quinta-feira, julho 20, 2006

tesoura
acabei de voltar do Terraço Shopping, onde fui cortar o cabelo. por uma dica do Felipe, cortei com o Ita, cabeleireiro master do salão.

quando cheguei lá, cinco minutos antes do meu horário, ele estava podando o cabelo de uma dona que havia tingido de amarelo (loiro, só o natural. qualquer falso é amarelo) pouco antes. quando cheguei, o cabelo dela estava horroroso, ridículo, pavoroso, terrível, (insira sua expressão de paúra favorita aqui). a medida em que ele foi intervindo na cabeça da dona, a coisa foi melhorando. até que, no final das contas, ela se transformou numa jeitosa, formosa, ajeitadíssima e simpática velhota. se o Sudoeste fosse um pântano, a tia seria forte candidata a sapa master do brejão.

fiquei animado. ele pegou um cabelo que era um lixo... e transformou em algo factível.

com trinta minutos de atraso, começaram as minhas tesouradas. corta daqui, apara dali, poda aqui, sobe isso, fora com os pêlos da nuca... meu cabelo estava indo muito bem na metade do serviço. daí em diante... puro declínio. ele terminou o serviço e eu parecia ter trinta e quatro anos de idade. ficou extremamente avant-garde, exatamente como eu pedi para ele não fazer. ou seja, ao contrário da batráquia que me antecedera, o Pinot Noir virou água do pântano na minha cabeça.

por sorte ele não deu tesouradas radicais, de modos que amanhã mesmo a minha franja, esse establishment que me faz a cabeça já há cinco anos, estará de volta. e esse topete de velho, qual um Morrissey fase "Maladjusted", cairá fora. xô, topete: não gostei de você.