quinta-feira, dezembro 20, 2007

caipirinha

oi, tudo bem? desculpem-me pela ausência nos últimos dias. ela tem, como sempre um bom motivo... na verdade, um ótimo: fiz minha primeira viagem a trabalho pela Telerj, tendo ido, com um amigo, ao Rio de Janeiro, para dar um sacode numa empresa por lá e avaliar o que eles têm feito por você, consumidor amigo.

assim, tomamos o rumo do Rio de Janeiro na noite de terça, num vôo da Pau-de-Arara Airlines que saiu com duas horas e meia de atraso aqui de Brasília. só para taxiar na pista foi meia hora... ou mais. a bordo, uma boa notícia: a Gol substituiu o horrendo combo barra de Nutry + amendoim torrado pelo menos horrendo combo biscoito cream cracker + biscoito goiabinha. horrendo, não? mas de nota um o rango subiu para nota 3, ajudado pelo suco de manga a reboque.

depois daquilo, desembarcamos no Rio, eu envergando um terno de lã fria cinza, camisa azul, gravata vermelha... e uma mochila da Company que usei no colegial, para levar as coisas. algum carioca no saguão do aeroporto, ao ver meu amigo e eu de terno, desembarcando, mandou um "olha lá os pingüins", ao que eu pensei "putz, já me marcaram pra ser assaltado?", impressão negativa que se desfaria em pouco tempo, à medida em que o táxi azul galopava a Linha Amarela na velocidade padrão dos cariocas (75 milhas por hora).

chegando ao hotel, um lugar antigo mas aparentemente limpo e decente a duas quadras da praia de Copacabana, estava, tipo assim, roxo-aquarelado de fome, e já era quase meia-noite. tomei banho e desci para comer algo. meu amigo sugeriu o Bracarense, ao que pegamos outro táxi (que, no Rio, é bem mais barato que aqui) e fomos para lá. ao chegarmos na porta, constatamos que o Braca estava fechando, com as portas sendo baixadas e tudo mais, e voltamos até o Sindicato do Chope, na avenida Atlântica, onde ficamos apreciando chope, bolinhos de bacalhau e as Bebéis no calçadão, não necessariamente nessa ordem.

na mesa ao lado, um turista alemão se refestelava com quengas locais, enquanto na mesa do outro lado um sujeito com cara de biscoito goiabinha conversava com uma menina de pernas espetaculares e rosto parecido com o da Lily Allen, escoltada por uma feia sem maiores explicações. deu ainda para notar o casal goiano (composto de um cara feio e uma menina bonita) a poucos metros, numa mesa mais ao fundo.

e ali nos recuperamos do vôo e jogamos conversa fora, numanáice, olhando pro mar à uma da manhã, sem se preocupar com nada. ao pagarmos a conta e procurarmos um táxi para voltar ao hotel, percebemos um bar todo modernete ali perto, e resolvemos conferir qual era. ao adentrar o Atlântico (um nome maravilhoso para um bar, sem ironia), senti uma vibração maneiríssima: o pessoal dançava aqueles cruzamentos de soul com música eletrônica, que eram despejados por um maluco num MacBook preto, que ainda fazia vocais por cima e um outro figura tocava sax ao lado. pedimos duas Stella Artois e ficamos ali observando, mas o agito ali parecia ser uma festa de aniversário: todos os convidados se conheciam, menos nós dois. mulher solteira era uma utopia, mas apesar disso a vibe local era uma delícia.

tipo assim, eu me senti em Portugal, num bar de frente pro mar na Costa da Caparica, sem nunca ter pisado no país. dá pra entender? e voltamos para o hotel depois de termos engolido a Stella.

no outro dia, acordar cedo pra se empoleirar, ficar impecável pra reunião, repassar a estratégia. ovos mexidos, sanduíche de queijo no pão preto, suco de goiaba: qualquer negócio para rebater o sono. a reunião foi tranqüila, e durou apenas duas horas e meia: um marco de sucinteza, para os padrões da Telerj. já estávamos prontos para pegar um táxi e sair em disparada para o posto 9 almoçar num quiosque e tomar suco de uva verde no BB Lanches, mas aí uma diretora da outra empresa, uma menina linda de morrer, convidou-nos para almoçar na Confeitaria Colombo. e, se uma menina linda morrer te convida pra ir à Confeitaria Colombo, você pode dar a ela qualquer resposta, contanto que seja "sim".

então fomos e almoçamos em grupo de seis. eu nunca tinha estado lá, e fiquei encantado com a decoração, os espelhos, os vitrais, o piso, a madeira-de-lei que orna os corrimões, os elevadores com portas pantográficas que só carregam quatro pessoas por vez (e uma delas é o ascensorista). tudo lindo, tudo lindo, tudo lindo. saí de lá turistão, com alguns souvenirs a tiracolo, passamos no hotel pra colocar o figurino praiano e caímos para a areia. do posto 6 mesmo, para economizar tempo. alugamos as cadeiras, pegamos umas Skol e ficamos lá, de bobeira, até que uma chuva fraca nos espantou para um quiosque. e ali na orla do calçadão, a vida é um freak show de gente caminhando, intercalando-se com meninas lindas e o maior número de vendedores de merdas aleatórias que você já viu, especialmente amendoim e óculos de sol.

ficamos nessa pelo máximo de tempo possível antes de ir para o aeroporto, e no caminho ainda vimos alguns navios transatlânticos de perto, atracados ali no porto do Rio de Janeiro: com a altura de prédios de oito ou nove andares, comprimento de mais de um quilômetro, são qualquer coisa de impressionantes, caso você nunca tenha visto um. e no aeroporto, a mesma cantilena da ida: atrasos, comida pasteurizada, minha camiseta "FRAGILE HEART PLEASE BE NICE" fazendo sucesso.

no final das contas o que eu tenho a dizer é que se repetiu algo que percebo desde 2005: quanto mais eu vou para o Rio, menos eu gosto de São Paulo. e fico até tentado a me mudar para lá, embora meu amor por Brasília certamente não deixe. certamente? uma palavra meio pesada... vou trocá-la... enquanto isso, recomendo uma camiseta para todos que sentem a mesma coisa pelo Rio: clica aqui e dá uma olhadinha, enquanto eu vou ali entregar as chaves do apartamento do Gustavo pro Felipe, que já deve estar chegando.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo declarou...

comparar SP com o RJ é o mesmo que dizer que um Corolla é mais bonito que o Jaguar. Nesse caso, SP é o Corolla: funciona, é útil, mas é feio.

quinta-feira, 20 dezembro, 2007  

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