir. olha só o garoto:



segundo minha mãe, ele dorme na mesma posição que eu dormia, nessa idade... mas juro que não lembro de fazer isso (ha, ha). depois do almoço, sem conseguir esperar pelo momento em que iríamos à Pamonhada, o Valmir pai decidiu que precisava de uma sobremesa:



pois é. quarenta e nove anos nas costas, escalando a goiabeira do outro lado da rua sem nem ver se tinha alguma goiaba aproveitável; seis frutas depois, ele desceu. conversamos bastante, já que ele é meu orientador para assuntos profissionais e um dos grandes investidores da família na Bovespa. Valmir me deu a dica da OGXP3, apesar do P/L acima de 100, e me falou da carreira do Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio: de jornalista a presidente de fabricante automotiva a ministro. versátil, não?

àquela altura, com vários tios presentes, todo mundo queria falar de política. e em Paraibuna, o simples fato de morar em Brasília transforma qualquer um em cientista político de renome... mas não estava a fim de falar sobre o assunto, queria era isso aqui:



sorvete de milho verde. ficou com vontade? deveria. eu nem pensaria em pedir uma coisa dessas num Ateliê de Confeitaria qualquer, mas ali o contexto era perfeito. e o sorvete tava delicioso, tão bom que liguei pro Lúcio e chamei-o para comer pamonha - se não nesse ano, no próximo. a gente pode até fazer um bloco de pamonheiros underground, apesar de que na fila da pamonha eu tava era curtindo um sambão.

pera aí, eu falei de fila? é, uma senhora fila (saiu um pouco dela nessa foto aqui). uma hora de espera para retirar sua pamonha, e isso depois de ter comprado ficha. quando meu pai soube que eu iria à Pamonhada, pediu para eu trazer umas para ele. umas. VINTE E CINCO. isso dava um problema logístico sério, já que os vinte e cinco quitutes teriam de viajar 70 milhas sem perder o aroma e o buquê mantendo-se comestíveis. por isso mesmo, levei um engradado plástico até Paraibuna.

na fila, com o infame porta-pamonha em mãos, ligando para o Alê e tirando fotos de tudo, os locais me tomavam por turista, e eu me divertia com isso. perguntavam se ia encher o engradado com pamonhas, e eu respondia que não, e que não se preocupassem porque tinha para todo mundo. aí me perguntavam o que eu faria com tanta pamonha, e eu respondia "vou levar para casa, em Brasília". aí é que eles gostavam, sentiam-se prestigiados etc. daí chegou minha vez e pedi vinte e oito pamonhas (as 25 do meu pai, duas para a minha mãe e a minha):



e não, meu pai não vai comer todas. ele jura de pés (os dele, não os de milho) juntos que vai distribuir pros amigos. com o tanque cheio da mistura de milho com açúcar, voltei para a casa da minha avó, onde fiquei trocando ideinha com ela até chegar a hora de partir. rolou até um arco-íris em Taubaté, enquanto ouvia minha coletânea da Françoise Hardy, na qual acabei de colocar as mãos. isto é, antes de deixá-las grudentas ao saborear minha pamonha...

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1 Comments:

Anonymous Anna declarou...

é nessas horas que eu gosto do interior paulista haha :)

quinta-feira, 18 fevereiro, 2010  

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