vitamina B2
perdi quatro horas do meu dia para conseguir o atestado médico que a Telerj me solicitou para a admissão no serviço público. quatro horas, bota fé? cheguei às onze no centro de saúde do Cruzeiro (um bairro pobre daqui), para ser informado que eles fechariam para o almoço ao meio-dia e voltariam à uma. eu sabia que teria que esperar desde o meio-dia para ser o primeiro a pegar uma senha, então me plantei na porta do nosocômio (um sinônimo de "hospital" que meu pai me ensinou durante as férias) com uma "Vogue" e uma "piauí", e fiquei lendo a última do começo ao fim enquanto aguardava. fui o primeiro da fila, que era de umas vinte pessoas quando o CS reabriu. cheguei lá, me pediram pra ir a um guichê preencher uma ficha; a funcionária pegou minha identidade e conseguiu a façanha de COPIAR meu nome errado. depois de me segurar pra não quebrar o vidro, entrar no escritório e cobri-la de porrada, voltei a esperar, até que uma enfermeira me chamou pelo nome, para que eu medisse a altura, a pressão e o peso. e fui mandado de volta para a fila. lá, fui informado que a médica "só costuma chegar por volta das duas e meia", e assim aconteceu, não sem antes um senhor de 686 anos ser chamado primeiro, afinal de contas ele é velho e eu não. às 2:40 da tarde eu adentrava o consultório, onde uma senhora de cabelos brancos e olhos bem vivos, empunhando uma Montblanc tinteiro (!!!) me aguardava. ela fez piadolas engraçadinhas, trocou idéinha comigo, viu meus exames e escreveu o tal do atestado, um papelzinho ridiculamente pequeno e que me deixou três horas e meia na fila, mais quinze minutos no consultório.
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