dólar
oi, tudo bem? ontem eu pensei em uma série de coisas para fazer um post enorme, mas devo ter perdido tudo no meio do caminho. anotei boa parte delas na receita de ontem à noite, mas mesmo assim alguma coisa deve ter se perdido. mesmo assim, vamos lá.
*
ontem foi a sexta aula desde que voltei a malhar, com um treinador pessoal para não me deixar fazer tudo torto e preservar minha coluna. eu sinto uma espécie de dor fantasma, parte física e parte psicológica, nas costas, como se a lombalgia me dissesse que está ali presente. não sei explicar muito sobre isso, mas ela está presente e preciso tomar cuidado.
meu treinador disse que a carga da primeira sessão para a sexta já aumentou em mais de 50%, e que meu equilíbrio melhorou. essa evolução, associada à minha dieta nazi-fascista, já me proporcionou a perda de dois quilos, embora ainda seja preciso menos peso, menos peso, menos peso. e ontem ele pegou pesado comigo no treino, tão pesado que os exercícios de equilíbrio consumiram vinte minutos, ao invés dos cinco tradicionais. tirei de letra a parte feita do lado direito do corpo, e sofri horrores com o lado esquerdo. até os exercícios musculares ficaram mais pesados e com mais repetições, o mesmo com os abdominais.
chegou num ponto em que a série, ao invés de ter 60 minutos, teve 75, e isso porque não deu tempo de fazer a parte aeróbica. saí de lá pensando em "Come together", do Spiritualized, e devidamente acabado, trêmulo e fora de mim, mas satisfeito por ter sobrevivido e feito tudo o que foi mandado, sem contestar qualquer coisinha por menor que fosse. eu já tive outras oportunidades de resolver isso de ficar em forma e não consegui, mas agora vai.
com o cansaço que se abateu sob meu corpo, era virtualmente impossível que pudesse desenvolver qualquer tipo de atividade intelectual pelo resto do dia (eram 9 da noite). e eu tinha três trabalhos da faculdade por fazer, e ainda teria de estudar para uma prova que será aplicada na segunda à noite! mas, diante do meu corpo implorando por um pouco de paz, não tive outra escolha... e só consegui dormir às três da manhã, depois de um pouco de salmão e salada no Leopoldina (413 norte, comida nota 4) com a galera.
voltando um pouco no tempo, durante a saída da academia, voltando à pé para casa, atravessei a 307 sul, uma das quatro primeiras quadras do Plano Piloto de Brasília. um pouco maculada pelo excesso de pessoas na cidade, com o mato crescendo por conta das chuvas de verão - e o governo Arruda ainda não cortou a grama ali -, mas ainda uma quadra linda. e comecei a me perguntar se as pessoas que aqui vivem têm consciência do que é essa cidade.
essa semana apareceu no MSN do Ricardo Henrique a frase "a sixties version of a third-millenium city". como ele (também) é apaixonado por Brasília, não precisa ser bidu para saber a que essa frase se refere, no máximo é preciso saber de onde ela veio. e a gente vive aqui, cresce aqui, trabalha aqui, sente as coisas aqui, mas às vezes pode esquecer de como é aqui, mesmo estando todos os dias em contato. então eu fico tentando descobrir na cabeça dos outros se eles veem Brasília como essa versão sessentista de uma cidade do terceiro milênio ou uma cidade idiota na qual não dá para fazer retorno na W2 e você precisa descer até o eixinho W para poder voltar e pegar a entrada certa.
claro que nem tudo em Brasília é perfeito ou são flores de um ipê na 202 sul, mas será que as pessoas enxergam a beleza daqui? não tem um dia sequer em que me esqueça de admirar a cidade, e já são quatro anos e meio de vida aqui.
aí hoje eu acordei quinze pro meio-dia e, vendo aquela árvore florida (um ipê?) bem na frente da minha janela da sala de estar, lembrei que tinha três trabalhos para fazer para o meio acadêmico. um deles é feito em dupla, e minha colega me disse a semana toda para não surtar, que tudo se resolveria. aí você chega no final de semana e tem que escrever sete páginas out of the blue... é desesperador. mas de alguma forma a serenidade me veio, eu juntei todo o material e comecei a escrever. em pouco menos de quatro horas, incluída uma pausa para o almoço, estava tudo feito, aguardando apenas uma revisão e uma conclusão, que ela vai fazer.
