segunda-feira, maio 15, 2006

ieri
ontem à tarde foi legal, tava num marasmo que só aqui em casa, aí encontrei o Buff no MSN. perguntei se ele tava sabendo de alguma coisa e ele disse que o casal Rollo e Camila havia acabado de chegar à sua morada, aqui no Sudoca. convidaram-me pra tirar umas fotos, não sabia nem de quê, mas topei. tomei um banho rápido e desci: o coiote comprou uma Nikon muito gata, e queria fazer umas fotos nas ruínas da UnB (sim, Brasília não tem nem meio século mas tem ruínas dos tempos do DF Medieval). compramos cerveja e tocamos para a Asa Norte, onde a faculdade nos esperava.

paramos o carro ali naqueles prédios de dormitórios estudantis - aliás, eu adoraria entrar num daqueles, dizem que por dentro eles são maneiríssimos - pegamos uns casacos no carro (o banco de trás do Gol do Rollo é um guarda-roupa de inverno) e fomos à pé rumo às ruínas, que o bicho dizia só ter visitado uma vez, muitos anos atrás, e ainda por cima doidão... ou seja, ele não era exatamente um modelo de GPS ambulante. andamos uns cinco minutos por uma trilha aberta no matagal... e chegamos a uma pista asfaltada, totalmente abandonada: parecia uma pista de pouso clandestina no meio da Amazônia. já estava meio alto e comecei a dizer que ficaria na ponta, pro bimotor não me atropelar... hahahahahahaha.

em seguida, avançamos em outra trilha no meio do mato, do outro lado. a cada bifurcação no caminho, o Rollo não sabia pra onde ir - teoricamente ele deveria saber, uma vez que, por ter sido o único a já estar nas ruínas, ele era o líder dessa expedição. dois minutos depois, encontramos um outro grupo de aventureiros. não, minto: era um bando de ciclistas, todos vestidos com aquela roupa de frango da Sadia e capacetes, no que o intrépido coiote berrou pra eles "eeeeeei, é pra cá que vai pras ruínas?". simpático, o bicicleteiro respondeu que não, e apontou-nos o caminho mais pra cima. voltamos pela pista clandestina e fomos até o final dela, onde encontramos uma portaria, que o frango indicara. ela estava aberta, e assim seguimos uma trilha de tocos de árvore que não dava em lugar nenhum. ou melhor, dava: havia um nativo no final dela, e o Rollo perguntou-lhe onde ficavam as ruínas.

desfamiliarizado com os termos técnicos do maconheiro, o nativo respondeu "sei de ruína não, mas tem uma laje ali embaixo. tem uma vista maravilhosa", e apontou-nos o caminho para a tal laje (nota: pobre adora um termo de pedreiro, né?). descemos até lá e, hélas, a laje indicada pelo morador era uma das ruínas. e lá ficamos, admirando a parte não construída da UnB, aquele clima meio romano mas com vista privilegiada para o Paranoá. ficamos imaginando o que seria construído ali, o porquê das obras não terem ido em frente, discutimos o arrojo das formas... e até tiramos algumas fotos, antes do trio manufaturar um tchose na laje e acendê-lo. uma viagem histórica, com duplo sentido.

pouco depois, uma família de nativos da região foi até lá, não sei se pra se divertir ou para nos intimidar, acompanhada de três cães vira-latas. eu, que tenho medo até de poodle, gelei na hora, mas por sorte eles não me mastigaram. a família esteve lá, à distância, durante o período em que meus três colegas de viagem reuniam-se com o infame Tio Zé (corruptela para "tchose", dada a pronúncia semelhante), numanáice. findo o mesmo, batemos em retirada para o carro e rumamos para a QL 14 do Lago Sul, onde assistiríamos ao Mengão em busca dos três pontos contra o Fortaleza.

ao chegar no lago, uma surpresa: havia chovido a cântaros por lá - como acompanhamos de lá das ruínas - e o bairro estava sem iluminação. revoltados, mostramos todo o nosso repúdio à turma da CEB comprando mais cerveja e indo tomar uns copos no bar Antártida, na 310 sul. acompanhamos o jogo por lá (zero a zero, um lixo), eu já bem doidão, e por volta de oito e meia tomei o caminho de casa, não sem antes parar no supermercado e comprar arroz com açafrão, para acompanhar o frango xadrez que vou comer hoje no almoço. se alguma das fotos ficar boa, prometo postá-la neste blógue.