quarta-feira, maio 09, 2007

indo pro inferno

(esse post é dedicado a Otto Solino)

então estava eu aqui, discutindo macroeconomia com o Saulo, esperando pela hora em que vou descer bombando e pegar meu marmitex, quando tocou o telefone. infelizmente o meu ramal não conta com identificador de chamadas, então sempre tenho que atender de forma solícita e não-debochada, tipo "Telerj, bom dia". então eu atendi e uma voz mole, feminina, do outro lado da linha, perguntou com quem ela estava falando.

pronto: ou é alguém querendo vender coisas ou é alguém querendo me fazer sentir culpado. e de fato era uma tal de Liliane, dizendo que trabalha numa creche cujo nome eu não me lembro; daí ela desandou a falar num esquema mensagem pré-gravada, sabe? falando, falando, falando, sem querer me ouvir, tipo um texto decorado, e-isso-e-aquilo-e-a-campanha-do-agasalho-e-o-kit-agasalho-é-composto-de-dois-moletons-e-blah-blah-blah...

daí eu deixei o telefone em cima da mesa e fui ao toilette, deixando a tal da Liliane falando sozinha. se eu pensar nas cento e onze crianças da tal creche, minha atitude garantiu minha ida pro inferno de ponta-cabeça e sem escalas.