os outros dois trabalhos são bem menores, e um deles eu devo resolver ainda hoje, utilizando meu pai como exemplo para um fenômeno sociológico... vai ser engraçado. mas a faculdade me fez constatar algo estranho ontem, quando recebi uma mensagem da coordenação informando a minha nota de uma disciplina anterior. foi um SS, a maior nota da UnB (sim, equivale ao dez), e eu me lembro bem de como achei que estivesse escrevendo sobre o interior de uma bolinha de pingue-pongue enquanto redigia o trabalho que me valeu esta nota.
quando vi o "SS" na tela, corri para o Word e abri o trabalho que entregara. li tudo aquilo e não me reconheci, mesmo não tendo copiado nada dos outros, nem recorrido ao Google, nem nada do tipo. aquele não era eu, mas quem seria? eu só me lembrava do processo do trabalho, mas nada do texto... nada, nada, nada. isso é bizarro, e eu receio que já tenha esquecido tudo o que "aprendi" nesta ocasião, há meros dois meses. mas só me deu vontade de passar o curso todo ralando feito um condenado para conseguir SS em tudo, ainda que o valor do diploma seja o mesmo de quem tirou MS (equivalente a 8), por exemplo.
e agora estou aqui, esperando começar "Os sonhadores" no Telecine Cult, com dois trabalhos para fazer e com uma prova para estudar. o maior dos trabalhos já foi feito, o Portal do Geólogo já foi atualizado, o esforço na academia já foi feito (e a dieta segue firme). estou me cansando cada vez mais, mas me sinto melhor fazendo tudo isso e vou me sentir ainda melhor à medida em que for cumprindo minhas metas. como já disse aqui alguma outra vez, meu pai provavelmente acha que minha vida é fácil, e, embora não seja a coisa mais difícil do mundo, de fácil ela tem muito pouco. também tem muito pouco do que eu quero que um dia ela seja, embora o núcleo, que é gostar do que faz, já esteja aqui comigo. por isso mesmo sou obrigado a dizer que levo a vida que sempre quis e que não trocaria de lugar com ninguém, por melhor que fosse a vida dessa pessoa.
por isso tudo, nada melhor do que ficar na cabeça o refrão "come on, come together": o esforço físico e mental às vezes nos faz esquecer que é preciso seguir em frente, mas a forma como o Jason Pierce canta isso (e até o conceito do disco em que essa música está) fazem com que as forças voltem e a dor vá embora. a ciência até poderia explicar isso, mas se esses dias eu soube que o Spiritualized foi convidado a tocar na inauguração do grande colisor de hádrons, aquele enorme acelerador de partículas na fronteira franco-suíça... talvez não pudesse não. e é isso.
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ontem foi a sexta aula desde que voltei a malhar, com um treinador pessoal para não me deixar fazer tudo torto e preservar minha coluna. eu sinto uma espécie de dor fantasma, parte física e parte psicológica, nas costas, como se a lombalgia me dissesse que está ali presente. não sei explicar muito sobre isso, mas ela está presente e preciso tomar cuidado.
meu treinador disse que a carga da primeira sessão para a sexta já aumentou em mais de 50%, e que meu equilíbrio melhorou. essa evolução, associada à minha dieta nazi-fascista, já me proporcionou a perda de dois quilos, embora ainda seja preciso menos peso, menos peso, menos peso. e ontem ele pegou pesado comigo no treino, tão pesado que os exercícios de equilíbrio consumiram vinte minutos, ao invés dos cinco tradicionais. tirei de letra a parte feita do lado direito do corpo, e sofri horrores com o lado esquerdo. até os exercícios musculares ficaram mais pesados e com mais repetições, o mesmo com os abdominais.
chegou num ponto em que a série, ao invés de ter 60 minutos, teve 75, e isso porque não deu tempo de fazer a parte aeróbica. saí de lá pensando em "Come together", do Spiritualized, e devidamente acabado, trêmulo e fora de mim, mas satisfeito por ter sobrevivido e feito tudo o que foi mandado, sem contestar qualquer coisinha por menor que fosse. eu já tive outras oportunidades de resolver isso de ficar em forma e não consegui, mas agora vai.
com o cansaço que se abateu sob meu corpo, era virtualmente impossível que pudesse desenvolver qualquer tipo de atividade intelectual pelo resto do dia (eram 9 da noite). e eu tinha três trabalhos da faculdade por fazer, e ainda teria de estudar para uma prova que será aplicada na segunda à noite! mas, diante do meu corpo implorando por um pouco de paz, não tive outra escolha... e só consegui dormir às três da manhã, depois de um pouco de salmão e salada no Leopoldina (413 norte, comida nota 4) com a galera.
