domingo, agosto 19, 2007

repetidor

li essa última edição da Rolling Stone ontem. a revista melhorou bastante em relação ao primeiro número, que foi o único que comprei. até na avaliação dos discos: na primeira, tudo era cinco estrelas. nessa, tudo são três estrelas, como na edição americana.

mas havia uma outra edição junto, a anterior, e eu não senti a mínima vontade de ler. o motivo? falta de vontade de ler sobre "cultura pop". de 1998 até meados de 2004 eu lia tudo que podia sobre o assunto, sonhava em assinar a Uncut, em escrever pra própria Rolling Stone e pra "Ilustrada" da Folha de São Paulo. de lá pra cá, a minha vontade de ler sobre o assunto foi praticamente zerada. ainda baixo alguns discos de bandas novas, mas só leio sobre o assunto em revistas com as quais me identifico mais, tipo a GQ, a Vogue, a Elle. e nos meus blógues de confiança, ou por meio dos meus amigos.

não sinto mais aquela vontade de estar atualizado com o mundo da música, do cinema, da literatura, de ser um Lúcio Ribeiro (que hoje em dia leio pela amizade que temos, e não pelo conteúdo em si). o fato é que me sinto bem desse jeito, com uma certa distância - como convém manter de quase tudo relativo ao meu passado. mas foi bom, ainda que agora eu não tenha o menor interesse, constatar a evolução da Rolling Stone brasileira, a despeito de seu editor ter sido responsável por alguns dos momentos mais sofríveis da imprensa cultural brasileira.

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sinto a mesma coisa quando assisto à MTV. o único motivo que ainda faz com que eu assista de vez em quando ao canal, que se chama Luísa Micheletti, perdeu bastante de seu atrativo quando o "Jornal da MTV" foi encurtado para meia hora - podaram todas as falas dela e qualquer um percebe, hoje, que a redação do que ela diz é pensada para dar a impressão de que ela é uma besta, coisa que ela definitivamente não é. se falasse mais, seria perceptível.

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isso é metade do que eu tinha a dizer sobre ceticismo. a outra metade, a que me fez acreditar em alguma coisa pela primeira vez em dez anos, continua censurada.

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