quarta-feira, junho 07, 2006

tipo uma atualização
oi, ainda estou aqui. não tenho atualizado o blógue com a freqüência que ele merece porque... bem, porque não tenho tido tempo.

uma das coisas que eu acho mais tristes em um diálogo moderno é quando as pessoas dizem uma pra outra "é a correria". sim, é a correria. a gente trabalha demais, passa tempo demais no trânsito, decora um bilhão de pequenas coisas bobas - destas, metade será inútil dez segundos depois, outra metade logo depois da prova para a qual você estuda - e nem sempre dá tempo de fazer o que se quer, ou o que importa.

eu me importo com esse blógue, faz quase quatro anos que ele está aqui e eu também. mesmo quando não escrevo, não é por falta de vontade, exatamente - é mais por falta de inspiração. e agora eu me peguei aqui pensando nessa de "é a correria". tanta coisa pra se dizer, e dizemos isso. tem quem diga que é preferível culpar a pressa do que ficar olhando para a cara do outro sem ter o que dizer: claro, a correria faz hoje o papel que era da meteorologia no tempo da minha avó. "será que vai chover?" era menos ególatra do que isso da correria - e uma informação um tanto mais útil, também.

passei a tarde toda no Tribunal Regional Federal da 1ª região, esperando uma procuração via fax para tirar cópia de dez páginas de um embargo. sem celular, sem companhia e sem inspiração para escrever no meu bloco de anotações, e ainda me sentindo mal com a roupa que estava, vi como o tempo é relativo. queria sair de lá de todo jeito. ir pros braços da minha menina, talvez. visitar um amigo, estudar para a prova da OAB, tocar algum outro projeto para frente, talvez. quem sabe até dormir, já que faz uns vinte dias que não durmo direito (tudo bem, quinze). ler os jornais, comprar um tapete para a sala da minha casa... sei lá. e eu estava ali, dependendo do esforço alheio, o que é sempre ruim.

podia ter um tocador de música por ali, quem sabe. gravei vários discos legais pra ouvir no carro esses dias: Gotan Project, Röyksopp, Nina Simone, Chet Baker & Gerry Mulligan, Elbow, Aphex Twin. ou quem sabe tocar saxofone sentado na escada do quinto andar do TRF, com meus tênis funcionando como um chapéu para recolher moedas dos funcionários públicos e advogados mal-vestidos que por ali passam. só o que não passava, mesmo, era o tempo. e assim foi, até que minha autorização chegou e eu fui lá pegar o processo, descer ao subsolo, tirar cópias, pagar pelas cópias na agência do banco, voltar à copiadora, subir com os autos, descer, pegar o carro e levar tudo pro escritório do Vini e finalmente passar o fax. ufa. dali em diante o tempo voltou a correr feroz.

eu preciso terminar esse poste, mas não sei como.