sexta-feira, junho 16, 2006

deadweight
eu uso o mesmo perfume desde 1998. e com a proximidade do fim do atual vasilhame, fico-me a perguntar se devo insistir na fragrância ou trocá-la por outra. ultimamente, perfumes novos têm sido lançados a rodo, coisa que era pouco freqüente quando pedi à minha avó para que me trouxesse o primeiro vasilhame desse perfume, quando ela foi a Israel.

minha primeira opção para substituir meu perfume de eleição era o Burberry Brit, da Burberry, por três motivos: primeiro, seu frasco evoca o Burberry Plaid, sendo, assim, maravilhoso. segundo, a propaganda é assaz estilosa, mesmo com aquele feioso cujo nome não me recordo agora. terceiro, o cheiro é interessante. entretanto, li na VIP, aquela revistinha de meia pataca, que este era o perfume certo para caso você quisesse passar um ar de baladeiro, príncipe da noite ou algo assim.

pera aí, pera aí: eu sou neocon, durmo cedo, voto na direita e não bebo. essa imagem de ladies' man é exactamente o que não desejo transmitir. assim sendo, o Burberry Brit caiu fora, com alguma dor no meu coração. o mesmo artigo recomendava, para conservadores da minha estirpe, o Higher, da Dior. então, da penúltima vez em que estive no aeroporto de Guarulhos, pedi para "provar" o perfume, cuja embalagem é semi-horrorosa.

meu deus, que lixo de perfume. fiquei então a pensar que a pessoa que escreveu o artigo era petista e só recomendou isso aos neocons porque acha que a gente fede.

depois de muito estudar, considerei quatro opções, mas ainda não provei três delas. ei-las, com seus prós e contras:



1. Very Irrésistible, da Givenchy

(+) o anúncio é protagonizado pela Liv Tyler. você acha que ela, meu deus, ELA, sairia por aí a anunciar qualquer porcaria? só isso já é um argumento fatal.
(-) a Liv Tyler não existe. e se existisse, não moraria em Brasília e dificilmente me daria mole. sem contar que na descrição da Sacks ainda diz: "os olhos perplexos da linda mulher é o que faz seus olhos (do usuário do perfume) tão radiantes". que linda mulher? a Liv Tyler? essa galera tá doidona...



2. Pour homme, da Van Cleef & Arpels

(+) a Van Cleef & Arpels faz parte do meu top 3 joalharias, ao lado da Cartier e da Tiffany & Co. e é, das três, a que melhor lida com pérolas, as criaturas mais belas da Terra. fora isso, a resenha da Sacks diz: "para o homem clássico, elegante e requintado". tipo o que eu quero ser.
(-) a embalagem do dito cujo é de dar dó em qualquer brasileiro. não é nem simplicidade, é feia mesmo.



3. Dior Homme, da Dior

(+) das três novidades, é a que tem o recipiente mais bonito (bonito não: lindo). fora isso, minha mãe me ensinou na adolescência: "é Dior, é bom, meu filho". sem contar que dos três é o mais caro, então é bem capaz que seja o melhor. fora isso, os compradores dizem que é um perfume difícil... my kind total.
(-) o medo de ser nouveau rich flanando por aí com ele. e o de outros setenta amigos seus usarem o mesmo perfume, numa reedição da clássica "síndrome de Azzaro".

*

a quarta opção, como mencionado, é manter o perfume actual e, com isso, ter uma marca registrada. o lado bom é que ele é realmente delicioso, e pode ser que alguém já tenha se acostumado com ele, fora eu. o lado ruim é que é o mesmo perfume que o Jô Soares usava, na época em que o comprei (torço para que ele tenha mudado de cheiro). sei lá, mil coisas. se alguém aí tiver uma sugestão de perfume gostoso para me mandar, adoraria saber, desde que: 1) não seja o mesmo perfume que a pessoa usa, e 2) não seja Fahrenheit, CK One, Azzaro ou qualquer desses perfumes que todo mundo usa.