sexta-feira, novembro 07, 2008

rima

então a coisa no meio da semana foi assim:

- quarta-feira à noite: Carol, Lara, Érico e eu fomos a uma festinha na 201 norte, quadra que bem poderia ser conhecida como "Acrópole", pela quantidade de escadarias mal-planejadas na comercial: elas são um convite para tropeços, tombos, torções e outras coisas que comecem com T e tenham a ver com equilíbrio. o lugar da festa, um barzinho chamado Balaio, tem uma decoração horrorosa. no nível da rua, velhos magros - aqueles que se acham artistas, sabem? - tomavam Bohemia e faziam pose para câmeras imaginárias, enquanto riam alto de comentários ensaiados em casa. ninguém ali se vestia de modo satisfatório, mas pensando bem era todo mundo feio mesmo. assim que vi aquilo, mandei uma mensagem pra ela, dizendo que a festinha era uma fria.

no subsolo, a pista de dança recebia cerca de nenhuma pessoa, situação que se agravou quando o DJ mandou "Psycho killer", dos Talking Heads - não estamos mais em 1983 e ninguém mais sabe que é pra fazer fafafaf no refrão. a música continua boa, é fato, mas se no andar de cima só tinha quarentão, no andar de baixo só tinha gente de quatorze anos. o pior foi a mesa de pingue-pongue que colocaram no ambiente ao lado da pista de dança: tinha uma molecada que trouxe de casa as próprias raquetas, e realmente se empolgaram com a idéia de que havia uma festinha com tênis de mesa num ambiente mal iluminado. como só havia sofás nas duas extremidades desse ambiente, arrumamos um para nos espalhar, mas irremediavelmente éramos bombardeados por bolinhas de gente grossa no esporte e que nem tinha idade para estar ali.

com o Detran de Brasília ainda em greve, vi que era uma boa idéia ficar bêbado e me encaminhei até o bar, onde um botafoguense com rabo-de-cavalo e um ser com cara de estivador faziam caipirinhas. demorou quinze minutos para a minha ficar pronta, mas pelo menos ficou boa. engolida em minutos pela galera, nem mesmo as propriedades alcoólicas do coquetel fizeram com que a festa se tornasse algo agradável. Érico sumiu, e nós voltamos para o andar de cima onde discutimos gente branquela e goianos antes de irmos embora, NA CHUVA, cada um pra sua casa. eu não vou dar nota para a noite, então cada leitor que chegar aqui que se decida sobre quanto vale o show.

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- quinta-feira: uma reunião de líderes (no caso, eu e meus pares) decidiu que eu não precisaria ir a um evento que era bem desnecessário. quer dizer, o Victor foi no meu lugar, mas continuou desnecessário. em compensação, eu estava escalado para um trabalho que tinha tudo para ser chato, no final da tarde, e que foi bem interessante, a despeito de uma falta de organização aqui na Telerj, que conseguiu enviar DUAS equipes representando a empresa, sem que uma soubesse que a outra ali estaria. mas foi bom, e no final das contas até deu para extrair umas informações importantes para a minha vida pessoal, além de trocar idéinha com gente que eu não conhecia.

chegando aqui, uma recarga no desodorante e lá vou eu para o coquetel de inauguração da nova sede brasiliense da XP Investimentos, a melhor corretora do Brasil. me dá muita alegria ver que o pessoal saiu, em menos de dois anos, de um escritório acanhado na 504 do Sudoeste para um espaço de primeira classe no Brasília Shopping, com uma infra-estrutura que nenhuma outra corretora presente no DF - e poucas filiais da XP no Brasil - possuem. palmas para eles, por favor. pelo esforço, pela dedicação, pelo trabalho que fazem com os clientes. nem vou mencionar detalhes como o delicioso buffet (pronuncia-se "buféti"), um oferecimento Trattoria Gatto Nero ou a palestra que o Mário ofereceu, mas de toda forma, alto nível o tempo todo. faltei à academia, já que cheguei em casa tarde, e vou passar boa parte da minha vida me torturando com isso. ou seja, semana que vem ainda vou me lembrar. mas hoje eu não posso deixar de ir pro pumping iron.

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- sexta-feira: três semanas atrás eu estava pronto para fazer um trabalho extremamente desgastante, um megaparecer a respeito de um Projeto de Lei. estralei os dedos e, quando fui pegar a pasta com a tramitação do dito cujo, me falaram que eu teria de aguardar a atualização da pasta antes de fazer qualquer coisa. como me entregaram a pasta sem ninguém ter levantado essa questão, fiquei levemente possesso. demoraram uma semana para fazer a atualização, e quando terminaram o trabalho eu estava indo para São Paulo. como a Telerj não tem plano de emergência e deixou um estalinho virar um míssil Scud, a água chegou à cintura de geral nessa semana e resolveram ir atrás do responsável pelo parecer. e o único dia que eu tinha para fazê-lo era hoje, quando não teria nenhum compromisso, nenhuma reunião, nenhum rabanete a ser toureado.

cheguei mais cedo, liguei o computador, peguei a enorme pasta que havia sido montada e comecei a ler duas opiniões, feitas por duas pessoas, de duas áreas diferentes, e que precisavam ser conciliadas em torno de algo legível. levei quatro horas e meia para produzir sete páginas - falta apenas um parágrafo para concluir a missão, e ele só está pendente porque a área pediu para falar comigo na segunda-feira. estou muito aliviado. tão aliviado que escrevi esse post batendo cabeça ao som de um cd de dance music que acaba de chegar ao seu ápice: "In my arms", da Kylie Minogue. essa música é do c******, e agora fico pensando que o DJ da quarta à noite deveria ter colocado ela pra tocar, ao invés de achar que era uma boa idéia voltar vinte e cinco anos no tempo. alguém vai dizer que não é uma boa idéia tocar coisas da Jovem Pan FM - rádio onde a Kylie impera -, mas eu iria pra pista na mesma hora. e daqui a pouco tem "Harder, better, faster, stronger", do Daft Punk, para me dar a mesma sensação.

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