sábado, abril 05, 2008

hidromassagem

algumas idéias submarinas, tranqüilamente deitadas no fundo do mar, dentro de cilindros metálicos, onde faz zero Kelvin. até o dia em que a sonoluminescência lhes acordar e, do nada, a fusão nuclear começar, e elas produzam o que se deve produzir: combustível estelar. e vai ser a primeira vez em que os seres humanos conseguirão controlar a fusão.

dali pra frente vai parecer brincadeira.

*

eu tinha de correr. mas a chuva e as pessoas andando na diagonal fizeram com que me atrasasse. se perdesse o trem das 5:16 da tarde, as coisas acabariam ali. eram 5:15 quando alcancei a estação, e desci em disparada pelas escadas. estava com minhas botas, e não com tênis de corrida, o que dificultava as coisas. quando cheguei à plataforma, vi as últimas pessoas embarcando e corri com as últimas forças, enquanto começava a soar o alarme de fechamento das portas: já eram 5:17 e eu não vi outra opção a não ser me atirar para dentro do trem. caí dentro enquanto o último alarme soava e, no chão, com todas as pessoas me olhando, tratei de fingir que nada havia acontecido. tudo bem: eram 5:17 e eu estava a caminho.

*

histórias reais para alimentar a tarde, ficções baratas para embalar a noite: a chuva me atrapalhou os planos de ver estrelas, e eu só vejo, agora, as extremamente necessárias - embora saiba que as outras estão presentes, apenas ocultas. inclusive as do passado, já que quando olhamos as estrelas no céu, invariavelmente aquela energia brilhante foi emitida há uns tantos anos-luz, mostrando que o pretérito nos acompanha e aquela frase do William Faulkner é cruelmente verdadeira.

mas, voltando às nuvens, mais próximas: não será melhor assim?

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