voltando um pouco no tempo, durante a saída da academia, voltando à pé para casa, atravessei a 307 sul, uma das quatro primeiras quadras do Plano Piloto de Brasília. um pouco maculada pelo excesso de pessoas na cidade, com o mato crescendo por conta das chuvas de verão - e o governo Arruda ainda não cortou a grama ali -, mas ainda uma quadra linda. e comecei a me perguntar se as pessoas que aqui vivem têm consciência do que é essa cidade.
essa semana apareceu no MSN do Ricardo Henrique a frase "a sixties version of a third-millenium city". como ele (também) é apaixonado por Brasília, não precisa ser bidu para saber a que essa frase se refere, no máximo é preciso saber de onde ela veio. e a gente vive aqui, cresce aqui, trabalha aqui, sente as coisas aqui, mas às vezes pode esquecer de como é aqui, mesmo estando todos os dias em contato. então eu fico tentando descobrir na cabeça dos outros se eles veem Brasília como essa versão sessentista de uma cidade do terceiro milênio ou uma cidade idiota na qual não dá para fazer retorno na W2 e você precisa descer até o eixinho W para poder voltar e pegar a entrada certa.
claro que nem tudo em Brasília é perfeito ou são flores de um ipê na 202 sul, mas será que as pessoas enxergam a beleza daqui? não tem um dia sequer em que me esqueça de admirar a cidade, e já são quatro anos e meio de vida aqui.
aí hoje eu acordei quinze pro meio-dia e, vendo aquela árvore florida (um ipê?) bem na frente da minha janela da sala de estar, lembrei que tinha três trabalhos para fazer para o meio acadêmico. um deles é feito em dupla, e minha colega me disse a semana toda para não surtar, que tudo se resolveria. aí você chega no final de semana e tem que escrever sete páginas out of the blue... é desesperador. mas de alguma forma a serenidade me veio, eu juntei todo o material e comecei a escrever. em pouco menos de quatro horas, incluída uma pausa para o almoço, estava tudo feito, aguardando apenas uma revisão e uma conclusão, que ela vai fazer.
os outros dois trabalhos são bem menores, e um deles eu devo resolver ainda hoje, utilizando meu pai como exemplo para um fenômeno sociológico... vai ser engraçado. mas a faculdade me fez constatar algo estranho ontem, quando recebi uma mensagem da coordenação informando a minha nota de uma disciplina anterior. foi um SS, a maior nota da UnB (sim, equivale ao dez), e eu me lembro bem de como achei que estivesse escrevendo sobre o interior de uma bolinha de pingue-pongue enquanto redigia o trabalho que me valeu esta nota.
quando vi o "SS" na tela, corri para o Word e abri o trabalho que entregara. li tudo aquilo e não me reconheci, mesmo não tendo copiado nada dos outros, nem recorrido ao Google, nem nada do tipo. aquele não era eu, mas quem seria? eu só me lembrava do processo do trabalho, mas nada do texto... nada, nada, nada. isso é bizarro, e eu receio que já tenha esquecido tudo o que "aprendi" nesta ocasião, há meros dois meses. mas só me deu vontade de passar o curso todo ralando feito um condenado para conseguir SS em tudo, ainda que o valor do diploma seja o mesmo de quem tirou MS (equivalente a 8), por exemplo.
e agora estou aqui, esperando começar "Os sonhadores" no Telecine Cult, com dois trabalhos para fazer e com uma prova para estudar. o maior dos trabalhos já foi feito, o Portal do Geólogo já foi atualizado, o esforço na academia já foi feito (e a dieta segue firme). estou me cansando cada vez mais, mas me sinto melhor fazendo tudo isso e vou me sentir ainda melhor à medida em que for cumprindo minhas metas. como já disse aqui alguma outra vez, meu pai provavelmente acha que minha vida é fácil, e, embora não seja a coisa mais difícil do mundo, de fácil ela tem muito pouco. também tem muito pouco do que eu quero que um dia ela seja, embora o núcleo, que é gostar do que faz, já esteja aqui comigo. por isso mesmo sou obrigado a dizer que levo a vida que sempre quis e que não trocaria de lugar com ninguém, por melhor que fosse a vida dessa pessoa.
por isso tudo, nada melhor do que ficar na cabeça o refrão "come on, come together": o esforço físico e mental às vezes nos faz esquecer que é preciso seguir em frente, mas a forma como o Jason Pierce canta isso (e até o conceito do disco em que essa música está) fazem com que as forças voltem e a dor vá embora. a ciência até poderia explicar isso, mas se esses dias eu soube que o Spiritualized foi convidado a tocar na inauguração do grande colisor de hádrons, aquele enorme acelerador de partículas na fronteira franco-suíça... talvez não pudesse não. e é isso.
Etiquetas: bronze
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