domingo, março 26, 2006

dízimo
a primeira banda que mudou minha vida foi os Smiths. 1997, nojo dos Raimundos, sabendo alguma coisa de inglês... tinha que procurar alguma coisa pra minha vida, né... então acabei descobrindo eles. e foi a minha banda preferida até lá por 2002, quando dei a mão à palmatória e descobri que o Suede era (ainda é) a melhor banda do mundo.

quando você vira uma pessoa bem resolvida e de bem consigo e com o mundo, como aconteceu comigo no final de semana passado, sua paciência com os Smiths estoura. você acusa a bicha velha do Morrissey de reclamar de tudo, de lamentar e não fazer picas para a situação mudar, de ser um subproduto Thatcherista (logo você, que vota com o Labour e com os republicanos), de glorificar o facto de estar na m****, além de responsabilizá-los pelo Travis, pelo John Mayer e por dúzias de outros lixos que aí estão.

concordo. em parte considerável - mas não toda - é culpa dos Smiths. o problema é que, quando eles puxam o freio do miserabilismo e atacavam os outros com sarcasmo, continua sendo bom demais. por isso mesmo eu não tenho paciência para ouvir o "Ringleader of the tormentors", um conjunto de supostos lamentos à italiana, e vou ouvir "Cemetry gates", um murro bem doído na cara do Howard Devoto - que deve arder ainda hoje, a poucos meses de completar vinte anos. ô musiquinha boa.