domingo, dezembro 16, 2007

86

hoje faz vinte e um anos que meu avô materno morreu. e mesmo tendo à época apenas cinco anos, eu me lembro bem do dia. e de como eu não sabia que ele não fazia nada pela própria saúde, mesmo tendo diabetes. fez até o final o que queria fazer, sem se preocupar com dietas, exercícios ou qualquer coisa do tipo. na roça, em 1986, não tínhamos a preocupação paranóica que hoje temos, mas meu avô não era capaz nem de cortar açúcares ou carnes gordurosas de sua dieta.

no ano seguinte, no dia 22, minha avó materna - a que me deu o sobrenome Palandi - morreria, completando a sucessão de golpes que faz com que a minha mãe odeie o Natal até hoje. eu não odeio, sou apenas indiferente, embora saiba que a indiferença, às vezes, é a pior coisa do mundo. sexta-feira, como eu disse ontem, volto para a roça e passo esse período de fim de ano por lá, com ela, meu pai e o resto da família. e como eu nunca sei se minha mãe está pensando nessas coisas que aconteceram há duas décadas, nunca sei como me posicionar.

mas ninguém falou que seria fácil entender as pessoas.

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